Foi no Instituto de Durmstrang... escrita por Sensei, KL


Capítulo 7
Karina... Lyra... No final não faz muita diferença.


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas bruxinhas! kkkkk Olha eu aqui de novo...
Então, eu disse a algumas leitoras que haveria um búlgaro na vida da Lyra esse ano. Adivinhem? Ele apareceu! Pois bem... Espero que gostem dele por que o infeliz é um cara irritante, desconfiado, teimoso e gostoso pra caramba! Daquele tipo de cara que você não sabe se bate ou se beija.
Espero que gostem.



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PDV Rose

Harry e eu estávamos ajudando o senhor Weasley a separar o dinheiro para pagar o acampamento. Era divertido vê-lo tentando descobrir o valor das notas.

–É estrangeiro? - perguntou o Sr. Roberts, quando o Sr. Weasley voltou com o dinheiro certo.

– Estrangeiro? - repetiu o bruxo, intrigado.

– O senhor não é o primeiro que se atrapalha com o dinheiro - disse o gerente, observando o Sr. Weasley atentamente. - Tive dois querendo me pagar com grandes moedas de ouro do tamanho de cabras de automóvel faz uns dez minutos.

Eu só conseguia pensar: Que merda.

– Sério? - disse o Sr. Weasley nervoso.

O Sr. Roberts vasculhou uma lata à procura de troco.

– Nunca esteve tão cheio - disse ele de repente, voltando outra vez o olhar para o campo enevoado. - Centenas de reservas. As pessoas em geral aparecem sem aviso...

– Verdade? - exclamou o Sr. Weasley, a mão estendida à espera do troco, mas o Sr. Roberts não lhe deu nenhum.

– É - disse pensativo. - Gente de toda parte. Montes de estrangeiros. E não são só estrangeiros. Gente esquisita sabe? Tem um sujeito andando por aí de saiote e poncho.

– E não devia? - perguntou o Sr. Weasley ansioso.

– Parece que é uma espécie de... Sei lá... Uma espécie de convenção - comentou o Sr. Roberts. - Parece que todos se conhecem. Como numa grande festa.

Lyra olhou para mim meio desconfortável e estava pronta para abrir a boca e inventar mais uma das suas mentiras descabidas como ela vem fazendo com o Tio Ash o verão inteiro quando naquele momento, um bruxo de bermudão largo materializou-se do nada ao lado da porta da casa do Sr. Roberts.

– Obliviate!- disse ele bruscamente, apontando a varinha para o Sr. Roberts.

Instantaneamente os olhos do Sr. Roberts saíram de foco, suas sobrancelhas se desfranziram e um olhar de vaga despreocupação cobriu o seu rosto. Eu conhecia aquele feitiço, era o mesmo feitiço da memória que o professor Lockhart havia tentando lançar em Ron, Harry e eu na câmara secreta.

Acho que eu nunca vou esquecer nenhum detalhe daquela noite.

– Um mapa do acampamento para o senhor - disse o homem, placidamente, ao Sr. Weasley. - E o seu troco.

– Muito obrigado.

O bruxo de bermudão acompanhou a gente em direção ao portão do acampamento. Parecia bem cansado, a barba por fazer azulava seu queixo e estava com olheiras roxas sob seus olhos. Uma vez longe do gerente, ele murmurou para o Sr. Weasley.

– Estou tendo um bocado de problemas com ele. Precisa de um Feitiço de

Memória dez vezes por dia para ficar feliz. E Ludo Bagman não está ajudando. Anda por aí falando em balaços e goles a plenos pulmões, sem a menor preocupação com a segurança trouxa. Pombas eu vou gostar quando isso terminar. Vejo você mais tarde, Arthur.

E desaparatou.

– Pensei que o Sr. Bagman fosse chefe de Jogos e Esportes Mágicos - disse Gina parecendo surpresa. - Devia ter mais juízo e parar de falar de balaços perto de trouxas, não devia?

Ela olhou para mim procurando saber se eu compartilhava a mesma opinião que ela, mas como eu não sabia quase nada sobre isso apenas dei de ombros.

– Devia - concordou o Sr. Weasley, sorrindo e passando com os garotos pelo portão do acampamento -, mas Ludo sempre foi um pouco... bem... displicente com a segurança. Mas não se poderia desejar um chefe mais entusiasta para o Departamento de Esportes. Ele jogou quadribol pela Inglaterra, sabem. E foi o melhor batedor das Vespas de Wimbourne que o time já teve.

Vespas de Wilbourne, aquele nome ficou na minha cabeça enquanto lembrava quando Lyra e Harry tentaram me ensinar sobre os times que leram no livro Quadribol através dos Séculos.

–Olha Rose, que engraçado. –Gina disse me cutucando e apontando para uma barraca com pavões amarrados na entrada.

–Os bruxos são exagerados não é? –Comentei para ela.

–Sempre os mesmos. –Senhor Weasley falou sorrindo depois que ouviu nossa conversa. – Não conseguimos deixar de nos exibir quando nos reunimos. Ah, lá está, olhem, aquela é nossa.

Paramos na orla da floresta e ali havia uma área livre com um pequeno letreiro enfiado no chão em que se lia "Weezly".

– Não podíamos ter ganhado um lugar melhor! - exclamou o Sr. Weasley feliz. – O campo preparado para as partidas é logo do outro lado da floresta, estamos o mais perto que poderíamos estar. - Ele descarregou a mochila dos ombros. - Certo – disse excitado -, rigorosamente falando, nada de mágicas, não quando estamos no mundo dos trouxas em tão grande número. Vamos armar estas barracas à mão! Não deve

ser muito dificil... Os trouxas fazem isso o tempo todo... Por onde você acha que devo começar Harry?

Tenho a impressão que Harry não havia acampado muito por que ele se atrapalhava com os paus e estacas.

–Okay Harry, essa coisa não vai lá, ela vai aí... Não! Aí não. Ah, deixa que eu coloco. –Lyra disse impaciente jogando a mochila no chão e indo ajudar Harry e Hermione a montar a barraca.

Ela adorava acampar com a Tia Kate, já eu preferia ficar em casa, obrigada. Então eles conseguiram montar duas barracas modestas para duas pessoas cada, só que quando Percy, Gui e Carlinhos chegassem ficaríamos num grupo de treze pessoas, aquelas barracas não caberiam. Senhor Weasley ficou de quatro e entrou na barraca.

– Vamos ficar meio apertados – Ele comentou lá dentro. -, mas acho que vai dar para nos espremermos. Venham dar uma olhada.

–Meninas, nós vamos ficar nessa aqui. –Gina falou entrando na segunda barraca.

Olhei para Lyra que estava com o cenho franzido, mas entrou logo depois de Gina, Hermione foi em seguida. Os meninos seguiram o senhor Weasley.

–Caramba! Você tem que ver isso vermelha! –A voz de Lyra soou impressionada.

Curiosa eu entrei na barraca de dei de cara com o que parecia um apartamento antigo de três quartos, completo, com banheiro.

Gina não parecia afetada com o tamanho da barraca por dentro. Na verdade acho que as únicas pessoas surpresas com o tamanho daquela barraca eram Lyra, Hermione e eu.

–Cara! Magia é demais! –Ouvi Lyra dizer soltando uma risadinha.

Então Harry entrou na barraca da gente seguido de Ron e Nate.

–Mione, Lyra, o senhor Weasley pediu que fôssemos buscar água e lenha. –Nate disse.

–Lenha? Mas nós não temos um forno? –Gina perguntou a Rony.

–Aparentemente ele quer fazer tudo no modo trouxa. –Rony disse.

–“Aparentemente” Olha que legal Rony, você está aprendendo palavras difíceis. –Lyra disse

Todos caíram na gargalhada, menos Rony, claro.

–Você vem com a gente Rose? –Lyra perguntou antes de seguir os meninos que saiam da barraca.

–Não, podem ir, vou ficar com a Gina. –Falei sorrindo.

Ela apenas acenou com a cabeça e saiu da barraca, pude ouvir a voz dela falando animada com Hermione sobre quantas pessoas estranhas haviam por ali.

–Será que papai nos deixaria dar uma volta? –Gina sugeriu sorrindo animada.

Eu ri enquanto ela me puxava pelo braço para o lado de fora. Os gêmeos estavam vindo em direção a nossa barraca.

–Onde está a Lyra? – Um deles perguntou... Talvez o Fred, não sei.

–Ela saiu com o pessoal para buscar água. –Gina explicou.

Então o gêmeo que falou conosco bufou e o outro sorriu para nós.

–Papai quer que buscamos lenha. –Provavelmente o Jorge disse isso.

Gina me encarou.

–É uma boa ideia, pelo menos vamos ver as outras barracas. –Ela disse.

–Então vamos.

–--

Como estávamos na Orla da floresta não foi muito difícil encontrar lenha, pude ver várias pessoas diferentes que passavam por ali, e ouvir diferentes línguas e sotaques. Um casal passou perto de Gina e eu, eles usavam peles grossas e falavam numa língua um pouco rude que eu reconheci ser búlgaro por causa da Lyra, tinha também um garotinho loiro que corria de uma bruxa mais velha, ela gritava o nome do garotinho e falava numa língua meio cantada que me parecia português.

–Nunca parei muito para pensar nos bruxos de outro país, existem outras escolas? –Perguntei a Gina.

–Acho que sim, sei que na França tem uma escola e no Brasil também. Ouvi Gui conversando com Carlinhos uma vez que ia fazer um intercâmbio para uma escola no Brasil. – Ela disse. –Mas ele não foi por que não tínhamos dinheiro.

Quando voltamos para onde nossa barraca estava colocamos a lenha toda empilhada num canto e o senhor Weasley se aproximou.

–Alguma ideia de como vamos acender essa fogueira? –Gina perguntou.

–Que tal usar magia? –Um dos gêmeos sugeriu num tom de voz que indicava que isso era óbvio.

–Não vamos usar magia Jorge. –Senhor Weasley disse.

–Eu sou o Fred! –Ele disse fazendo Gina rir.

–Então podemos usar esse fósforo aqui! –Eu disse apontando para uma caixa de fósforos que estava junto de umas panelas e artigos de cozinha.

Os olhos do senhor Weasley brilharam quando viram aquele artefato trouxa.

–Deixe que eu faço isso. –Ele disse animado.

Então se pôs a brincar com os fósforos, mas sozinho não parecia que conseguiria acender aquela fogueira.

–Opa! –Ele disse animado quando conseguiu acender um, mas soltou o palito no chão, surpreso.

–Aqui senhor Weasley deixa que eu ajudo. –Eu disse sorrindo.

Harry, Rony, Nate, Hermione e Lyra chegaram pouco depois.

–Vocês demoraram uma eternidade! –Um dos gêmeos disse.

–Encontramos alguns conhecidos. –Rony explicou.

Finalmente, eu e o senhor Weasley conseguimos acender a fogueira, embora levasse no mínimo mais uma hora até ela esquentar o suficiente para cozinhar alguma coisa. Mas havia muito que ver enquanto esperávamos. A nossa barraca estava armada ao longo de uma espécie de rua de acesso ao campo de quadribol, por onde funcionários do Ministério corriam para cima e para baixo, cumprimentando cordialmente o Sr. Weasley ao passar. O Sr. Weasley fazia comentários sobre as pessoas que passavam, para o meu beneficio, claro, de Lyra, Harry, Hermione e Nate também que estavam sentados perto dele já seus próprios filhos já conheciam bastante o Ministério para se interessar.

– Aquele era Cutberto Mockridge, chefe da Seção de Ligação com os Duendes... Lá vem Gilberto Wimple, ele trabalha na Comissão de Feitiços Experimentais, já usa aqueles chifres há algum tempo... Alô Arnaldinho... Arnaldo Peasegood, ele é um obliviador, trabalha no Esquadrão de Reversão de Feitiços Acidentais, sabe... E aqueles outros são Bode e Croaker... São dois inomináveis...

– São o quê? –Lyra e Harry perguntaram ao mesmo tempo.

– Do Departamento de Mistérios, ultra-secretos, não tenho a menor idéia do que fazem...

–Parece uma profissão legal. –Lyra disse com os olhos brilhantes

–--

PDV Lyra

Quando a fogueira ficou pronta começamos a assar os ovos e salsichas e então Percy, Carlinhos e Gui chegaram. Eu já estava morrendo de fome

– Acabei de aparatar, papai - disse Percy em voz alta. - Ah, que excelente almoço!

Já havíamos comido metade das salsichas com ovos quando o Sr. Weasley se levantou de um salto, acenando e sorrindo para um homem que vinha em sua direção.

– Ah-ah! - exclamou ele. - O homem do momento! Ludo!

Ludo Bagman era, definitivamente, um homem chamativo. Usava longas vestes de quadribol com grandes listras horizontais amarelas e pretas. Uma enorme estampa de uma vespa tomava todo o seu peito. Tinha a aparência de um homem corpulento que parara de se exercitar, suas vestes estavam muito esticadas por cima da enorme barriga, que certamente não existia na época em que ele jogava quadribol pela Inglaterra. Seu nariz era achatado, mas os redondos olhos azuis, os cabelos louros curtos e a pele rosada o faziam parecer um menino de escola que crescera demais, ou talvez uma imitação barata de cupido.

Veio-me na cabeça uma imagem bizarra dele vestido de fralda, arco e flecha e um par de assas. Eca!

– Olá, pessoal! - exclamou Bagman alegremente. Andava como se tivesse molas nas solas dos pés, era visível que estava bastante animado. -Arthur, meu velho, que dia, hein? Será que podíamos ter desejado um tempo mais perfeito? Uma noite sem nuvens... E quasenenhum problema na programação... Quase nada para eu fazer!

Percy adiantou-se rapidamente com a mão estendida. Pelo jeito o fato de desaprovar o modo de Ludo Bagman dirigir o departamento, não o impedia de querer causar boa impressão.

– Ah... sim - disse o Sr. Weasley, sorrindo -, este é o meu filho, Percy, começou a trabalhar no Ministério agora, e este é Fred, não, Jorge, desculpe, esse é o Fred... Gui, Carlinhos, Rony... Minha filha, Gina... e os amigos de Rony, Hermione Granger, Nathaniel Kepner, Rosemery Reed, Lyra Anderson e Harry Potter.

O senhor Bagman não deu a perceber que se interessou pelo Harry, mas eu notei que ele deu uma segunda olhada de modo discreto para a cicatriz do meu amigo.

– Pessoal - continuou o Sr. Weasley -, este é Ludo Bagman, vocês sabem quem ele é, e é graças a ele que temos entradas tão boas...

Bagman abriu um sorriso de lado a lado do rosto e fez um gesto com a mão significando que não fora nada.

– Quer arriscar uma apostinha no jogo, Arthur? - perguntou ele ansioso, sacudindo, ao que parecia, um bocado de ouro nos bolsos das vestes amarelas e pretas. - Já aceitei a aposta de Roddy Pontner de que a Bulgária vai marcar primeiro, ofereci a ele uma...

Naquele momento o senhor Bagman parou de falar olhando surpreso um cara que vinha andando em nossa direção, as pessoas olhavam para ele, apontavam e cochichavam, ele usava um uniforme de quadribol que eu reconheceria em qualquer lugar, era do time Búlgaro.

Ele parou a alguns passos de onde estávamos olhando para mim um pouco chocado.

–Ivanova? O que está fazendo aqui? –Ludo Bagman perguntou.

Mas o jogador ignorou o senhor Bagman.

–Toĭ ne mi kaza , che sa tolkova ednakvi. (Ele não me avisou que eram tão parecidas.) – Ele disse num búlgaro forte.

Sem querer mostrar que não havia entendido uma palavra o senhor Bagman se aproximou do jogador e colocou a mão no ombro dele.

–Arthur, esse é Ivanova, o Artilheiro do time da Búlgaria.

Eu apenas sorri, ele devia conhecer a Karina, somente assim ele teria ficado tão chocado com a minha similaridade a ela. Os Weasleys olhavam aquele garoto um pouco chocados.

–Lyra Anderrson? –Ivanova perguntou me indicando com a mão, meu nome saiu com um sotaque carregado.

Todos ao redor me olharam surpresos, incluindo meus irmãos que não haviam entendido o que ele disse.

Ludo arqueou as sobrancelhas.

–Samiyat az , moga li da pomogna? (Sou eu mesma, posso ajudar?)– Respondi em búlgaro.

Todos caíram num silêncio chocado quando eu respondi. Ivanova não pareceu surpreso que eu soubesse falar Búlgaro, na verdade estava mais agradecido.

–Krum me pomoli da doĭda da te vzema. (Krum pediu que eu viesse buscar você). –Ele disse.

–Viktor Krum? –Perguntei confusa.

Ele acenou que sim com a cabeça.

–Lyra, o que está acontecendo? –Nate perguntou olhando desconfiado para o jogador.

–Viktor Krum está me chamando. –Eu disse confusa.

–Krum? O Artilheiro Búlgaro? –Bagman perguntou chocado.

–Ahn... Senhor Weasley. A minha prima Karina á amiga de Viktor Krum, ele provavelmente quer que eu vá encontra-la. Prometo voltar antes de irmos para o jogo. –Eu disse.

O senhor Weasley ainda um pouco chocado com a visão de um jogador do time da Búlgaria ali bem perto gaguejou uma resposta.

–Tu-tudo bem. –Ele disse.

–Vejo vocês mais tarde gente. –Eu disse olhando Nate e Rose.

–Mande um beijo para a Karina. –Rose disse sorrindo.

–--

A primeira coisa que me chamou a atenção no Ivanova era que ele tinha olhos incrivelmente escuros, feito duas pedras de ônix, seus cabelos eram escuros também, é um cara alto e corpulento, eu tinha plena certeza de que se eu tocasse nos braços dele eu sentiria um conjunto de músculos duro feito pedra.

Nós entramos numa parte do campo onde haviam muitos cartazes de Viktor Krum, eu havia passado por ali mais cedo quando vim buscar água com Harry, Ron, Mione e Nate. Por onde passávamos as pessoas berravam cumprimentos para Ivanova, mas desde que saímos de perto do pessoal ele não falou nada comigo, simplesmente continuou andando com aquela pose de sou-dono-do-mundo, mas eu percebi que ele me dava olhadelas de lado.

–Nyakakvi problemi? (Algum problema?) – Perguntei arqueando a sobrancelha quando ele olhou de novo.

– Vie i Karina sa bliznatsi ? (Você e Karina são gêmeas?) – Ele perguntou com aquela voz grossa e até um pouco rude.

–Prav ste. (Você é direto.) – Comentei com sarcasmo.

Ele parou de andar e me encarou com a sobrancelha arqueada. Eu sorri para a sua cara desconfiada.

– Mozhete da bŭdete ne samo material.(Vocês não podem ser somente primas.) –Ele disse irritado.

– V deĭstvitelnost , ne sa materiali .(Na verdade, nem primas nós somos.) –Eu disse e sorri de lado.

– Ne e vŭzmozhno. (Não é possível.) – Ele bufou com raiva, sua expressão dizia que não acreditava em nada do que eu dizia.

– Povyarvaĭte mi, tova e tolkova stranno za men , tŭĭ kato e za vas. (Acredite, é tão estranho para mim como é para você.) – Eu falei tentando fazê-lo entender.

Ele se aproximou de mim, eu era bem mais baixa e tive que levantar a cabeça para continuar olhando em seus olhos. Ivanova estava com uma expressão estranha, como se não conseguisse entender nada daquilo e estivesse achando tudo muito irreal.

– Mis Andersŭn , vie ste zagadka iskam da razgadayat . (Senhorita Anderson, você é um mistério que eu gostaria de desvendar.) – Ele disse com a voz grossa.

Senti meu rosto ficar quente e dei um passo para trás fugindo do seu olhar.

Ao longe eu pude perceber uma barraca grande e de linhas duras, era totalmente marrom verniz e havia grandes pôsteres de Viktor Krum.

–É lá que ela está? –Perguntei em inglês.

Ele ficou olhando para o meu rosto como se estivesse se debatendo sobre o que me dizer, no final acenou com a cabeça uma afirmação e então seguiu andando em direção a barraca. Quando chegamos na frente havia um homem alto e com uma barba espessa, ele olhou para Ivanova e eu que chegávamos juntos, ao pararmos ele apenas acenou com a cabeça em minha direção e o jogador fez um barulhinho com a garganta, acenou que sim com a cabeça e entrou. Meio sem jeito eu fui atrás, intimamente esperava que a homem me parasse, mas ele nem se deu ao trabalho de me olhar.

Lá dentro havia muitos homens... E eu tô dizendo homem pra caramba! Na verdade se eu vi cinco mulheres foram muitas. Passamos por uma sala onde havia muitos homens velhos, as pessoas passavam por Ivanova e eu e nos cumprimentavam.

– Zdraveĭte Ivanov. (Olá Ivanov) – Eles diziam.

Meio sem jeito de corrigi-los e dizer que eu não era a Karina, apenas acenava com a cabeça, feito ela fazia nos primeiros dias em que nos conhecemos.

–Nom devia fingirr serr quem nom é. –Ivanova disse sorrindo malvadamente.

–Karina ou Lyra, no final somos idênticas mesmo. –Eu dei de ombros.

–Nom acho que eles pensam assim. –Ele disse apontando a cabeça para um homem que acabou de nos cumprimentar.

–Quer mesmo parar a cada minuto para explicar a todos eles sobre mim? –Perguntei arqueando a sobrancelha.

Ele bufou e eu sorri vencedora.

Touché!

Entramos por um corredor à esquerda e então outro a esquerda... Caramba que barraca grande! Ele abriu uma porta a direita, era uma sala e havia um grupo de seis caras ali dentro, todos vestiam os uniformes do time Búlgaro, eles levantaram a cabeça juntos e olharam para mim... Ai meu Deus! É muito homem num lugar só!

Abri a boca chocada.

Então um deles veio até mim, ele tinha um cabelo espesso, uma aparência rústica e o seu rosto estava estampado em meio mundo de cartazes lá fora.

Aquele era Viktor Krum.

–Lyra Anderrson? –Ele perguntou me olhando um pouco surpreso.

Eu acenei com a cabeça que sim sem saber exatamente o que fazer, eu estava num ambiente estranho, com um monte de homem bonito e desconhecido.

–Vocés son extrremamente parecidas. –Ele falou com uma voz fria.

Sorri largamente.

–Onde ela está? –Perguntei ansiosa.

–Karina! –Krum chamou alto.

O resto dos jogadores nos olhava com uma curiosidade educada, não se metiam, não chamavam atenção.

Ouvi o som de passos e a porta do outro lado da sala se abriu, Karina vestia um casaco pesado de pele cinza e seu cabelo estava amarrado num coque apertado, ela parecia extremamente séria, mas quando nossos olhares se encontraram ela abriu um sorriso largo muito parecido com o meu.

–Minha gêmea. –Ela disse nostálgica.

–Minha gêmea. –Falei no mesmo tom.

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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforçinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
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