Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 16
Natal


Notas iniciais do capítulo

Tá, Natal já passou, mas o capítulo só chegou agora HUAUHAUHAHUHU



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_ Amor, trouxe uma surpresa. – gritou Fabinho, entrando em casa – Traz as crianças.

_ Papai. – ele pode ouvir o grito dos filhos vindo dos fundos da casa, e colocou as sacolas no chão. Se abaixou, vendo os filhos surgindo pelo corredor – Papai.

_ Meus amores. – ele ergueu os dois nos braços, enchendo seus rostos de beijos – Como estão meus anjinhos? Dando muito trabalho para a mamãe?

_ Trabalho é elogio. – Giane apareceu do mesmo lugar que os filhos, usando uma regata e shorts – Sequer tiraram soneca.

_ Vamos ter que considerar colocá-los na escolinha ano que vem, para eles terem onde gastar essa energia toda. – suspirou Fabinho, dando um selinho na esposa.

_ Ai amor, eles ainda são muito pequenininhos. – Giane choramingou, puxando Belle para seu colo – Não quero meus bebês longe de mim.

_ Calma, depois conversamos direito. – ele riu, voltando-se para as sacolas – Advinha o que eu trouxe?

_ Pelo amor de Deus, chega de brinquedos. – ela implorou – Não tem mais chão no quarto deles.

_ Não, os brinquedos quem trará será o Papai Noel, no Natal. – Fabinho lembrou sorrindo, enquanto colocava Miguel no chão e abria as sacolas – Mas para isso... Precisamos de uma árvore de Natal.

_ Você comprou uma árvore? – os olhos da corintiana brilharam, enquanto ela colocava a filha no chão e corria para o marido, o derrubando no chão – Eu não acredito.

_ O que? Eu gosto do Natal pivete. – ele beijou a esposa, enquanto os filhos reviravam as sacolas – Muito bem tampinhas, esperem aí. O papai vai ajudar.

Desempacotaram tudo, e Fabinho abriu a caixa da árvore. Enquanto Giane abria os enfeites com as crianças, ele montou a estrutura de galhos. Logo, a pequena família se entretinha em colocar as bolas coloridas na árvore.

_ Uiso. – Belle pegou um ursinho com gorro de Papai Noel – Noel.

_ Isso princesa, é um urso Noel. – Fabinho ajudou a filha a colocar o enfeite na árvore – Porque nós nunca decoramos a casa para o Natal?

_ Porque nós sempre vamos para a casa dos nossos pais, e ano passado a Camila e a Malu estavam de molho, os gêmeos não nos deixavam dormir quase nada... – lembrou Giane, rindo – Mas esse ano, teremos um grande Natal.

_ E nós vamos combinar com seus padrinhos, e iremos ao shopping ver o Papai Noel. – prometeu Fabinho – Ah sim, tem mais uma coisa.

Ele foi até uma das sacolas, pegando alguns itens embrulhados. As crianças se aproximaram do pai, vendo-o desembrulhar diversos itens de madeira.

_ Boieco. – Miguel pegou um dos itens – Pow, pow, pow.

_ Não filho, isso não é boneco de lutinha. – Fabinho riu – Isso são peças de um presépio.

_ Peiepio. – perguntou Belle, sentando no chão ao lado do pai.

_ Isso princesa. – ele sorriu, beijando o topo da cabeça da filha – O presépio é como se fosse a historinha do nascimento de Jesus.

_ Nenem? – Miguel pegou a peça que representava o bebê na manjedoura.

_ Isso filhão, esse neném é Jesus. – Fabinho pegou as peças, levantando – Vem com o papai.

As crianças levantaram, seguindo o pai. Giane correu para o andar de cima, em busca da máquina fotográfica, enquanto Fabinho colocava as peças na mesinha de centro da sala e a levava até uma parede.

_ Bom, Jesus nasceu em um estábulo, que é essa casinha aqui. – ele montou a armação de madeira – E havia uma estrela, chamada estrela de Belém, que guiou os três Reis Magos até Jesus. – ele mostrou a estrela para as crianças.

_ Teia. – Miguel tentou pegar, fazendo Fabinho rir.

_ Isso, a teia fica aqui, presa no teto do estábulo. – ele colocou a estrela no arame – E o que tem nos estábulos das fazendas? Vaquinhas e bois. – ele pegou os dois animais, balando-os em frente as crianças, que gargalharam.

_ Muuuu. – gritaram os dois pequenos, fazendo o pai rir.

_ Miguel põe o boi, e Belle põe a vaquinha. – ele deu um para cada – A vaquinha é aqui, e o boi aqui.

As crianças colocaram onde o pai mandou, voltando a observá-lo com profundo interesse e curiosidade.

_ Agora, nós temos três pessoas: Jesus, Maria e José. Jesus é o bebê que nasceu, o filho de Deus. – ele explicou, mostrando o bebezinho na manjedoura – Ele nasceu e ficou em uma manjedoura, um bercinho de palha.

Ele colocou o bebê e a manjedoura entre os animaizinhos. Pegou José e Maria e mostrou para os filhos.

_ Essa é a mamãe de Jesus. E esse é o papai. – ele mostrou, enquanto colocava os dois. Belle assumiu um ar pensativo – Que foi filha?

_ Papai, papai. – ela apontou o boneco e o pai – Mamãe, mam... Adê mamãe?

_ To aqui princesa. – Giane apareceu da escada – Não estava achando a máquina.

_ Mas tá certa Belle. Esses são o papai e a mamãe de Jesus, assim como nós dois somos seu papai e sua mamãe. – sorriu Fabinho, colocando os dois itens no presépio – E nós temos os pastores e as ovelinhas, que estavam ali perto quando Jesus nasceu.

_ ­Beeeeee. – gritaram os gêmeos, fazendo os pais rirem.

_ Aquele livrinho de sons animais foi uma boa ideia da Malu. – garantiu Giane, se abaixando e começando a fotografar – Mas acho que devíamos levá-los em uma fazenda, para eles verem os animais de verdade.

_ Acho que meu pai tem um amigo que tem uma. – Fabinho forçou a memória – Me lembra de ver com ele depois.

_ Papai, peiepio. – resmungou Miguel, fazendo o homem rir.

_ Desculpa campeão, papai se distraiu. – Fabinho pegou mais uma peça – Esse é o anjo. Ele que anunciou o nascimento de Jesus, então ele vai ficar junto com a estrela. – ele colocou o anjo – E para terminar... Os três reis magos.

Ele enfileirou as três peças, enquanto as crianças observavam. Sorriu satisfeito, enquanto começava a contar para os filhos a história de Jesus. As duas crianças escutaram em um silêncio respeitoso, e Giane os observou em silêncio.

Era em momentos assim, que se sentia gratamente surpresa por não conhecer todos os lados do marido.

~*~

_ Vocês acham uma boa? – perguntou Malu, empurrando o carrinho de Rafa – E se eles assustarem?

_ Só vamos saber se tentar. – Camila empurrava o carrinho vazio, já que Marcela estava no ombro do pai, observando a decoração do shopping com grande interesse.

_ O Pedro adora o Papai Noel. – contou Irene, vendo o filho correr animado a frente – Na primeira vez ele assustou um pouco, mas logo estava rindo.

_ Vamos ver como eles vão reagir. – Fabinho se aproximou com Belle, que assim como a priminha, corria os olhos pelo local – Princesa, olha o Papai Noel.

_ Noel. – riu a pequena – Noel.

_ Ela gostou. Vamos ver o frescurentinho. – Maurício se aproximou com o sobrinho no ombro, enquanto Giane empurrava o carrinho dos dois – Miguel, olha o Papai Noel.

A reação foi instantânea e oposta. Assim que bateu os olhos no velhinho, o garoto fez bico e começou a chorar alto. Maurício o desceu aos risos, enquanto Giane vinha pegar o filho, que se aninhou manhosamente na mãe.

_ Tato, Noel. – Belle chamou o irmão, animada – Noel.

_ Ele tá assustado princesa, espera um pouquinho. – Fabinho riu, enquanto Malu tirava Rafael do carrinho, e Camila descia Marcela dos ombros de Caio – Miguel, vem com o pai e a Belle. O Papai Noel não vai fazer nada.

_ Mamãe. – o garotinho se agarrou no pescoço de Giane, fazendo todos rirem.

_ A mamãe vai junto, meu amor. – prometeu a corintiana, começando a caminhar com o filho no colo. Fabinho a abraçou pela cintura, e os dois se aproximaram com os filhos. Caio foi atrás para tirar fotos.

_ Ho, ho, ho. – o velhinho cantarolou, e Belle começou a pular animada, enquanto Miguel agarrava mais a mãe – Quem são essas gracinhas?

_ Essa aqui é a Belle. O rapazinho aqui é o Miguel. – Fabinho apresentou os filhos, deixando que Belle sentasse no colo do homem – Filho, senta aqui com a tata.

_ Num queio. – resmungou o pequeno, fazendo os pais rirem.

_ A mamãe e o papai vão estar junto, relaxa. – prometeu a mulher, beijando a cabeça do filho. Ele observou a irmã, que ria – Vamos?

Ele assentiu de leve, enquanto Giane o sentava na outra perna do Papai Noel. Ela ficou abaixada ao lado, fazendo carinho no cabelo do filho, para ele ficar calmo.

_ Então crianças, contem para o Papai Noel: o que vocês querem de Natal? – ele perguntou para os dois pequeninos.

_ Babie. – sorriu Belle – Pinpesa.

_ Uma Barbie Princesa? – ela concordou rindo – E você rapaz? O que quer?

_ Um boboi. – o velhinho franziu a testa.

_ É um robô. – sussurrou Fabinho, fazendo o homem entender.

_ Ah, um robô? – Miguel concordou, ainda meio desconfiado – Bom, vou avisar meus elfos para fazerem. Vocês são crianças boazinhas?

_ Sim. – os dois gritaram, fazendo todos rirem.

_ São, papai e mamãe? – perguntou o homem, e Giane e Fabinho assentiram – Bom, então vamos tirar uma foto?

Eles olharam Caio, que se abaixou e tirou algumas fotos. Belle beijou o rosto do Papai Noel, mas Miguel só acenou, logo se jogando no colo da mãe de novo.

Giane pegou a máquina da mão de Caio, passando Miguel para Fabinho, mesmo o garoto ainda estando birrento. Marcela, assim como Belle, foi para o colo do velhinho rindo. Ela ainda não falava nada além de papai, mamãe, tato e “Guel”, então não pode dizer o que queria, ficou mais ocupada em mexer na barba do homem, enquanto Caio e Camila babavam na cria.

Rafael praticamente dormia quando foi para o colo do velho de vermelho, foi mais para tirarem as fotos. Pedro, por outro lado, saiu tagarelando sobre sua lista de presentes, fazendo todos rirem.

_ Fábio, Malu, Kevin, Luz e Doroty, vão lá tirar uma foto com o Pedro. – pediu Plínio, recebendo um olhar incrédulo do publicitário.

_ Pai, pelo amor de Deus, eu já tenho meus filhos. Não tenho mais idade para isso. – Giane gargalhou da cara do marido – E você ri, né desgraça?

_ Vai meu filho, por favor. – pediu Irene, pegando Miguel no colo. O homem bufou, caminhando com os irmãos até o homem fantasiado, que ria da situação.

_ Aviso que quero uma herança maior por isso. – brincou Fabinho, fazendo todos rirem.

~*~

_ Papai, olha como estamos fofos. – Giane apareceu com as crianças pela mão, entrando no quarto. Belle estava com um vestido com reninhas, e Miguel estava com uma camisa branca e calça jeans.

_ Olha, mini-mim. – Fabinho apontou a roupa do filho e a sua – Só falta a jaqueta de couro, mas tá calor demais para isso.

_ Você olha os dois para eu me trocar? – Fabinho concordou, pegando Belle e dando a mão para Miguel – Sem bagunça na sala.

_ Giane, nós temos dois filhos pequenos. Bagunça é parte do pacote. – riu Fabinho, descendo as escadas com os filhos – Né criançada? Nossa casa é até arrumadinha.

_ Cela? – perguntou Miguel, fazendo o pai rir.

_ Relaxa Don Juan, logo sua musa estará aqui. – prometeu Fabinho, sentando os filhos no tapete de brinquedos – To é estranhando a demora das suas avós.

Dito e feito, a campainha tocou. Em minutos, a casa do casal Sousa-Campana estava infestada, e quando Giane desceu, encontrou muita conversa e gritaria.

_ Uau, que comadre mais gata. – Malu elogiou, abraçando a cunhada – Tá linda Giane, sério.

_ Presente do seu irmão. – contou Giane – Ele apareceu com esse vestido lindo, dizendo que era para o Natal. Não é que às vezes o fraldinha consegue ser um meloso fofo?

_ É amor demais vocês dois. – riu a pedagoga, enquanto elas iam conversar com os demais.

Como esperado, perto das 21h30 as crianças ressonavam no quarto dos gêmeos, deixando os adultos livres para cear.

_ Fábio, como estamos na sua casa, é justo que você faça o discurso. – avisou Plínio, surpreendendo o filho – Normalmente, na noite de Natal, devemos agradecer por tudo de bom que aconteceu. E no caso dos religiosos, orar.

_ Mas você é ateu pai. – lembrou Fabinho.

_ Sim, mas vocês não. Todos aqui são devotos a alguma religião, é como o Natal é o aniversário de Cristo, eu sempre rezava com a Malu. – Plínio sorriu – Por favor, faça as honras.

_ Bom, acho que esse foi um ano muito bom para a nossa família. – Fabinho estava um pouco acanhada – Os gêmeos já estavam aqui ano passado, mas ainda eram muito pequenos. E agora temos eles, temos a Marcela, temos o Rafael... Temos que agradecer pelo Rafael ter superado tudo, por estar bem, aqui conosco. – todos sorriram para ele – E bom, vamos rezar vai, que eu sou péssimo com discursos.

_ Mandou bem amor. – garantiu Giane, lhe dando um selinho, antes de começarem a rezar. Quem puxou foi Margot e Irene, e todos acompanharam em voz baixa.

Logo, o único som eram os talheres nos pratos. Aos poucos, as conversas apareceram e preencheram o ambiente, com riso e alegria. A conversa de Malu e Giane era com Luz, sobre a vida de recém-casada. Ela e Jonas assinaram apenas os papéis no cartório, não querendo festa. Foram discretos, assim como quando foram morar juntos.

_ E o primeiro pirralho, vem quando? – alfinetou Fabinho, recebendo um beliscão da esposa.

_ Em sete meses deve estar nascendo. – admitiu Jonas sorrindo, enquanto todos se maravilhavam. Luz abraçou o marido envergonhada, enquanto a baderna começava, e todos tentavam abraça-los ao mesmo tempo.

_ E eu estava sacaneando, mas acertei em cheio. Sou o cara. – Fabinho fez todos rirem com seus comentários.

~*~

Na manhã seguinte, Giane e Fabinho acordaram com a gritaria das crianças nos berços. Os dois estavam meio grogues, nus, e demoraram para conseguir levantar da cama, após o tanto de vinho da noite anterior.

_ Põe uma roupa decente. – mandou Giane, colocando um vestido – Vai ser a primeira vez deles com a árvore e eu vou fotografar.

_ Vivo uma ditadura, só pode. – ele colocou a bermuda e a camiseta, antes de saírem pegar as crianças – A propósito... Feliz Natal pivete.

_ Achei que você já tinha me desejado, ontem a noite. – ela provocou, beijando o nariz dele.

_ Ontem desejei coisas nada católicas para um dia santo, agora to desejando de maneira pura. – ela riu, lhe dando um selinho – Agora vamos pegar a duplinha, antes que acordem a vizinhança toda.

Eles entraram no quarto dos filhos, os encontrando nos berços. Pegaram as crianças, os enchendo de beijos e desceram as escadas. A cara dos bebês eu ver a árvore lotada foi impagável.

_ Pesente. – berrou Miguel, pulando do colo da mãe. O casal riu, levando os filhos até a árvore e separando os presentes de cada um. Logo, a sala era uma profusão de papéis coloridos e brinquedos novos, o que fazia os pais sorrirem com a alegria dos filhos.

_ Eu tenho um presente para você. – avisou Fabinho, enquanto via as crianças distraídas. Pegou um embrulhinho escondido, entregando para a esposa – Espero que goste.

Ela abriu, encontrando uma caixa de joalheria. Dentro, havia uma corrente com um pingente de coração delicado. Ela abriu o fechinho lateral, fazendo o coração se abrir em dois.

_ Ai meu Deus... É lindo. – sussurrou ela, sentindo os olhos marejados. De um lado, havia uma foto dela recém nascida, com o pai e a mãe. Do outro, ela e Fabinho com as crianças – É lindo amor. Obrigada, de verdade.

_ Eu sei que, desde que as crianças nasceram, você tem sentindo mais e mais falta da sua mãe. – Fabinho brincou com os cabelos da esposa – E eu queria te dar algo para sempre lembrar dela.

_ Eu te amo, muito. – Giane puxou o rosto dele, lhe dando um beijo – Obrigada por tudo Fabinho.

_ Não maloqueira, eu que agradeço, sempre. – ele a aninhou contra si, enquanto observavam os filhos se divertindo com os presentes.


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