Foi no Instituto de Durmstrang... escrita por Sensei, KL


Capítulo 32
Consequências do Beijo


Notas iniciais do capítulo

2 meses... 2 FUCKING MESES DE HIATUS!
Eu mereço um tiro gente! Desculpem!
Maaaaaaas, como forma de pedir desculpas, eu gostaria de dizer que eu já escrevi (além desse capítulo) um outro capítulo com dez mil palavras 'O'
Minha dúvida é: Vocês preferem que eu poste o capítulo inteiro ou retalhe ele em três partes?
Respondam hein! E perdão pela demora.
Espero que gostem,
Câmbio e desligo



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PDV Lyra

Depois da primeira prova Harry e Rony finalmente fizeram as pazes, o que era uma coisa boa, todos estávamos bem novamente, Harry, Rony Hermione, Nate e eu reunidos. Harry havia ficado em segundo lugar na primeira prova, Rita Skeeter continuava fazendo suas entrevistas idiotas para nos prejudicar, ainda assim estávamos bem, estávamos juntos. Mas...

As coisas entre eu e Harry estavam estranhas, nós ficávamos nos olhando quando sabíamos que o outro não estava olhando, eu sentia quando Harry me encarava, nossos olhares trocados, confusos com aquelas coisas novas, aquelas sensações estranhas. Eramos irmãos, não é? Então por que ele me beijou?

Todo mundo notava algo estranho, perguntavam o que havia de errado, mas não sabíamos dizer o que era exatamente. Bom, sei que Harry contou a Rony sobre o houve por que ele veio me ver certa vez.

—Sabe, vocês podiam disfarçar melhor, logo Hermione e Nate vão descobrir. –Ele comentou andando ao meu lado, aprecendo de repente enquanto eu estava sozinha indo em direção a aula de aritmancia.

—Descobrir o que? –Me fiz de desentendida.

Ele sorriu e deu de ombros.

—Não vou conta a ninguém, pela primeira vez eu descobri algo que a Hermione ainda não descobriu. –Ele colocou as mãos para o alto. –É uma sensação boa.

Minha risada ecoou pelo corredor.

—Você não deveria estar indo para a aula de adivinhação com o Harry? –Perguntei.

Naquele momento Emelli, a amiga de Michelle, passou por nós acenando com a mão em minha direção, Rony olhou para ela e sorriu educadamente, mas quando ela continuou seu caminho contrário ao nosso ele virou para olha-la se afastar.

—Qual é o nome dela mesmo? –Questionou ele.

—Emelli. –Puxei o rosto dele em minha direção. –Aula de adivinhação.

—Claro, claro. –Ele se afastou virando o corredor, mas parou virando o rosto para mim. –Vocês deviam conversar sobre isso.

Fiquei surpresa. Ele falava de Harry, eu sabia.

—Quando você ficou tão inteligente e sensível? –Indaguei sarcástica.

Ele sorriu.

—Por sua causa. –Ele confessou. –Mas não conte a Hermione, eu tenho uma reputação a zelar.

Então ele correu para a aula de adivinhação.

Desde esse dia eu tenho notado uns olhares estranhos de Rony para Emelli, mas naquele momento eu ainda não tinha percebido o que aquilo significava.

Uma semana depois da primeira tarefa eu recebi uma carta do meu pai, ele estava animado com as aventuras de Harry no torneio, claro, o garoto quase morre e meu pai fica animado. Ele não deveria ser um adulto responsável? Ele contou que Mamãe e ele estavam... Indo bem. Eu não sabia exatamente o que aquilo significava, mas Rose tinha um sorriso animado quando contei a ela, por isso imagino que seja coisa boa.

Como estava meio afastada de Harry por causa do clima estranho eu consequentemente me aproximei cada vez mais de Karina, como Dumbledore estava muito ocupado com o torneio nós começamos a treinar juntas o feitiço legilimens e a arte da oclumência. E a cada encontro era como se conhecêssemos melhor uma a outra. Por estar ao redor de Karina eu também ficava sempre com Dimitri e nos tornamos amigos, era legal implicar com ele e receber suas respostas ácidas.

—Focê é bonita demas parra sua própria proteçon, Lyrra. – Dizia ele sempre que se despedia de mim.

Ele nunca mais tentou me beijar e isso era bom, eu gostava de Dimitri, era divertido e excitante, mas não era como estar com Cedrico ou com... Era melhor não pensar nisso. Complicações demais.

Cedrico, então, estava cada vez mais descarado! Seus sorrisos e piscadelas, eu era perseguida por suas fãs alucinadas toda vez que passava por perto dele. Hermione e Rose estavam animadas com aquilo, elas apoiavam totalmente que eu desse uma chance ao garoto.

Hermione e Rose... Está aí uma combinação que me surpreendeu. Ver Nate com Michelle fez as duas se aproximarem de um jeito que ninguém esperava, por isso não era de se surpreender que Hermione, Gina e Rose fossem vistas conversando pelo castelo.

As coisas estavam bem...  O tempo foi esfriando e com o passar dos dias andar pelos corredores do castelo sem um agasalho era impossível.

E assim dezembro foi chegando, devagar, em seu gerúndio.

—--

Naquele dia em especial Hermione havia sumido pelo dia inteiro, Rony e Harry haviam parado em frente a Nate e eu, perguntando por ela, acabamos os quatro andando pelos corredores a sua procura. Na biblioteca, por incrível que pareça, ela não estava. A única pessoa que estava lá era Vítor Krum. Rony ficou parado um tempo atrás das estantes, observando Krum e discutindo aos cochichos com Harry se deveria pedir um autógrafo - mas então percebeu que havia umas seis ou sete garotas rondando entre as estantes ao lado, discutindo exatamente a mesma coisa, e perdeu o entusiasmo pela idéia. Irritada com a situação eu puxei seu pergaminho e andei em direção a ele.

—Hey Krum. –Cumprimentei.

As garotas do seu fã-clube se afastaram eu me ver chegando. Krum agradeceu com um aceno na cabeça.

—Podia me dar um autografo aqui? –Pedi. Ele me olhou estranho. -Não é para mim.

Então ele puxou uma pena do tinteiro da mesa e assinou levemente a folha.

—Obrigada. Ah, mais uma coisa. A Hermione passou aqui hoje?

Ele suspirou derrotado e negou com a cabeça.

—Eu esperrei o dia todo. –Confessou ele.

—Devia logo falar com ela. –Avisei.

Ele bufou e eu me despedi, em seguida ele se levantou e saiu da biblioteca. Voltei até onde os garotos estavam

—Aqui está Rony. –Dei o autografo para ele. –Krum avisou que Hermione não esteve aqui hoje.

Nós fomos os quatro em direção a Torre da Grifinória na esperança que ela estivesse lá.

— Onde será que ela se meteu? - indagou Rony quando paramos em frente a entrada da Grifinória.

— Sei lá... Asnice. –Harry falou.

Mas a Mulher Gorda mal começara a girar para a frente quando o ruído de alguém correndo anunciou a chegada de Hermione.

— Harry! Lyra! - ofegou ela, derrapando até parar ao lado dele (a Mulher Gorda olhou para a garota, com as sobrancelhas erguidas). - Harry, vocês tem de vir comigo... tem de vir, aconteceu a coisa mais fantástica... por favor...

Ela agarrou o braço de Harry e tentou arrastar o garoto de volta ao corredor.

— Que é que aconteceu? - perguntou Harry.

— Eu mostro a você quando a gente chegar lá, ah, anda logo, depressa... Vamos todos!

Nos olhamos confusos.

— OK - disse Harry, começando a retroceder pelo corredor com Hermione, nós corremos para acompanhá-los.

— Ah, não se incomodem comigo! - gritou a Mulher Gorda irritada para os garotos. - Não peçam desculpas por ter me incomodado! Vou continuar pendurada aqui, aberta, até vocês voltarem, não é isso?

— Obrigada! – Rony, Nate e eu gritamos juntos.

— Hermione, onde é que estamos indo? - perguntou Harry, depois que a garota nos fizera descer seis andares até escadaria de mármore do saguão de entrada.

— Você vai ver, você vai ver já, já! - disse Hermione excitada.

Ela virou à esquerda ao pé da escada e correu para a porta que Cedrico cruzara na noite seguinte ao Cálice de Fogo ter regurgitado o seu nome e o de Harry.

Os garotos nunca tinham vindo por aqui, mas eu já tinha passado por lá, nas minhas andanças pelo castelo quando cheguei mais cedo em agosto. Descemos um lance de escadas de pedra, mas em vez destas terminarem em uma sombria passagem subterrânea, como a que levava à masmorra do Snape, nos vimos em um corredor de pedra, largo, muito bem iluminado com archotes, e decorado com alegres pinturas, na maioria, de comida.

Foi quando eu percebi onde estávamos indo.

—Hermione! –Reclamei.

— Ah, espera aí... - disse Harry lentamente, a meio caminho do corredor olhando ao redor e tirando a mesma conclusão que eu. – Espera um instante, Mione...

— Quê? - Ela se virou para olhá-lo, o rosto que era só expectativa.

— Já sei do que se trata - disse Harry.

O garoto cutucou Rony e Nate, e apontou para o quadro logo atrás de Hermione. Era a pintura de uma enorme fruteira de prata.

— Mione! - exclamou Rony, entendendo. - Você não está tentando nos convencer a entrar para aquela história do fale outra vez!

— Não, não, não estou! - apressou-se ela a dizer. - E não é fale, Rony...

— Você mudou o nome? - perguntei, franzindo a testa.

— Que somos então? A Frente de Liberação dos Elfos Domésticos? Não vou invadir a cozinha para fazer eles pararem de trabalhar, não vou fazer isso... –Rony resmungou.

— Não estou lhe pedindo isso! - disse Hermione impacientemente. - Desci aqui agora há pouco para conversar com eles e encontrei... ah, anda, Harry, quero lhe mostrar!

A garota tornou a agarrá-lo pelo braço, puxou-o para diante do quadro da fruteira, esticou o dedo indicador e fez cócegas na enorme pêra verde. A fruta começou a se contorcer e rir e, de repente, transformou-se em uma grande maçaneta verde. Hermione segurou-a, abriu a porta e empurrou Harry pelas costas, com força, obrigando-o a entrar.

—Merlim, eu adoro os quadros desse castelo. –Comentei olhando a pêra, curiosa.

Estavamos logo abaixo do Salão Principal, o lugar era repleto de tachos e panelas de latão empilhados ao redor das paredes de pedra, havia um grande fogão de tijolos no extremo oposto, foi nesse momento que alguma coisa pequena se precipitou do meio do aposento ao nosso encontro, guinchando:

— Harry Potter, meu senhor! Harry Potter!

No segundo seguinte um pequeno elfo colidiu com Harry com tanta força que tive a impressão de que suas costelas partiriam.

— D-Dobby? - ofegou Harry.

— O Dobby, meu senhor, é sim! - guinchou a voz na altura do seu umbigo. – Dobby teve muita esperança de ver Harry Potter, meu senhor, e Harry Potter veio ver ele, meu senhor!

Dobby soltou o garoto e recuou alguns passos, sorrindo para Harry de orelha a orelha, seus enormes olhos verdes, redondos como bolas de tênis, se enchendo de lágrimas de felicidade. Ele não havia mudado pouquíssimo desde a última vez que eu o vira dois anos antes, o nariz fino e reto, as orelhas de morcego, as mãos e os pés compridos - exceto pelas

roupas, que eram muito diferentes.

Quando Dobby trabalhara para os Malfoy, sempre usara a mesma fronha velha e imunda. Agora vestia a combinação mais extravagante de roupas que eu jamais vi, fizera uma escolha de peças pior do que a dos bruxos na Copa Mundial. Usava um abafador de chá de chapéu, no qual estavam presos vários distintivos coloridos, uma gravata com estampa de ferraduras de cavalo sobre o peito nu, calções que pareciam os de uma criança jogar futebol e meias desparelhadas. Uma delas era a preta, a outra era listrada de rosa e laranja.

—Olá Dobby! –Cumprimentei animada.

O olhar de Dobby brilhou ao me ver.

—Senhorita Lyra! Senhorita Lyra veio visitar Dobby também!

—Dobby, que é que você está fazendo aqui? - perguntou Harry surpreso.

—Dobby veio trabalhar em Hogwarrs, meu senhor! - guinchou o elfo excitado. – O Prof. Dumbledore deu emprego a Dobby e Winky meu senhor!

— Winky? - exclamou Harry. - Ela também está aqui?

— Está, sim, senhor, está! - disse Dobby, e agarrando a mão de Harry puxou-o para dentro da cozinha entre quatro longas mesas de madeira que estavam ali, nós os seguimos olhando tudo ao redor.

Cada uma das mesas estava colocada exatamente embaixo das quatro mesas das Casas em cima, no Salão Principal. Naquele momento não havia comida nelas, o jantar já terminara, mas uma hora antes estiveram carregadas de travessas que então eram mandadas pelo teto para as suas correspondentes no andar superior.

No mínimo uns cem elfos estavam parados pela cozinha, sorrindo, inclinando a cabeça e fazendo reverências quando Dobby passou com Harry por eles. Todos usavam o mesmo uniforme, uma toalha de chá estampada com o timbre de Hogwarts e amarrada como uma toga, como a de Winky.

Dobby parou diante do fogão de tijolos e apontou.

— Winky, meu senhor! - disse ele.

Ela estava sentada em um banquinho junto ao fogo. Ao contrário de Dobby, obviamente não saíra catando roupas. Usava uma sainha e uma blusa comportadas, e um chapéu azul combinando, com aberturas laterais para suas orelhonas. Mas, enquanto cada peça da estranha coleção de roupas de Dobby estava impecavelmente limpa e bem cuidada, pois até pareciam novas em folha, era visível que Winky não estava cuidando das próprias roupas. Havia manchas de sopa na blusa e um chamuscado na saia.

— Olá, Winky - cumprimentou Harry.

Os lábios de Winky tremeram. Então ela rompeu em lágrimas, que transbordaram dos seus grandes olhos castanhos e caíram pela roupa, exatamente como acontecera na Copa Mundial de Quadribol.

— Ah meu Deus! - exclamou Hermione. - Winky, não chore, por favor, não...

Mas Winky chorava com mais vontade que nunca. Dobby, por outro lado, sorria radiante para Harry.

—Ela não parece estar muito bem, o que houve? –Questionei me aproximando mais dela, fazendo a pequena elfo chorar mais alto

— Harry Potter gostaria de tomar uma xícara de chá? - guinchou Dobby alto, abafando os soluços de Winky.

— Hum... ah, OK - disse o garoto.

Instantaneamente, uns seis elfos domésticos vieram correndo atrás dele, trazendo uma grande bandeja de prata com um bule de chá, xícaras para Harry, Rony, Nate, Hermione e eu, uma jarrinha de leite e um grande prato de biscoitos.

—Obrigada. –Agardeci a um dos elfos que sorriu animado.

— Serviço de primeira! - exclamou Rony, com admiração na voz.

Hermione franziu a testa para ele, mas os elfos pareciam encantados da vida, fizeram uma grande reverência e se retiraram.

— Há quanto tempo está aqui, Dobby? - perguntou Harry, quando o elfo serviu o chá para todos.

— Só uma semana, Harry Potter, meu senhor! - respondeu Dobby alegremente. - Dobby veio ver o Prof. Dumbledore, meu senhor. Sabe, meu senhor, é muito difícil um elfo doméstico que foi dispensado arranjar outro emprego, meu senhor, muito difícil, mesmo...

Ao ouvir isso, Winky chorou ainda mais alto, seu nariz de tomate amassado pingando pela frente da blusa, embora ela não fizesse o menor esforço para estancar essa pingadeira.

— Dobby viajou pelo país durante dois anos, meu senhor, tentando encontrar trabalho! Mas Dobby não encontrou nada, meu senhor, porque agora ele quer receber ordenado!

Os elfos domésticos por toda a cozinha, que estavam escutando e observando com interesse, desviaram os olhos ao ouvirem isso, como se Dobby tivesse dito alguma coisa grosseira e constrangedora.

Hermione, porém, exclamou:

— Assim é que se faz, Dobby!

— Muito obrigado, senhorita! - disse o elfo, dando a ela um sorriso que era só dentes. - Mas a maioria dos bruxos não quer um elfo doméstico que exige ordenado, senhorita. "Isto não é próprio de um elfo doméstico", dizem eles e batem a porta na cara de Dobby! Dobby gosta de trabalhar, mas quer se vestir e quer receber ordenado, Harry Potter... Dobby gosta de ser livre!

Os elfos domésticos de Hogwarts agora começaram a se afastar discretamente de Dobby, como se ele tivesse alguma doença contagiosa. Winky, no entanto, continuou onde estava, embora se notasse um decidido aumento no volume do seu choro.

—Se eu soubesse que você queria um emprego eu teria falado para ir até a nossa casa Dobby. –Comentei.

—Mamãe bem que gostaria de uma ajudinha com as coisas. Podiamos arrumar um elfo para elas, não é? –Nate perguntou sorrindo ao pensar na ideia.

—Mas o que houve com você Dobby? –Questionei curiosa.

— E, então, senhorita Lyra, Dobby vai visitar Winky e descobre que ela foi libertada também! - conta Dobby com satisfação.

Ao ouvir isso, Winky se atirou para a frente e caiu do banquinho, de rosto no chão de lajotas, batendo os pequenos punhos e positivamente urrando de infelicidade.

Hermione imediatamente se ajoelhou ao lado dela e tentou consolá-la, mas nada que dissesse produzia a menor diferença. Dobby continuou sua história, guinchando alto para abafar o choro estridente de Winky.

— Então Dobby teve a idéia, Harry Potter, meu senhor! “Por que Dobby e Winky não procuram um trabalho juntos?” “Onde é que existe trabalho suficiente para dois elfos domésticos?”, pergunta Winky. E Dobby pensa e se lembra, meu senhor! Hogwarts! Então Dobby e Winky vieram ver o Prof. Dumbledore, meu senhor e o professor nos contratou!

Dobby sorriu muito animado e lágrimas de felicidade brotaram, mais uma vez, dos seus olhos.

—Foi uma ideia ótima Dobby. –Comentei intercalando olhares entre a felicidade de Dobby e a total miséria de Winky.

—Tem razão, foi uma boa ideia. –Harry concordou sem saber exatamente se a ideia havia agradado a pobre Winky ou não.

Ela não parecia muito feliz.

— E o Prof. Dumbledore diz que vai pagar a Dobby, meu senhor, se Dobby quer pagamento! E, assim, Dobby é um elfo livre, meu senhor, e Dobby recebe um galeão por semana e um dia de folga por mês!

— Isso é muito pouco! - exclamou Hermione indignada, ainda curvada para os gritos incessantes e os murros no chão de Winky.

—Hermione, ele acabou de sair de uma vida de servidão e gosta disso, não acha que ele tem que começar aos pouquinhos? –Perguntei.

Ela pareceu aceitar meu argumento.

— O Prof. Dumbledore ofereceu a Dobby dez galeões por semana e folgas nos fins de semana - disse Dobby, estremecendo de repente como se a perspectiva de tanto lazer e riqueza o assustasse -, mas Dobby fez ele baixar a oferta, senhorita... Dobby gosta da liberdade, senhorita, mas não quer tanto assim, senhorita, ele gosta mais do trabalho.

—Entendemos Dobby. –Nate disse tindo levemente.

— E quanto é que o Prof. Dumbledore está pagando a você Winky? - perguntou Hermione bondosamente.

Se a garota achou que isso ia animar Winky, estava delirando. Winky realmente parou de chorar, mas, quando se sentou, ficou encarando Hermione com seus imensos olhos castanhos, seu rosto lavado de lágrimas e inesperadamente furioso.

— Winky é um elfo em desgraça, mas Winky ainda não está aceitando pagamento - guinchou ela. - Winky não decaiu a esse ponto! Winky está devidamente envergonhada de ter sido libertada!

Nate e eu não aguentamos segurar a risada, mas fomos discretos o bastante para rir baixinho.

— Envergonhada? - perguntou Hermione perplexa. - Mas... Winky, espera aí! É o Sr. Crouch que devia estar envergonhado e não você! Você não fez nada errado, ele é que foi realmente horrível com você...

Mas ao ouvir isso, Winky levou as mãos às aberturas laterais do chapéu e achatou as orelhas para não poder ouvir nem mais uma palavra e guinchou:

— A senhorita não vai insultar o meu amo! A senhorita não vai insultar o Sr. Crouch! O Sr. Crouch é um bruxo bom, senhorita! O Sr. Crouch fez bem em mandar a feia Winky embora!

— Winky está tendo dificuldades para se adaptar, Harry Potter. - guinchou Dobby confidencialmente. - Winky se esquece que não está mais presa ao Sr. Crouch, que pode dizer o que pensa agora, mas não quer fazer isso.

— Os elfos domésticos não podem dizer o que pensam dos amos, então? - perguntou Harry.

— Ah, não, não meu senhor - disse Dobby repentinamente serio. - Faz parte da escravidão do elfo doméstico, meu senhor. Guardamos silêncio e os segredos dos amos, meu senhor, defendemos a honra da família e nunca falamos mal dela, embora o Prof. Dumbledore tenha dito a Dobby que não faz questão disso. O Prof. Dumbledore disse que a gente é livre para... para...

Dobby pareceu subitamente nervoso e chamou Harry mais para perto. Harry se inclinou para ele.

Dobby cochichou, mas sua voz estava alta o bastante para que eu, nate e Rony pudéssemos ouvir.

— Disse que a gente é livre para chamar ele de... de velho caduco se quiser, meu senhor!

Dobby deu uma risadinha assustada.

— Mas Dobby não quer, Harry Potter - disse ele voltando a falar normalmente e balançando a cabeça de modo que suas orelhas abanavam. – Dobby gosta muito do Prof. Dumbledore, meu senhor, e tem orgulho de guardar os segredos dele.

— Mas você pode dizer o que quiser sobre os Malfoy agora? – perguntou Harry sorrindo.

Um olhar de temor surgiu nos olhos imensos de Dobby.

— Dobby... Dobby poderia - disse cheio de dúvida. Aprumou então seus ombrinhos. - Dobby poderia dizer a Harry Potter que seus antigos amos eram... eram... bruxos malvados das trevas!

Dobby ficou parado um instante, o corpo todo tremendo, horrorizado com a sua própria coragem - então correu até a mesa mais próxima e começou a bater a cabeça nela, com força, guinchando:

— Dobby mau! Dobby mau!

Olhei para aquilo horrorizada, mas Harry agiu mais rápido que nós e agarrou o elfo por trás da gravata, afastando-o da mesa.

— Obrigado, Harry Potter, obrigado - disse Dobby sem fôlego, esfregando a cabeça.

— Você só precisa de um pouco de prática - disse Harry.

— Prática! - guinchou Winky furiosa. - Você devia era ter vergonha, Dobby, falando desse jeito dos seus amos!

— Eles não são mais meus amos, Winky! - disse Dobby em tom de desafio. - Dobby não se importa mais com o que eles pensam!

— Ah, você é um elfo mau, Dobby! - lamentou-se Winky, as lágrimas escorrendo mais uma vez pelo seu rosto. - O coitadinho do meu Sr. Crouch, que é que ele está fazendo sem a Winky? Está precisando de mim, está precisando da minha ajuda! Eu cuidei dos Crouch a vida inteira e minha mãe fez isso antes de mim e minha avó antes dela... ah, o que elas diriam se soubessem que Winky foi libertada? Ah, que vergonha, que vergonha! - Ela escondeu o rosto na saia e abriu um berreiro.

— Winky - disse Hermione com firmeza -, tenho certeza de que o Sr. Crouch vai indo muitíssimo bem sem você. A gente o viu, sabe...

— A senhorita tem visto o meu amo? - perguntou Winky sem fôlego, erguendo o rosto manchado de lágrimas da saia, mais uma vez, e arregalando os olhos para Hermione. - A senhorita tem visto ele aqui em Hogwarts?

—Ele e o Sr. Bagman são juizes no Torneio Tribruxo. –Eu expliquei rapidamente a ela. –Estrão sempre no castelo.

— O Sr. Bagman vem também? - guinchou Winky e, para grande surpresa de Harry (e de Rony e Hermione também, pela expressão no rosto deles), ela pareceu novamente zangada. - O Sr. Bagman é um bruxo malvado! Um bruxo muito malvado! Meu amo não gosta dele, ah, não, nem um pouquinho!

Aquilo me surpreendeu um pouco, olhei para Nate que estava ao meu lado e parecia tão, ou mais, surpreso quanto eu.

— Bagman... malvado? - exclamou Harry.

— Ah é - disse Winky, acenando furiosamente com a cabeça. - Meu dono contou a Winky umas coisas! Mas Winky não vai repetir... Wínky... Winky guarda os segredos do amo...

E mais uma vez ela se debulhou em lágrimas soluçando escondida na saia.

— Coitado do meu amo, coitado do meu amo, não tem mais a Winky para ajudar!

Não conseguimos extrair de Winky nem mais uma palavra que fizesse sentido. Deixamos que ela chorasse e terminamos o chá, enquanto Dobby tagarelava alegremente sobre sua vida de elfo liberto e seus planos para o seu ordenado.

— A próxima coisa que Dobby vai comprar é um suéter sem mangas, Harry Potter! - disse ele alegremente, apontando para o peito nu.

— Vou lhe dizer o que vou fazer -. disse Rony, que parecia ter se afeiçoado muito ao elfo. - Vou lhe dar o suéter que minha mãe tricotar para mim este Natal, eu sempre ganho um. Você não tem nada contra a cor marrom, tem?

Dobby ficou encantado.

— Talvez a gente tenha que dar uma encolhida nele para caber em você, mas vai combinar bem com o seu abafador de chá.

Quando se preparavam para ir embora, muitos elfos que os cercavam se aproximaram, oferecendo lanchinhos para os garotos levarem. Hermione recusou, com uma expressão constrangida, ao ver a maneira com que os elfos continuavam a se curvar e fazer reverências, mas Harry, Nate e Rony encheram os bolsos com bolos e tortas. Eu fiquei com um pequeno doce que uma elfa me entregou e neguei o resto.

— Muito obrigado! - disse Harry aos elfos, que tinham se agrupado em torno da porta para lhes desejar boa noite. - Até à vista, Dobby.

— Harry Potter... Dobby pode ir ver o senhor de vez em quando, meu senhor? - perguntou Dobby.

— Claro que pode - disse o garoto e o elfo abriu um sorriso.

Nós fomos saindo da cozinha, todos foram na frente quando Dobby me puxa pela mão, eu virei surpresa com aquilo.

—O que foi Dobby? –Perguntei.

—Senhorita Lyra não devia falar com Senhor Draco, senhorita. Senhor Draco é mal. –Ele balançou a cabeça acenando que sim, fortemente.

Eu coloquei um joelho no chão, sorrindo levemente para o elfo.

—Draco sempre foi mal, Dobby?

Ele pareceu surpreso, mas em seguida negou com acabeça.

—Senhor Draco não era mal, senhorita. Antes não era. –Confessou ele.

Eu fiz um leve carinho no abafador de chá de Dobby e saí da cozinha. Encontrei o pessoal já pela escada no saguão de entrada.

— Sabe de uma coisa? - disse Rony. - Todos esses anos sempre fiquei realmente impressionado com a capacidade de Fred e Jorge pegarem comida na cozinha, ora não é nada difícil, não é mesmo? Os caras mal podem esperar para dar a comida!

— Acho que foi a melhor coisa que poderia ter acontecido a esses elfos, sabe – disse Hermione seguindo à frente para subir a escadaria de mármore. - Dobby ter vindo trabalhar aqui, quero dizer. Os outros elfos vão ver como ele está feliz, depois de libertado, e devagarinho vão se lembrar de desejar a mesma coisa!

— Vamos esperar que eles não prestem muita atenção na Winky. - disse Harry.

— Ah, ela vai se animar - disse Hermione, embora parecesse meio em dúvida. -Depois que passar o choque e ela se acostumar a Hogwarts, vai ver que está muito melhor sem o tal do Crouch.

— Mas ela parece que ama o cara - disse Rony com a voz engrolada já que acabara de morder o bolo.

Eu lhe dei uma tapa na cabeça.

—Não fale de boca cheia. –Reclamei.

—Desculpe. –Rony riu limpando a boca levemente.

— Mas ela não tem uma boa opinião do Bagman, não é - comentou Harry. - Que será que Crouch diz dele em casa?

— Provavelmente diz que Bagman não é um bom chefe de departamento – disse Hermione -, e vamos ser sinceros... ele tem razão, não acham?

— Mesmo assim, eu preferia trabalhar para ele do que para o velho Crouch – disse Rony. - Pelo menos Bagman tem senso de humor.

— Não deixa o Percy escutar você dizendo isso - falou Hermione, dando um sorrisinho.

— É, Percy não iria querer trabalhar para ninguém que tivesse senso de humor, não é mesmo? - disse Rony, agora começando a comer a bomba de chocolate.

—Percy não reconheceria uma piada nem que ela dançasse pelada na frente dele, usando só o abafador de chá do Dobby na cabeça. –Nate disse fazendo com que todos rissemos.

Quando paramos de rir o meu olhar encontrou com o de Harry, nós ficamos nos encarando uns segundos e desviamos os olhares.

Tudo estava meio estranho ainda... Eu só queria saber como consertar isso.

—--

—Não esqueçam de ler as notas iniciais-


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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