PDV Lyra

Corri pela rua do subúrbio, as casinhas eram praticamente idênticas e de um gosto totalmente sem criatividade.

–Qual é o número da casa? –Ouvi tio Ash perguntar a mamãe.

–Já estamos perto Ash, deixa de fazer perguntas. –Mamãe respondeu irritada.

Ela ainda estava aborrecida com o que eu disse sobre o papai. Ah, mas vamos combinar que eu estou certa!

Virei a esquina e vi de longe a casa número quatro, Harry estava cortando a grama do lado de fora e Duda, gordo feito um filhote de baleia, estava sentado na varanda com a cara emburrada.

–Harry! –Gritei animada.

Ele levantou a cabeça e me viu, empurrou os óculos que insistiam em descer pelo nariz, sorrindo.

–Lyra! –Ele exclamou.

Corri em sua direção enquanto ele abria o portãozinho de madeira que rodeava a casa e vinha em minha direção, me joguei nos braços dele quando nos encontramos.

–Recebeu a carta dos Weasleys? –Perguntei animada.

Harry soltou uma gargalhada.

–Sim! O sr. Weasley disse que vem me buscar as cinco horas de hoje. –Harry respondeu sem esconder a animação.

–Hoje? –Arregalei os olhos e virei para a minha mãe que se aproximava com o Tio Ash. –Mãe! O Harry vai para casa do Ron hoje! Será que eu posso passar lá?

–Vai ter que levar Nate e Rose com você. –Ela respondeu.

–Como se eu já não soubesse, Rose jamais iria me deixar sair de casa para ver o Harry se não fosse com ela. Além do mais acho que Gina já deve ter dito que você iria para lá. –Respondi revirando os olhos.

Harry sorriu.

–Elas estão muito amigas, não é? –Ele perguntou.

–Você não faz ideia! Eu já não aguento mais a Rose, “Lyra me empresta o Jack para mandar uma carta para Gina?” “Nate o Charlie já chegou com a carta da Gina?”. Elas passaram essas semanas se falando no mínimo cinco vezes ao dia! Coitada da minha coruja. –Fiz cara de dramática.

–Coruja? –Tio Ash perguntou franzindo o cenho.

Mamãe arqueou a sobrancelha de modo sarcástico, ela me olhava como se perguntasse: E aí? Qual vai ser a desculpa dessa vez?

–Er... –Olhei para Harry pedindo ajuda, mas ele estava com cara de confusão. –É um código adolescente para celular! –Respondi sorrindo.

Tio Ash me olhou confuso, mas então balançou a cabeça negativamente.

–Ah, eu tô ficando velho. –Ele resmungou baixinho.

Mamãe soltou uma risadinha.

–Tio Ash, esse é o Harry, o irmão da Rose. –Eu apresentei tentando mudar de assunto.

–Muito prazer. –Harry estendeu a mão meio encabulado e tio Ash apertou sorrindo.

Então ele olhou para mim e mexeu a boca sem emitir som.

“Ele não sabe?” Perguntou, eu sabia que ele falava sobre sermos bruxos.

Balancei a cabeça negativamente.

–Harry, o tio Ash é irmão da mãe do Nate. –Expliquei.

–A família de vocês é grande. –Harry comentou.

–Estranha você quis dizer, não é? –falei rindo.

Olhei para trás de relance e vi na porta da casa do Harry o Tio dele olhava para nós com uma carranca, enquanto a tia espiava pela janela.

–Seu tio está aborrecido. –Comentei.

–Ele se aborrece até com o ar que eu respiro. Você tinha que ter visto quando a carta da senhora Weasley chegou pelo correio, ele ficou roxo de raiva. –Ele contou.

–Senhora Weasley mandou uma carta pelo correio? –Perguntei surpresa.

–Eu também fiquei surpreso. –Harry riu lembrando-se. –O envelope tinha tantos selos que os carteiros fizeram apostas para quem era a carta. Tio Walter quase teve um acesso.

Eu ri.

Harry olhou para trás e suspirou.

–Acho melhor eu ir, ainda tenho que arrumar o meu malão. –Ele olhou para o tio Ash meio cauteloso e então colocou o rosto perto da minha orelha. –Você teve notícias do Sirius? –Ele sussurrou de modo que só eu ouvisse.

Olhei para o tio Ash que arqueou a sobrancelha como se estivesse se perguntando o que diabos nós estávamos conversando aos murmúrios.

Aproximei-me da orelha do Harry e sussurrei.

–Eu sei onde ele está. -Harry arregalou os olhos. –Mas não posso contar.

Ele me olhou meio contrariado, mas então olhou para o Tio Ash e viu que não dava para conversar sobre aquilo ali, ele acenou com a cabeça que sim.

–Foi bom ver a senhora de novo Sr. Anderson. –Harry disse para minha mãe.

–Me chame de Tia Kate, querido. –Mamãe respondeu sorrindo.

Harry apenas acenou com a cabeça sorrindo e virou em direção a casa dos tios.

–Te vejo na casa do Ron! –Ele disse para mim.

–Vou tentar chamar a Mione para nos encontrarmos lá. –Respondi.

Ele sorriu e acenou em despedida.

–O que vocês estavam conversando? –Tio Ash perguntou.

–Ih, que velho curioso o senhor hein! –Falei sorrindo.

–Olha o respeito menina! –Tio Ash reclamou enquanto mamãe soltava uma gargalhada.

–--

PDV Nate

Estávamos voltando para casa, bicuço tinha ficado no galpão olhando tristemente nós irmos embora, apesar dele não gostar muito de mim e do meu pai pelo fato de sermos lobisomens, mas acho que a nossa companhia é melhor do que nenhuma.

Vi pelo rabo de olho o momento em que Sirius correu em direção de Rose a colocando nos ombros e correndo, a risada dela preencheu o ar, meu pai veio para o meu lado.

–O Snape ainda não mandou as poções? –Ele perguntou.

–Ainda não, mas provavelmente ele vai mandar logo, ele não vai arriscar ficar indisposto com o Diretor só por que Sirius fugiu dele. –Respondi.

–Ranhoso é um idiota! –Sirius disse.

Ele ainda carregava Rose nos ombros como se ela fosse um saco de batatas, a garota nem se importava.

–Deixa a Lyra escutar o senhor chamando o Professor Snape de Ranhoso, Tio Sirius... Ela vai ficar muito brava. Detesta apelidos maldosos. –Ela disse

–Nunca vou entender por que a Lyra gosta tanto do Snape. Sabia que ela deu um presente de Natal para ele uns anos atrás? –Falei.

Remus e Sirius se encararam de olhos arregalados.

–Presente? Para o Ranhoso? Por quê?! –Sirius perguntou confuso.

–Ela queria agradecer por ele tê-la ajudado quando ela se machucou no colégio. –Rose falou.

–E ela se machuca muito? –Meu pai perguntou.

–É da Lyra que estamos falando! –Rose e eu dissemos ao mesmo tempo.

–É só que a Lyra está sempre metida em alguma encrenca. –Falei mexendo no cabelo meio desconfortável.

–E geralmente alguma coisa ilegal. Ah! –Rose gritou quando Sirius a virou de repente colocando-a de pé.

–Essa é a minha filha! –Sirius disse sorrindo orgulhoso.

Remus balançou a cabeça negativamente.

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Mais tarde, lá pelas cinco a Lyra saltitava pela casa atrás da mãe dela como se estivesse ligada nos 220V.

–Por favor! Por favor! Mãe! A senhora prometeu. –Ela dizia enquanto seguia tia Kate até a cozinha e quando a mesma saiu de lá.

Ela bufou. Sirius desceu entrou em casa vindo da casinha perto da piscina onde ele fica com o meu pai.

–Sirius, controle a sua filha! –Ela disse irritada.

–Agora ela é somente minha filha? –Sirius falou sarcástico. Tia Kate o fuzilou com os olhos. –Okay, o que ela quer?

–Mamãe prometeu me levar para visitar os Weasleys, Harry já foi para lá e eu liguei para a Mione. Adivinha? Ela também está lá! –Lyra disse.

–Está todo mundo lá? –Perguntei animado. –Eu também quero ir.

Rose desceu as escadas correndo.

–Alguém falou em ir para a casa da Gina? –Ela perguntou com os olhos brilhando.

–Eu já disse, estou trabalhando agora Lyra, não tenho tempo de leva-la! –Tia Kate respondeu.

–Eu poderia leva-los. –Sirius sugeriu.

–Ah claro! E vai sair de lá escoltado pelos aurores... Ou talvez nem saia já que um dementador pode muito bem entrar lá e terminar o serviço. –Papai falou da cozinha onde ele estava ajudando tia Angela a fazer o jantar.

–O que é dementador? –Tio Ash perguntou.

Tio Ash vinha da porta de trás da casa e parou de repente quanto todos os olhos foram na direção dele.

–O que? –Ele perguntou confuso.

Todo mundo se olhou meio sem saber o que dizer.

–Dementador... –Tia Kate começou meio forçada. –É uma gíria que a Lyra criou para assassino profissional.

–E por que ele tem que se preocupar se um assassino profissional vai vir atrás dele! Qual é Kate? O que inferno vocês estão escondendo de mim? –Ele resmungou irritado se aproximando da tia Kate.

–Escondendo de você? –Ela fez cara de ofendida.

Todos olhavam a cena, meio paralisados. Mamãe saiu da cozinha comendo um biscoito de chocolate.

–Não estamos escondendo nada de você Ash! –Ela disse simples.

–Exatamente. –Tia Kate reforçou, então ela tomou o biscoito da mão da minha mãe e enfiou na boca do tio Ash. –Come o biscoito vai!

Tio Ash até que tentou falar alguma coisa, mas o biscoito não deixou. Então ele bufou jogando os braços para cima numa atitude de rendição e sentou numa poltrona da sala.

–Enfim, quando a gente vai sair? –Rose perguntou rápido.

–Não vamos! –Lyra disse indignada. –É isso que estou querendo dizer, mamãe não pode nos levar agora e mais tarde já vai ser... Tarde!

–Desculpe querida, podemos ir amanhã. –Tia Kate respondeu dando um beijo na testa de Lyra e passou para a sala onde sentou ao meu lado no sofá.

–Mas... Mas... Tô triste. –Lyra disse encolhendo os ombros.

–Eu posso levar vocês. –Tio Ash disse.

–NÃO! –Todos gritaram ao mesmo tempo.

E quando eu digo todos, são todos mesmo por que até o meu pai e a Tia Angie saíram da cozinha para gritar.

Tia Ash olhou para cada um de nós e então fez uma cara feia para a mamãe.

–Andrea... –Ele falou num tom desconfiado.

–Ah! Deixa de ser chato Talon! Não tem nada de errado, você só não vai saber onde é a casa dos Weasleys. –Ela respondeu como se não desse a mínima para a opinião do tio Ash.

–Eu levo as crianças. –Tia Angie disse.

–Mas quem vai fazer o jantar então? –Tio Ash perguntou.

Tia Kate, Lyra, Rose e Mamãe viraram o rosto para o Tio Ash com olhos arregalados como se ele tivesse dito uma coisa muito feia, já a tia Angie estava com o queixo caído como se não acreditasse que o Tio Ash falou aquilo.

–Ih! Fez coisa errada Ash. –Papai falou olhando assustado a reação das mulheres.

Tia Angie então tirou o avental que tinha na cintura e jogou no chão com raiva.

–Escuta aqui seu idiota, não sou sua empregada! Quer o seu precioso jantar? Então levanta essa sua bunda preguiçosa do sofá e vá fazer você mesmo! –Ela gritou irritada. Então pegou a chave do carro perto da porta e saiu. –Vamos crianças! –Gritou do lado de fora.

Mamãe e Tia Kate jogaram almofadas na cara do Tio Ash enquanto o xingavam de nomes que eu achei pesados demais para mães! Rose, Lyra e eu saímos de mansinho antes que a situação piorasse.

–Caramba vocês viram isso? –Lyra disse rindo nervosa.

–Ah, não sei se essa casa vai aguentar até o fim das férias não. –Rose disse tristemente.

–Isso é por que nós estamos aqui, já pensou como vai ser quando formos para a Copa Mundial? –Falei.

Lyra e Rose arregalaram os olhos.

Tia Angie buzinou com o carro em frente de casa.

–--

PDV Rose

Quando chegamos na casa dos Weasleys já eram seis da tarde, consegui ver pela janela do carro um pessoal que usava varinhas numa briga de mesas.

Você deve estar se perguntando: Como assim briga de mesa?

Eu explico. Eles estavam usando as varinhas para levitar as mesas e bater uma na outra para descobrir qual delas se destruía primeiro.

Devo dizer, a mesa branca estava vencendo.

–Quem são aqueles? –Nate perguntou olhando da outra janela.

Lyra ficava quicando no banco do meio.

–Me deixa ver também Rose! –Ela resmungou

–Crianças se comportem! –Mamãe reclamou.

Então nós três voltamos a nos ajeitar no banco. Ela estacionou em frente a Toca, que era uma casa grande, parecia um prédio de bloquinhos montado por uma criança por que era todo desorganizado. Mas eu adorava aquele lugar.

Nate abriu a porta e nós três saímos quase que ao mesmo tempo, mamãe gritava para que tomássemos cuidado enquanto Lyra e Nate corriam para o campo ao lado da Toca.

–Dá para vocês maneirarem? – Uma voz berrou de uma das janelas.

Olhei para cima onde Percy gritava com os irmãos.

–Desculpe, Percy. – disse um garoto ruivo desconhecido rindo. - Como é que vão os fundos dos caldeirões?

–Muito mal - disse Percy irritado e tornou a fechar a janela com uma pancada.

Então os dois ruivos que eu não conhecia voltaram a colocar as mesas, que flutuavam, no chão.

–O que? A festa acabou? Só por que eu cheguei? –Lyra falou rindo e acabou chamando a atenção de todos ali.

Sentados na grama estavam Fred, Jorge, Hermione e Gina, e em pé como se tivessem acabado de chegar ali estavam Rony e Harry.

–LYRA! –Os gêmeos falaram ao mesmo tempo.

Os dois levantaram e vieram correndo na direção dela, enquanto Nate ia ficar perto de Hermione e Gina

–Harry! –Sorri.

Harry sorriu de volta e veio andando até mim.

–Rose! –Ele disse meio encabulado e parou em minha frente com as mãos nos bolsos.

Soltei um sorrisinho.

–Vem aqui irmão. –Falei rindo e o puxei para um abraço.

–--

Às sete horas, as duas mesas rangiam sob o peso de travessas e mais travessas da excelente comida da Sra. Weasley, e os nove Weasley, Harry, Lyra, Nate, Hermione, minha mãe e eu nos sentamos para jantar sob um céu azul-escuro e limpo.

Harry estava todo animado se servindo de linguiças unto com o Rony, Nate conversava com Gui sobre quadribol e Lyra estava conversando com Hermione.

Na ponta da mesa, Percy contava ao pai todos os detalhes do seu relatório sobre os fundos dos caldeirões que Gina me contou que ele estava fazendo.

– Eu prometi ao Sr. Crouch que aprontaria o relatório até terça-feira - dizia Percy pomposo. - É um pouco mais cedo do que ele pediu, mas gosto de estar um passo à frente. Acho que ele ficará agradecido por eu ter terminado em menos tempo. Quero dizer, há muito trabalho em nosso departamento neste momento, com todas as providências para a Copa Mundial. Não estamos recebendo a colaboração necessária do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. Ludo Bagman...

–Eu gosto do Ludo disse o Sr. Weasley em tom ameno. - Foi ele que nos arranjou aqueles excelentes lugares para a Copa. Fiz um favorzinho a ele: o irmão, Otto, se meteu em uma pequena confusão, um cortador de grama com poderes fora do comum, eu acertei o problema.

– Ah, Bagman é uma pessoa agradável, é claro... –Percy falou, mas nesse momento me desliguei dos dois e dei atenção a Gina que me cutucava no braço.

–Se você começar a falar de como o Harry está lindo com esse corte de cabelo de novo eu juro que te jogo uma linguiça dessa no rosto. –Falei apontando para o meu prato.

Ela fez cara de ofendida.

–Também te amo amiga. –Ela disse sarcástica.

Eu ri.

–Fala o que você quer Gina. –Eu disse.

Ela apontou para o outro lado da mesa onde a minha mãe estava sentada junto de Gui, Carlinhos e Nate.

–Acho que o Carlinhos está gostando da sua mãe. –Ela disse sorrindo.

–O quê?! –Exclamei.

Olhei para onde Carlinhos sorria para minha mãe e ela sorria de volta meio sem graça e tentava fingir que ele não estava olhando para ela.

–Eu espero que o seu irmão não tente dar em cima da minha mãe ou o Tio Ash vai arrancar a cabeça dele. –Eu disse séria. –E eu não estou falando da de cima.

Gina me olhou com uma careta estranha, então tremeu com nojo como se tivesse imaginando a cena.

–O senhor sabe do que estou falando, papai. – Percy levantou a voz fazendo minha atenção voltar para a conversa. - O evento secreto. –Disse ele.

–Que evento é esse? –Lyra perguntou a Rony baixinho.

– Ele está tentando fazer a gente perguntar que evento é esse desde que começou a trabalhar. Provavelmente uma exposição de caldeirões com fundo grosso. –Rony respondeu como se não ligasse.

Mas Lyra olhou para mim e Nate com a sobrancelha arqueada, aquilo pareceu chamar a atenção dela, eu não sabia o que se passava na sua cabeça, mas parecia ser importante.

–Um evento que vai trazer novos visitantes a Hogwarts Percy? –Lyra perguntou olhando para o próprio prato.

Minha cabeça deu um estalo e lembrei da carta da Tia Cassie. Percy e o senhor Weasley olharam para Lyra, meio confusos.

–Como você sabe? –Percy perguntou sem perceber que já havia dito a resposta.

–Chutei. –Ela falou simples.

Harry olhou para mim e arqueou a sobrancelha como se perguntasse o que deu na Lyra e eu apenas sorri.

Lyra tem muito o que explicar mais tarde.

–--

PDV Lyra

O jantar estava animado, depois que todos comemos as pessoas ficaram ali conversando, sr. Weasley usou magia para acender algumas velas e fazê-las flutuar como em Hogwarts e esperamos a sobremesa. E na altura em que o jantar terminou, as mariposas voavam baixo sobre a mesa e o ar morno estava perfumado com o aroma de relva.

Eu estava sentada ao lado de Rony, Harry e Hermione que pareciam totalmente saciados, enquanto isso minha cabeça borbulhava de pensamentos sobre esse evento que iria acontecer em Hogwarts, era alguma coisa grande, eu tinha certeza disso.

– Então... tem tido notícias de Sirius ultimamente? –Rony perguntou a Harry chamando minha atenção.

Hermione olhou para os lados, apurando os ouvidos.

– Tenho - disse Harry baixinho -, duas vezes. Dá a impressão de que está bem. Escrevi para ele anteontem. Talvez receba resposta enquanto estou aqui. Mas tem uma pessoa que sabe muito bem onde ele está, não é Lyra?

Rony e Hermione viraram os olhos para mim, sorri envergonhada.

–Você sabe que não posso contar. –Falei.

Harry bufou, mas apenas acenou que sim, aqui ainda não era o lugar para conversar isso.

– Gente, olhe as horas! - exclamou subiramente a Sra. Weasley, consultando o relógio de pulso. - Vocês deviam estar na cama, todos vocês, vão ter que acordar quase de madrugada para ir à Copa. Harry, se você deixar a sua lista de material escolar, eu compro tudo para você amanhã, no Beco Diagonal. Vou comprar o dos meus meninos. Talvez não haja tempo depois da Copa Mundial, da última vez o jogo durou cinco dias.

–Ah, Molly, eu vou com você, preciso de ajuda para comprar o material das crianças. –Tia Angie falou sorrindo.

Eu levantei da mesa puxando Nate para o lado, ele ficou o tempo inteiro conversando sobre quadribol com os garotos, apesar de não gostar de jogar ele adorava falar sobre isso.

–Você tem alguma ideia do que vai acontecer m Hogwarts? –Perguntei.

Ele apenas balançou a cabeça negativamente.

Suspirei um pouco frustrada.

–Você pode perguntar a Karina amanhã! Ela não vai estar na copa? –Ele perguntou.

–Essa ideia é incrível! –Falei animada.

Dei um beijo estalado na bochecha do Nate.

–Crianças, vamos? –Tia Angie gritou nos chamando.

De longe vi Rose se despedindo do pessoal, Harry se aproximou de mim, ele me olhava com aquela cara de quem sabia que eu tinha um segredo. Fiz uma careta.

–Prometo que conto tudo, mas ainda não é o momento. –Falei.

Ele suspirou.

–Você vai vir amanhã bem cedo não é Lyra? –Rony perguntou.

–Claro né Rony. –Falei.

–E a gente iria perder essa copa? –Nate falou rindo.

Naquele momento alguém me pegou pelas costas e levantou.

Soltei um gritinho surpresa.

–Lyra! –A voz de Fred soou no meu ouvido.

–Fred! –Falei rindo. –Me solte, tenho que ir para casa.

Ele me colocou no chão, mas não antes de me dar um beijo na bochecha.

–Espero que a senhorita esteja aqui amanhã. –Ele disse me soltando.

–Até amanhã então. –Eu sorri de lado.

Harry sorriu sarcástico para mim e eu mandei um olhar que claramente dizia: Cala a boca.

Segui para o carro junto com Nate onde Rose e Tia Angie nos esperavam.

–Prontos? –Ela perguntou. –Devíamos vir para cá mais vezes, estou me sentindo tão bem longe do Ash.

Eu e Nate gargalhamos.

–Dez anos mais jovem tia. –Eu disse.

–--

Quando chegamos em casa o Tio Ash estava em frente de casa andando de um lado para o outro, segurava um pano de prato e usava um avental amarelo.

–Está ai uma coisa que não se vê todo dia. –Tia Angie disse rindo enquanto estacionava na garagem.

–Angela! –Tio Ash a olhou como se ela fosse um anjo.

Mas a Tia Angie apenas passou direto por ele e entrou em casa.

–Cheguei família! –Ouvimos a voz dela falar animada do lado de dentro.

Nate, Rose e eu ficamos do lado de fora com o Tio Ash.

–Ela me odeia. –Ele falou tristemente.

–Que nada Tio. –Falei meio sem graça. –Ela só tem um leve desgosto da sua presença.

Nate arregalou os olhos e fez movimentos com a mão me mandando calar a boca.

Rose riu.

–Vem cá Tio Ash, eu vou fazer um sanduíche para o senhor. –Ela disse enquanto o puxava pela mão em direção a cozinha.

–--