Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 34
Dia a dia


Notas iniciais do capítulo

Heey
To com sono
HUAHUAHUAHUAHUA



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Rotina

O despertador tocou pontualmente as 7h45 da manhã. Fabinho bateu no botão e desligou o apito, enquanto ele e Giane se espreguiçavam.

_ Bom dia bezerrão. – a mulher se inclinou sobre o marido, lhe dando um selinho.

_ Bom dia tranqueira. Tá com bafo. – ele alfinetou, recebendo um beliscão – Fazer o que, eu gosto desse bafo de feijão.

_ Feijão dá gases. E isso você tem de sobra, né meu amor? – ela se sentou, jogando as pernas para fora da cama e se levantando.

_ Quando casou comigo, casou com os meus puns também. – ele se levantou atrás dela, os dois rumando para o banheiro – Porque cê levanta comigo? As crianças só vão acordar mais tarde.

_ Eu tenho uma casa para cuidar, sabia? – ela perguntou rindo – A Santa cuida da faxina, mas eu tenho que lavar roupa, fazer comida, além de cuidar dos nossos filhos...

_ Boa sorte para você. – Fabinho riu, enquanto cuspia a pasta de dente na pia – Eu tenho duas reuniões longas hoje, uma antes e uma depois do almoço. Não sei se vai dar para voltar.

_ Tudo bem... Eu vou levar as crianças na Casa Verde agora de manhã, a Belle quer colher flores com o Bento. – avisou Giane, enquanto começavam a se trocar – Ah, e eu e a Camila vamos visitar um estúdio de balé. Sabe o quão fru-fru é isso?

_ E porque vocês vão em um estúdio de balé? – Fabinho tentava não rir da careta da esposa.

_ Porque a sua filha invocou que quer ser bailarina. Mas também quer ser jogadora de futebol. E ela decidiu isso com menos de quatro anos de idade. – a corintiana bufou, enquanto o marido ria.

_ Puxou seu gênio difícil, fazer o que? – ele ajeitou a camisa – Mas ela ainda tá muito pequena pra fazer futebol, ela e o Miguel. Pelo menos em uma escolhinha. Acho que é algo competitivo demais, sério demais.

_ Concordo com isso... Acho que podemos esperar mais um ou dois anos para colocá-los na escolhinha. Até porque, eu sou melhor que muito professor por aí. – ela provocou, enquanto saiam do quarto de mãos dadas, falando baixinho.

_ Claro, moleques de rua treinam o tempo todo, mais até que jogadores profissionais. – ele rebateu, os dois rindo – Você foi no supermercado?

_ Não, minhas tardes estão lotadas. – ela suspirou.

_ Então vai hoje a noite. Deixa a Cat comigo na agência as 16h30, eu pego os gêmeos e você vai ao mercado. – ele propôs, enquanto começavam a preparar as coisas para o café.

_ Pode ser... – ela concordou, enquanto preparava as torradas e o café. Fabinho espremia laranjas – Ah, a Malu ligou ontem... Ela quer levar as crianças no parque no final de semana, lá no Villa Lobos.

_ Tudo bem. – concordou o publicitário – Droga, esqueci de soltar a Nina para fazer xixi.

_ Então vai, porque eu não quero a lavanderia cheirando urina. – mandou a morena. O homem saiu para a lavanderia, encontrando a filhote sentada, ansiosa.

_ Desculpa tampinha, esqueci que você também precisa de ajuda para ir ao banheiro. – ele riu, abrindo a porta e deixando que a cachorra corresse para o quintal. A observou ir até o arbusto de sempre, erguer a patinha e urinar. Depois correu até o pé da laranjeira que Giane havia plantado, defecando – Ótimo, ainda tenho que limpar coco.

Quando voltou à cozinha, Giane já havia colocado a mesa e havia sumido, na certa ido pegar Catarina, antes que ela acordasse Belle.

_ Bom dia papai. – ouviu a esposa fazendo voz fina, enquanto entrava na cozinha com a filha no colo.

_ Bom dia princesinha linda. – o publicitário pegou a pequena, que sorriu largo – Dormiu bem meu anjinho?

_ Só pelo fato de ela ter chorado apenas duas vezes, quer dizer que sim. – lembrou Giane – Vamos comer?

Os dois sentaram nas banquetas, começando a se servir. Fabinho segurava a filha apoiada na perna, Catarina ocupada em brincar com seu mordedor. Perto das 8h30, o homem se levantou, passando a filha para a esposa.

_ Eu vou acordar as crianças... Já que eles não vão me ver no almoço, melhor eu falar com eles agora. – ele saiu, deixando Giane sorrindo sozinha. Era lindo ver o carinho e apego do marido com os filhos, seu esforço para ser o pai mais presente possível, mesmo com o trabalho.

Cerca de vinte minutos depois, ele apareceu com Isabelle no colo, manhosa, enquanto Miguel corria a sua frente.

_ Bom dia mamãe. – desejou o menino, subindo no apoio de pés da banqueta, para alcançar o rosto da mãe e lhe dar um beijo – Bom dia Cat.

_ Bom dia meu príncipe. – Giane o beijou na cabeça, enquanto Catarina dava um beijo babado no irmão, que ria – E você Belle, porque tá manhosa?

_ To com sono mamãe, quero dormir. – resmungou ela, enquanto o pai a sentava na banqueta.

_ Você não vai com a mamãe lá na Casa Verde, pegar flores com o tio Bento? – perguntou Fabinho, enquanto ajudava Miguel a sentar – Bom, eu to na minha hora. Hoje o papai e a Cat que pegam vocês dois na escola, tá bom?

_ Tá bom. – concordaram os gêmeos, enquanto o pai beijava ambos.

_ Até mais tarde pivete. – ele deu um selinho na esposa – E você também tampinha.

_ Tchau papai. – Giane afinou a voz, fazendo o marido e os filhos rirem. O publicitário pegou as coisas, indo para a garagem – Muito bem... O que vocês querem comer?

_ Sucrilhos. – pediu Miguel.

_ Quero torrada com requeijão. – pediu Belle – E suco.

Giane colocou a caçula no balançinho, enquanto servia os filhos mais velhos. Enquanto eles comiam, começou a dar um jeito na louça que ela e o marido haviam feito, enquanto ouvia as crianças contarem as histórias de sempre.

Quando eles afinal terminaram, ligou a TV e os deixou assistindo desenhos, para poder amamentar Catarina, que estava resmungando de fome. Depois, a colocou com os brinquedos e voltou para a cozinha, para terminar de arrumá-la.

Já era quase dez horas quando levou os filhos para trocarem de roupa, aproveitando que Santa já havia chegado. A mais velha começava a arrumar a sala, enquanto a corintiana vestia os três e já separava as coisas da escolhinha, já que almoçariam com Silvério e Margot na casa deles.

_ Mamãe, papai vai almoça com a gente? – perguntou Miguel, enquanto a mãe os prendia no carro.

_ Não querido, papai tem reunião na agência. Por isso nós vamos almoçar com a vovó e o vovô, enquanto ele almoça com a tia Sílvia e o tio Érico, tá bom? – a mãe perguntou, enquanto entrava no carro e dava partida.

_ E porque ele vai busca a gente? – perguntou Belle, curiosa.

_ Pra mamãe ir ao supermercado. Eu vou deixar a Cat com ele, e eles dois vão buscar vocês. – explicou a mais velha, enquanto dirigia.

_ E porque a gente não pode ir? – reclamou Miguel.

_ Porque vocês são bagunceiros demais. – a mãe riu – Que música vocês querem ouvir?

_ CAPITAL! – berrou Miguel, assustando as mulheres – Desculpa.

_ E depois mulher que é escandalosa. – suspirou Giane, procurando a música no pendrive.

_ E a fantasia da Bela? – perguntou Belle, se lembrando de repente.

_ Nós vamos amanhã na costureira, para você provar a fantasia. – explicou a mãe – E você experimentar a sua do Príncipe, ouviu senhor Miguel?

_ Ah mamãe, príncipe é chato. Quero ser o Batman. – Giane riu da carinha do filho.

_ Eu sei meu amor, mas para a peça da escola, você tem que ser o príncipe. – o garotinho bufou – Achei que você tava feliz que a Marcela ia ser sua princesa.

Miguel apenas corou, baixando os olhos, enquanto a mãe e a irmã gêmea riam. Cat, alheia a tudo, se divertia em morder a bonequinha em sua mão, tentando aliviar a dor na gengiva.

Na Casa Verde, o clima era o mesmo de sempre: pessoas pelas ruas, vizinhos conversando, gente se metendo na vida do outro, todos se divertindo. Assim que Giane estacionou o carro, Mayara e André apareceram correndo, abrindo as portas e soltando os gêmeos.

_ Cuidado aonde vão levar eles dois, está bem? – pediu a mãe, vendo os meninos assentirem e correrem com os pequenos em direção à casa de Bento – Como se eu tomasse muito cuidado quando era criança.

Enquanto ia para a casa do pai e da sogra, cumprimentava os vizinhos e deixava que eles babassem Catarina. A pequena era o xodó da vizinhança, já que era a caçulinha do lugar. Normalmente ela gostava da atenção, mas estava particularmente azeda naquele dia, por conta de mais um dentinho que rasgava.

_ Deu o mordedor? O remédio? – perguntou Margot, enquanto a netinha babava em sua mão.

_ Tudo que você pensar dona Margot... – suspirou Giane – E eu ainda vou ter que tirar ela do peito de vez. Ela me deu uma mordida hoje, que tá doendo até agora.

_ Os gêmeos você tirou logo que completaram seis meses, ela você ainda esperou um pouquinho. – observou a sogra.

_ Ah, é que é uma sensação muito gostosa, amamentar eles. E é até triste pensar que, depois que ela desmamar, isso não vai mais acontecer. – Giane admitiu, dando de ombros – Mas melhor resolver isso logo, senão daqui a pouco estou com os peitos no chão.

_ Que exagero. – riu a mulher – Tá convivendo muito com o Fabinho.

_ A senhora conhece o filho que tem. – Giane riu, se levantando – Bom, vou ver aonde o André e a Mayara levaram os gêmeos... Posso deixar a Cat com você?

_ Que pergunta, claro que sim. Vou adorara babar um pouco na minha netinha. – a corintiana concordou, saindo de casa em busca dos filhos.

Como esperado, Miguel e Isabelle estavam na estufa de Bento, o menino brincando com o videogame de André e a menina montando vasos com o tio. Mayara os ajudava, os três rindo de alguma coisa.

_ Olha, deu até um pouco de nostalgia. – comentou a mulher, atraindo as atenções para si – Meus filhos somem, tenho que procurar por eles né?

_ Mamãe, olha a oquidia que eu arrumei. – chamou Belle, e a mãe caminhou até ela, sentando ao seu lado. Sorriu com nostalgia – Que foi?

_ Essa foi a primeira flor que eu ensinei seu pai e arrumar. – explicou a mulher, acariciando a cabeça da filha.

_ E ele arrumou direitinho? – perguntou a menina, sorrindo.

_ Ah, cê conhece teu pai. Fez careta no começo, mas fez tudo bonitinho. – garantiu a mãe, observando o vaso da filha – E você também... Está linda sua orquídea.

_ ‘Brigada mamãe. – Belle beijou o rosto de Giane, descendo de seu colo e indo mostrar o vaso para o irmão.

_ Reconsiderando voltar? – brincou Bento, fazendo a ex-sócia rir.

_ Com três crianças, um marido e uma casa para cuidar? – cogitou Giane, fazendo cara de pensativa – É... Acho que não. – os dois riram em conjunto – E você Mayara, como está o colégio?

_ Complicado... Último ano antes do vestibular, tudo meio corrido. – explicou a menina – Eu estou nas provas finais, faltam poucos dias para terminar e eu saber como fui.

_ E você já prestou algum vestibular, ou vai fazer cursinho? – perguntou a corintiana.

_ Eu vou fazer cursinho, e ai prestar. – explicou Mayara – Ia ficar meio pesado lidar com o terceiro ano, mais o cursinho e a ajuda para o tio Bento.

_ Eu falei para ela se dedicar só aos estudos, mas ela é louca por ajudar na Acácia. – explicou o florista, orgulhoso.

_ Bom, eu preciso levar as crianças almoçarem. E acho que a tia Salma já está esperando vocês. – Giane se levantou – Querem carona até o colégio?

_ Não, a tia Mayara almoça aqui hoje. Aí ela leva a gente. – garantiu André, trazendo os gêmeos.

_ Não podemos ficar mais? – perguntou Miguel, e a mãe negou.

_ Temos que almoçar, porque nós precisamos ir para a escolhinha. – explicou ela, acariciando o rostinho dele – Hoje vocês tem ensaio, lembra?

_ Tá bom. – concordou Miguel, indo até André e fazendo um “toca aqui”. Repetiu isso com Bento e depois deu um beijo em Mayara. Belle correu até o tio, lhe dando um longo beijo no rosto. Depois repetiu o ato com André e Mayara, antes de darem as mãos para a mãe.

_ Tchau gente, boa aula crianças. – despediu-se Giane, saindo com os filhos – Belle, sua orquídea...

Bento trouxe a flor para a menininha, que pegou sorrindo. Giane saiu da estufa com os filhos, que começaram a contar o que haviam feito no meio tempo em que haviam ficado separados da mãe.

_ Miguel, coma seus brócolis. Agora. – mandou Giane, enquanto almoçavam. Ela dava a papinha de Catarina, enquanto comia sua própria comida.

_ Mas eu não quero. – reclamou o menino.

_ Mas precisa. E você pode parar de tirar o tomate, Isabelle. O combinado é comer tudo que está no prato, ou não ganham sobremesa. – bronqueou a mãe – Se sobrar coisa aí, nada de pudim da vovó.

_ Eu obedeceria a mamãe, porque o pudim da vovó é muito bom.

Todos viraram para a porta, por onde Fabinho entrava sorrindo. As crianças largaram os talheres, pulando das cadeiras e correndo até o pai, que riu. Ele se abaixou, pegando os filhos do chão, e começando a enchê-los de beijos.

_ Você não ia almoçar com o tio Érico? – perguntou Belle, e o pai confirmou.

_ Mas eu estava morrendo de saudades de vocês, e ele do Gabriel. Então a gente fugiu da tia Sílvia, e veio almoçar com vocês. – Fabinho colocou as crianças nas cadeiras – Agora comam direitinho, que nem a mamãe mandou.

Os gêmeos ainda resmungaram um pouco sobre os vegetais, enquanto o pai beijava o rosto de Margot e ia até a esposa e a filha caçula. Encheu o rosto de Cat de beijos, fazendo a pequena rir, e sentou ao lado da esposa.

_ Oi amor. – lhe deu um selinho.

_ Você mima demais as crianças, sabia disso? – ela perguntou rindo, lhe dando outro selinho – Almoça depressa e aí nós levamos eles juntos.

_ Esse é o plano, porque vim sem carro. – o publicitário piscou para a esposa, começando a encher o prato – E eu vim em bom dia, porque lasanha de queijo da dona Margot... É insuperável.

_ Você fala isso porque não é você que aguenta o resultado da sua intolerância a lactose. – suspirou Giane, voltando a alimentar a filha.

_ Em minha defesa, só sou 25% intolerante.

No caminho para a escola, as crianças não paravam de falar. Catarina ria das palhaçadas dos irmãos, especialmente quando eles começavam a cantar alto e errado. Giane observava tudo com o olhar apaixonado, enquanto Fabinho dirigia segurando sua mão. Para qualquer um, eles eram uma família de comercial de margarina.

_ Muito bem criançada, papai pega vocês aqui às 17h. – prometeu Fabinho, beijando a cabeça dos dois, enquanto Giane falava com as professoras – E nós vamos tomar sorvete. Mas não contem para a mamãe.

_ Tá bom. – riram as crianças, beijando Cat e correndo para a mãe – Tchau mamãe.

_ Tchau amores. Se comportem, está bem? – pediu ela, beijando os dois – Até de noite.

_ Até. – Belle deu a mão para a professora, indo para a sua sala. Miguel apenas saiu correndo, com a professora um pouco atrás.

Depois disso a tarde correu depressa. Fabinho teve uma reunião com um cliente, mas acabou cedo, permitindo que ele começasse a trabalhar na campanha do cliente da manhã, na companhia de Jonas.

Giane encontrou com Camila perto das 14h, e elas rodaram por oito estúdios de dança diferente, até que um agradou a ambas. Era uma escola moderna, com foco em crianças pequenas, e com uma boa localização. Tudo que elas precisavam.

Por ser novembro, as meninas só poderiam começar no ano seguinte, então já deixaram a matrícula feita, mas só contariam em janeiro.

Na saída do estúdio, uma surpresa: Camila precisava passar no laboratório.

_ Cê tá brincando comigo? – Giane gargalhou, vendo a amiga ficar sem graça.

_ Qual é, eu to nervosa... Vai comigo, por favor. – a modelete faz carinha de pidona, e Giane assentiu. Até porque, estavam as duas no carro da corintiana.

No laboratório, havia uma menina de 16 anos esperando o resultado do seu exame. Era hilário ver a calma de uma menina tão jovem e despreparada, comparado a ansiedade e nervosismo de Camila, que já era mãe de família.

_ Ai Giane, será que eu dou conta de dois? – a mulher chacoalhava o envelope, tremendo no lugar – Eu vejo você com três, e quase entro em parafuso.

_ Camila, um passo de cada vez. – pediu Giane – Primeiro vamos abrir esse envelope, tá bom? Aí você pensa no que faz.

Camila concordou, rasgando o lacre. Puxou o papel, desdobrando de maneira afoita. Catarina observava a tia com interesse, enquanto Giane tentava não rir da cara da amiga.

_ Deu positivo. – sussurrou a sra. Cardoso – Giane, eu to grávida de novo.

_ Nesse caso... Parabéns comadre. – riu a corintiana, puxando a amiga para um abraço. Camila a abraçou, meio em choque – Camila, isso é uma coisa boa, você sabe disso. Se você engravidou, é porque você ou o Caio queriam, provavelmente os dois.

_ É só que... E se eu não conseguir? – perguntou a grávida, caindo sentada ao lado da sobrinha – E se eu não der conta? O Caio não der conta? A Marcela ficar com ciúmes?

_ Camila, vocês vão dar conta. Você mesma dizia que não conseguia dar conta da Marcela, e olha a menina linda e bem criada que ela ficou. E ela vai ter ciúmes, o Miguel e a Isabelle têm até hoje. Mas é natural de irmão mais velho. Mas eu te garanto que você vai ficar surpresa com tudo que vai acontecer, isso é verdade. – Giane segurou as mãos da amiga, sorrindo de forma tranquilizadora – E se você achar que não sabe o que fazer, lembra que sua comadre dupla tem três filhos... É só me ligar que a gente vê o que pode fazer.

_ Ai Giane, graças a Deus o Caio encanou em você e você veio parar nas nossas vidas, só isso que eu te digo. – Camila abraçou a ex-rival, as duas rindo.

Depois de se despedirem, Giane foi deixar a filha na agência do marido. Ainda eram 16h10, mas não tinha muito mais o que ela enrolar.

_ E chegou uma das princesinhas da casa. – Júlia foi até Giane, que sorria com Catarina no colo – Oi Cat, tudo bem?

A menininha sorriu, enquanto mordia a mão Júlia brincou mais um pouco com ela, falando sobre o filho, Daniel, de cinco anos, e da filha, Samantha, de dois e meio.

_ Como assim as mulheres da minha vida chegam e ninguém me avisa? – Fabinho veio das escadas, sorrindo largo. Júlia se despediu, enquanto Giane ia até o marido – Penso se algum dia eu vou cansar de ver você chegando. Ainda mais se for acompanhada de algum dos nossos filhos.

_ Melosinho, melosinho. – Giane riu, dando um longo beijo no marido – Mas fazer o que? Eu gosto.

_ Eu sei que gosta. – ele riu, pegando Cat no colo – E você bonequinha? Sentiu saudades do papai?

_ Bom, eu vou indo. Quanto mais rápido eu enfrentar o inferno, mais cedo eu chego em casa. – garantiu Giane, beijando a filha – Tchau princesa, mamãe volta logo. Obedece o papai, tá bom?

_ Relaxa pivete, eu sei cuidar deles. – riu Fabinho, segurando a esposa pela cintura – Agora trate de me dar um beijo decente, que ficar mais de dez horas sem te beijar direito, é tortura.

_ Acho que cê tá com falta de sexo, vou falar com a sua mulher sobre isso. – ela brincou, beijando o marido – Mais tarde resolvemos isso direito, prometo.

_ Vou cobrar, ouviu? – ele perguntou, vendo-a se afastar – E nós falamos disso na frente da minha filhinha... Ai que merda.

As 17h, Fabinho saiu da agência acompanhado da filha. No carro, foi ouvindo música alta, enquanto Cat gargalhava de suas atuações. Fabinho não tinha tanto tempo a sós com a filha caçula como teve com os gêmeos, já que agora a rotina era diferente e mais corrida, e quando isso acontecia, ele tentava desfrutar ao máximo.

_ Cê gosta de ver o papai ser palhaço? É isso? – ele perguntou, com um sorriso enorme. Em resposta, Cat sorriu e soltou:

_ Papa. – ele arregalou os olhos, vendo o sorriso da pequena se alargar. Sorriu largo, mas logo se preocupou. Sabia o quanto Giane esperava que a primeira palavra da pequena fosse mamãe (feito que não havia ocorrido com nenhum dos filhos mais velhos).

_ E mamãe? Cadê a mamãe? – ele perguntou, vendo a filha ficar confusa – Vamos chamar a mamãe?

_ Mama? – ele sorriu largamente, suspirando aliviado. Miguel demorara três dias para outra palavra, e Belle quase uma semana. Cat, pelo visto, falaria mais depressa.

_ Isso... Mamãe, isso mesmo. – agora era torcer para ela não falar nada na frente dos irmãos até que a mãe chegasse, e surpreender Giane com um de seus maiores desejos.

Por sorte, os gêmeos estavam exaustos quando entraram no carro. Duas esquinas, e eles já dormiam em sono profundo. As professoras explicaram que havia ocorrido uma gincana grande, e as crianças estavam só o pó.

Fabinho colocou os filhos mais velhos para dormir no colchonete da sala, enquanto ele e Cat ficavam na varanda dos fundos, observando o céu de fim da tarde e Nina, que corria que nem louca pelo campinho de futebol.

_ Amor? – ouviu Giane o chamando em voz baixa, e olhou o celular. Já era quase sete horas e nem vira o tempo passar – Fabinho?

_ Aqui no fundo Giane. – ele chamou em voz baixa, e ela seguiu sua voz.

_ Porque eles estão dormindo? – ela perguntou, um pouco irritada.

_ Não tem como acordar eles. Teve gincana e eles literalmente desmaiaram, assim que entraram no carro. – ele se desculpou – A Cat até puxou o cabelo do Miguel, mas ele nem se mexeu.

_ Droga, depois eles vão dar trabalho para dormir. – suspirou a corintiana, sentando ao lado do marido – Tem que descarregar o carro.

_ Já vamos. – prometeu ele, os dois observando a filha, que estava alheia a tudo, assistindo a cachorra brincando – Cat, olha quem chegou.

A menininha se virou no lugar, abrindo um sorriso enorme.

_ Mama.

Os olhos de Giane brilharam de alegria, logo sendo marcados por lágrimas. Ela levantou depressa, correndo até a filha. Fabinho fez sua melhor cara de surpresa, sorrindo para a esposa.

_ Você falou mamãe? Foi meu amor? – a corintiana segurava a filha no colo, a voz rouca de emoção – Pelo menos você, né pequena?

_ Cê encheu tanto o ouvido dela, que ela falou para te fazer falar a boca. – Fabinho brincou, se levantando e indo até a esposa. Ela sorriu vitoriosa, abraçando mais a filha.

_ Dessa vez, eu que ganhei. – ela mandou a língua para Fabinho, que riu.

_ Tudo bem, tudo bem... Terei outras chances de te ganhar em outras coisas. – ele riu, dando um longo beijo nela – Agora vamos acordar a dupla, porque hoje a noite... Eu pretendo muito lhe usar.

_ Só porque eu to de muito bom humor. – Giane lhe deu a mão, os dois caminhando para dentro de casa.


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Notas finais do capítulo

Poha, que capítulo grande mano HUAUHAHUAHUA
Espero que gostem.
Beijos