Clarity escrita por Maddie Von Hatter


Capítulo 1
Clarity


Notas iniciais do capítulo

Olá! Fic repostada, pois consegui um a beta, obrigada a linda Shadow Girl! Para quem nunca ouviu Clarity o link do vídeo estará aqui embaixo:
(http://www.youtube.com/watch?v=IxxstCcJlsc)



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“Hot dive into frozen waves
Where the past comes back to life
If I fear for the selfish pain
It was worth it every time
Hold still right before we crash
Cause we both know how this ends
A clock ticks 'till it breaks your glass
And I drown in you again”

Já era tarde quando o Grande Mago do Brooklyn desistiu de dormir depois de horas tentando. Apesar de exausto, não estava conseguindo dormir. Ao seu lado, ainda dormindo profundamente, estava seu agora namorado, Alexander Lightwood. O homem não conseguiu evitar dá um sorriso ao ver o outro daquele jeito, dormindo tranquilamente, trajando nada mais que uma cueca boxer azul e uma regata branca e agarrado a um travesseiro. Toda aquela tranquilidade era tão contrastante quando comparada ao caos de apenas alguns dias atrás, quando Alicante fora atacada, demônios por toda a Planície de Brocelind, a aparição de Sebastian, foram tantas coisas em tão pouco tempo que parecia um pesadelo distante, mas o medo que o bruxo tinha de perder seu amado continuava vívido em seu coração. Deteve sua mão antes que essa pudesse acariciar o menor. Não lhe agradava pensar em interromper o sono tão merecido do outro só porque estava inseguro.

Deixa de ser patético! Você é o grande bruxo, não um adolescente mundano apaixonado! Por favor!” ,pensou, reprovando a si mesmo por aquela atitude. Ele devia está passando muito tempo com aqueles nephilins e o vampiro. Porque mesmo que não quisesse admitir, o convívio com os mesmos havia influenciado alguns de seus recentes atos e pensamentos.

Magnus, com o mesmo intuito de não acordar o outro, levantou-se da cama e saiu sorrateiro do quarto, pegando somente seu robe de seda preto com detalhes de flores de cerejeira nas mangas que, por pura coincidência, combinava com a sua cueca boxer púrpura. Depois fechar a porta com toda a delicadeza que possuía, pôde finalmente suspirar ruidosamente. Tinha tomado consciência que depois de tais acontecimentos andava pensando no passado demais. Havia prometido a si mesmo que nunca mais olharia para trás, pois já tinha aprendido as lições, tanto que seu atual eu era o resultado delas, mas algumas lembranças insistiam em infernizar sua sanidade que, para muitos não era lá das melhores, eram tomadas, principalmente, por lembranças de outro Caçador de Sombras que... Antes que pudesse terminar a linha de pensamento em que estava compenetrado, suas lembranças, o oriental levantou a mão rapidamente e a balançou ao lado da cabeça, como se com esse gesto pudesse afastar certos pensamentos.


― Preciso de um bom chá ― sussurrou indo para cozinha, mesmo sendo capaz de fazer uma xícara de chá de folhas de laranjeira se materializar em sua mão, precisava fazer alguma coisa para ocupar-se.


Chegou à cozinha, o único cômodo da casa que não tinha muitas cores extravagantes e gritantes. O piso era porcelanato branco, os armários pretos com detalhes orientais em dourado e os eletrodomésticos todos em inox escovado e vidro espelhado, o bruxo gostava de ver sua imagem refletida em todos os lugares possíveis.

Pegou os ingredientes, ligou o fogão em um estalar de dedos e pôs a água para aquecer enquanto procurava a caneca de chá com infusor que Alec tinha lhe dado há pouco tempo. Por si só era uma peça bonita, toda preta com as inscrições de suas inicias em dourado, a caligrafia da letra remetia ao século 18. Tão logo a água aqueceu e um dos Filhos de Lilith finalmente pôde saborear um gostoso chá, do qual tanto precisava.


Foi até a janela e viu seu gato, Presidente Miau, escapando de casa para mais uma de suas noitadas.


― Gato safado. Mesmo no final do Outono ele continua a sair. ― Meneou a cabeça em reprovação. ― Eu ainda vou castrá-lo para ver se ele toma jeito. ― Bebericou seu chá e foi para a sala, talvez estivesse passando algo de bom na TV.

Ligou a TV em um volume bem baixo, sentou-se elegantemente na poltrona, cruzou as pernas e começou a zapear pelos canais, distraído. Essa distração o levou a devanear novamente, só que dessa vez era sobre Alec. Na verdade, nas paranoias do mesmo. Aquela história que ele insistia em discutir sobre idade, consequências, blá, Clave, blá, pai, blá. Talvez já tivessem tido mais discussões do que Magnus, aniversários. O Nephilim muitas vezes parecia mais velho do que si, sempre preocupado com tudo, todos. No entanto, não conseguia negar que dividia alguns dos medos de seu parceiro, mas antes que começasse a se desesperar e entrar em pânico junto com o Nephilim, o mago se lembrava de uma das maiores lições que tinha aprendido ao longo dos anos: aproveitá-los, sempre. Tirar de cada segundo o melhor, pois serão esses momentos que iluminarão até os dias mais escuros.

Finalmente parou na MTV, onde passava um clipe do DJ Zedd com a Foxes, não podia negar que os mundanos, de vez em quando, acertavam em fazer música, exemplos como Madonna, U2, Aretha Franklin, a divina Whitney Houston, Queen e entre várias outras bandas e artistas que faziam o mago agradecer por ter a habilidade de ouvir. Começou a mover a boca de leve, acompanhando a música, sem realmente cantar.


“Cause you are the piece of me

I wish I didn't need

Chasing relentlessly

Still fight and I don't know why

If our love is tragedy, why are you my remedy?

If our love's insanity, why are you my clarity?”



O mago não sabia o porquê, mas aquela música parecia embalar sua situação atual, como se fosse algum tipo de trilha sonora de um filme. Sabia que o amor deles era uma tragédia, uma insanidade ainda mais sobre os olhos da Clave, mas mesmo assim era tão reconfortante aninhar o Caçador de Sombras em seus braços, fazê-lo gemer seu nome entre quatro paredes em seus momentos mais íntimos ― assim como tinha feito mais cedo ― e aquela sensação cálida invadir-lhe o coração ao ver o sorriso de seu amado. Sentia-se como naqueles filmes românticos que tanto agradava as mundanas, que muitas vezes para si, eram sem sentido e melosos demais.

“If our love is tragedy why are you my remedy?

If our love's insanity why are you my clarity?”

Além disso, o moreno finalmente lhe declarou seus sentimentos, na frente de todos, inclusive dos pais. E, diga-se de passagem, que não foi uma declaração nada discreta, nada como beijar o famoso Magnus Bane em meio ao Salão de Acordos cheio, não só de Caçadores de Sombras, mas também de lobisomens e as fadas, os únicos que não estavam lá eram as Crianças da Noite para não deixar nenhuma dúvida. Aquela atitude do menor o fez sentir-se marcado, como se esteve tivesse escrito seu nome em seu coração como uma das runas que o mesmo utilizava.

“Walk on through a red parade

And refuse to make amends

It cuts deep through our ground

And makes us forget all common sense

Don't speak as I try to leave

'Cause we both know what we'll choose

If you pull, then I'll push too deep

And I'll fall right back to you



Cause you are the piece of me

I wish I didn't need

Chasing relentlessly

Still fight and I don't know why”

O mago terminou de beber seu chá enquanto o clipe continuava, para recomeçar a cantar bem baixinho. Estava levemente inclinado a enfeitiçar aquele DJ para tocar em uma das suas festas, ainda mais que ele, apesar de baixinho, era até mesmo charmoso, faria sucesso com seus convidados. Tinha feito isso com tantos outros cantores ― suas festas não eram famosas e extremamente exclusivas por nada ― sendo que um a mais, um a menos não faria diferença.

“If our love is tragedy why are you my remedy?

If our love's insanity why are you my clarity”

Sentiu ser abraçado por trás, de forma carinhosa, sorriu sem precisar olhar para trás para saber de quem se tratava.

― O que faz acordado, Alec? ― perguntou olhando para TV ainda, enquanto fazia um carinho nos braços de seu namorado.

― Senti sua falta na cama ― disse o moreno de maneira sonolenta dando um beijo na bochecha do feiticeiro logo depois. ― O que está assistindo?

― Nada em especial, mas tinha a esperança de ver a reapresentação da Lady Gaga cantando com o RuPaul. ― Tinha ficado tão entretido com a música que nem procurou muito.

― Quem? ― perguntou o mais novo sem entender quase nenhuma palavra que o outro tinha dito.

― Nada, nada, criança ―falou tentando não gargalhar. Sempre se esquecia de que apesar de Alec não ter sido criado em Idris, não era um mundano.

― Eu odeio quando me chama de criança.― O moreno soltou-se do abraço, mal tinha acordado já estavam prestes a discutir de novo, mas pouco se importava, tinha que mostrar que apesar da diferença de idade, não merecia ser diminuído pelo namorado.

“Why are you my clarity?

Why are you my remedy?

Why are you my clarity?

Why are you my remedy?”

― Não é estresse, é só que eu quero ser tratado como o homem que eu sou e não como uma criança. ― O olhar de Alec era furioso, o que ao invés de dar ao mago medo, ou pelo menos receio, fez o efeito contrário, fazendo o último gargalhar. Ele achava o namorado fofo zangado, além de que os trajes de Alexander não ajudavam em nada para que fosse levado a sério. ― Boa noite, Magnus Bane. ― Alec saiu bufando da sala direto para o quarto enquanto o outro se levantava para acompanhá-lo.

― Alec! Venha cá! ― O mais velho mal conseguia parar de rir.― Talvez eu devesse fazer um feitiço de rastreamento, assim acharemos seu bom humor! Se é que ele existe! ― Seguia o outro pelo corredor até seu quarto. O mago tinha seus olhos já com lágrimas de tanto rir e uma das mãos em seu abdômen enquanto a outra tapava um pouco sua boca.

“If our love is tragedy why are you my remedy?

If our love's insanity why are you my clarity?”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Críticas construtivas, elogios, etc são sempre bem vindos!