Giane recebeu alta depois de três dias, mas ficaria de repouso absoluto por uma semana. E depois mais quarenta dias com a perna imobilizada, quando começaria com a fisioterapia. Silvério e Margot se mudaram temporariamente para a casa dos filhos, para que Fabinho pudesse trabalhar.

Apesar de tudo, Giane se esforçou para cumprir o que havia proposto e ser uma esposa presente, perguntando e tentando ajudar ao máximo no problema da agência. Por sorte, Fabinho e Érico haviam conseguido driblar o problema da conta da editora, e agora, se esforçavam para evitar passar por isso novamente.

_ Família, cheguei. – Fabinho gritou, entrando em casa. Qual não foi sua surpresa, ao ver Miguel vindo engatinhando em sua direção – Mas o que é isso? Meu menino está engatinhando?

_ Ele estava sentadinho com a Giane e a Belle, quando do nada se jogou para frente e começou a se arrastar. Aí o Pedro começou a engatinhar, e ele tentou imitar, e conseguiu. – contou Irene, vindo da cozinha – E não parou mais desde então.

Fabinho jogou a maleta, se abaixando e apanhando Miguel, que estava agarrado na barra de sua calça. O garotinho se atirou no rosto do pai, começando a babar na bochecha barbuda de Fabinho. O homem riu, beijando o rosto do filho e caminhando para a sala, encontrando Giane sentada no chão, com a perna imobilizada sobre uma almofada. Isabelle estava encostada com a mãe, e brincava com uma bonequinha de pano que Malu havia dado de presente.

_ Olha quem chegou princesa. – avisou a mulher, atraindo a atenção de Belle. A menina tirou o olho do brinquedo, vendo o pai e o irmão, e começou a guinchar, querendo colo – Fui descartada.

_ Ela só está com saudades do papai, logo já voltou a se agarrar em você. – Fabinho ajoelhou, colocando Miguel no chão, enquanto pegava Belle – Né princesa?

Ele sentou escorado no sofá, deixando os joelhos erguidos para Belle ficar apoiada ali. A pequena começou a apertar as bochechas do pai, que gargalhou. Ele começou a fazer caretas, que arrancavam gargalhadas da menina e de Miguel, e Giane sorriu para a cena.

_ Parou um pouquinho. – pediu ele, segurando as mãozinhas da filha – Papai esqueceu de fazer uma coisa.

Ele se inclinou, selando os lábios com a da esposa, que riu.

_ Bobo.

_ Seu bobo. – lembrou ele – E agora... Seu bobo. Pode me amassar a vontade Belle. – ele disse para a filha, que gargalhou, batendo as mãozinhas.

_ Dada. – ela gritou, assustando os dois. Irene e Margot apareceram na porta da cozinha rapidamente, e todos observaram a pequena Belle – Dada.

_ Ela está dizendo... Papai? – perguntou Fabinho, encarando Giane. A mulher concordou, sorrindo emocionada – Eu fui a primeira palavra dela?

_ Mas não está cedo para ela falar? Ela acabou de fazer oito meses. – lembrou Giane, encarando as sogras. As duas deram de ombros – Será que nossa mocinha é uma pequena gênia?

_ Não só ela, porque nosso rapazinho já está engatinhando. – lembrou Fabinho, acariciando o cabelo loiro de Miguel, que babava incansavelmente sobre seus brinquedos – Mas pelo visto, ela vai ser uma matraquinha e ele agitado.

_ Você vai ser tagarela, é filha? – perguntou Giane, enquanto Belle babava na própria mão – E mamãe? Você vai falar?

_ Nem vem pivete, esse momento é meu. – Fabinho brincou, batendo com o ombro no da esposa – E ele vai para o Instagram.

Ele pegou o celular, colocando a câmera. Giane puxou dele, bufando, e focou os dois.

_ Fala papai, fala. – pediu Fabinho, beijando o nariz da filha.

_ Dada. – gritou a pequena, batendo as mãozinhas – Dada.

_ Segura ela, eu vou filmar o Miguel engatinhando. – Fabinho passou a menina para a esposa, pegando o celular e se levantando, andando alguns metros e tornando a se abaixar – Campeão, vem aqui com o papai, vem.

Miguel observou o pai, logo se jogando para frente e começando a engatinhar, enquanto Fabinho o filmava. O pai o apanhou quando ele chegou perto, mostrando o vídeo para ele. Miguel riu, batendo palmas.

_ Filho, chama seu pai e o Pedro? – pediu Irene – Eles estão no campinho.

_ Tudo bem... Já venho pegar a Giane. – ele avisou, saindo com Miguel no colo. Encontrou o pai e o irmão jogando bola, e riu do cansaço de Plínio – Mamãe tá chamando para jantarmos.

_ Tato. – gritou Pedro, virando e dando as costas ao pai, correndo em direção ao irmão mais velho. Fabinho se abaixou, pegando o caçula e erguendo, fazendo os dois pequenos rirem – Ocê viu o Midel endatinhando?

_ Eu vi. Ensinou bem o seu sobrinho hein? – perguntou para o irmão – Está sendo um bom tio.

_ Pedo, tio. – o garotinho riu, e Miguel começou a resmungar – Te foi?

_ O Miguel está com ciúmes do papai dele. – explicou Fabinho, passando o irmão para Plínio – Vamos jantar?

_ Sim. – concordou Pedro, e Plínio beijou a cabeça do filho.

_ Adivinha quem falou papai? – perguntou Fabinho, sacando o celular – A Belle.

Ele mostrou o vídeo para o pai, que sorriu todo bobo.

_ Todo mundo lavando a mão para comer. – mandou Margot, pegando Miguel. Irene vinha com Belle, e Fabinho foi pegar Giane, que estava emburrada no chão.

_ To cansada de ficar assim dependente. – ela fez um biquinho fofo, e Fabinho riu.

_ Ah, você gosta que eu sei. – ele pegou a esposa do colo, enchendo o rosto dela de beijos – Meu outro bebezão.

_ Vou exigir cuidados hein. – ela brincou, fazendo-o sorrir de lado.

_ Não provoca pivete... Você está de “resguardo” até tirar esse gesso. – ele lembrou, dando um selinho nela.

_ Isso não quer dizer que não podemos ficar nos agarrando depois que as crianças dormirem. – Giane propôs, arrancando um sorriso maroto do marido – Nada melhor do que nos sentirmos adolescentes, mesmo agora sendo pais.

_ Vamos parar de conversa fiada e vir comer? – chamou Irene – As crianças estão com fome.

_ Como se eles precisassem da nossa ajuda para fazer a sujeira de sempre. – riu Fabinho, caminhando para a cozinha e colocando Giane na cadeira – Falei? Já estão inteiramente melecados.

_ Dada. – gritou Belle, jogando sua papinha longe. Ela estava com as mãos sujas, o rosto laranja pela papinha de abobora. Miguel estava lambendo a colher, todo sujo de verde pela papinha de espinafre.

_ Milho. – Pedro pegava os grãos com a mão e colocava na boca, derrubando metade no caminho.

_ Vamos precisar de uma boa faxina depois do jantar. – Fabinho serviu Giane, colocando a lasanha em seu próprio prato e sentando para comer.

_ E você vai precisar de um banho. – Giane sujou a mão com o molho de tomate e sujou a cara do marido, que arregalou os olhos.

_ Você não fez isso. – sibilou ele.

_ Ah, eu fiz. – ela sorriu.

_ Crianças. – suspirou Silvério, começando a comer. Os dois começaram a jogar comida um no outro, atraindo a atenção das crianças, que começaram a fazer o mesmo – Tem certeza que eles são pais?

_ Entra na brincadeira sogrão. – Fabinho jogou molho no sogro, fazendo todos rirem. E logo, estavam todos envoltos em uma pequena guerra de comida.