One-Shot - Coração de Cristal escrita por Marta13


Capítulo 1
Coração de Cristal


Notas iniciais do capítulo

NÃO ESTÁ BETADO!
Mais uma de minhas loucuras :)
Espero que gostem e comentem :)



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Pov. Bella

-Você prometeu Edward! Pelo amor de deus é natal! – estava profundamente irritada com meu marido. Desde que Edward havia sido nomeado presidente da Cullen’s cosmetic estava completamente viciado no trabalho se esquecendo que tinha uma família. Nossa filha estava sentindo saudades do pai, e eu estava sentindo falta de meu marido!

-Amor… Eu prometo não chegar atrasado. Eu juro… Você sabe que dona Esme comeria meu fígado se eu chegasse atrasado. – suspirei massageando minha testa.

-Edward você sabe perfeitamente que eu detesto dirigir. Não tem como arrumar um táxi na noite de natal, e muito menos com esta tempestade! – Edward não falou nada e minha vontade era lhe dar uns bons tapas.

-Desculpa amor… Eu juro que não foi minha intenção... Mas você sabe que ultimamente as coisas aqui na empresa estão complicadas. É o final do ano, as vendas estão disparando e…

-E você se esqueceu que tem uma família! Eu também trabalho Edward! Mas eu sei abrandar o ritmo e dizer chega quando o trabalho me impede de passar tempo com a minha failia! Mas ok... Não vamos ficar discutindo isto por telefone. – suspirei derrotada já procurando minha bolsa e as chaves do volvo.

-Amor eu não esqueci! Porra… Eu… - desliguei a chamada bufando irritada não querendo me irritar mais com aquilo. Vesti meu grosso casaco, luvas e cascol tentando me proteger o máximo possível. Este estava sendo o inverno mais frio dos últimos 100 anos, e estava sentindo frio só de pensar em sair à rua.

-Mamãe? Papai vai demorar muito? Quero logo ir para casa da vóvó abrir meus presentes! – Nessie estava com seus olhinhos brilhantes completamente empolgada. Disfarcei meu suspiro com um sorriso pegando minha filha no colo beijando suas bochechas rosadas.

-O Papai falou para nós duas irmos já para casa da vóvó e…

-Eu sei mamãe.. O papai está trabalhando de novo, não precisa de explicar. – Nessie se grudou a mim polcando sua cabeça no vão de meu pescoço. Minha filha era muito esperta para uma garotinha de apenas 6 anos, e aquilo tanto que me enchia de orgulho como me deixava preocupada. Era percetível a tristeza nos olhos de minha pequena cada vez que o pai chegava tarde e demasiado cansado para lhe dar atenção.

-Eu pedi para o papai noel fazer o papai ter menos trabalho mamãe. Vai ver, o papai depois vai ficar em casa brincando comigo e com você. – meu peito se aqueceu com a ingenuidade e doçura pura de minha filha. Eu a amava tanto.

Apertei mais minha filha em meus braços e fui até seu quartinho rosa pegar um casaco quente, umas luvas, um gorro e um cascol.

Assim que estávamos prontas para enfrentar a noite gelada, peguei a chave do volvo e carreguei minha filha até à garagem. Sentei Renesmee na cadeirinha e apertei bem seu cinto me assegurando de que estava segura. Entrei no volvo e ajeitei todos os espelhos antes de sair para a terrível tempestade. Mesmo com o aquecimento ligado, o carro estava gelado e estava tendo dificuldade em enxergar bem a estrada. A pequena cidade de Forks estava completamente coberta com um espeço manto de neve, o que era até bonito já que a maior parte do ano a cor dominante era o verde.

A mansão dos Cullen era bem isolada perto da floresta, e infelizmente a estrada de acesso era muito pouco iluminada e o facto de não estar conseguindo enxergar grande coisa por conta da neve insistente que estava caindo estava me assustando.

Não sei ao certo o que aconteceu, mas do nada um enorme pinheiro simplesmente caiu sobre a parte dianteira do Volvo me projetando para a frente. O grito de Renesmee foi a única coisa que estava presente em minha mente, não estava me conseguindo concentrar com o airbag esmagado contra meu rosto me protegendo do impacto.

-MAMÃE! – pisquei algumas vezes tentando perceber o que havia acontecido tentando desapertar meu cinto de segurança. O airbag logo esvaziou me dando uma visão do vidro dianteiro. O vidro estava completamente rachado, mas felizmente não havia quebrado impedindo assim os ramos do enorme pinheiro de me esboracarem. Meu coração se acelerou assim que me apercebi do que havia acontecido. A força da tempestade havia feito o enorme pinheiro cair sobre o capô do carro. Aquilo quase produzido o efeito de uma avalanche já que o carro estava completamente coberto de neve. Tentei abrir a porta, mas a neve estava impedindo a passagem. Merda… Aquilo era mau… Tentei ligar o motor do carro para ligar o aquecimento mas não estava funcionando, provavelmente havia sido destruído pelo impacto do pinheiro.

-MAMÃE! –minha filha estava chorando assustada tentando chegar junto de mim.

-Estou bem bebé. Fica calma, a mamãe vai ligar para o papai nos vir buscar. – tirei o celular da bolsa meio trémula me sentindo um pouco enjoada pelo impacto que havia sofrido e pela situação em si.

Efetuar uma chamada mas aparentemente estava sem sinal. Que merda! Não estava nem conseguindo ligar para a emergência! Merda… Tentei ligar mais algumas vezes mas nada estava funcionando. Calma Bella… Você precisa de manter a calma.

-Mamãe estou com medo… - minha filha já estava soluçando e chorando bastante. Aquilo estava me quebrando o coração. Desapertei meu cinto de segurança e subi sobre o banco arrastando meu corpo para o banco traseiro para junto de minha filha. Logo Nessie desapertou o cinto e se jogou em meus braços chorando e soluçando. Joguei a cadeirinha de Nessie para a parte da frente e me sentei esticando as pernas mantendo a minha filha colada a mim sussurrando palavras de consolo. Alguém teria de nos achar o mais rápido possível. Tentei distrair Nessie por algum tempo falando que tudo estava bem e que logo alguém viria nos ajudar.

Enquanto isso a temperatura estava descendo cada vez mais ao ponto de fazer o vidro quebrado estalara ainda mais. O peso da neve também não devia estar ajudando.

-Mamãe, estou com f…frio… -apertei mais minha filha contra meu peito tentando a todo o custo a manter quente. Mas como fazer aquilo quando eu mesma estava sentindo até meus ossos congelar?

-Vai tudo f..ficar bem bebé… - apertei mais minha filha contra meu peito pousando meu queixo no topo de sua cabeça sentindo a respiração quente de Nessie contra meu pescoço. Meu coração estava batendo descontroladamente em meu peito, fruto do medo que eu estava sentindo percorrer minhas veias. A tempestade parecia ficar cada vez mais forte, cobrindo completamente o carro. Já não dava para enxergar nada pelas janelas para além de uma grossa camada de neve. Rezei internamente para que o vidro não quebrasse acabando assim com qualquer esperança de sairmos dali com vida.

Renesmee estava gemendo de frio se apertando cada vez mais contra meu corpo, tremendo descontroladamente. Suas mãozinhas estavam roxas assim como seus lábios e nariz. Eu teria de a manter quente custe o que custar.

Eu amava minha filha, e nunca me perdoaria se algo de mal acontecesse. Minha pequena Renesmee a maior prova de meu amor e de Edward…

Eu estava tentando de tudo para manter Nessie quente, mas nada estava resultando.

-Ma..mamãe estou.. c…com muito fr…frio. – as lágrimas corriam abundantemente pelos olhos de minha filha e meu coração estava se apertando mais e mais a cada segundo.

Afastei minha filha e despi meu grosso casaco e cascol mantendo apenas minha blusa. O que podia parecer um ato de loucura era provavelmente o único jeito de salvar minha filha. Senti minha pele queimar com o frio e um forte arrepio se apoderar de meu corpo. O frio era insuportável… Mas teria de o suportar por minha filha.

-Mamãe! Ta friooo! O… o que ta… ta fazendo?! – Renesmee me olhava como se eu estivesse completamente louca, brigando comigo, tentando me fazer vestir meu casaco.

Engoli as lágrimas da dor que o frio intenso estava me causando e abracei minha filha tentando disfarçar o incomodo que suas mãozinhas geladas estavam provocando. A embrulhei em meu casaco e enrolei meu grosso cascol em volta de seu pescoço tentando de certa forma cobrir seus lábios, nariz e ouvidos. Nessie estava com seu olhar confuso, e eu estava trincando os dentes tentando não fazer transparecer a dor intensa que o frio estava me causando. Virei minha filha e a abracei pelas costas a fazendo sentar entre minhas pernas.

Me encostei contra a porta do volvo já sentindo as costas dormentes pelo frio.

-Mamãe está b…b..em. V…Você… qu…q…q..qu tem… de ficar… qu…quentinha. – Milhares de coisas estavam passando por minha mente inebriada pela dor que o frio estava me causando.

Só havia três opções.

A primeira e pior opção, seria morrermos completamente congeladas.

A segunda e menos provável seria a tempestade acalmar o mais rápido possível e alguém nos achar. Mas isso estava praticamente fora de cogitação já que a tempestade parecia estar cada vez mais forte.

E por fim, a terceira e a que eu estava torcendo para que acontecesse, seria conseguir manter minha filha quente pelo menos até alguém nos resgatar.

Sim, porque eu não esperava sair deste carro com vida. Deveria estar sentindo medo da morte. Mas na verdade a morte não estava me assustando, pelo menos não a minha.

Iria sentir saudades de minha família, de minha vida e de Edward. Edward….

Mas minha escolha sempre será minha filha. Renée nunca havia sido uma mãe muito presente. Nunca havia estado a meu lado nos meus melhores e piores momentos, nunca havia feito o papel que uma mamãe deveria fazer…

Sempre havia jurado para mim mesma que minha relação com Renesmee não seria assim, mas aqui estava eu prestes a quebrar uma promessa… Eu não estaria presente nos aniversários, não estaria lá para xingar minha filha da bagunça em que ela deixará seu quarto de adolescente. Não estarei lá quando minha menina se apaixonar pela primeira vez e um babaca qualquer quebrar seu coração…

Mas o que posso fazer? Não posso deixar minha filha morrer. Aquilo me mataria… Meu coração não aguentaria tamanha dor.

Para além do som de nossas respirações e de meus dentes batendo audivelmente o silêncio era cortante. Nessie já não estava tremendo de frio e aquilo me deixou de certa forma mais aliviada. Já não estava sentindo minhas mãos, nem minhas costas, estava completamente dormente, sentindo a circulação sanguínea em meu corpo cada vez mais lenta e pesada.

Tentei apertar minha filha mais contra meu peito sentindo sua suave respiração. Eu estava ficando com sono…. Malditas pálpebras estavam ficando pesadas.

-Mamãe?

-Hm? – tentei parecer o mais normal possível, dando graças aos céus por Nessie não poder ver meu rosto.

-Papai vem nos buscar logo?

-S…S…Sim. E…Ele v..vem l…logo. Maas…a…a…agora vocêee p..precisa de de de dormir um pouquinho. – eu estava a todo o custo tentando disfarçar a dor que cada palavra estava me causando. Meus lábios já não estavam querendo colaborar, e minha garganta estava ficando seca e doendo sempre que engolia um pouco de saliva.

Felizmente Nessie estava seguindo meu conselho se aconchegando mais um pouco contra meu peito pousando sua cabecinha em meu pescoço. Eu estava lutando contra minha pálpebras e contra a vontade de gemer e gritar de dor, mas não podia assustar minha menina…

Senti uma lágrima sofrida rolar por meus olhos e flashes de minha vida estavam passando como um filme em minha mente. Aquilo era a coisa mais clichê de sempre, mas me lembrar dos momentos felizes repletos de amor e felicidade me fizeram cair na escuridão com um sorriso nos lábios.

Pov. Edward

Edward Cullen, 27 anos presidente da Cullen’s cosmetic, pai de uma linda garotinha de 6 anos e casado com a mulher perfeita. O mais eu poderia querer? Ah, pois um pouco de mais tempo e quem sabe muita sorte para quando chegasse a casa. Sim, porque Bella iria me matar. Desde que Carlisle se aposentou e me nomeou para o cargo de Presidente da Cullen’s cosmetic há 4 meses, minha vida simplesmente deu um giro de 360 graus. Eu não queria e não podia desapontar meu pai. Ele sempre havia lutado tanto pela empresa, a tornando uma das melhores de todo o mundo no ramo dos produtos cosméticos.

Meus dias eram passados na empresa assim como grande parte dos finais de semana. O trabalho estava me consumindo. Bella e eu vínhamos brigando bastante nos últimos 2 meses por causa disso. Eu amava muito minha esposa. Estávamos juntos desde o colegial. Nem eu nem Bella havíamos planeado sua gravidez, mas nem por isso fiquei menos feliz quando soube que o amor de minha vida estava grávida e logo a pedi em casamento em nosso 2º ano da faculdade em Harvard. Eu estava cursando Administração e Bella estava cursando Direito. E claro que com muito esforço e empenho conseguimos conciliar tudo.

Porque tudo estava sendo tão complicado? Tentei me concentrar nos documentos que teria de assinar mas estava com um sentimento estranho no estômago. Olhei para meu relógio e merda… já eram 21h. Bella iria me matar se eu chegasse atrasado no jantar de natal. Arrumei todos os documentos em uma pasta e vesti meu casaco apressadamente descendo até à garagem da empresa. Estava um frio insuportável e eu mal podia esperar por chegar a casa, e cear com minha família. Depois iriamos nos sentar junto da enorme e acolhedora lareira na mansão de meus pais e eu iria puxar minha esposa emburrada para sentar em meu colo lhe roubando alguns beijos tentando implorar por perdão. Mas desta vez iria ser diferente. Eu iria falar com Carlisle para tentar dividir a empresa entre mim e Rosalie. Não podia me afastar assim de minha família, aquela distância e ambiente estava me matando. Quero chegar a casa brincar com minha filha e me deitar na cama com minha mulher a amando até de madrugada sem me sentir completamente exausto.

Entrei na minha ferrari e dirigi até à mansão. Merda estava uma tempestade horrível e a estrada estava perigosa demais. Fiquei com medo por minha Bella, ela não gostava muito de dirigir.

Passei minha mão no vidro embaçado tentando enxergar melhor o que estava acontecendo um pouco mais à frente. As luzes azuis estavam piscando e logo percebi que se tratava de uma ambulância e de um carro dos bombeiros. Meu coração apertou e asselarei o carro me aproximando mais. A estrada estava cortada e senti uma forte dor em meu peito. Logo desliguei o carro e saí do carro me sentindo sufocar assim que percebi o que estava acontecendo. NÃO! AQUILO ERA MEU VOLVO! NÃO! Corri desesperado pela neve não me importando com o frio.

-BELLA! RENESMEE! – corri que nem um louco escorregando algumas vezes na neve. Os bombeiros estavam cavando com uma pá tentando chegar até ao carro e logo percebi Emmett e Rosalie chorando abraçados. Eu não estava conseguindo enxergar mais nada e corri até ao carro mas logo um policial me impediu de passar.

-O senhor não pode passar. Os bombeiros estão trabalhando e…

-PORRA NENHUMA! AQUILO É O CARRO DE MINHA MULHER! MINHA MULHER E MINHA FILHA ESTÃO NAQUELE CARRO! – tentei me desgrudar do homem o afastando.

-Eu lamento. Os bombeiros estão fazendo de tudo mas o senhor precisa de…- soquei o policial com todas as minhas forças já sentindo as lágrimas em meus olhos.

Empurrei alguns bombeiros e me ajoelhei sobre o monte de neve que estava cobrindo o carro cavando a neve com minhas mãos. Minhas mãos estavam ficando dormentes pelo frio, mas não estava me importando com nada.

-BELLA! RENESMEE! NÃO! – eu estava cavando assim como os bombeiros que continuavam seu trabalho. Meu coração estava sufocando com a dor e as lágrimas estavam me secando. Sento fortes braços me afastar me fazendo gritar.

-Edward se acalma cara… Eles vão conseguir tira-las dali… se acalme por favor. – tentei me desfazer do aperto de Emmett o socando nos braços e esperneando.

-NÃO! ME LARGA! EU PRECISO DE AS SALVAR EU PRECISO! – finalmente os bombeiros conseguiram chegar até a porta trazeira do carro a desimpedindo de neve e senti meu coração parar. Emmett me largou e o bombeiro abriu a porta do carro. Me aproximei praticamente socando cada pessoa que estava se atravessando em meu caminho. O bombeiro tirou Nessie do carro que logo foi socorrida e rodeada por paramédicos.

-A garota está bem! – um homem gritou feliz e um alivio enorme se apoderou de meu peito. Minha garotinha estava bem. Tentei me aproximar do carro querendo saber de Bella, mas logo um monte de paramédicos chegou com uma maca me impedindo a passagem.

-COBERTORES RÁPIDO! RPD, SORO E PELO AMOR DE DEUS TEMOS DE IR IMEDIATAMENTE PARA O HOSPITAL! – eu não estava conseguindo enxergar nada mas meu mundo ruiu assim que Bella foi carregada para fora do carro. Minha Bella estava roxa, completamente gelada… NÃO!

Depois disso tudo se passou como um borrão em minha mente. Eu não estava conseguindo pensar direito, estava apenas gritando e chorando desesperadamente e quando dei por mim já estava no hospital na sala de espera aguardando por noticias.

-Edward amor… Vai tudo ficar bem por favor se acalma filho… - Esme estava afagando meus cabelos tentando me acalmar. E ali estava eu na sala de espera do hospital chorando no ombro de minha mãe rezando para que a mulher de minha vida não morresse.

-A culpa foi toda minha mamãe… Bella não gostava de dirigir… a empresa… eu… - logo recomecei meu choro. Toda minha família estava ali. Emmett e Rosalie acharam o Volvo quando estavam indo para casa de Mamãe e logo chamaram a emergência.

Me levantei abrutadamente assim que o médico apareceu.

-Familia de Isabella e Renesmee Cullen ? – o médico estava com uma expressão cansada e provavelmente sem vontade nenhuma de estar ali já que era noite de natal.

-Eu sou o marido e o pai. – falei gaguejando com Esme e Carlisle a meu lado me apoiando.

-Sua filha está bem e logo terá alta. Sua mulher a conseguiu manter quente pelo tempo que elas ficaram presas no carro.

-Graças a deus. – mamãe falou e me senti aliviado por minha garotinha. Mas meu coração ainda estava apertado por minha esposa.

-E minha esposa doutor? – o médico me olhou com pena e logo meu coração doeu.

-Sua esposa foi muito corajosa senhor Cullen. Ela salvou a filha de vocês usando seu calor corporal e suas roupas. Sua esposa enfrentou temperaturas negativas sem qualquer tipo de aquecimento… Assim que chegou ao hospital os pulmões da senhora Cullen deixaram de funcionar e seu coração parou. Não foi logo possível fazer a reanimação por causa da hipotermia, aquilo poderia causar um choque térmico… - o médico suspirou passando a mão pelos cabelos prosseguindo.

-Tivemos de ligar o oxigénio e tentar aquecer o corpo o mais natural possível sem comprometer os outros órgãos vitais e a circulação… Mas sem um coração batendo tudo se torna mais difícil… Conseguimos aquecer o corpo e assim que possível iniciámos a reanimação que felizmente foi bem sucedida… Mas infelizmente a falta de oxigénio e de sangue no cérebro…

-POR FAVOR FALE DE UMA VEZ! – eu estava completamente impaciente querendo logo saber como Bella estava.

-Sua esposa está em coma, sem previsões para acordar... Pode ser provisório e sua esposa pode acordar nas próximas horas, dias, semanas, meses ou na pior das hipóteses anos. Não temos como saber. Gostaria de lhe dizer que as probabilidades estão todas a seu favor, senhor Cullen, mas estaria mentindo… As próximas 24 horas serão fundamentais para Isabella. Ela esteve com uma hipoteremia muito grave e não sabemos ainda até que ponto aquilo a possa ter afetado a nível cerebral e dos outros órgãos vitais… Ainda estamos fazendo alguns exames… – e meu mundo simplesmente ruiu. Caí de joelhos chorando desesperadamente pela merda que eu havia feito. Minha mulher, minha Bella, o amor de minha vida estava morrendo e a culpa era exclusivamente minha. Eu sabia como Bella odiava dirigir, eu sabia o quanto ela estava aborrecida e desapontada comigo por estar pondo a empresa em primeiro lugar…

Não estava conseguindo suster minhas lágrimas me sentindo completamente quebrado.

-Eu... Eu preciso de ver minha esposa… - não estava sequer tentando disfarçar minhas lágrimas de desespero e a expressão simplesmente fracassada em meu rosto.

-Pode senhor Cullen. Sua esposa está no quarto 223 e sua filha está na pediatria. – acenei positivamente respirando fundo me preparando psicologicamente para o que viria.

-Vai ver sua esposa filho. Eu vou buscar a Nessie ela já deve estar tendo alta… - Esme afagou meu ombro. A pena estava bem ali estampada e aquilo estava me matando. Caminhei lentamente até ao quarto arrastando minhas pernas que pareciam não querer sair do lugar. Respirei fundo algumas vezes antes de abrir a porta e sentir um choque horrível se apoderar de todo o meu corpo efeito do “bip” irritante daquela maldita maquina. Minha Bella estava tão quieta… Me aproximei da cama sentindo minhas pernas bambas e me derramei de novo em lágrimas caindo de joelhos ao lado da cama de minha Bella. Bella estava pálida, e seus lábios ainda estavam um pouco roxos assim como seu nariz perfeito e dedos. Segurei a mão gelada de meu amor em minhas mão as tentando aquecer com o calor das minhas. Bella sempre estava quente, sentir suas mãos geladas estava me matando a cada segundo.

-Bella amor por favor me perdoa. Eu sei que só um idiota, mas eu juro que vou ficar mais tempo com vocês. Eu faço tudo o que você quiser mas por favor acorda… Eu não sei viver sem você! Por favor não faz isso para mim. Eu preciso tanto de você! Renesmee precisa de você, eu preciso de você… Por favor não faz isto amor. Por favor! – Beijei a mão de minha Bella a molhando com minhas lágrimas soluçando cada vez mais. Senti pequenos bracinhos enlaçarem minha cintura e logo percebi que era minha filha. Tentei me acalmar um pouco e a abracei quase a esmagando com meu abraço passando as mãos por todo o seu rostinho perfeito me certificando que nossa menina estava mesmo bem. Os olhinhos cor chocolate iguais aos da mãe estavam me fitando com uma tristeza atroz que estava quebrando meu coração. Minha filha me acompanhou com seu choro.

-A mamãe.. A mamãe tava com muito frio papai mas ela deu o casaco para mim. Eu falei para a mamãe ficar com ele mas ela não deixou.. Depois eu fiquei com soninho e quando acordei o senhor bombeiro já estava me tirando do carro… Desculpa papai eu não fiz por mal. – minha filha estava se achando culpada quando a culpa de tudo aquilo era única e exclusivamente minha. Eu que havia feito a merda e não ela…

-Não fala assim amor. A mamãe fez isso para proteger você. É isso que os pais fazem com os filhos… Passei a ponta do dedo no pequeno medalhão em forma de coração de minha filha. Bella havia oferecido aquilo para Nessie no natal passado. Aquilo era tão fodidamente irónico.

-“Plus que ma propre vie”. Mais que a minha própria vida… A mamãe sempre fala isso para você. Nós daríamos a vida por você filha, simplesmente porque você é a nossa vida. A mamãe só queria proteger você mesmo que isso lhe custasse a vida. – falar aquelas palavras em voz alta estava me deixando comovido e emocionado. Bella sempre falava aquilo para nossa filha, mas nunca pensei que chegaria o dia em que teríamos de levar aquilo á letra.

-Papai… A mamãe vai… vai morar com Jesus e as estrelas? – os olhinhos curiosos de Nessie estavam dilatados e o medo estava ali claramente estampado.

-Eu não sei amor… Mas eu espero bem que não… - Nessie se soltou de meu abraço e pulou para cima da cama abraçando o corpo inerte de minha esposa.

-Por favor fica mamãe… Eu não quero mais presentes de natal. Eu vou pedir ao papai Noel para curar você. Eu te amo mamãe por favor não vai embora… Por favor… O papai vai chorar muito eu também… Por favor mamãe fica comigo. – Nessie estava com seu rostinho enterrado no pescoço de Bella chorando e soluçando o que só estava contribuindo para agravar mais o meu choro. Contornei a cama de hospital e me deitei do outro lado afastando os fios do soro e alguns tubos que estavam ali. Me deitei na cama pousando a mão no coração de minha Bella, depositando um beijo suave em seus lábios inertes.

-Eu te amo. Por favor volta amor… Por favor. – Nessie estava completamente grudada ao pescoço da mãe e eu puxei as duas mulheres de minha vida, delicadamente para junto de mim as abraçando.

E foi assim chorando e rezando pela minha esposa que acabei caindo no sono.

(…)

Bip….Bip…Bip…Argh! Aquele maldito bip irritante de novo. Minha mente ainda estava confusa e cansada. Meu corpo estava dolorido e a medida que ia acordando senti alguém afagar meus cabelos… Mhhh aquilo era tão bom… Pisquei algumas vezes tentando enxergar alguma coisa no quarto escuro e meu coração deu um pulo quando percebi aqueles incríveis olhos cor de chocolate que eu tanto amava me fitando. Me levantei bruscamente quase caindo da cama, com meu coração batendo que nem um louco quase saltando de meu peito.

-B… Bella! Oh meu deus! – Bella estava acordada e sorriu fracamente. Logo me apoderei de seus lábios a beijando com todo o meu amor, desejo, carinho e profunda paixão. Ela havia acordado! Senti aquela tão conhecida e gostosa corrente elétrica percorrer todo meu corpo, e logo pedi passagem com minha lingua, sentindo uma necessidade extrema de sentir o doce sabor de meu amor. Bella parecia preguiçosa beijando lentamente me apertando fracamente contra si e logo meu cérebro fez um click e se lembrou de que ela não devia estar propriamente bem. Me afastei de seus lábios encostando nossas testas tentando assim como Bella controlar minha respiração.

-Eu te amo. Por favor me perdoa amor. A culpa foi toda minha… A culpa foi inteiramente minha por favo me perdoa… - de novo as lágrimas estavam escorrendo livremente, e as mãos quentes e suaves de minha amada limparam as lágrimas de meus olhos me obrigando a fixar seus olhos nos meus.

-Eu te amo. A culpa não foi sua Edward… Eu agora estou bem. – eu estava me sentindo uma bicha gay por estar chorando tanto mas não estava conseguindo evitar as lágrimas agora de felicidade.

-Eu quase perdi vocês…. Eu fui um idiota Bella, eu lamento tanto… Eu vou largar a presidência. Eu vou largar tudo eu só quero ficar com vocês. – Bella sorriu suavemente me puxando para si colando seus lábios aos meus me beijando desesperadamente.

O “bip” da maquina disparou loucamente e gargalhei com aquilo fazendo minha adorável esposa corar.

-Interessante… - falei aquilo sorrindo beijando agora seu pescoço fazendo Bella me estapear gargalhando levemente.

-Para com isso Edward. Acabei de sair de uma experiência de morte eminente ainda estou meio que dolorida, por isso não me faça rir. – Bella estava muito corada e logo a abracei mais contra mim sentindo aquele incrível cheiro a morangos.

-Eu te amo… - ficamos ali abraçados por um longo tempo, quando Bella se virou para nossa filha afagando o rostinho de nossa menina.

-Eu estava com tanto medo… Eu não podia deixar minha filha sofrer… - Bella estava chorando beijando o rostinho de nossa filha.

-Agora está tudo bem… Nessie está bem graças a você. Você salvou nossa filha amor…

-Plus que ma propre vie… Lembra? – Bella falou aquilo passando a ponta do dedo sobre o medalhão.

-Lembro. Eu falei isso para ela… Ela estava com tanto medo de você ir morar com jesus e as estrelas, como ela falou. Ela estava se sentindo culpada… - Bella beijou a testa de nossa filha de novo e eu imitei seu gesto.

-Ninguém teve culpa… Agora esta tudo bem. – Bella afagou meu rosto, fazendo meu coração se derreter.

-Já falei que te amo? Eu serei grato a Deus para toda a vida por não ter tirado você de mim. Eu irei agarrar esta segunda chance com unhas e dentes. Eu juro Bella… A partir de agora tudo será diferente. – os incríveis olhos cor de chocolate estavam fixos nos meus, e eu podia ali enxergar todo o amor e perdão…

-Eu te amo Edward. Mais que minha própria vida.

-Mais que minha própria vida… - e ali ficamos a nossa noite de natal abraçados, trocando juras de amor, nos beijando e admirando nossa filha. Pode não ter sido o natal perfeito. Pode ter sido o mais dramático e desastroso na verdade. Mas foi repleto de amor, compaixão e perdão. Porque eu estava tendo a chance de remediar tudo e corrigir meus erros. Eu estava ali junto da minha razão de viver. Eu estava feliz e iria lutar por essa felicidade até ao fim dos meus dias.

Fim


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Notas finais do capítulo

BÓNUS!

Se houver um possivel bónus eu depois passo o link para as pessoas que comentarem já que as regars aqui no Nyah mudaram...

E aí o que acaharam??
Espero sinceramente que tenham gostado e me deem a opinião de vocÊs :)

bjs