Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 23
Podemos tentar?


Notas iniciais do capítulo

Ooooi gente *--*
As coisas vão começar a melhorar, ok? hihi'



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_ Amor, o que você acha de irmos jantar hoje? Só nós dois? – perguntou Fabinho, beijando a nuca da esposa – Deixamos as crianças com os meus pais e passamos a noite sozinhos.

_ Eu gostei da ideia. Faz tempo que não temos um tempo a dois. – ela concordou, soltando o notebook e virando-se para ele – Eu sei que nós não fizemos nada desde que... Bom, desde que aquilo aconteceu.

_ Não to te pressionando a nada moleque. – ele garantiu, beijando o nariz dela.

_ Eu sei amor... É só que eu me sinto mal quando eu sei que você vai para o banheiro se aliviar. – ele riu da expressão dela – O problema é que eu to com medo.

_ Medo do que Giane? – ele arqueou as sobrancelhas, curioso.

_ De engravidar de novo. – ela admitiu em um sussurro. Ele assentiu, mas não disse nada – Eu quero ter outro filho, quero muito. Mas eu tenho medo de acontecer de novo, de perder mais um bebê.

_ Amor, o médico disse que as chances de isso se repetir são poucas. – ele acariciou o rosto dela – Que a morte do bebê pode ter tido diversas causas, e às vezes nem teve a ver com você.

_ Eu sei fraldinha... Mas ainda sim, eu tenho muito medo. – ela se aninhou nele, tremula – Eu não aguentaria passar por isso de novo.

_ Giane, nós podemos tomar as devidas precauções para que você não engravide agora. – ele garantiu – Eu não vou te forçar a engravidar, você sabe disso. Quando você achar que é hora, nós começamos a tentar.

_ Acho que está bom. – ela riu, lhe dando um selinho – Liga pra sua mãe, vou arrumar as coisas das crianças.

~*~

_ Tchau anjinhos, mamãe e papai voltam pegar vocês depois. – Giane beijou as duas crianças.

_ Tchau mamãe. Divita-se. – eles abraçaram a mãe, antes de correr para o pai – Você também papai.

_ Pode deixar. E se comportem, está bem? – ele deu uma piscadela para as crianças, deixando Giane intrigada.

_ Divirtam-se meus queridos. – Irene abraçou os dois – Qualquer coisa, liguem.

O casal saiu da mansão ouvindo as gargalhadas dos filhos, já no andar de cima com o tio Pedro. Entraram no carro em silêncio, logo pegando a rua. A corintiana percebeu que o GPS estava ligado e bufou.

_ Pra que cafundó de São Paulo nós vamos? – ela odiava quando Fabinho resolvia dar uma de explorador.

_ Na verdade, estamos indo para São Miguel Arcanjo, em uma pousada de um cliente amigo meu. Vamos passar o final de semana lá. – ele explicou, vendo-a arregalar os olhos – Surpresa amor.

_ Isso... Isso... Cara, eu ainda te mato um dia. – ela deu um tapa no braço do marido, logo depois lhe dando um beijo no rosto – Você é melosinho demais quando quer.

_ Admite que você gosta. – riu ele, fazendo-a bufar e revirar os olhos.

_ E as crianças? – ela perguntou, tendo um estalo.

_ Já sabem que vão ficar com os avós esse final de semana, sendo altamente paparicados e mimados. Sua mala está no porta-malas com a minha, já deixei a chave de casa com a Santa para ela ir lá amanhã e alimentar os peixes. – Giane gargalhou – Ah é, não temos peixes.

_ Você é idiota demais. – ela se recostou no banco, pegando a mão dele.

_ Eu sei... Por isso que você gosta.

~*~

A pousada era pequena e aconchegante. A senhora que cuidava da recepção guiou-os até seu quarto. Giane se maravilhou com a decoração, romântica e aconchegante, enquanto Fabinho colocava as malas no canto.

_ Bom... Vamos jantar? – ele perguntou.

A cidade não era grande ou badalada, era na verdade muito pequena. Tinha pouco mais de 30 mil habitantes, e diversas festas características. Mas naquele final de semana, estava tranquila.

Os dois jantaram em um restaurante pequeno, bebericaram vinho e relembrando histórias de quando ainda namoravam. A favorita de Fabinho, era a primeira vez que haviam dormido na casa nova.

_ Seu pai estava fulo da vida. – ele lembrou, rindo – Claro que ele sabia que a gente passava algumas noites juntos, mas para ele, saber que nós iríamos realmente passar a noite juntos, só nós dois... Achei que ele ia enfartar ali mesmo.

_ Fabinho, ele é pai. Ele preferia pensar que eu nunca ia dormir com ninguém. – Giane riu – Como você se sentiria se soubesse que a Belle estava dormindo com alguém?

_ Deus me livre, Giane. – o rapaz bateu na mesa fortemente – Minha filha vai ser freira, intocada para sempre.

_ E coelhinho da Páscoa existe. – a corintiana riu, deitando no ombro do marido – Acho que quero ir para a pousada.

_ Tá cansada? – ele perguntou, beijando o topo da cabeça dela.

_ Não... Só com saudades de batizar algumas paredes. – ela riu travessa, fazendo o marido rir também.

_ Nesse caso, vamos agora. – ele levantou, jogando uma nota de cem na mesa.

~*~

Na manhã seguinte, saíram cedo. A previsão para a tarde era de tempo coberto, mas de manhã o sol fazia a pele arder. Aproveitaram isso para ir até a Lagoa do Guapé.

Havia algumas famílias, pessoas de mais idade pescando, algumas crianças correram. Sentaram à sombra de uma árvore e ficaram namorando. Vez ou outra Giane pegava a máquina para fotografar alguma coisa, ou fazer uma foto dos dois.

Almoçaram em um restaurante da cidade, logo saindo passear pelas lojinhas no centro. Giane queria levar um mundo de lembrancinhas para a família, o que fez Fabinho zoá-la.

_ Tá começando a querer mesmo aquele lance de fraternidade salto quinze? – ele a abraçou pelas costas, fazendo-a rir – Cê não era assim não tranqueira, toda gastadeira.

_ Ué, meu marido é um herdeiro rico, não é? Tenho que usufruir. – ela rebateu, lhe dando um beijo no rosto – Amor, pega um sorvete para a gente? Tá um calor infernal.

_ Claro... Vai escolhendo o que você quer comprar, assim eu tenho que ficar menos tempo na loja. – ela deu um tapa no braço dele, enquanto iam um para cada lado.

Na loja, ela começou a revirar as prateleiras, separando um ou outro item.

_ Posso ajudá-la? – Giane virou-se, dando com uma moça de vinte e poucos anos, com uma barriga enorme de gravidez.

_ Hã... Não, está tudo bem. – ela garantiu, sorrindo amarelo.

_ Você se importa se eu sentar? A barriga está pesada. – Giane negou, vendo a moça se sentar atrás da mesa – Ufa.

_ De quanto tempo você está? – a corintiana tentava prestar atenção nos itens da loja, e não na barriga da moça.

_ Oito. Mas não tem quem cuide da loja, então sobre para mim. – Giane concordou, colocando alguns itens na mesa – Você tem filhos? – perguntou a atendente, mostrando uma bonequinha.

_ Dois, gêmeos. – Giane contou, sorrindo de lado – Miguel e Isabelle.

_ Nomes bonitos. – concordou a jovem, somando os itens – A minha vai chamar Giovana, significa presente de Deus. Eu e o pai dela achamos apropriado depois de termos perdido três filhos.

_ Três? – a paulista arregalou os olhos, vendo a moça concordar.

_ Eu tenho um problema no útero, que dificulta para manter a gravidez. E tratamentos são caros, né? – ela colocou as coisas em uma sacola – Então nós tivemos que ir tentando, até que desse certo. Da primeira vez, eu perdi na 6ª semana. Na seguinte, perto da 8ª. Na última, foi no começo do quinto mês.

_ Meu Deus... – sussurrou Giane, sentindo o peito apertar – Sinto muito. Sei como dói.

_ Pois é. – a atendente concordou, mas sorria, acariciando a barriga – Mas agora está tudo bem. A Giovana é forte, saudável e eu tenho certeza de que vai nos dar muita alegria.

_ Você pode apostar nisso. - a corintiana sorriu, tirando o dinheiro da carteira e entregando a moça – Boa sorte e felicidades.

_ Para você também. – a atendente se despediu, enquanto Giane saia da loja.

Ela encontrou o marido caminhando em sua direção, com uma casquinha de sorvete em cada mão.

_ Baunilha para você, misto para mim. – ele explicou, vendo-a pegar o sorvete com um sorriso distraído – Tá doida criatura?

_ Hã? – ela piscou os olhos, focalizando a visão nele – Só pensando.

_ Em mim ou nos gêmeos? – perguntou ele, a abraçando pela cintura.

_ Na verdade, em mim.

~*~

_ Gostei dessa ideia de jantarmos aqui. – garantiu Fabinho, jogando a borda do seu pedaço de pizza na caixa – Mesmo sendo pizza.

_ Queria ficar aqui, curtindo você. – Giane explicou, se agarrando mais ao marido. Ele riu, beijando a testa dela e deitando nos travesseiros – Eu encontrei uma moça grávida hoje, na lojinha.

_ Ah é? – o homem ficou preocupado, com medo que isso tivesse feito mal a Giane. Se lembrou da expressão pensativa dela mais cedo.

_ É... Ela me contou que teve três abortos antes de conseguir levar a gravidez que está agora. – a corintiana continuou – Três abortos. Eu fico pensando como ela aguentou passar por isso.

_ Talvez, na época, tenha sido difícil. Mas agora que o bebê vingou, as coisas estão melhores. – ele acariciava os cabelos da esposa – Acho que isso é de pessoa para pessoa.

_ Fabinho... – a fotógrafa sentou, encarando o marido – Você quer tentar?

_ Giane, eu não vou te forçar a nada, você sabe. Nós vamos fazer isso quando você se sentir preparada. – o publicitário sentou, encarando a mulher – Eu não tenho pressa pivete.

_ Eu sei, mas eu quero. – ela garantiu, segurando a mão dele – Eu sei que eu não vou conseguir sossegar, me acalmar, ter paz, enquanto eu não resolver isso, me livrar desse medo. Se eu consegui levar uma gravidez de gêmeos até o fim, eu consigo levar mais uma, tomar todos os cuidados...

_ Tudo bem então. – ele riu, acariciando o rosto dela – Mas sem pressão, tá bom? Deixe meus meninos trabalharem no tempo deles.

_ Idiota. – ela riu, fechando a caixa de pizza e jogando no chão – Eles se importariam de começar a trabalhar hoje? Mesmo sendo sábado?

_ É, acho que eles não ligam de fazer hora extra. – riu o homem, puxando a esposa para si.


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Notas finais do capítulo

Nhoooom