Who We Are escrita por Winger


Capítulo 6
Capítulo 6: Half a Heart


Notas iniciais do capítulo

Explicações nas notas finais.
A música é "Half a Heart" do One Direction.
Espero que gostem.



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Marlene McKinnon

Já estavam se tornando cada vez mais comuns as idas do Sirius ao meu dormitório. E era impossível eu me concentrar em qualquer coisa que não tenha cabelos negros naturalmente bagunçados e olhos azuis penetrantes quando isso acontece.

– Lene? – Sirius sussurrou, me chamando baizinho, enquanto depositava beijos no meu pescoço. – O que nós somos?

Bem, eu não estava esperando essa pergunta.

Me separei um pouco dele para olhá-lo nos olhos.

– Eu não sei. – respondi depois de pensar por um certo tempo. – O que você acha que nós somos?

– Eu também não sei. – ele me olhou, ainda ofegante, com os lábios vermelhos por conta dos beijos que estávamos trocando segundos atrás. – Mas... sabe, - ele se sentou, separando-se de mim completamente. Eu aproveitei para me sentar direito em cima da minha cama. – eu queria... bem, poder pôr a mão na sua cintura quando outros caras te olham. E... dizer eu te amo sem que ninguém ache estranho. Mas eu não sei como lidar com isso direito.

– Você me ama? – perguntei sorrindo.

– Não. – ele respondeu sorrindo também. – Eu odeio você.

– Então o sentimento é recíproco. – sorri, antes de puxá-lo pela gravata para mais um beijo.

– Lene, é sério. - Sirius transformou o beijo de verdade que iria acontecer em selinho. – Quero namorar com você.

Aquilo era definitivamente bom demais para ser verdade. Sirius Black, o garoto desejado por toda Hogwarts(entre homens e mulheres), estava me pedindo em namoro. Isso ia ser, no mínimo, um desafio.

Eu adoro desafios.

– Tá bom. – eu disse, por não conseguir pensar em algo mais inteligente.

Sirius não disse mais nada, apenas me deu o beijo que ele estava me devendo. Nós estávamos totalmente envoltos, e em momento nenhum eu quis parar. Minhas mãos, como sempre, foram para no cabelo de Sirius, enquanto as mãos habilidosas dele subiam minha camisa. Eu apenas deixei rolar.

Porra, Lene. – ele arfou, quando se afastou um pouco para encarar meu corpo. – Você é tão... uau.

Uau? Quase tive um ataque de risos, mas tive que me segurar para Sirius não ficar frustrado.

– O que é isso? – Sirius olhou a mesa que ficava ao lado da minha cama e pegou os papéis que estavam ali em cima. Eram minhas notas. – T em todas, Lene? O que está acontecendo?

– Sirius, eu...

– Ai, meu Deus. Sou eu, não sou? – ele me olhou preocupado enquanto eu me ajeitava desconfortavelmente na cama. – Todas as vezes que venho aqui você está estudando, mas nós sempre acabamos fazendo outras coisas.

– Sirius...

– Não tem graça, Lene. – ele me encarou sério. – Eu sei que sou gostoso e vagabundo, mas não quero que você se prejudique por minha causa. E, caramba, por que você não me contou?

Pra um relacionamento funcionar, eu acho que ambos temos que ser sinceros um com o outro. E foi por isso que eu contei ao Sirius tudo o que eu queria ter contado a muito tempo.

– Sirius, eu demorei muito tempo pra conseguir estar aqui com você, desse jeito. E... – bufei mais uma vez. – E eu achei que se eu pedisse para nós darmos um tempo nos amassos, você iria “aliviar” suas vontades em outras.

Sirius deu uma risada incrédula.

– Meu Deus, Lene! – ele segurou meu rosto com as duas mãos. Eu posso ficar alguns dias sem dar amassos por você. E não, eu não vou me pegar com outras garotas. Eu te odeio demais pra esse tipo de coisa.

– Eu te odeio mais. – sorri. – E desculpe por não ter contado sobre as notas.

– Tudo bem. – ele deu de ombros. Segundos depois, deu um sorriso maroto. – Sabe, essa regra de “sem-amassos” pode começar a valer só a partir de amanhã, que tal?

Dei uma gargalhada.

– Você não presta.

– E você gosta. – ele zoou, antes de vir para cima de mim de novo.

James Potter

– LILY! – gritei enquanto tentava alcançá-la no corredor. – Hey, Lily!

– O que é? – ela perguntou irritada, virando-se para mim.

– Você está me evitando.

– Oh, você acha? – perguntou irônica.

– Olha, eu sei que fiz besteira, tá bom? – bufei. – Eu sei que eu não deveria ter te beijado e que somos amigos, mas eu... eu simplesmente não pude evitar.

– James... – ela suspirou, tentando manter a calma. – É só meio estranho falar com você agora. Nós estávamos nos dando tão bem como amigos... Mas aí você me beijou e a coisa toda desabou, e eu estou confusa e...

– Eu sei, eu sei. – falei desesperado. – Mas a gente pode tentar de novo, caramba! Me desculpa!

Ela deu um longo suspiro.

– Não vou com você à Hogsmead.

– O quê?

– Não vou com você à Hogsmead, James. – ela me encarou. – Precisamos nos afastar por um tempo, tudo bem?

– Não, Lily, não está tudo bem. – resmunguei. – Mas se você prefere assim, beleza, vamos nos afastar.

– James! – escutei ela gritar meu nome quando me afastei dela, mas, pela primeira vez na vida, não a respondi.

Sirius Black

– E então? – olhei para James. – Qual o problema?

– Como você...?

– Sou seu melhor amigo. Sei quando não está bem. E aposto que o motivo é ruivo e raivoso.

Ele bufou e se sentou em um banco. Estávamos andando por Hogsmead.

– O problema é que a Lily às vezes não facilita! Qual é o problema de sermos mais que amigos? A gente se dá tão bem, caramba! Por que ela tem que complicar tudo?

– Pois é... – falei distraído, olhando para os lados tentando ver Lene por aí.

– Você está procurando a Lene, não está?

– Como você...?

– Sou seu melhor amigo. – ele sorriu e me deu um tapinha no ombro. – Vai lá encontra ela, eu to de boa.

– Você está falando sério, James? – eu o encarei sério. – Eu posso me encontrar com Lene outro dia se você q...

– Cala a boca, Sirius. – ela resmungou. – Sei que você tá doido pra se encontrar com ela. Pode ir.

– Ah, que bom! – respondi aliviado. – Lene e eu não temos nos encontrado muitas vezes porque ela está estudando e... meu corpo clama por sexo.

Ele riu.

– Cara, você é idiota.

– Clama por sexo, é? – ouvi uma voz feminina atrás de nós. Fudeu.

– Oi, meu amor. – tentei dar meu melhor sorriso ao me virar para Lene. – Como você está?

– Estou indo nessa. – James saiu rindo. Desgraçado.

James Potter

Já que dessa vez eu não tinha nenhuma acompanhante, fui até o Três Vassouras para encontrar com algum amigo, ou ao menos beber uma cerveja amanteigada.

E foi ali onde eu me deparei com uma cena que eu realmente não esperava ver.

Amos e Lily estavam sentados juntos em uma mesa no canto do estabelecimento, o rosto de Amos a centímetros do de Lily. Mas foi o que aconteceu depois disso que mais me chocou.

Amos beijou a Lily.

E eu não sei se ela correspondeu, porque antes de ver eu já tinha me virado e saído dali.

Então foi pra isso que Lily não quis vir comigo? Porque ela ia se encontrar com Amos Diggory? Mas que merda! Por que esse negócio de amar tem que ser tão complicado? Eu acho que eu devia tá feliz por ela, porque ela deve estar feliz com ela. Mas eu não consigo, porque eu não queria que fosse eu Amos ali.

Eu queria que fosse eu.

– James? – Sirius me encontrou. Ele estava de braços dados com Lene, e os dois pareciam felizes. Não sei por que, mas aquela cena me irritou, e eu saí antes que ele pudesse falar mais alguma coisa.

Lily Evans

E lá estava eu plantada esperando Marlene McKinnon chegar no Três Vassouras com minha cerveja amanteigada em mãos. Mas a engraçadinha ainda não tinha chegado, provavelmente porque tinha se encontrado com Sirius no meio do caminho. E Dorcas provavelmente estava com Remo.

E eu?

Eu estava aqui.

– Lily? – alguém me chamou. Amos chegou a minha frente e sorriu. – Você não vinha com o Potter?

– É, - sorri amigável. – mas não deu muito certo.

– Oh, que pena. – ele me encarou por alguns segundos e resolveu falar novamente. – Posso sentar aqui? É que me perdi dos meus amigos.

– Tudo bem. – dei de ombros.

– E aí, - Amos puxou assunto. – como vai em Poções?

E em como toda vez quando eu falava de Poções, me pus a contar animada sobre os meus estudos e outras baboseiras. Certo tempo depois, Amos e eu já estávamos rindo muito juntos. Mas por algum motivo ele resolveu se aproximar de mim, e antes que eu pudesse concluir qualquer tipo de raciocínio, me beijou.

É, ele me beijou.

E adivinha o que eu fiz? Correspondi. É, eu sei, sou uma idiota.

E foi quando eu percebi isso que quebrei o beijo. E ao olhar para o outro lado vi James batendo a porta e saindo do restaurante. Droga, ele provavelmente tinha visto meu beijo com Amos.

Encarei o garoto na minha frente com raiva e saí atrás de James.

– JAMES! –gritava o seu nome afim de que ele me escutasse e, por um milagre, viesse ao meu encontro. – JAMES, POR FAVOR!

E foi aí que eu o vi andando apressadamente sem direção alguma, e eu fui atrás dele.

– James, espera! – segurei a sua manga, mas ele puxou com tanta força que sua capa saiu do corpo.

– O que você quer? – ele me perguntou irritado.

– James, por favor, deixa eu explicar... – implorei.

– Explicar o que? – perguntou irônico. – Eu vi, Lily. Porra, eu te amo! Se você não queria sair comigo porque queria ir com o Diggory era só avisar, ia machucar menos.

– Não é na disso que voc...

– Não é? – ele me olhou, a mágoa estava praticamente estampada nos seus olhos. – E o que é então, Lily? – e então ele saiu. E eu fiquei para trás, sem chão.

Só conseguia ver ele se afastando cada vez mais, e eu queria ir atrás dele, mas sentia que isso não era o certo a fazer.

Olhei para minha mão. Ele tinha esquecido sua capa comigo. Mas eu achava mais fácil ele comprar outra do que vir atrás de mim.

(...)

Acordei na manhã seguinte totalmente acabada. Senti um cheiro diferente, e então abri os olhos. Dormi abraçada à capa de James, que ninguém nunca saiba disso. Abracei-a mais forte. O cheiro dele era tão bom...

– Lily? – Lene me chamou, e eu me assustei. Ela segurava o riso, dava pra ver facilmente. – O jogo da Sonserina contra a Grifinória é agora, você não vai se arrumar não?

– Eu não vou.

– O que? Por quê?

– Não to afim, Lene. Dor de cabeça. – inventei uma mentira qualquer.

– Eu sei que você está mentindo. – ela pronunciou entediada. – E sei que você não quer ver James, por isso não vou insistir. Mas mesmo que ele esteja com raiva de você, sei que ele iria adorar te ver no jogo torcendo por ele. Ele está triste com a situação de vocês dois.

Ignorei o que Marlene falou afim de não me sentir mais culpada do que já estava me sentindo. Depois de alguns minutos, totalmente perdida em pensamentos, acabei cochilando novamente. E acordei minutos depois.

Com uma coruja bicando meu rosto.

– Mas o quê...? – eu tentei dizer, minha voz embargada de sono, mas vi que a coruja trazia uma carta para mim.

Desconfiada, fui abrindo a carta aos poucos.

E a carta dizia o seguinte:

[Ponham a música para tocar a partir daqui]

Então, seus amigos estiveram me dizendo que você esteve dormindo com meu moletom

E que você não consegue parar de sentir saudades de mim

Aposto que meus amigos estiveram dizendo a você que eu não estou muito melhor

Porque eu estou sentindo falta de metade de mim

“Lírio,

O jogo vai começar daqui a dez minutos, mas arranjei tempo para escrever essa carta. Eu sou um completo babaca, e nunca fui bom com palavras, você sabe bem. Mas Lene veio falar comigo e acabou me contando que você dormiu abraçada à minha capa. E pode me chamar de idiota, mas eu fiquei feliz. Tipo, como eu não me sentia há muito tempo. E aqui estou eu, escrevendo essa carta. Totalmente ridículo, não é? É, eu sei.

E estar aqui sem você

É como se eu estivesse acordando para metade de um céu azul

Parte lá, mas não inteiramente.

Eu estou andando por aí com apenas um sapato,

Eu sou metade de um coração sem você.

O fato é que eu sinto falta daquele nosso beijo. E se você me perguntasse se eu me arrependi, eu diria que não. Porque eu realmente não me arrependi, muito pelo contrário, repetiria várias vezes a mesma cena se fosse preciso.

Lembra de quando nós nos vimos pela primeira vez? Nos odiamos logo de cara. Eu implicava com você a toda hora, porque tinha algo no fato de irritar você que me fazia feliz. Mas aí no quinto ano muitas coisas mudaram. Foi nessa idade que eu comecei a reparar mais em garotas e não odiá-las tanto. E adivinha em quem eu mais reparei?

Não se faça de desentendida. Foi em você.

Eu sou metade de um homem, na melhor das hipóteses.

Com metade de uma flecha em meu peito.

Eu sinto falta de tudo que fizemos,

Eu sou metade de um coração sem você.

Eu sei que isso vai soar um pouco clichê, mas sem você aqui para eu encher o saco é como se estivesse faltando metade de mim. E, caramba, isso é muito gay, mas é como eu me sinto. E sim, eu sei que estou enrolando. Mas agora vou direto ao ponto.

Estou escrevendo essa carta porque eu desejo que nós voltemos ao normal, sabe? Não o nosso normal de antes, em que você me odeia, mas o nosso normal atual, em que nós somos bons amigos.

Esqueça tudo o que nós falamos naquela noite.

Não, isso nunca realmente importou,

E não, eu nunca vou querer ser somente seu amigo, mas terei que me contentar com isso porque eu sei que você não sente a mesma coisa por mim, e eu não quero te forçar a nada.

Mas eu não posso deixar de dizer algo para você antes de terminar essa carta:

Eu te amo.

E me desculpe por isso.

Com amor,

J. Potter.

Não tente sair da minha cabeça.

O fato é que eu fiquei perdido sem você,

E desde então é como se eu estivesse acordando para apenas metade de um céu azul,

Parte lá, mas não inteiramente.

Eu estou andando por aí com apenas um sapato,

Eu sou metade de um coração sem você.

Eu fechei a carta lentamente. Não acreditava no que tinha acabado de ler. Podia ouvir facilmente os gritos das torcidas daqui. O jogo já havia começado.

E eu comecei a pensar.

Pensei em todas as vezes que James pediu para eu aceitar sair com ele. Em todas as vezes em que ele disse que me amava. Em todas as vezes que ele foi atrás de mim. E agora ele tinha declarado sua própria derrota. James Potter nunca mais me chamaria para sair. Nunca mais tentaria roubar beijos de mim.

E aqui estou eu. Sozinha, sentindo falta dele. Mas nunca fui corajosa o suficiente para mover um dedo sequer até ele.

Mas acabei de decidir que as coisas não vão ser mais assim.

James não vai vir mais atrás de mim, porque ele não vai mais precisar fazer isso. É a minha vez agora.

Eu vou atrás dele.

E é agora.


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Notas finais do capítulo

Hey, leitores!
Eu sei, eu demorei a postar. Deixe-me explicar: meu computador quebrou, e meu pai enrolou demais para mandá-lo para o concerto. Desculpem. Mas agora tenho três avisos para vocês:
1º: Esse é o penúltimo capítulo da fanfic. É que eu vou voltar de aulas daqui a alguns dias, e não vou poder mais me dedicar à fanfic.

2º: Eu postei a one-shot de Natal Jily. Eu sei que está tarde, mas leiam mesmo assim. E se puderem, comentem também. Ficarei totalmente agradecida. Aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/449264/Mistletoe_-_One-shot/

3º: Alguém aqui já leu A Culpa É Das Estrelas? Porque eu fiz uma one-shot do livro. Se puderem lere deixar algum comentário, ficarei agradecida :) O link é esse: http://fanfiction.com.br/historia/456974/Da_sua_Hazel_Grace_-_One-Shot/

Obrigada pela atenção, pessoal. Ah, e ontem foi meu aniversário. Sim, eu nasci no ano novo. Ainda estou aceitando livros de presente u_u

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10 COMENTÁRIOS PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO!!

Beijos,
Camila Rocha.