Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 39
Princesinha




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Apesar do luto que se seguiu a morte de Madá, a chegada do primeiro aninho da caçula dos Sousa Campana, reacendeu o ânimo e alegria da família toda. O tema da festa gerou grandes discussões, especialmente entre os irmãos mais velhos da menina, que não chegavam a um acordo:

_ Vai ser da Hello Titty.

_ Não vai. Vai ser da Galinha Pintadinha.

_ Não, do Backiadigans.

_ Você fala errado Belle, você é burrinha.

_ Parou os dois. – mandou Fabinho, entrando na discussão dos filhos. Ele e Giane estavam na cozinha, terminando o jantar, enquanto os filhos brincavam na sala. Catarina parecia alheia a discussão dos irmãos, mais concentrada em brincar com as bonecas – Se eu ouvir você chamando sua irmã de burra de novo, a conversa com você vai ser outra, está ouvindo Miguel?

_ Mas pai...

_ Sem mais. – o homem o cortou – Eu e a mamãe deixamos vocês escolherem o tema da festa, mas já estamos nos arrependendo. Ou vocês dois chegam a um acordo, sem brigar, ou nós dois que vamos escolher. Entendidos?

_ Tá bom. – as crianças concordaram, com a cara emburrada. Fabinho ainda os encarou um tempo, esperando ver se voltariam a discutir. Saiu devagar e em silêncio, prestando atenção.

_ Porque mesmo nós tivemos gêmeos com personalidades tão difíceis? – ele bufou, voltando a arrumar a mesa. Giane riu.

_ Porque você é “o cara” e não faz nada pela metade. – ela citou o que ele havia dito após o ultrassom, quando descobriram serem dois bebês – E quanto a personalidade... Só se eles fossem filhos do padeiro para tentar ser mais fácil.

_ Olha, preferia que você tivesse pulado a cerca. – o homem brincou, recebendo um beliscão – Ai pivete, to brincando. Adoro o gênio forte deles, igualzinho a cabeça dura que é a mãe deles.

_ E o pai também, né? – os dois riram, enquanto ele a abraçava por trás, beijando seu rosto – Tá romanticozinho agora, é amor?

_ Eu sempre sou romântico, e você adora isso. – ele garantiu, enquanto a observava mexer o strogonoffe – Eles ficaram quietos demais.

_ É melhor eu ir lá dar uma olhada. – ela riu, se soltando dele – Fica de olho no jantar, por favor.

Ele resmungou algo, enquanto ela se afastava em direção a sala. Chegando lá, viu Miguel brincando com os carrinhos, enquanto Belle contava historinhas para a irmã, usando as bonecas.

_ Ai, a Cinderela foi no castelo da Branca de Neve, porque a Branca tinha um cachorrinho azul. – Giane riu do jeitinho da filha contar histórias – E a Bela ficou brava, porque ela gostava do cachorrinho.

Se apoiou na parede, assistindo a cena. Catarina tinha os olhos fixos na irmã, quase não piscava. Belle tagarelava, soltando e apanhando as bonecas conforme elas apareciam na história, engrossando e afinando a voz, fazendo som de animais.

_ Tem um fio de baba escorrendo. – ouviu a voz de Fabinho em seu ouvido, e deu uma risada – Cê é a mãe mais coruja do mundo, já te avisaram disso?

_ Falou o pai coruja do século. – os dois riram, voltando a observar as crianças – A Belle leva jeito pra contar histórias.

_ Também, cê já viu a imaginação fértil que ela tem? – Fabinho perguntou, arregalando os olhos – Giane, te juro, eu estava sentado com ela e o Miguel enquanto eles desenhavam. Cada um estava com um bloco de papel. Ela acabou com o dela em meia hora, porque transformou em um livro.

A esposa riu, enquanto voltava a observar as duas meninas. Catarina segurava a boneca da Bela Adormecida, tentando tirar a coroa da boneca. Os cabelos da caçulinha haviam clareado durante o ano de vida, e agora estavam pouco mais escuros que os de Miguel.

_ Miguel, Belle? – ela chamou os filhos, que a encararam. Catarina ergueu os olhos para mãe, a cabeça da boneca enfiada na boca – Acho que tenho um bom tema para a festinha da Cat...

~*~

_ Cat, você é a Bela Adormecida, e eu sou a Bela. – Isabelle pulava pelo quarto, sua fantasia se agitando e espalhando glitter para todos os lados.

_ Minhas duas princesinhas estão maravilhosas. – Fabinho entrou no quarto, apanhando a filha mais velha do chão – Só não te quero com graça pra nenhum príncipe, entendida?

_ Tá bom. – a garotinha riu, plantando um beijo na bochecha do pai – Eca. Barba.

_ Já mandei fazer a barba. – riu Giane, terminando de arrumar Catarina.

_ Cê curte quando eu passo a barba no teu cangote, nem vem. – ela o repreendeu com o olhar – Tá, desculpa. Não falo mais.

_ Eu sou o Batman. – Miguel entrou correndo com sua fantasia, fazendo a irmã gêmea bufar – Eu vou pular da janela e sair voando.

_ Você vai é ficar bem longe da janela, seu maluquinho. – Giane pegou a filha mais nova, correndo em direção ao garoto – Nem começa com essas gracinhas, ou essa fantasia some. Entendido?

_ Sim. – ele sorriu para a mãe, e Fabinho gargalhou.

_ Gente, é igualzinho a mim.

_ E isso é bom? – a corintiana bufou – Vamos descer logo, antes que ele resolva aprontar mais uma.

Nos fundos da casa, a decoração já estava armada, assim como os brinquedos infláveis. Coroas de plástico aguardavam as “princesinhas” que viriam (em grande parte, coleguinhas de Belle), e espadas esperavam os príncipes.

Margot e Irene já corriam de um lado para o outro, dando os últimos toques na comida entregue pelo buffet. Plínio e Silvério observavam Pedro, que já pulava na cama elástica, vestido como o Superman. Logo Miguel fazia companhia ao tio, enquanto Belle guiava a irmã caçula pela mão.

_ Você acha que foi uma boa deixar os meninos virem de super-heróis? – perguntou Giane, enquanto andavam pelo jardim.

_ Se eles quisessem vir de príncipe, aí eu acharia que tem coisa errada. – ela fuzilou o marido – Qual é tranqueira, eles são meninos. Tem que gostar de coisas de meninos.

_ Acho isso sexista demais.

_ Amor, sexista é a última coisa que nós somos. A Belle joga bola com os meninos da rua. Se eu fosse sexista, não deixaria ela fazer nada além de brincar de bonecas. – ele apertou o queixo da mulher – Não fica encanada, eles são crianças, e estão agindo como tal.

Ela sorriu, vendo o marido se afastar. Mesmo depois de tanto tempo, ainda conseguia ficar surpresa com o quanto ele havia amadurecido.

~*~

O bolo foi cortado no começo da noite, já que Catarina havia se recusado a cochilar, portanto estaria rabugenta logo.

Miguel e Belle pulavam nas cadeiras ao lado do bolo, enquanto Fabinho segurava a filha caçula. Giane, Malu e Camila tentavam aquietar as crianças ao redor, para que pudessem cantar.

_ Gi, acende a vela logo. – implorou Fabinho, vendo Miguel quase cair na decoração.

_ Gi. – ela debochou, fazendo o bufar – Calma fraldinha, já to acendendo.

Assim que ela acendeu o número 1, o homem começou a puxar o coro. As crianças cantavam e batiam palmas, enquanto Giane batia as mãozinhas da filha, que ria no colo do pai.

_ Apaga a vela. – Belle gritou, e ela e Miguel se inclinaram, mas os pais os seguraram – Mãe.

_ É a vela da Cat, ela que vai apagar. – lembrou Giane – Vocês podem ajudar, está bem?

Os gêmeos concordaram, ainda animados. Fabinho segurou a filha de frente, usando o outro braço para apoiar Miguel, enquanto Giane fazia o mesmo com Belle. Contaram até três e assopraram juntos, as crianças rindo e o flash de Caio estourando.


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