Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 51
Crescendo


Notas iniciais do capítulo

Hey gente
Tive a ideia para esse capítulo ouvindo algumas músicas velhas, e lembrando de dançar com o meu pai e a minha mãe pela casa, quando eu era bem pequena. E foi daí que veio esse capítulo.
Espero que gostem.



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_ Papai? – Fabinho ergueu os olhos, encontrando Belle em um vestidinho, sorrindo travessa.

_ Onde a senhorita pegou esse vestido? – ele arqueou a sobrancelha, sentando no sofá.

_ No closet. – ela riu, correndo e rodando na frente dele – Eu to bonita?

_ Está a princesa mais linda do papai. – ele riu, sentando-a sobre sua perna – Mas acho que é perua demais para alguém de seis anos.

_ A princesa tem que ficar bonita pro príncipe, né papai? – o publicitário fechou a cara.

_ E posso saber quem é o seu príncipe?

_ Ora bolas, é você. – ela deu um sorrisinho com a janelinha da frente, e ele sorriu de volta – Você dança comigo, hein papai?

_ Não precisa nem pedir. – ele levantou, indo até a TV – Que música você quer?

_ Pode escolher, eu deixo.

_ Eu vou colocar uma bem antiga, mas que o papai gosta bastante. – ele colocou um DVD do Roupa Nova, procurando a música.

_ Mas essa música não é da Sandy e Junior? – perguntou a criança, quando começou a tocar “A Lenda”.

_ Não princesa. A música é deles, a Sandy e Junior fez uma versão dela. – Fabinho explicou, parando em frente a filha – Sobe nos pés do papai.

Belle riu, subindo nos pés do pai e abraçando sua cintura. Ele pegou uma das mãos dela, começando a dar passos largos e ritmados, rodando pela sala e fazendo a criança rir. Não conseguia evitar o sorriso no rosto, já que aquele era um de seus sons favoritos.

_ Eu vou sempre poder dançar nos seus pés, né papai?

_ Enquanto você quiser, você pode se apoiar no papai para dançar. – ele sorriu, a abraçando mais apertado.

Agora ele estava ali, observando a foto que Giane tirara sorrateiramente, escondida na cozinha, imortalizando aquele momento entre pai e filha. E só o que ele conseguia pensar era quando sua princesinha havia crescido.

_ Fábio, sai do mundo da lua e me ajuda, pelo amor de Deus. – implorou Giane, massageando as têmporas – Foi mais fácil quando eles eram apenas bebês e nós escolhemos tudo do quarto deles.

_ Eles sequer eram nascidos quando isso aconteceu. – ele lembrou, guardando o celular e observando os três filhos correndo pela loja de móveis – Eles são três, nós somos dois. Qual o plano?

_ Fica com o Miguel, eu fico com a Belle. Vemos o da Cat por último, porque como é a primeira vez que ela escolhe alguma coisa pro quarto, vai querer de tudo e mais um pouco. – ponderou a corintiana, e o marido assentiu – Boa sorte.

_ Pra você também. – eles se separaram, indo até os filhos.

Depois da primeira menstruação, Belle havia aparecido com a bomba: queria um quarto só dela. Ela e Cat já estavam grandes, começavam a ter gostos bem diferentes, e a decoração meiga e de ursinhos, ali desde o nascimento da caçula, não agradava em nada a primogênita.

E como Miguel também já estava de saco cheio do ursinho soltando pipa em sua parede, os pais concordaram em remodelar os quartos das crianças.

Uma pequena reforma foi feita, transformando o antigo quarto de brinquedo das meninas em mais um banheiro, que seria dividido pelas duas, deixando o antigo apenas para Miguel. O closet dos três ficou apenas para Cat, já que ficava do lado do novo quarto dela. Um nova divisória foi colocada no quarto de Belle, criando um closet para ela. E o quarto de brinquedos de Miguel ganhou uma porta para o quarto do garoto, e seria usado como closet/armário de bagunça.

E as ideias para os quartos apenas o faziam sentir mais o peso da idade. Cat, com oito anos recém-completos, ainda estava em uma fase de contos de fadas, que ele e Giane a muito custo impunham, mantendo ela o mais longe possível do mundo virtual e irreal e mais ligada no da fantasia. E pelo jeito que ela estava circulando nos itens das princesas da Disney, ele já podia até imaginar como seria o quarto dela e que não demoraria mais que alguns anos para eles terem que refazer tudo.

Já Belle e Miguel, ambos as vésperas de completar 12 anos, eram bem moderninhos. Não apenas gostavam de jogos e aparelhos eletrônicos, mas também de qualquer coisa que os mostrasse como “jovens” e não como “crianças”.

O menino foi relativamente rápido e decidido, escolhendo os móveis e itens de decoração com facilidade e um olho que admirou o pai. Foram juntos ajudar Cat, a direcionando com as coisas que queria, mesmo que fosse impossível demovê-la da ideia de um quarto das princesas.

Por fim, já estavam com tudo escolhido para os dois quartos, mas Giane e Belle ainda estavam em um impasse.

Nada agradava a jovem Campana, ou atendia suas expectativas. Ela havia concordado com um móvel que pegasse a quina do quarto, e escolhido uma cama nova (os móveis antigos iriam para o apartamento que eles haviam comprado na praia), mas algo a incomodava: faltava o toque final.

A mãe deu todas as ideias possíveis, sugestionou o quanto pode, ameaçou deixa-la sem nada durante um ataque de birra, mas Isabelle era cabeça dura e marrenta, exatamente como os que a haviam gerado. Não seria fácil convencê-la a aceitar qualquer coisa.

_ Vai ver o que os dois escolheram, eu vou tentar chegar à um acordo aqui. – pediu Fábio, rindo da careta da esposa. Ela assentiu, saindo com os filhos mais novos, enquanto ele parava ao lado da mais velha – E aí? Nenhuma ideia?

_ Não acho o toque perfeito. – ela bufou – Isso é um saco, pai.

_ Pai? Desde quando você me chama assim? Cadê o papai? – ele perguntou, um biquinho fofo no rosto.

_ Papai é coisa de bebezinho. Eu já sou crescida. – ela lembrou, dando um risadinha – Você tem alguma ideia?

_ Bom... Você sempre gostou de borboletas, desde pequena. – ele apontou alguns adesivos de parede – Você adorava caçar elas quando íamos ao parque.

_ Borboletas. – os olhos da menina brilharam – Por que eu não pensei nisso antes?

_ Porque você estava muito ocupada brigando com a sua mãe. – os dois riram – Podem ser as borboletas?

_ Sim. – ela apanhou alguns adesivos enormes, que o pai tirou de suas mãos, vendo que ela não conseguia segurá-los sem amassar – Obrigada.

_ De nada, princesa. Vamos encontrar sua mãe e seus irmãos.

Estava cada vez mais difícil lidar com o fato de que os filhos estavam crescendo, especialmente Isabelle. Talvez por ser a mais velha, apesar de ser gêmea de Miguel, seu crescimento pegava mais no pai. Isso, somado à chegada próxima dos 40, eram o bastante para fazer o homem ter enxaquecas.

Apesar de ainda estarem apenas no 7º ano do Ensino Fundamental, os gêmeos já começavam a falar sobre seus futuros. Miguel ia bem em português, mas odiava as demais matérias. Porém, quando ia passar a tarde na agência com o pai, demonstrava um talento nato na parte de criação gráfica e softwares, apesar de nunca ter tido uma aula sobre isso na vida.

Belle, por outro lado, ia bem em todas as matérias. Tinha uma memória impressionante, e nenhum problema para estudar para as provas. Ainda fazia futebol com o irmão, todas as terças e sextas; ballet com Marcela às segundas e quintas; e agora haviam também as aulas de teatro, às quartas e sábados à tarde. Parecia demais para alguém daquela idade, mas ela dava conta de tudo com maestria.

Ela dizia que queria estudar artes cênicas e se tornar atriz ou bailarina. Ele cogitava fazer publicidade e seguir os passos do pai. Não importava que ainda tivesse mais que cinco anos para pensar nisso. Se tinha uma coisa que os gêmeos Campana tinham em comum, era que ambos eram muito decididos.

E por maior que fosse o orgulho de Fábio com as ideias dos filhos, era assustador pensar o quanto estavam crescidos, sendo que ele lembrava de ambos pequenos em seu colo, se aninhando à ele para sentir o sol da manhã entrando pela porta da varanda, quando os três pegavam no sono juntos.

_ Não se preocupe. – Belle o abraçou, enquanto passavam as compras – Não importa como eu te chame, você vai ser sempre meu papai.

_ Agora... Seu bobo. Pode me amassar a vontade Belle. – ele disse para a filha, que gargalhou, batendo as mãozinhas.

_ Dada. – ela gritou, assustando os dois. Irene e Margot apareceram na porta da cozinha rapidamente, e todos observaram a pequena Belle – Dada.

_ É papai, você vai ser sempre o papai. – riu Cat, o abraçando pelo outro lado.

_ Cê gosta de ver o papai ser palhaço? É isso? – ele perguntou, com um sorriso enorme. Em resposta, Cat sorriu e soltou:

_ Papa. – ele arregalou os olhos, vendo o sorriso da pequena se alargar.

_ Agora só falta o Miguel. – riu a caçulinha, fazendo o irmão bufar.

_ Ele sabe que ele vai ser sempre o papai, não preciso falar né? – Fábio riu, puxando o filho e o abraçando junto com as duas meninas.

Giane apenas observava pelo canto do olho, disfarçando o quão emocionada aquela cena a deixava. Sua única reação foi suspirar.

_ Eita família melosinha que eu fui arranjar.


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Notas finais do capítulo

É isso aí.
Até breve ;@