Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 52
Vocês serão... Micela


Notas iniciais do capítulo

OOOOI GENTE
EU AMEI TAAANTO ESSE CAPÍTULO, SOCORRO. SENHOR JESUS DA FOFURA, COMO VIVEEEER?
MICELA É VIDA



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Miguel estava emburrado, muito emburrado. Estava sentado no canto do pátio da escola, observando Marcela, sorridente e cercadas de outros meninos.

Meninos babacas.

Tudo bem que Marcela era linda, mas só ele podia achar isso. Tudo que seus cabelos castanhos tinham cachos perfeitos, mas era privilégio dele e do padrinho fazerem carinho neles, especialmente quando ela fazia aquele biquinho fofo. Claro que seus olhos castanho-esverdeados eram maravilhosos, mas só podiam brilhar para ele.

E não para o babaca do André Ferreira.

_ Miguel, sua cara tá hilária. – Clara sentou ao lado do primo, abrindo seu pacote de salgadinhos – Que?

_ Valeu escura.

_ Aff, que apelido idiota. – bufou a menina, enquanto o primo ria – Isso tudo é ciúmes?

_ Que ciúmes da Marcela onde? – rebateu o garoto, fazendo Clara gargalhar.

_ Eu não disse o nome da Marcela em nenhum momento. – foi a vez de Miguel bufar – Qual é Miguel, vocês só tem treze anos, nem tem idade para namorar.

_ E o que a pirralha de onze sabe sobre o assunto? – ele arqueou a sobrancelha, enquanto a prima ria.

_ Eu sei que você nunca beijou nenhuma das garotas aqui da escola, porque está esperando para beijar a Marcela. – ela sorriu travessa, fazendo o Campana arregalar os olhos – Relaxa Miguel, seu segredo está seguro comigo.

_ Mais alguém sabe que eu não beijei ninguém? – ele perguntou temeroso, e ela negou.

_ Seu acordo com a Becca foi muito bom. – garantiu a mais nova – Ela não vai desmentir para ninguém, porque foi só assim que o Bruno beijou ela. Mas acho que a Belle sabe.

_ Ela é minha irmã gêmea, ela sabe até quando eu to com dor de barriga. – os dois riram juntos – Mas, Clarinha... Você sabe se a Ma já beijou algum menino? – perguntou o garoto, mordendo o lábio inferior. A prima sorriu amarelo.

_ Ela beijou o Nando, semana passada, na hora do intervalo. – ela acariciou o braço de Miguel – Mig, não fica com essa ideia das brincadeiras que nossos pais faziam quando nós erámos pequenos. Vive sua vida.

_ Mas eu gosto dela, gosto muito. – suspirou o garoto, encostando na parede.

_ Eu sei, eu te entendo. – a menina abraçou os próprios joelhos, fazendo Miguel rir – O que foi?

_ Nunca imaginei que você ia acabar se apaixonando pelo Pedro. – ela arregalou os olhos – Relaxa, seu segredo está seguro comigo. – os dois riram juntos – Vamos afogar as mágoas no salgadinho, que tal?

_ Sim, e fedendo a queijo. – os dois voltaram suas atenções para o pacote, esperando o intervalo terminar.

No outro extremo do pátio, Marcela dispensou seus adoráveis seguidores, marchando até Belle, Rafael e Matheus, que riam e conversavam animados.

_ Isabelle, preciso falar com você. – ela puxou a prima pela mão, deixando os dois garotos a verem navios – O que tá rolando entre o Miguel e a Clara?

_ Que? – a mais velha riu, encarando o irmão e a prima – Eles estão dividindo o salgadinho, e daí? A gente também divide.

_ Mas ele está rindo com ela. – observou Marcela, extremamente irritada.

_ Ma, estamos falando do Miguel. Ele ri até do formato que a sombra dele faz na parede. – Belle ria – Você tá com ciúmes do meu irmão?

_ Ciúmes desse idiota? Por que eu teria ciúmes dele? – resmungou a menina – Só estou preocupada que ele tente alguma coisa com ele. Seu irmão é um galinha.

_ Aham, sei... – Belle deu de ombros – Bom, hora de voltar para a aula.

_ Sorte sua que tá em sala separada dele. – bufou Marcela – A gente se vê na saída?

_ Com certeza. A van Campana só sai com todos presentes. – riu Belle, correndo até os primos, para pegar sua mochila.

Elas duas e Miguel estava no oitavo ano, mais um e iriam para o Ensino Médio. Rafael estava no sétimo, Clara e Matheus no sexto. Cat e Gabi ainda estavam no quarto, e Larissa, Felipe e Henrique no primeiro, então seu horário de intervalo era diferente.

Apenas Pedro estudava em outra escola, já que estava no primeiro ano do colegial, e a escola em que estavam só tinha o Ensino Fundamental. Porém, a chamada Van Campana, dirigida por Irene, apanhava todas as crianças e as levava para a mansão dos avós, onde eles almoçavam e ficavam se não tinham o que fazer a tarde.

_ Cadê sua orla de seguidores, hein Ma? – brincou Miguel, se aproximando da prima. Ela o fuzilou com o olhar, antes de sair andando – O que foi que eu fiz?

Ele a seguiu até a sala de aula, achando que ela sentaria ao seu lado, como sempre. Mas ao invés disso, ela caminhou até o outro lado, sentando na cadeira ao lado de Melissa Simas, engatando uma conversa aleatória.

Ao jovem Campana, restou sentar com um colega e ter uma aula extremamente tediosa.

~*~

_ Miguel, acorda cara, você tá perdendo todos os passes. – Belle deu um peteleco no irmão, fazendo-o piscar – Cê tá bem?

_ Hã?

_ Você perdeu um passe do Rafa, e o treinador está ficando fulo da vida com você. – explicou a gêmea – Tira essa cabeça das nuvens. Ou melhor, da Marcela.

_ Que Marcela o que? – resmungou o loiro, fazendo Belle rir.

_ Eu vi que vocês estavam sem se falar na hora do almoço. – explicou a garota – Mas tira a cabeça disso e presta atenção no jogo, ou o treinador vai te jogar pro banco.

_ Valeu mana. – o garoto saiu correndo, tirando a bola do adversário e começando a driblar para o gol, deixando Belle sorrindo sozinha.

_ Marrentos e cabeça dura, agora entendi porque a mamãe diz que eles lembram alguém.

~*~

_ Marcela? Posso entrar? – a menina tirou os olhos do tablete em seu colo, observando o rosto da mãe na porta – Posso?

_ Claro que pode mamãe. – ela deixou o aparelho de lado, sentando direito. Camila sentou em sua cama, estendendo uma barra de chocolate para ela – O que é isso?

_ Você chegou toda calada lá na agência, ficou assim a tarde toda, e mal tocou no seu jantar. – explicou a mais velha – Então eu dei uma ligadinha para sua madrinha, e descobri que tem um certo afilhado meu que também está bem quietinho hoje. Achei que você ia gostar de um chocolate e de um pouco de colo.

_ Ah mamãe. – choramingou a menina, enquanto Camila deitava ao seu lado – O Miguel é tão... Idiota.

_ Ontem ele era um fofo que tinha dado uma flor do jardim da vovó para você, hoje ele é um idiota? – riu a mãe – E o que provocou essa mudança repentina?

_ Ele estava dando em cima da Clara. – resmungou a menina, fazendo Camila franzir o cenho.

_ A Clara da tia Malu? – Marcela assentiu – E porque você acha isso?

_ Eles estavam dividindo o salgadinho dela e rindo. – Camila gargalhou – Mãe.

_ Filha, isso não é dar em cima de alguém, pode acreditar, eu entendo disso. – a mais velha piscou, fazendo a filha rir – Você só está com ciúmes de ele ter dado atenção para outra menina.

_ Mas ele só faz isso. – ela fez bico.

_ E você não dá atenção para outros meninos? - Camila arqueou a sobrancelha, e a filha baixou o rosto – Ma, vocês dois ainda são novinhos, filha. Eu sei que nós todos sempre brincávamos que vocês se casariam no futuro, mas isso não é nenhuma lei.

_ Mas eu gosto dele. – Camila sorriu compreensiva.

_ E eu sei que ele também gosta muito de você. Mas acho que vocês dois são muito crianças ainda pra pensar em namoro e relacionamentos. Vocês ainda estão no oitavo ano, deixem esses dramas para o colegial. – as duas riram – Agora, que tal a gente dividir esse chocolate?

_ Espera aí. – a menina pulou da cama, correndo até a porta e abrindo. Caio e Gabriela despencaram no chão, fazendo as duas rirem – Não sabiam que é feio espiar por trás da porta?

_ O papai estava preocupado com você. – sorriu a caçulinha – Aí ele falou para nós ficarmos de olho.

_ Ou ouvido, não é? – Camila encarou o marido, de sobrancelha arqueada.

_ Todas contra o papai, que legal. – o fotógrafo fez bico, enquanto as duas filhas beijavam o rosto dele.

_ Vem, vamos comer o chocolate. – riu Marcela, puxando o pai e a irmã para sua cama – Mas eu quero que a mamãe conte as histórias da época de modelo dela.

_ Mereço uma casa cheia de mulheres. – dramatizou Caio, encostando na cabeceira e deixando as duas filhas deitarem nele – Vai amor, começa as histórias. Mas cuidado com o que vai falar, para não dar ideia para as duas.

~*~

_ Miguel? – Giane entrou no quarto do filho, encontrando ele jogando um bolinha de futebol para cima – Não vai vir jantar?

_ Ah mãe, to sem fome. – respondeu o garoto, encarando o teto.

_ Assim como estava cansado hoje no jogo. – a corintiana deitou ao lado do filho, encarando o teto com ele – A sua madrinha ligou.

_ Ah é? – o estômago do garoto revirou.

_ É... – concordou Giane – A Marcela também está sem fome.

_ Ah mãe, eu sei lá o que aconteceu. – bufou o menino, sentando – Estava tudo bem, até que, do nada, ela virou a cara para mim.

_ Do nada?

_ Do nada. – ele concordou – Ela estava com os fãs dela no intervalo, e eu conversando com a Clara. Aí quando fomos para a sala, ela nem olhou na minha cara.

_ É porque ela está com ciúmes, né idiota? – Belle marchou para dentro do quarto do irmão, sentando ao lado dele e da mãe – De você e da Clara.

_ Mas porquê? A Clara só estava comendo salgadinho comigo.

_ Porque ela acha que você é um galinha, né seu tapado? – bufou a menina, e Giane franziu o cenho.

_ O senhor anda galinhando?

_ Mãe, eu nunca beijei nenhuma garota, esse boato surgiu do nada. – garantiu o loirinho, e Belle riu.

_ Miguel nunca beijou ninguém, e eu já beijei dois meninos. Ganhei.

_ Você fez o que, Isabelle de Sousa Campana? – ela se retraiu ao ouvir a voz do pai – Giane, não foi assim que te mandei educar ela.

_ E você mandar em mim, hein Fábio Campana? – ela vincou a testa, enquanto o homem se encolhia – Depois conversamos sobre isso, está bem Isabelle? Agora vamos terminar o assunto Miguel e Marcela.

_ Micela. – Catarina veio pulando para dentro do quarto.

_ O que seria Micela? – perguntou o garoto, enquanto a irmã ria.

_ É o nome de vocês como casal. Todas as novelas e seriados tem isso. – explicou a pequena – Eu tenho nome para um monte de casais da nossa família.

_ Tenho até medo da criatividade dessa tampinha. – riu Fábio, sentando na cama com o resto da família – Aí, vocês não querem transferir a reunião pro nosso quarto? Essa cama tá pequena.

_ Para de reclamar, fraldinha. – riu Giane – E que nomes de casais você tem, hein Cat?

_ Você e o papai são Fabine; a tia Malu e o tio Mau são Maulu; a madrinha e o padrinho são Lunas, porque Juz fica estranho; a tia Mila e o tio Caio são Camio, porque foi o melhor que deu com os nome parecidos; e o Miguel e a Marcela são Micela. – explicou ela, fazendo todos rirem.

_ Curti esse negócio de Fabine. Ouviram crianças, batizem nosso primeiro neto ou neta assim. – brincou o pai, fazendo a esposa revirar os olhos e os filhos rirem.

_ Baixa a bola, por favor. – pediu a corintiana – Eu nem lembro mais qual era o começo da conversa.

_ Micela. – Fábio, Miguel, Belle e Cat disseram juntos, fazendo todos caírem na risada.

_ Tá bom, tá bom, Micela... Bom filho, acho que você devia conversar com a Ma e explicar tudo para ela. – aconselhou a corintiana.

_ Mamãe, eu não posso falar que eu nunca beijei ninguém, sendo que ela já beijou um menino. – o garoto corou.

_ Mas vocês se beijaram quando eram pequenos. – lembrou o pai.

_ Selinho não conta, né pai? Tem que ser beijo de verdade. – retrucou Belle, enquanto via o pai franzir o cenho – Te amo papai.

_ Essa menina tá querendo me matar, Giane. Ela realmente tá querendo me matar para ficar com a herança. – dramatizou o publicitário, enquanto a família ria – Mas enfim, ouça o conselho do seu pai: coloca a Marcela contra a parede e beija ela.

_ Fábio. – repreendeu Giane.

_ Que foi pivete? Foi o que eu fiz com você, e já estamos juntos há quinze anos. – o homem deu de ombros, enquanto os filhos faziam cara de nojo – Qual é, vocês não acham ainda que vieram da cegonha?

_ Eu vou te matar. – rosnou a corintiana.

_ Morrer de amor não dói. – ele deu um sorriso irônico – Mas ouça seu pai, é tiro em queda. E agora licença, que eu vou vazar daqui antes que sua mãe me quebre algum osso.

Dizendo isso, o publicitário pulou da cama, enquanto a esposa saia gritando e correndo atrás dele, seguida pelos filhos, que estavam as gargalhadas.

~*~

Na manhã seguinte, Fábio deixou os filhos na escola, fazendo um sinal de encorajamento para Miguel, que estava tremendo na base.

_ Vai lá Miguel, boa sorte para beijar a Marcela. – Cat beijou o rosto do irmão, saindo correndo. Belle ficou rindo, apertando o braço do irmão.

_ Você vai saber o que fazer. – piscou para ele – Eu enviei uma mensagem e pedi para ela me encontrar dentro da grade do parquinho.

_ Valeu Belle. – o menino saiu correndo, deixando a irmã aos risos.

Chegando ao parquinho, viu Marcela de costas para ele, apoiada na grade do lado de dentro do brinquedo. Miguel suspirou, caminhando até lá e entrando na armação, surpreendendo Marcela.

_ Er... Oi. – ele cumprimentou, meio sem graça.

_ O que você está fazendo aqui? – Marcela ficou emburrada, enquanto ele engolia em seco.

_ Eu vim conversar com você, para saber porque você está tão estranha comigo. – ele foi firme, tampando a saída do brinquedo – E não vou te deixar sair daqui até você fazer isso.

_ Você não tem nenhuma menina para dar em cima? A Clara, talvez? – resmungou a menina, fazendo Miguel sorrir – Que foi?

_ Você tá com ciúmes de mim. Isso é fofo. – ela revirou os olhos.

_ Você é muito chato, sabia Miguel? – Marcela colocou as mãos na cintura – Agora me deixa sair.

_ Não.

_ Anda.

_ Não.

_ Miguel de Sousa Campana, me deixa sair agora.

_ Só depois que eu fizer uma coisa.

_ Então faz logo ué.

_ É que eu não sei direito como fazer.

_ E o que é?

_ Te beijar. – isso pegou Marcela de surpresa, mas ela logo se recompôs.

_ Eu não quero ser mais uma na sua lista de namoradinhas.

_ E que tal ser a primeira? – isso desarmou Marcela novamente.

_ Você está falando sério?

_ É claro que eu to. Você acha que eu diria algo assim se não fosse verdade? Sabe o quanto vão me zoar se descobrirem que eu sou BV? – Marcela riu do primo – E é só que...

_ Miguel, cala a boca, tá bom? – a menina o empurrou de encontro com a grade, colando a boca com a dele.

Ele ficou sem reação por um instante, antes de segurar ela pela cintura, da mesma maneira que via o pai fazer com a mãe. Quando Marcela o soltou, ela sorria para ele.

_ Amigos de novo? – ele piscou, um pouco em choque.

_ Cla-claro. Os melhores. – ele sorriu lindamente, fazendo-a sorrir também. Ela deu um selinho nele, antes de pular pela saída e correr pelo pátio, deixando Miguel à ver passarinhos. Ele pegou seu celular, digitando uma mensagem.

~*~

Fábio estava sentado em sua sala, com Giane em seu colo, os dois discutindo as fotos de uma campanha, quando seu celular vibrou. Ele pegou o aparelho, vendo uma mensagem de Miguel.

_ “Pai, você é um gênio”. – riu o publicitário – Será que Micela é real?

_ Talvez ainda não... Mas Fabine também demorou um pouquinho, não é? – rebateu Giane, fazendo o marido rir.

_ Adorei esse nome de casal, de verdade. – beijando a esposa – Será que eles vão ser felizes como a gente, hein corintiana?

_ Não sei, são paulino, se eles brigarem no meio dos jogos e fizerem as pazes depois, talvez. – riu a mulher, enquanto o marido apertava o botão na mesa que trancava a porta e fechava as persianas – Você não presta.

_ Cala a boca e me beija, ou eu vou ter que te prensar na parede? – ele arqueou a sobrancelha.

_ Como disse seu filho... Você é um gênio.

_ Ai sua tranqueira.

E o resto... Já sabem né?


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Notas finais do capítulo

Cat é um gênio né? UM AMOR DE PERFEIÇÃO ESSA CRIANÇA