Foi no Instituto de Durmstrang... escrita por Sensei, KL


Capítulo 23
O olhar de uma cobra


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai em homenagem a nossa Diva, nossa Rainha, a mulher que trouxe alegria para a nossa vida e nos fez acreditar que a magia está em todo lugar.
Parabéns JK ROWLING! *------*
Obrigada por existir e por ter trazido Harry Potter para minha vida, nada disso seria possível sem você hoje.
Câmbio e desligo



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PDV Blásio

Observar Rosemary é como observar um abismo sem fim, os olhos verdes brilhando em excitação e surpresa. É sempre assim quando alguém nos reconhece como a casa das cobras.

– Hãã, olá. – ela sorri cordial e o olhar de Dafne me fez ficar cauteloso.

A rainha de gelo não é conhecida por sua cordialidade.

– Olá. –Dafne respondeu simples, contida, mas pelo menos não é fria dessa vez.

– Er... Será que vocês não viram minha irmã? – Rosemary fala sem jeito olhando para o meu cachecol, verde com prata. Será que estava decepcionada? Afinal, ela é Grifinória e eu...

Ela parecia nervosa, não costumava falar com sonserinos, eu sabia, mas mesmo assim ela não saiu correndo, foi educada.

– Não vimos desculpe. – Theo fala.

Um pouco galanteador demais para o meu gosto, coisa que ele nunca faz. Theo é sempre tão contido em suas emoções, como um verdadeiro soncerino.

Olhei bem seus olhos, eles passavam pelo meu rosto, então para o meu cachecol, depois para o símbolo da minha casa bordado na roupa, então de volta para os meus olhos.

Ah, Rosemary.

Desde o primeiro ano te observo.

Primeiro foi pela cicatriz, mas depois aquilo virou um hábito, eu gostava de observar seu dia a dia. Quando ela lia na biblioteca seu rosto passava emoções tão nitidamente, como dúvida, alegria, os lábios se entreabrem e ela sorri. Passei horas na biblioteca a observando. O salão principal é meu momento favorito do dia, ela senta junto a suas amigas e sorri de tudo.

Algo me atrai a ela.

– Ah... tudo bem. Obrigado. – ela sorri cordialmente, seus olhos desconfiados agora tinham algo a mais: Desapontamento.

– Rose! Ah meu Merlim, você está aí! – escuto uma voz gritar no corredor.

Uma garota com a camiseta da grifinoria sai correndo para ela. Reconheci a garota na hora, era a Mandy Trennat. Weasley, Trennat e Rosemary são amigas, as três vivem juntas para cima e para baixo, não tinha como eu não reconhecê-la.

– Feliz aniversario! – a garota grita escandalosa.

Aquilo me fez revirar os olhos, confesso. Está aí um exemplo de grifinória que detesto: As espalhafatosas. Parece que falar num tom de voz normal nunca é suficiente, aquela Lilá Brown é um ótimo exemplo de grifinória espalhafatosa, não me surpreende que a Anderson a odeie.

Sim, eu sei muito da vida da Rosemary.

Não, eu não sou um perseguidor.

Apenas observador.

– Obrigado. – Ela responde sorrindo para a amiga e Trennat abraça com força minha grifinória.

Desde quando ela é MINHA grifinória?

Estúpido, ela nunca vai olhar para você. Será que a rivalidade de casas é séria em sua mente? Ou eu tenho chance?

Olhei para seus cabelos que emolduravam o rosto. Sua pele parece ser tão macia, o sorriso estampado em sua boca me fez arfar.

Rosemary é tão... Linda!

– Vamos! –Trennat a puxa pela mão na direção contrária.

Ela segue a amiga sem poder negar, mas olha para trás, para mim, antes de ir. Seu olhar era tão intenso que me senti despido. Um sentimento realmente inebriante.

– Terra para Blásio! – Dafne fala segurando uma risada.

Theo me olha sorrindo diabólico. Eles dois são os únicos em que eu posso confiar nas masmorras, meus amigos. Sorrio meio sem graça por estar tão na cara que estou afim dela.

– Ela é uma garota bonita. – Olho surpreso para a princesa de gelo, Dafne sempre foi fria, muitas vezes um iceberg. – Eu sei admitir isso Zabini!

– Você gosta dela. – A afirmação do Nott me fez suspirar fundo. Ele sempre sabe de tudo.

– Fale baixo Nott, não quero que todos saibam. –Meu sussurro o fez revirar os olhos e virar para olhar Dafne com uma expressão de tédio.

Dafne balançou a cabeça negativamente, até imaginava o que ela estava pensando, que erámos dois idiotas. Ela sempre pensa isso de todos os meninos.

– Você precisa entender que ela é uma grande ponte de discórdia Zabini. - Theo fala caminhando lento, sem fazer barulho.–Ela é uma nascida trouxa. –Levantou um dedo. –Irmã da Anderson e do Kepner. – Levantou outro dedo. –E amiga do Potter, do Weasley e da irritante da Granger. - Levantou um terceiro dedo.

Olhei para seus três dedos e depois para o seu rosto, ele estava certo, aqueles eram ótimos três motivos para eu me manter longe, mas quem disse que eu ligava? Respirando fundo encaro o chão.

–Eu entendo. –Falei, só por não ter nada melhor para dizer.

Theo suspirou sabendo que não tinha me convencido.

–Ficar cuidando com seu olhar não é saudável, talvez você deva ter uma conversa com Malfoy, querer algo fora do seu alcance parece uma especialidade dos soncerinos. – Nott fala seriamente, palavras deslizando como veneno.

Mas ele é meu único amigo.

Dafne deslizava pelo caminho como a dama que era, não falava nada, só ouvia nossa conversa.

–Você também notou? –Perguntei.

–Sobre Draco e Anderson? Sim, notei. Ele não é muito discreto quando olha para ela. –Ela respondeu dando de ombros levemente.

Se até a rainha de gelo, que nunca se importa com a vida de ninguém, notou, isso significava que Malfoy estava mesmo encrencado. Podia me sentir solidário com ele, sabia o que era me sentir atraído por uma grifinória, elas são intensas.

O ritmo da nossa caminhada foi a passos de lesma. Theo olha para mim com aqueles olhos de velho, às vezes sábios demais. Ele suspirou fundo.

– Se você a quer, seja cauteloso, somos cobras, planejamos, temos planos em mente e principalmente não deixamos ninguém saber disso. Se você quer, terá que conquista-la. E de preferência sem ser notado. – Theodore sempre foi o mais esperto de todos nós, às vezes ele me assusta com aqueles olhos azuis que não passam emoções. – Ela é uma grifinória, quase nenhum relacionamento grifinória e soncerina deu certo Zabini. O último foi de Dorea Black e Charlus Potter, cautela é pouco Blásio.

– Desde quando você sabe disso?- Dafne pergunta impressionada.

– Meu pai me fez decorar as árvores genealógicas, inclusive dos traidores de sangue. – Theo resmunga. - O fato é que todos nós fomos criados com a mesma ideologia, somos a elite, os puro-sangue. Mesmo nós três não achando que sangue-ruins devem morrer há consequências em ir contra essa crença e isso acarretará em muitos desafios. – Theo fala moderado, sem mostrar emoções.

– O Zabini não é burro Theo, ele sabe disso. Não dê bola para o que o Nott fala, se você a quer vá atrás. – Dafne resmunga empurrando Theo pelo cotovelo.- Ela é uma nascida trouxa, sim ela é. Mas eu quero sua felicidade Blásio.

– Isso existe?- Theo revira os olhos. – A princesa de gelo acreditando no amor? Fala sério, Dafne. – sua exclamação me fez olhar os dois e sorrir.

–Brigam com vovózinhas. –Falei rindo levemente.

–Cala a boca Blásio. –Os dois falam ao mesmo tempo.

Rimos os três. Isso não acontece sempre, mas temos nossos momentos.

– Blásio, nós iremos ajudar. – Dafne não sorri quando diz isso, só fala séria demais.

Pensei em como conseguir aquilo, eu a queria para mim e se fizesse direito iria conseguir.

– Não deixe Malfoy ou ninguém mais saber. Será melhor, não queremos acidentes inesperados da parte da gangue do Malfoy, certo? – Theo resmunga suspirando fundo.- Isso me faz pensar... Existe algo Dafne que você quer e não pode ter? – Theodore é a personificação da soncerina, como uma cobra nada passa pro ele sem ser notado.

Dafne ia abrir a boca para dar uma resposta sarcástica, mas eu me irritei.

– Parem os dois, me deixem pensar. – Falo baixo.

Nesse castelo as paredes têm ouvidos.

Rosemary é uma menina encantadora. Olhos perfeitos, e um rebolado que me deixa louco. Fica linda de verde, nunca em sua vida acadêmica se meteu em brigas, geralmente ignora os soncerinos, principalmente Pansy. Tem dois irmãos adotivos. Faz parte da gangue do Potter. Tem uma cicatriz, isso a deixa mais linda ainda.

O que eu posso fazer? Tentar? Uma dúvida que esta cravada no meu ser. Como eu gostaria de saber a resposta para isso.

– Dafne você conseguiria alguma joia rápido, ainda hoje de preferência? – peço a olhando e Theo revira os olhos não gostando do que irá acontecer.

– Sim Blásio, eu posso mandar uma carta para a relojoaria de Hogsmead e pedir algo. Entrega ainda hoje. Alguma preferência? – ela pede em modo negócios.

– Algo verde e discreto. – olho para o nada.

–Joia? Não sabia que era adepto a clichês Blásio. –Theo disse escorrendo veneno pelos lábios.

–Talvez seja o clichê que funcione para ele Theo. –Dafne respondeu dando de ombros sem se importar.

– Bom, e isso significa?- ele pergunta suspirando.

– Que vamos confraterniza com o inimigo. – falo sorrindo de lado.

– Eu bem que achei que fosse isso. – Dafne suspira fundo.

Vou conseguir Rosemary para mim discretamente, lentamente, de um modo que todos só percebam quando já for tarde demais, inclusive ela mesma.

Como uma cobra dá o bote.

Eu quero Rosemary e eu a terei.

–--

PDV Nate

–Eu vou descer para o pátio, não estou afim de ficar no salão principal olhando aquele pessoal obcecado pelo cálice de fogo. –Lyra disse suspirando.

–Certo, vou pegar um livro na biblioteca e te encontro por lá. –Avisei.

Na verdade eu não queria nenhum livro, aquela era só uma desculpa para dar uma volta pelo salão principal para ver se encontrava a Michelle em algum lugar.

Eu sei... Eu sei... Estou parecendo um psicótico perseguidor maluco!

–Oi Nate! –Uma garota da Lufa-lufa passa por mim na direção contrária.

Ela olha marota em minha direção e o cheiro dela é inebriante, ela passa movendo os quadris, provocante, e eu viro andando de costas somente para observar seu balanço. Pego o colar no pescoço, instintivamente.

–Eita vida difícil. –Falei colocando o colar em frente ao nariz.

Virei para olhar para frente, sentindo uma ereção chegar. De novo.

–--

–Nate! Achei você! –A voz de Rose ecoa pelo corredor vazio.

–Rose! –Virei sorrindo e segurei o colar com força.

Droga! Não queria encarar ela sozinha ainda. Não estava psicologicamente preparado ainda.

–Estava procurando você e Lyra, mas vocês sumiram completamente. –Ela disse vindo em minha direção com Mandy, um lindo sorriso no seu rosto.

Aquela cicatriz manchando seu rosto delicado. Uma marca que foi minha culpa.

–Estávamos andando por aí. Lyra está no pátio, estou indo encontra-la agora. –Avisei apontando com o polegar para as minhas costas, que era a direção do pátio. –Aliás... Feliz aniversário vermelha.

Seus olhos brilharam. Então ela se jogou nos meus braços num abraço apertado, eu só pude segura-la, seus cabelos bateram no meu rosto e o cheiro forte de mulher me pegou de jeito, era um cheiro selvagem, de mato e terra, cheiro familiar, de lobo. Apertei seu corpo junto ao meu e escondi meu rosto em seu pescoço sem conseguir evitar, desejava contato.

–Rose... –Sussurrei.

Ela enroscou os dedos nos meus cabelos e apertei de leve sua cintura. Senti seu coração acelerar.

Imagens de Rose encostada numa parede enquanto se esfrega em mim surgiram em minha mente.

–Nossa! –Ela sussurrou sem fôlego ao meu ouvido.

Então me soltei do abraço, ela tinha o rosto vermelho e parecia lutar para regular a respiração.

–Eu... Eu vou... –Limpei a garganta. –Vou ver a lyra.

–Claro, vou com você! – Ela disse sorrindo animada.

–Não! –Mandy puxou o braço dela delicadamente. –Você tem que pegar seu presente.

Senti um enorme alívio.

Ela olhou de Mandy para mim e vice-versa, estava pronta para negar a amiga e vir comigo, mas eu não podia ficar sozinho com ela agora. Não agora.

–Vai Rose. –Falei sorrindo levemente. –Você nos encontra lá.

Então virei e saí andando rapidamente.

–Merda! –Respirei fundo sentindo dor de tão duro.

–--

PDV Lyra

As pessoas pareciam estar cada vez mais animadas, por onde eu passava nos corredores havia pessoas cochichando, rindo, fofocando, era engraçado de ver tudo aquilo. Estava no primeiro andar indo em direção ao pátio na parte de trás de Hogwarts, durante aquela hora não devia ter muita gente.

–Lyra! –Uma voz conhecida me chamou.

Virei sorrindo na direção contrária em que eu ia andando. Karina vinha correndo até mim com um uniforme preto e vermelho, era uma calça e uma blusa iguais as dos garotos, só que menor. Ela percebeu que eu olhava para sua roupa.

–É o univorme masculino. Eu prefirro o deles. –Ela disse sorrindo.

–E como é o feminino? –Perguntei.

–Saia. – Ela respondeu sorrindo e fez um gesto com as mãos como se mostrasse uma saia imaginária.

Sorri.

–Certo. Estava indo para o pátio? Quer ir comigo? –Perguntei.

Ela acenou que sim com a cabeça.

–Você está bem? –Perguntei.

Fomos andando uma ao lado da outra, não havia muita gente no lugar onde estávamos por que a maior parte do pessoal estava no salão principal olhando o cálice de fogo, mas as poucas pessoas que passavam por nós ficavam nos encarando, como se fossemos uma coisa estranha e não duas garotas andando. Ah, claro, o pessoal ainda estava muito surpreso com a nossa semelhança. Às vezes era estranho para nós também, era atordoante olhar uma para outra, era como ver um espelho.

Levamos um tempo para acostumar.

Quando chegamos no pátio ficamos sentadas num banco.

–Non tive muito tampo parra falar com focê. –Ela disse sorrindo. –Como fão as cosas?

Suspirei.

–Complicadas. Lembra das aulas de oclumência? –Ela acenou que sim com a cabeça. - Dumbledore suspendeu por causa do torneio. Mas eu gostaria de treinar e...

Minha cabeça deu um estalo e arregalei os olhos, como eu nunca pensei nisso antes? Era perfeito.

–Lyra? –Karina me chamou confusa com a minha parada brusca.

–Karina! As minhas aulas de oclumência! –Falei sorrindo segurando ela pelos ombros.

–O que tenelas? –Perguntou assustada.

–Eu acabei de ter uma ideia incrível! –Falei animada. –Minhas aulas de oclumência foram suspensas e não posso treinar sozinha, mas você pode me ajudar!

–Hem? –Ela faz um barulhinho confuso.

–Quero dizer. –Soltei seus ombros. –Você pode testar em mim, me atacar e depois eu texto em você, assim vamos treinar oclumência e leitura da mente juntas. Existem pouquíssimas pessoas que eu confiaria de verem tudo o que se passa na minha cabeça, você definitivamente é uma delas.

Ela ficou me encarando surpresa.

–Jurra? –Perguntou sorrindo.

Acenei que sim com a cabeça.

–E então, você topa? –Perguntei.

–É clarro. –Falou começando a se animar como eu.

–Nós podemos nos encontrar e... –Parei a frase na metade ao levantar a cabeça e notar uma silhueta conhecida vir na nossa direção.

Era Draco, ele tinha a cabeça baixa e caminhava despreocupadamente. Quando levantou a cabeça nos viu ali sozinhas, ele piscou um pouco atordoado e balançou a cabeça como se estivesse tonto.

–Isso é estranho. –Comentou, mais para si mesmo do que para nós.

–Olá Draco. –Falei.

Minha cabeça traidora automaticamente foi até o dia da copa mundial, quando nos beijamos no escuro, encostados numa árvore.

–Lyra? –Karina chama a minha atenção, ela olhava de mim para Draco e vice-versa, achando estranha nossa troca de olhares.

–Er... –Virei para ela. –Karina, esse é Draco Malfoy, um garoto da sonserina.

O rosto dela se iluminou em reconhecimento, claro, eu já havia falado sobre Draco para ela.

–Oh, muito prrazer Drago. –Ela disse,

–Não, é Dra-co. –Falei devagar.

–Dra-co. –Ela disse do mesmo modo que eu. –Draco. –Repetiu certo dessa vez.

Eu sorri orgulhosa.

–Certo. –Falei animada.

Ela sorriu e segurou minha mão, feliz.

–Muito prazer Draco. –Falou virando para o garoto. –Meu nome é Karina Ivanov.

–O prazer é meu. –Ele respondeu de modo polido.

–Seu inglês está cada dia melhor. –Falei para ela.

–Tive una boa professorra. –Ela piscou para mim.

Rimos juntas.

Voltei a olhar para Draco, ele estava estranho, parecia um pouco pensativo e seu olhar não me deixava de jeito nenhum, no começo achei que fosse curiosidade por causa de Karina, mas tinha algo diferente.

–Aconteceu alguma coisa Draco? –Perguntei.

Ele abriu a boca para responder, mas uma voz nos interrompeu.

–Draco, estávamos procurando você. – Pansy Parkinson veio correndo e enganchou seu braço no de Draco.

Logo atrás dela vinham Crabbe e Goyle.

Parkinson virou em nossa direção, seu olhar praticamente brilhou em malícia.

–Vejam só se não são A sangue ruim Anderson e a cópia da Sangue ruim Anderson. Como se já não bastasse uma só. –Ela riu, Crabbe e Goyle a acompanharam.

Mas Draco apenas olhava para tudo entediado.

–O que focê dize? –A voz de Karina aumentou uma oitava e ela se levantou, ultrajada com aquilo.

–Meu pai me disse que somente garotos viriam para o torneio tribruxo. –Ela disse malvadamente. –O que você fez para conseguir um lugar nessa viagem? Deu para o Krum? Ou melhor... Para o diretor?

Karina fez um barulho com a garganta, colocou a mão aberta no peito, como se tivesse se sentindo ofendida.

–Ela... Ela... –Gaguejou olhando de mim para ela, chocada com aquele ataque direto.

Pelo jeito não esperava que aquilo acontecesse.

Levantei do banco e virei para Pansy.

–Sinto muito Parkinson, eu acho que tivemos um mal entendido. –Falei falsamente. –A única vadia que estou vendo aqui é você.

–Ai. –Draco disse irônico e olhou para Pansy, como se esperasse que ela respondesse a minha provocação.

Parkinson me olhou de boca aberta, seu rosto tomando uma tonalidade avermelhada.

–Sua sangue-ruim imunda! –Ela falou raivosa.

–Oh meu Merlim, sua voz é irritante. Como você consegue aguentar ela? –Virei perguntando para o Draco.

Draco não respondeu.

Mas ela arregalou os olhos, olhando de mim para Draco e vice-versa.

–Está gostando dele. –Ela acusou, rindo maldosamente. –Coitadinha, tenho pena de você.

–Er... Desculpe. –Sorri irônica. –Você me confundiu com alguém que se importa com a sua opinião.

Karina me cutucou no braço e eu percebi que o lugar onde estávamos estava começando a ficar movimentado, um grupo de sonserinos estava vindo para o pátio e mais atrás vinha Nate.

–Escuta aqui sua piranha, você não vai ficar dando em cima do Draco na minha frente! –Ela gritou.

–Bem, se é para falar de paquera, por que não falamos sobre os olhares furtivos que você dá para o meu irmão? –Perguntei olhando para as minhas unhas, despreocupadamente.

Pansy engasgou, sem saber o que dizer.

Nate estancou no lugar pouco antes de chegar em nós, me olhando chocado. Claro que ele nunca notou que Pansy ficava olhando para ele, Nate é um garoto, e um garoto extremamente desligado.

–N-não sei do que está falando! –Gaguejou ela. –Eu nunca dispensaria meu tempo para olhar aquele sangue-ruim idiota.

Nate fez uma careta, pareceu levemente ofendido com aquilo.

–Bom, não é o que seu corpo diz. –Ele falou chamando a atenção de todos.

Pansy, Draco, Crabbe e Goyle viraram para Nate que estava logo atrás deles.

Ele se aproximou de Pansy lentamente, com a graça de um lobo e eu sorri de lado, ele a faria engolir o que disse.

–Você fica nervosa quando eu me aproximo, eu posso até cheirar isso. –Ele disse.

Nate ficou frente a frente com Pansy, fazendo a garota ser obrigada a olhar para cima de modo que pudesse olhar os olhos dele, o garoto deslizou a mão pela cintura dela.

–E-eu... –Ela gaguejou respirando rapidamente.

Meu Deus! Ela estava se envergonhando em frente a todos.

Nate aproximou os rostos deles e falou junto a orelha dela.

–Você me quer Parkinson.

A garota tremeu e se afastou como se tivesse levado um choque, então vermelha de vergonha ela correu para longe dali.

Draco olhou para mim, mas eu não conseguia saber o que ele estava pensando, então fez um aceno com cabeça e Crabbe e Goyle foram saindo junto com ele.

Frio, como uma geleira.

–--

–Isso foi patético! –Uma voz bonita falou, seguida de uma risada maldosa. – Quase sinto pena dela.

Virei para o lado, havia três sonserinos ali, uma garota e dois rapazes, eles viram toda a cena, mas não pareciam abalados com aquilo, absolutamente.

Eu sorri, concordando.

–Pobrezinha Nate, agora ela vai chorar no banheiro. –Falei para o meu irmão, de modo falsamente piedoso.

Karina, ao contrário, não fez questão de fingir nada.

– Pelo menos ela non vai mais chamar nenguem de sangue rruim. –Falou irritada.

Olhei em direção ao grupo de sonserinos que nos encarava, achando estranha aquela reação.

A garota me encarou de volta, altiva... Eu podia respeitar sua atitude.

–Sou Dafne Greengrass, a próposito. –Ela disse fazendo um movimento desinteressado com a mão fina.

A garota parecia uma princesa, loira, olhos azuis, corpo delicado. Mas a sua voz era gelada e seu olhar era diabólico.

–Esses são Blásio Zabine e Theodore Nott. –Ela apresentou os amigos, os dois acenaram com a cabeça quando ouviram seus nomes.

–Esses son educados. –Karina disse sorrindo. –Gosto déles.

Olhei para ela sorrindo.

–Eu disse a você, a Sonserina sempre acaba me surpreendendo. –Virei em direção ao trio. –Eu sou a Lyra, mas vocês já sabem disso. Esse é meu irmão Nate Kepner e minha Prima, Karina Ivanov.

Nate acenou com a cabeça, educadamente, e Karina acenou com a mão.

–Prima? –Theodore perguntou, arqueando a sobrancelha.

–Você não é o primeiro e nem vai ser o último a ter essa reação. –Falei suspirando.

–Espera aí... Theodore Nott... Theodore Nott... Onde eu já ouvi esse nome? – perguntei a mim mesma.

Nate sorriu e cutucou meu braço.

–Hermione. –Ele me respondeu esperto.

–Ah, claro, a frustração da Hermione. O único sonserino que consegue ser quase tão inteligente quanto ela. Já ouvi seu nome uma ou duas vezes nas nossas conversas. –Falei rindo.

–Devo ficar lisonjeado? –Ele perguntou sarcástico.

–Onde vocês estavam todos esses anos que nunca os vimos? -Nate pergunta.

–Ah, mas nós vimos vocês. -Dafne responde

–Não são o tipo de pessoas discretas. -Nott fala sarcástico olhando para mim.

–Não sou mesmo, algum problema? - perguntei em desafio.

Nott apenas sorriu.

–Dafne... –O garoto Zabine cutucou a amiga no ombro, ele não havia falado nada, só ficou calado nos olhando conversar.

–Claro, tenho que resolver o seu assunto. Vamos. –Ela virou para nós. –Até a próxima.

Eles se despediram e saíram andando.

Nate me olhou surpreso.

–O que foi isso? –Perguntou confuso.

Eu não tinha ideia para ser franca, mas algo me dizia que aquela história estava apenas começando.

–--


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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