–Festa!!- Ezequiel gritou da janela do carro

Eu estava parada em frente ao meu prédio esperando os meus amigos chegarem para todos irmos à festa na casa da Andreza:

–Festa- falei animada entrando no carro e me espremendo no banco de trás ao lado de Victor:

–Oi Vic- disse dando um selinho nele

–E esse short ai!- ele falou dando um leve tapa na minha perna.

–Não começa Victor!

Ele riu e me deu um abraço:

–Vai demorar muito para chegar na festa?-Samuel perguntou a Bruno, irmão de Ezequiel- eu não vou aguentar muito tempo com o casal aqui- ele apontou para nós dois.

Bruno sorriu sem tirar os olhos da direção:

–Só mais uns dez minutos- ele disse

–Batida de gasolina?- Lucas disse me oferecendo a típica garrafinha de bebida dele.

Eu peguei a garrafa e dei um gole, eu ainda não estava totalmente acostumada com aquilo, passe a garrafa para Victor, ele deu um longo gole e entregou a garrafa de volta para Lucas.

Chegamos à casa de Andreza, a casa era realmente bonita, saltamos do carro e fomos até a porta entre aberta. Victor entrelaçou os dedos dele nos meus, algo que eu também não estava muito acostumada, entramos na casa, a musica alta invadia todo o ambiente, varias pessoas da nossa escola estavam lá dançando com copos nas mão, eu percorri os olhos pela sala procurando uma pessoal que não queria encontrar, mas lá estava Felipe sentado no sofá falando com outros garotos:

–Vou pegar algo pra gente beber!- Victor falou

Ele saiu de perto de mim, Ezequiel parou do meu lado:

–E ai baixinha!- ele disse- vamos procurar algum lugar pra sentar?!

Ele olhou para onde eu estava olhando:

–Vem vamos pro sofá- eu disse

Ele levantou uma das sobrancelhas:

–Tem certeza?

Nós quatro sentamos em frente ao grupo do Felipe no enorme sofá em formato de U, Victor chegou com dois copos de bebida, entregou um deles para mim e sentou do meu lado. Um dos amigos de Felipe falou algo para ele, Felipe olhou diretamente para mim e para Victor, virou para seu amigo e falou algo que eu não consegui ouvir por causa da musica alta:

–Eu quero dançar- falei olhando para Victor.

Ele levantou as mãos:

–Não olha pra mim.

Olhei para os meus outros amigos, eles desviaram o olhar e tomaram um grande gole da bebida do copo deles:

–Ok então eu danço sozinha- falei me levantando do sofá- mas se algum gatinho vier dançar comigo eu não posso fazer nada.

Fui para o meio da sala e comecei a dançar junto com as outras pessoas, depois de algum tempo dançando sozinha e bebendo muitos copos de bebida, eu senti alguém chegando por traz de mim e começando a dançar:

–Ah! Então você resolveu vir- eu disse pegando suas mãos e as contornando em volta de mim.

Ele riu e apoiou seu queixo em meu ombro.

Aquela risada não de Victor, imediatamente me virei e vi Felipe caindo de bêbado colado em mim:

–Ei!- falei dando um empurrão nele

Ele começou a rir cambaleando para traz:

–Não seja tão arisca Lu- ele disse chegando mais perto de mim

–Não- eu disse empurrando ele novamente, dessa vez ele caiu no chão abrindo espaço entre varias pessoas, todos da festa olharam para nós.

Victor apareceu em meio à multidão:

–Vamos sair daqui- falei segurando no braço de Victor

Ele desviou de mim e foi até Felipe, que tinha acabado de ficar de pé:

–E ai cara!-Felipe disse se esforçando para permanecer em pé

Victor não disse nada, simplesmente deu um soco na cara de Felipe:

–Fica longe da minha namorada- ele disse

Felipe começou a rir mesmo com a boca sangrando:

–Aposto que ela adorou quando eu a abracei- ele disse

Victor foi para cima dele, os dois rolaram pelo chão descendo socos um no outro:

–Parem- eu gritei assim que a musica parou.

Os dois olharam para mim, eu tirei Victor de cima de Felipe:

–Você não vê que ele esta bêbado?- falei para Victor

–O que? Você esta do lado dele?- Ele gritou- você ainda gosta dele- dessa vez ele sussurrou

Eu fui até Felipe e estendi a mão para ajuda-lo a levanta, ele levantou sorrindo:

–Idiota- eu disse dando tapas e socos em seu peito- pode tirar esse sorrisinho bobo do rosto- gritei.

Ele tentou segurar meus pulsos:

–Me larga- eu grite

Ele bufou, virou de costas e saiu.

Victor me abraço:

–Não Victor- falei- não me toca.

Eu me enfiei no meio da multidão enquanto a musica voltava a tocar, sentei em frente ao bar, cobri meu rosto e tentei segurar as lagrimas:

–Nossa que confusão em?

Levantei a minha cabeça e vi uma garota sentada ao meu lado no bar, ela estava sorrindo para mim:

–Oi meu nome é Olivia- ela disse

–Oi sou Luiza.

–É eu sei- ela disse tomando um gole do seu copo- sabe Luiza vou te ajudar a esquecer disso, pelo menos por um tempo.

–Como?

Ela pegou minha mão e me puxou, eu a segui até a porta que dava para o porão, ela abriu a porta e nós descemos. No porão tinha um grupo de pessoas sentadas em pufes, elas estava conversando e rindo:

– E ai galera- Olivia disse me fazendo sentar em um dos pufes- essa aqui é a Luiza

–Oi Luiza- todos disseram

Um dos garotos ascendeu um cigarro e um cheiro de maconha invadiu a sala, o cigarro passou de mão em mão até entregarem para mim, eu segurei o cigarro:

–Isso vai te fazer sentir melhor- Olivia disse- pode confiar

Eu peguei o cigarro e traguei.

O cigarro foi passando de mão em mão, voltando varias vezes para mim, cada vez eu dava uma tragada mais longa, cada vez eu me sentia mais feliz, cada vez eu ria mais do nada. Uma hora Olivia pegou minha mão, nós subimos na mesa de sinuca, que ficava no porão, e começamos a dançar e rir, um garoto chegou para Olivia e colocou uma balinha redonda em sua boca, ela voltou a dançar comigo, o mesmo garoto chegou até mim:

–Abre à boca- ele disse

Eu o obedeci.

Ele colocou a balinha na minha boca:

–O que é isso- perguntei ainda rido

–Doce- ele disse

Depois de um tempo eu olhei para o teto e vi pequenas luzes douradas voando a cima da minha cabeça, eu comecei a pular:

–O que foi?-Olivia perguntou

–Eu quero pegar os vagalumes dourados.

Ela olhou para cima:

–Vagalumes- ela disse pulando comigo

O garoto chegou para mim e me entregou mais uma balinha, eu continuei pulando, mas as luzes não estava mais lá, eu olhei para escadaria e vi um coelho subindo as escada do porão, eu corri atrás dele, abri a porta do porão, ele correu para sala, eu fui atrás dele, desviando de arvores quer não paravam de balançar:

–Volta pequeno- eu disse

Senti alguém me puxar:

–Eu quero pegar o coelho branco me larga- eu disse

–Que coelho branco Luiza?

Eu olhei para a pessoa que me segurava, minha visão estava embaçada, mas pude reconhecer seu rosto:

–Victor?- disse

–Você ta chapada?

Eu comecei a rir:

–Chapada é uma palavra engraçada- eu disse- chapada! Parece que me jogaram numa chapa de fritar hambúrguer.

Eu o abrasei:

–Me leva!- falei

Ele me levantou no colo e me carregou até o banheiro, me sentou na pia e começou a limpar meu rosto com o bob-esponja:

–Vai borrar minha maquiagem bob- falei empurrando a esponja amarela

Victor olhou para a esponja.

Eu voltei a rir:

–Por que você ta tão cabeçudo?

–Porque você ta chapada- ele disse

–Eu não sou um hambúrguer Victor!

Ele me deu um beijo na testa e voltou a limpar meu rosto dessa vez com um pano molhado:

–Senta do meu lado- eu disse

Ele sentou do meu lado na bancada da pia, eu me apoiei em seu ombro, ele passou o braço em volta de mim e começou a mexer no meu cabelo. Depois de um tempo eu pulei da bancada:

–O que foi?- ele disse

–Eu to morrendo de fome vamos embora?

Ele pegou minha mão, fomos até a sala, ele falou alguma coisa para nossos amigos e sós cinco saímos da casa:

–Quer ajuda para andar?- Samuel perguntou para mim

Antes que eu o respondesse me levantou.

Andamos até uma lanchonete no fim da rua, Samuel me sentou em uma das poltronas, Ezequiel voltou com um hambúrguer, batata frita e um copo de refri grande, ele colocou a bandeja na minha frente, eu comecei a comer como um animal.

Quando acabei de comer eu apoiei minha cabeça na bandeja e dormi.