"Será ele mesmo"

"Depois de tanto tempo?"

"E logo aqui? Do lado da minha casa?"

Fui andando lentamente até o portão e quando tive certeza absoluta que era ele eu sai correndo. Deixei meu pacote de Doritos cair no chão e sai correndo, pulei a cerda (que por sinal era baixa) e pulei em cima dele.

–James? Disse o abraçando ainda mais.

–Eu mesmo pequena.

–Tanto tempo, senti sua falta.

–Eu também, agora seremos visinhos.

–Mas, mas... Disse com o coração quase pulando para fora.

–Eu e sua mãe combinamos. Disse a ela que a casa do lado estava a venda, e então ela resolveu tentar a vida aqui.

–Ah cara, to muito feliz.

E eles ficaram ali, alguns minutos apenas se abraçando, realmente não só eles mas seus pais estavam felizes. Mesmo Lilly não contando eles sabiam os problemas que a filha enfrentava na escola, então procurou muito o contato de James e combinaram sua mudança para lá.

Os pais vendo a felicidade da filha ao reencontrar seu único amigo foram lá cumprimenta-lo também.

–Olá James. Disse o pai de Lilly Senhor Borgues.

–Olá. Disse a mãe de Lilly Senhora Borgues.

–Olá Senhor e Senhora Borgues.

–Bom vou deixar vocês conversarem. Disse a senhora Borgues.

Então os pais de Lilly sairam, e o olhar dos dois cruzaram e os dois desviaram assim ficando corados. Eles continuaram nesse jogo de olha e desvia até que James resolveu falar:

–Então Lilly, vamos, sei lá, dar um passeio?

–Ah claro, só vou avisar minha mãe ok?

–Tudo bem.

Lilly correu até a cozinha onde os pais estavam e avisou que iria sair com James, eles convordaram e lá se foi Lilly com James andar pelas ruas de New York.

–Ah Lilly senti tanto a sua falta, tenho tanta coisa para te contar.

–Então começa.

–Não, eu quero saber sobre você, me diz você já gostou de alguém?

–Sim, era o menino em que pegava o mesmo caminho que eu. A gente se comprimentava e conversava as vezes mas nunca considerei ele como amigo.

–Amiga, se você nunca considerou ele como amigo como gostava dele?

–Você sabe que eu sempre fui sozinha, ter a compainha de alguém as vezes é como remédio para dor.

–Ah você é muito fofa. Sinto saudades da nossa antiga vida. Sem preconceitos, sem medos só brincadeiras.

–Tão fofa que nunca tive uma amiga.

–A maioria dos meninos da nossa antiga rua gostava de você Lilly.

–James, nunca tive amigos, nunca ninguém quis falar comigo.

–Olha vamos esquecer tudo isso. Vamos falar de coisas alegres ok?

–Isso vamos. E então porque realmente você se mudou?

–Porque minha mãe ganhou uma vaga bem melhor no trabalho dela aqui. Por isso viemos.

–E por que não me contou isso antes?

–Porque não queria te magoar, eu gostava de você naquela época, fiquei muito triste também.

–Pode acreditar que magoou, mas já passou né.

–È. Acredita que quando eu tinha uns 8 anos sonhava em quando crescer namorar com você. Vê se pode.

–Haha. Sério? Minhas primas sempre eram apaixonadas por você.

–Prefiro você. Mas você não teve amigos depois que vim pra cá.

–Bem, não. Só meus primos, você sabe.

–E você ainda gosta de ler?

–Ah claro. Amo ler, você sabe.

–Bom, então vai gostar da surpresa que tenho pra você.

Sem dizer mais nada James puxou Lilly e entraram numa loja onde estavam váários livros. James chegou no balcão, ainda dando a mão a Lilly e pediu para a atendente -uma senhora de idade- trazer "sua encomenda". A senhora então entrou num quarto escuro e cheio de coisas e trouxe de lá uma caixa com um embrulho preto e com fitinhas pink. Dando juntos alguns cartões e caixas menores.

Ele então agradeceu e ele e Lilly se despediram da simpática atendente e sairam da loja. James, com todos os pacotes e cartões na mão parou na frente da loja e olhou Lilly bem nos olhos.