Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 55
Crescendo




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“Como assim vocês querem ir em uma balada?” Guinchou Giane, durante o jantar.

“Relaxa, mãe, não é nenhuma rave. É apenas uma festinha na chácara do avó do Guilherme, para comemorarmos nossa formatura do 9º ano.” Explicou Miguel, enchendo a boca de espaguete.

“E os pais dele vão ficar lá o tempo todo, pode ficar tranquila.” Garantiu Belle, bebericando seu suco.

“Eu posso ir?” Pediu Cat.

“Óbvio que não, pirralha. A festa é só para o pessoal da nossa idade para cima.” Retrucou o irmão.

“Vai ter bebida?” Questionou Fábio.

“Se você acha Coca-Cola uma bebida perigosa.”

“Respeito com o seu pai, Miguel. E eu não sei... Vocês ainda são muito crianças.”

“Mãe, nós vamos entrar no primeiro ano do colegial; com essa idade o papai nem era mais virgem.” Belle revirou os olhos.

“Como você sabe disso?” Horrorizou-se a mãe.

“E para que você sabe disso? Isabelle, é bom que você nem esteja pensando nessas coisas.” O pai espalmou a mão no peito. “Ai meu Deus, acho que estou tendo um infarto.”

“Controle-se, Fábio Campana, pelo bem da sanidade que ainda me resta.” Resmungou Giane. Ela virou-se para os gêmeos, massageando as têmporas. “Eu acho vocês são novinhos para isso.”

“As únicas novinhas que interessam para o Miguel usam shortinho curto e dançam funk.” Comentou Catarina, brincalhona.

“Eu preciso de uísque.” O patriarca da família se levantou, saindo para o bar da casa.

“Eu preciso de uma aspirina.” Suspirou Giane, cruzando as mãos.

“Ok, vocês estão passando pela fase de estranhar que estamos crescendo, mas deixem o chilique para depois. Nós queremos saber se poderemos sair com nossos amigos.”

“Bom, tirando a parte de virgindade e novinhas dançando funk, eu achei a proposta da festa normal. E sejamos razoáveis, moleque, eles já tem idade mesmo.”

“Razoáveis? Nós somos os pais, não temos que ser razoáveis porcaria nenhuma.” Reclamou a fotógrafa, vendo o marido se sentar com o copo de uísque. “E odeio quando você bebe sem motivo.”

“Tenho um ótimo motivo, chamado seus filhos me enfartando. Agora, voltando ao assunto, eles podem ir: nós os levaremos e conversaremos com os pais do Guilherme, para conferir tudo o que disserem. E por mais que eu odeie admitir, aquele desgraçado do Luti é um cara responsável, vai ficar de olho nos dois.” Ponderou Fábio.

“O Pedro, a Marcela e o Rafa também vão, se isso tranquilizar vocês.” Avisou Belle.

“Pelo menos teremos o Maurício, a Malu e o Caio para serem chatos conosco; porque a Camila, desconfio que vá querer ir na festa com eles.”

“Na verdade, mãe, a tia Camila quer organizar uma festa assim também. Mas ela disse que vai esperar mais um pouco, para não ficar tão ilegal nos dar bebidas alcoólicas.” Contou a filha mais velha.

“Eu mereço essas influências perto dos meus filhos.”

~*~

“Muito bem, crianças... Divirtam-se, está bem?” Pediu Fábio, estacionando o carro de Irene em frente à chácara. “Sem beber nada que ofereçam, sem cantos escuros e sem fazer nada errado. Luti, o canto escuro foi especialmente para você, ouviu?”

“Relaxa, papai, nós vamos nos cuidar.” Riu Belle, beijando a bochecha do pai.

“É, padrinho, somos todos bem crescidos.” Garantiu Marcela, saindo do carro e já pulando no pescoço de Miguel.

“Mal saíram das fraldas e vem me falar isso.” Ele riu baixo, saindo com o carro. “E tenho a impressão de que o Miguel vai se dar bem hoje...”

Logo que chegou à casa dos pais, onde todos estavam reunidos, encontrou Giane aflita.

“Mulher, pelo amor de Deus, eles estão na festinha de um amigo, não na Tomorrowland.” Ele lhe deu um selinho, sentando ao seu lado.

“E aí, tudo certo lá?” Perguntou Malu.

“Sim. É uma chácara bem bonita, o cerco de segurança do lugar é ótimo e a decoração estava bem legal. Ah, e a Marcela já pulou no pescoço do Miguel.”

“Ai que bom.” Guinchou Camila.

“Ai que merda.” Gritou Caio. “Pelo amor de Deus, esse moleque não consegue se segurar?”

“Cara, você ouviu o ‘a Marcela já pulou no pescoço do Miguel’? Meu filho não fez nada, só aproveitou a brisa.” Sorriu sacana, se ajeitando melhor no sofá.

“Acho que a noite vai ser bem longa.” Comentou Irene, se levantando. “Vou ver como estão as crianças lá em cima, se querem comer alguma coisa.”

“E garanta que elas fiquem lá, porque com o Caio xingando a cada dez minutos...” Observou Maurício, também se levantando. “Plínio, aquele uísque que te dei no aniversário está aqui?”

“Agora vocês deram para sair bebendo o tempo inteiro?” Questionou a corintiana.

“Enquanto nossos filhos estiverem na balada...” Concordou Maurício.

“Se agarrando com moleques sem vergonha...” Completou Caio.

“E principalmente, namorando os tais moleques, pode ter certeza que sim.” Finalizou Fábio, indo até o cunhado. “E trate de me servir uma dose bem saudável.”

“Quero é ver como vai ficar esse fígado.” Resmungou a mulher, massageando as têmporas.

~*~

Na festa, tudo corria na mais perfeita ordem. Pedro havia se engraçado com uma menina da sala de Belle, e estava quase chegando aos beijos. Rafael estava dançando com alguns colegas, todos sem jeito ou graça para chegar em alguma menina.

Belle e Luti só saiam da pista de dança para beber ou comer, sendo os principais responsáveis de puxar as coreografias. O rapaz, bastante introvertido, se soltava ao lado da namorada e entrava no seu pique ligado no 220.

Os únicos desaparecidos eram Miguel e Marcela, que não eram vistos desde o início da comemoração. Quando perguntavam as primos, apenas diziam que deixassem os dois se divertirem.

Mas a situação estava longe de ser divertida.

Apesar de ter chegado à festa pendurada no primo, Marcel logo sumiu com um rapaz mais velho, talvez do terceiro ano. Na festa haviam muitos amigos de Pedro e Luti, alguns até mais velhos que eles. O rapaz em questão se chamar André e definitivamente não era flor que se cheirasse.

Jaqueta de couro, calça jeans manchada e rasgada, um cigarro na boca atrás do outro. Apesar de bebidas alcóolicas estarem proibidas na festa, tinha três garrafinhas de Smirnoff no bolso. A primeira virou em um gole, a segunda um pouco mais devagar e a terceira queria que Marcela bebesse.

“Vai, gata, meia garrafinha.” Pediu ele, sorrindo. “O máximo que vai fazer é te deixar rindo.”

“Não sei não... Eu só tenho quatorze anos, não tenho idade para beber.” Ela tentava escapar.

“Boneca, isso é Smirnoff, eu bebia isso aos onze anos. Relaxa.” Ele entregou a garrafinha, enquanto a menina engolia em seco.

“Não faz isso, Ma.” Miguel apareceu do lugar onde estava escondido. “Você não precisa provar nada para esse cara.”

“Quem é esse mané?” Perguntou André, debochado.

“O primo e melhor amigo dela.”

“Ah, já saquei... Deve ser rei da friendzone, certo?” Riu o mais velho. “Jura que é com essa galera que você anda, gata? Uma menina gostosa que nem você, andando com um zero à esquerda desse? E quem é sua melhor amiga? A fada Sininho?”

“Miguel, vaza daqui.” Rosnou a menina, irritada.

“Não vou sair sem você. Larga essa garrafa e vamos para a festa, por favor.” Ele pediu.

“Para de agir como meu namorado, Miguel, você não é nada disso.” Ela reclamou, abrindo a garrafinha. “Se eu quiser, eu bebo.”

E virou tudo em um gole, fazendo o garoto arregalar os olhos e o mais velho gargalhar. Quando terminou, tinha uma careta engraçada no rosto.

“Ma, você está bem?” Miguel correu abraçá-la, vendo que estava pálida.

“Acho que eu estou passando mal.”

“Também, virou uma garrafinha inteira. Menina estúpida.” André gargalhou, saindo andando.

“Você vai deixar ela aqui, seu imbecil?” Gritou o Campana, atraindo a atenção dele.

“Ué, o rei da friendzone está aqui, ela vai ficar bem.” Ironizou o badboy. “Além do que, não vou me dar bem com essa daí...”

“Filho da puta.” Rosnou Miguel, correndo e jogando o rapaz no chão. “Eu vou quebrar a sua cara.”

A barulheira da briga atraiu a atenção das pessoas na festa, que logo correram ver o que acontecia. Quando os Campana se aproximaram, viram que André socava o rosto de Miguel, enquanto Marcela vomitava ali do lado.

“Sai de cima do meu primo, seu retardado.” Pedro e Luti puxaram André, enquanto Rafael socorria Miguel.

“O que aconteceu aqui?” Se desesperou Belle, correndo até a melhor amiga.

“Esse trouxa ficou incitando a Marcela a beber vodca.” Explicou Miguel, com a voz pastosa de sangue.

“Você é imbecil?” Berrou Pedro, agarrando o garoto pela gola da camisa. “Oferecer vodca para a minha prima de quatorze anos?”

“Eu não obriguei ninguém a nada.” Se defendeu o rapaz.

“Mas o que fez é crime do mesmo jeito, e eu vou chamar a polícia.” Avisou o Campana mais velho. “Rafael, liga para os nossos pais e pede para eles virem para cá. Guilherme, pede para os seus pais virem acudir a Marcela e o Miguel, por favor.”

~*~

Os carros entraram no estacionamento cantando pneus, encontrando as sirenes da polícia. As mães foram as primeiras a entrar na casa, logo correndo em direção aos seus rebentos.

“Miguel, meu Deus.” Giane se horrorizou ao ver o estado do rosto do filho, com o nariz provavelmente quebrado.

“Dá para alguém explicar direito o que aconteceu, pelo amor de Deus?” Pediu Irene, abraçando o filho caçula.

“A Marcela estava com esse imbecil e ele ficou enchendo o saco dela para ela beber uma garrafinha de Smirnoff. Aí quando eu tentei intervir, ela ficou nervosa e bebeu, e começou a passar mal. E o imbecil resolveu deixar ela sozinha.” Miguel explicou o quanto deu, já que estava com a boca inchada.

“Eu vou quebrar a cara desse filho da puta.” Gritou Caio, sendo segurado por Fábio e Maurício.

“Calma, fica frio.” Pediu o publicitário. “Juro que entendo a sua raiva, mas só vai piorar as coisas.”

“Se acalma, senhor, o rapaz já está a caminho da delegacia.” Avisou o policial. “Ele é de maior, e é crime oferecer bebidas à menores de idade.”

“Então faça o favor de fazê-lo ver o sol nascer quadrado.” Rosnou o fotógrafo, se soltando dos amigos e indo até a família. “Como você está, princesa?”

“Mal, papai, bem mal.” Resmungou ela, aninhada na mãe. “Minha barriga dói e eu só quero vomitar.”

“Demos bastante água e coisas doces, diminuiu um pouco o mal estar.” Explicou a mãe de Guilherme. “E eu sinto muito pelo que aconteceu... Nós proibimos bebidas alcóolicas na festa.”

“Tudo bem, Silvana, nós confiamos em vocês. Infelizmente, nem todo mundo tem noção.” Malu fuzilou André, que era levado pelos policiais.

“Eu preciso ir junto, para prestar a queixa.” Avisou Antônio, pai do dono da festa. “Qualquer coisa, me liguem.”

“Obrigada, Antônio.” Agradeceu Irene, suspirando.

“Acho que é bom levarmos os dois ao hospital... Lá vão saber tratar melhor o mal estar da Marcela, além de examinar o Miguel.” Fábio analisava o rosto do filho. “Já tem o nariz desproporcional, ainda deixa quebrarem ele?”

“Desculpa, da próxima peço para mirar meu saco que nem a mamãe mirava em você.” Debochou o garoto, conseguindo que todos rissem um pouco.

“Malu, vocês levam o Luti embora? E deixam a Belle na casa da Irene?” Pediu Giane, recebendo um aceno da cunhada. “Então vamos para o hospital... Só espero que consigam arrumar o seu nariz, Miguel.”

“É, filho, o bullying com o nariz continua.” Suspirou o pai, saindo da casa abraçado com o garoto.


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Notas finais do capítulo

NOSSA, SERÁ QUE EU TO VIVA? SIM EU ESTOU AHAHAHAHAH
Oi gente, sumi um pouco né? Nada demais, to aqui de novo.
Me envolvi com Malhação e acabei ficando lá no perfil fake, coisas da vida. Sim, tenho um fake, chama Believe8. Várias de vocês leram minha fic Megavi lá e nem sonharam que era eu. Sou bicha má HAHAHAHAH
Enfim, vou tentar voltar a ser frequente, prometo.
E CURTAM A PÁGINA DO FACE. A galera fica me cobrando e me animando, aí escrevo mais AHHAHAHAHA https://www.facebook.com/fanficswaalpomps
Beijos na alma e até a próxima ;*