Foi no Instituto de Durmstrang... escrita por Sensei, KL


Capítulo 19
O que é torneio Tribruxo?


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou bem grande! Você vão perceber que eu dei uma corridinha no final do capítulo, mas era necessário gente, se não a história vai ficar muito grande, eu tenho três pontos de vista diferentes para narrar, cada um com sua história. A fanfic já está no capítulo 19 e ainda nem estamos no torneio tribruxo, tive que acelerar um pouco.
Nesse ano Lyra, Nate e Rose vão parar de girar ao redor de Harry e viver suas próprias histórias, Harry não é o principal, quero que lembrem disso, ele vai aparecer? Vai sim, mas bem menos do que nas fanfics anteriores.
Espero que gostem



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PDV Lyra

Quando Nate e eu entramos no grande salão o chapéu já havia cantado sua canção e a seleção rolava. Nate me puxou para longe do pessoal e sentou bem na ponta da mesa onde só havia garotos do ultimo ano.

–O que tem de errado com você Nate? –Perguntei começando a ficar irritada. –Por que quer ficar aqui atrás? As meninas estão certas, você está estranho.

Ele apenas me ignorou e ficou cheirando o ar como se procurasse alguma coisa.

–Como foi aqui em Hogwarts? –Ele perguntou sem parecer realmente querer ouvir isso.

–Okay, já chega. –Falei puxando seu rosto para que ele me olhasse. –O que aconteceu?

Alguns garotos nos olharam estranho, mas voltaram a atenção para a seleção quando Nate fez uma careta na direção deles. Por fim ele suspirou e me olhou seriamente.

–Preciso te contar uma coisa. –Ele sussurrou se aproximando da minha orelha.

–Isso eu já percebi. –Falei irônica.

Ele arqueou a sobrancelha como se dissesse “Cala a boca Lyra!”.

Eu ri.

–Aconteceu uma coisa desde que você saiu de casa. Na verdade vem acontecendo há um tempo, mas eu não tinha percebido por que não era tão forte. –Ele disse baixinho de modo que somente eu ouvisse.

–Do que diabos você está falando? –Perguntei já ficando curiosa.

–Papai veio falar comigo sobre... Er... –Ele começou a ficar vermelho, hum, que interessante. –Sobre...

–Sobre o que Nate? –Perguntei apressada.

–Sobre puberdade. –Ele disse baixinho.

Eu ri alto.

–COMO É?! –Falei alto chamando a atenção das pessoas ao redor.

Coloquei a mão na boca para conter o riso. Nate olhava ao redor pedindo desculpas pelo meu comportamento enquanto eu só podia baixar o rosto para tentar não rir alto demais. Ah meu Deus! Imagina que incrível o Tio Remus falando de puberdade com o Nate?!

–Merlin! Eu devia ter visto isso. –Falei entre risos e arfadas.

–Não tem graça! –Ele reclamou puxando uma mecha do meu cabelo para que eu me controlasse.

Mas eu nem liguei, aquilo era engraçado demais.

–Cara, deve ter sido ilário! “Então filho, vão começar a crescer pelos em lugares do seu corpo, claro, além dos que já crescem na lua cheia!” –Fiz uma imitação pobre da voz do tio Remus e voltei a rir de modo mais discreto que pude.

Nate suspirou.

–Queria que tivesse sido fácil assim. –Ele comentou.

Aquilo me fez parar de rir na hora. Com Nate o buraco era sempre mais embaixo.

–O que você quer dizer com isso?

–A puberdade lupina é mais... Complexa. –Ele disse mexendo nos cabelos, aquilo significava que ele estava nervoso.

–Você não vai ter que fazer um ritual macabro se banhando em sangue de virgem não né? –Perguntei séria.

Nate me olhou incrédulo por um instante.

–Você está de onda com a minha cara né? –Ele perguntou.

Dei de ombros.

–Vai que...! –Falei.

Ele arregalou os olhos como se tivesse surgido uma segunda cabeça em mim e ela o estivesse chamando para sair.

–Claro que não Lyra! –Ele falou.

Comecei a rir.

–Eu estava brincando! –Respondi.

Ele balançou a cabeça negativamente.

–Lyra, é sério. Estou precisando de ajuda. –Ele disse angustiado.

Naquele momento as vasilhas a nossa frente se encheram de comida. A seleção havia terminado e nós nem havíamos percebido.

Suspirei.

–Okay, vamos comer enquanto você me explica tudo e eu arrumo um jeito de te ajudar.

Ele sorriu.

–--

Nate me contou toda a história dos feromônios e da puberdade, inclusive sobre a Rose.

–Você ficou excitado com a sua irmã? Seu tarado. –Falei em tom de riso.

Mas eu percebi que Nate ficava sem graça toda vez que eu fazia piada daquele assunto, aquilo tudo estava o deixando realmente preocupado.

–O pior é que eu senti um cheiro diferente na Hermione, diferente, mas não menos excitante. –Ele resmungou agoniado. –Lyra como eu vou conviver com elas se toda vez que elas se aproximarem eu ficar... Ficar...

–Duro? –Sugeri.

–Isso. –Ele falou ficando novamente envergonhado.

Eu ri novamente, ele me encarou irritado.

–Desculpe, é que essa história é muito doida.

–Lyra. –Ele falou num tom agoniado.

–Está bem, está bem. Eu vou arrumar um jeito de te ajudar. Hoje ficaremos por aqui longe das suas garotas, mas amanhã temos que dar um jeito nisso.

–Elas não são minhas garotas. –Ele suspirou cansado.

–Ah, acredite em mim, elas gostariam de ser. Mas fica tranquilo, eu vou dar um jeito.

–Obrigado. –Ele disse voltando a cabeça para sua comida.

Coloquei o resto do meu pudim na boca pensando em como inferno eu iria fazer as meninas pararem de soltar feromônios, ou melhor, como fazer Nate parar de cheirá-los.

Olhei para Nate e tentei vê-lo com olhos de mulher, ele era bonito, tinha os cabelos loiros e era forte, ultimamente ele estava mais forte que antes o que com certeza chamava a atenção das garotas... Mas quanto mais eu tentava vê-lo desse jeito mais impossível ficava, na minha cabeça surgiam lembranças do Nate com a calça molhada de xixi ou chorando feito uma garotinha quando ele tinha seis anos. Ah, por favor! É ridículo! Eu definitivamente conhecia Nate bem demais para gostar dele desse jeito. Eu cresci com ele, sei todos os seus segredos, todos os seus podres, todas as suas vitórias.

Sim, ele é muito bonito. Mas não é o meu tipo.

Só espero que ele não seja o tipo das garotas de Hogwarts também, ou seria bem difícil fazer o Nate sair do quarto sem conseguir uma ereção em cada corredor.

Suspirei. Minha vida não podia ser mais fácil?

Quando Dumbledore levantou da sua cadeira eu decidi pensar naquilo mais tarde ou acabaria ficando com dor de cabeça.

–--

PDV Nate

– Então! - exclamou Dumbledore chamando minha atenção. - Agora que já comemos e molhamos também a garganta, preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos. O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir Ioiôs-berrantes, Frisbees-dentados e Bumerangues de-repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la.

Ah, tá bom. Como se alguém lesse aquela lista. Sorri ligeiramente, esquecendo-me um pouco de meus problemas. Hogwarts tinha esse poder sobre mim.

Ele continuou:

– Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série. Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as casas.

–COMO ASSIM?! –Lyra gritou levantando do seu lugar.

Lyra era artilheira do time de quadribol da Grifinória, a casa em que pertencíamos aqui em Hogwarts. Harry e ela eram loucos por quadribol então aquela notícia devia ser um choque. Eu podia ouvir mais na frente como Harry e os gêmeos weasleys estavam tão ou mais revoltados que Lyra.

Dumbledore continuou:

– Isto se deve a um evento que começará em outubro e ira prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...

Mas neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam. Lyra e eu pulamos de susto enquanto algumas garotas gritavam pelo salão, aquilo nunca havia acontecido antes. Apareceu um homem parado à porta, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o estranho, repentinamente iluminado por um relâmpago que cortou o teto. Lyra e eu estávamos na ponta da mesa bem perto da porta fomos os primeiros em que ele colocou os olhos. E que olhos!

Ele baixou o capuz, sacudiu uma longa juba de cabelos grisalhos ainda escuros e começou a caminhar em direção à mesa dos professores, senti um cheiro estranho vindo de sua direção, mas que foi rapidamente esquecido por causa de sua aparência... Como era terrível de se ver! Um dos olhos era miúdo, escuro e penetrante, o outro era grande, redondo como uma moeda e azul-elétrico vivo, era um olho de mentira, foi a primeira coisa que notei. O olho azul se movia continuamente sem piscar, e revirava para cima, para baixo, e de um lado para o outro, independentemente do olho normal - depois virava de trás para diante, apontando para o interior da cabeça do homem, de modo que só o que as pessoas viam era o branco da córnea. Havia tantas cicatrizes no seu rosto e tinha também um pedaço do nariz arrancado.

Um ruído metálico e abafado ecoava pelo salão a cada passo que ele dava. Quando alcançou a ponta da mesa, virou à direita e mancou pesadamente até Dumbledore.

O estranho chegou-se ao diretor e estendeu a mão direita, que era tão cheia de cicatrizes quanto o rosto, e o diretor a apertou.

–Espero que não tenha tido nenhum problema na viajem velho amigo. Algum problema com os trouxas pelo acontecimento de hoje de manhã? –O silêncio no salão era tão grande que Nate pode ouvir o sussurro de Dumbledore.

O home acenou que não com a cabeça.

–Nate? –Lyra o cutucou na cintura tirando sua atenção da conversa. –Acho que sei quem é esse cara.

–Sabe? –Perguntei olhando na direção da mesa.

O estranho se sentou, sacudiu a juba grisalha para afastá-la do rosto, puxou um prato de salsichas para si, levou-o ao que restara do nariz e cheirou-o. Tirou então uma faquinha do bolso, espetou a salsicha e começou a comer. Seu olho normal fixava as salsichas, mas o olho azul continuava a dar voltas na órbita registrando o salão e os estudantes.

– Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas - disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio. - Prof. Moody.

Era normal os novos membros do corpo docente serem recebidos com aplausos, mas nem os colegas nem os estudantes bateram palmas, exceto Dumbledore e Hagrid.

Os dois juntaram as mãos e bateram palmas, mas o som ecoou tristemente no silêncio e eles bem depressa pararam. Todos pareciam demasiado hipnotizados pela aparência grotesca de Moody para ter qualquer reação exceto encarar o homem.

–Eu sabia! –Lyra exclamou baixinho. -Ele veio falar com Dumbledore essa semana, eu vi seu nome no mapa do maroto.

Naquele momento eu me lembrei do cheiro que senti quando ele entrou.

–Tem certeza que era o nome dele escrito no mapa? –Perguntei só por desencargo de consciência.

–Tenho, por quê? –Ela franziu o cenho, confusa pela minha pergunta.

–É que eu senti um cheiro familiar nele. –Expliquei.

Olhei em direção ao novo professor, Moody parecia totalmente indiferente à recepção quase fria que tivera. Ignorando a jarra de suco de abóbora à sua frente, o homem tornou a enfiar a mão no interior da capa, puxou um frasco de bolso e bebeu um longo gole.

–Cheiro familiar?-Ela perguntou.

–Sim... –Olhei em direção a Lyra. –Cheiro de poção polisuco.

–--

PDV Rose

Deus do céu! Que homem estranho é aquele? Assustador! Gina que estava ao meu lado apertou minha mão me olhando com olhos arregalados

Entendia seus sentimentos.

– Moody? - murmurou Harry para Rony e eu pude ouvir. - Olho-Tonto Moody? O que o seu pai foi ajudar hoje de manhã?

–Quem? Seu pai conhece esse homem Gina? –Perguntei.

–Não sei Rose. Mas antes de sairmos papai foi chamado para uma emergência envolvendo ele. Pelo jeito ela estava fazendo umas latas flutuarem por que invadiram a casa dele.- Ela respondeu.

– Que aconteceu com ele? - cochichou Hermione. - Que aconteceu com a cara dele?

Eu também gostaria de saber aquele resposta, pensei olhando para Olho-tonto, era simplesmente macabro ter aquele rosto.

– Não sei - cochichou Rony em resposta, mirando Moody, fascinado.

Dumbledore pigarreou outra vez.

–Como eu ia dizendo - recomeçou ele, sorrindo para o mar de alunos à sua frente, todos ainda mirando Olho-Tonto Moody, paralisados -, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.

– O senhor está BRINCANDO! - exclamou em voz alta um dos gêmeos.

A tensão que invadira o salão desde a chegada de Moody repentinamente se desfez.

Torneio Tribruxo? O que é torneio Tribruxo? Olhei para Gina, confusa. Ela parecia bem animada também.

Quase todos riram e Dumbledore deu risadinhas de prazer.

– Não estou brincando, Sr. Weasley - disse ele -, embora, agora que o senhor menciona, ouvi uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um leprechaun que entram num bar...

A Profa Minerva pigarreou alto. Eu ri da expressão envergonhada do diretor.

– Hum... Mas talvez não seja hora... Não... Onde é mesmo que eu estava? Ah, sim, no Torneio Tribruxo... Bom, alguns de vocês talvez não saibam o que é esse torneio, de modo que espero que aqueles que já sabem me perdoem por dar uma breve explicação, e deixem sua atenção vagar livremente. O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas européias de bruxaria - Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades - até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.

– Taxa de mortalidade? –Eu e Hermione soltamos ao mesmo tempo, olhamos uma para a outra, assustadas.

Mas, aparentemente, éramos as únicas. Muitos murmuravam entre si, excitados, e o seu próprio irmão, Harry, parecia bem mais interessado em saber mais sobre o torneio do que em se preocupar com o que acontecera centenas de anos atrás.

Olhei para Hermione que me encarava um pouco surpresa com tudo aquilo e pela primeira vez eu e Hermione pensávamos a mesma coisa.

“Isso não é uma boa ideia.”

– Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio - continuou Dumbledore -, nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal. Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.

– Estou nessa! - sibilou um dos gêmeos para os colegas de mesa, o rosto iluminado de entusiasmo ante a perspectiva de tal glória e riqueza.

Aparentemente ele não era o único que estava se vendo como campeão de Hogwarts. Em cada mesa havia gente olhando arrebatada para Dumbledore ou então cochichando ardentemente com os vizinhos. Mas, então, Dumbledore recomeçou a falar, e o salão se aquietou.

– Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça para Hogwarts - disse ele -, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto - Dumbledore elevou ligeiramente a voz, pois várias pessoas haviam protestado indignadas ao ouvir suas palavras, e os gêmeos Weasley, de repente, pareciam furiosos - é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima séries sejam capazes de dar conta delas. Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. - Seus olhos azul claros cintilaram ao perpassar os rostos rebelados de Fred e Jorge. – Portanto peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos.

Dessa vez minha troca de olhares com Hermione foi de duas garotas aliviadas, pelo menos isso.

–As delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo. Sei que estenderão as suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco, e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E agora já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começar as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir! Vamos andando!

Dumbledore tornou a se sentar e virou-se para falar com Olho-Tonto Moody. Ouviu-se um estardalhaço de cadeiras batendo e se arrastando quando os alunos se levantaram para sair como um enxame em direção às portas de entrada do Salão Principal.

–Não podem fazer isso com a gente! - reclamou um dos gêmeos, Jorgw eu acho, que não se reunira aos colegas que se dirigiam às portas, mas continuara parado olhando de cara emburrada para Dumbledore. - Vamos fazer dezessete anos em abril, por que não podemos tentar?

– Não vão me impedir de me inscrever - disse Fred, teimoso, também amarrando a cara para a mesa principal. - Os campeões vão fazer todo o tipo de coisa que normalmente nunca podemos fazer. E mil galeões de prêmio!

– É - disse Rony, um olhar distante no rosto. - É, mil galeões...

– Vamos - disse Hermione -, vamos ser os únicos a ficar aqui se você não se mexer.

Levantei da mesa com uma animada Gina que conversava batendo para com Mandy sobre o torneio. Olhei em direção a mesa dos professores onde Dumbledore conversava com Olho-Tonto Moody.

Essa história realmente ia dar certo?

–--

PDV Lyra

Nate me puxou pelo braço logo que Dumbledore dispensou os alunos, nós corremos por entre os corredores em direção ao salão da Grifinória, ou pelo menos era isso que eu pensava até que ele virou num corredor errado e foi em direção a um dos corredores do primeiro andar que estava vazio.

–Você ouviu aquilo? –Perguntei animada. - Beauxbatons e Durmstrang! Oh meu Deus! Agora tudo faz sentido! A carta da Tia Cassie, as insinuações de Karina. Ah, a Karina! Ela vai vir! Vamos passar o ano juntas. Será incrível! Nate! Por que você não está animado?

Na verdade Nate parecia o oposto de animado. Ele andava de um lado para o outro com a mão na cabeça como se estivesse desesperado.

–Isso é terrível! –Ele disse.

–Por que? –Perguntei confusa.

– Durmstrang e Beauxbatons Lyra! Karina não é a única que pode aparecer por aqui. –Ele disse.

Fiquei confusa.

–Do que você...-Minha cabeça deu um clique. –Ah!

–Exatamente! –Ele gritou quando percebeu que eu tinha entendido.

–A Francesa... Michelle, certo?

–Isso mesmo. Michelle. –Nate fechou os olhos ao falar o nome dela como se estivesse gemendo.

Franzi o cenho achando aquela reação bem ridícula, desci os olhos e vi um volume na cintura de Nate se sobressair ao tecido do uniforme.

–Oh meu Deus Nate! Se controla, cara! Que nojo! –Gritei fechando os olhos e virando de costas.

–Desculpa. –Ele disse gemendo angustiado.

Então eu ri. Ri muito.

Nate começou a rir junto comigo. Era uma situação muito inusitada, quando eu ia imaginar que passaria por aquilo com Nate?

–Okay irmãozinho. Você vai ter que tomar um banho frio antes de dormir. –Eu disse colocando o braço pelos ombros dele.

–O que eu preciso é que alguém me mate. –Ele respondeu. –Já imaginou como vai ser esse ano com Hermione, Rose e Michelle no mesmo castelo?!

Sorri maliciosa. Eu estava certa quando pensei que aquele ano prometia.

–--

O mês de setembro passou lentamente. Nate e eu não contamos a nenhum dos nossos amigos sobre Karina e Michelle, eu por querer fazer uma surpresa e Nate por achar que não havia nada o que contar, afinal, eles não eram nem amigos.

No primeiro dia de aula houve um pequeno acidente em que o Draco ofendeu a mãe de Rony e Harry ofendeu a mãe de Draco, eu estava com eles no momento e quando finalmente decidi que daria um soco na cara de Draco, e também me vingar do que ele fez comigo, o professor Moody apareceu e o transformou em uma doninha albina. Foi divertido! Era bem feito para Draco, eu simplesmente não conseguia me esquecer do... do que ele me fez na Copa de Quadribol!

Outra coisa que não contei a ninguém. Não contei por que queria esquecer, mas toda vez que Draco entrava no grande salão meus olhos eram atraídos pelos seus e o sonserino não era diferente, eu notava que ele sempre estava procurando algo na multidão e quando seus olhos me achavam ele fingia que não me viu e parava de procurar.

Sim, Draco Malfoy me procurava em todos os lugares.

A primeira aula com o professor Moody também foi interessante. Ele nós ensinou maldições. Bem, foi interessante para mim, mas Neville e Harry ficaram bem desconfortáveis. Eu podia entender o Harry, foi a maldição da morte, uma das maldições imperdoáveis, que matou os seus pais. Mas Neville parecia tão traumatizado! Depois da aula o professor Moody o chamou para a sala para tomar chá com ele, Harry e o resto do pessoal foi embora, mas eu voltei para ver o que ele iria fazer com Neville, fiquei atrás da porta ouvindo a conversa e suspirei aliviada quando eles conversaram apenas sobre Herbologia, isso faria Neville se sentir melhor.

Infelizmente desde aquele dia o professor Moody estava de olho em mim, eu sentia aquele olho desgraçado me seguir, sempre que eu o via passar por mim lembrava do que Nate havia dito, de que o professor cheirava a poção polissuco. Será que era possível? Não... Não podia ser. Ou era? Eu não podia provar ainda que acreditasse. Nate nunca mais sentiu nenhum cheiro vindo de sua direção.

Ah, e tinha o Nate. Claro! Para onde eu ia o Nate estava comigo. Eu havia me tornado a sua válvula de escape. Eu expliquei as garotas que Nate estava passando por uma fase complicada e eu o estava ajudando, por isso era melhor deixar que ele viesse até elas. Hermione aceitou numa boa, mas Rose insistia que podia ajudar. Era difícil lidar com ela. Nate passou a usar um perfume forte e sempre que alguma garota passava por ele o garoto se aproximava de mim e cheirava meus cabelos, era um pouco estranho, mas eu entendia que aquilo o fazia se sentir melhor. Quem imaginaria que havia tantas garotas que gostavam do Nate no castelo?

Logo começou a rolar um boato que eu e Nate estávamos namorando. Negamos tudo, claro, depois disso eu falei com Neville e fizemos um colar para Nate com algumas ervas de cheiro forte, então ele começou a cheirá-las no lugar de cheirar os meus cabelos. Logo o boato foi sumindo até que ninguém mais falava disso.

Fred e Jorge me procuraram em uma semana perguntando se eu pensava em fazer parte do torneio. Neguei é claro, eles pareceram bem tristes, mas deram de ombros e Fred se despediu de mim com um selinho, lhe dei um olhar de reprimenda, mas em seguida sorri sem ligar muito para aquilo. Já estava acostumada com as brincadeiras de Fred.

Harry recebeu uma carta de Sirius avisando que meu pai iria vir para o Norte, ficar perto de Harry. O garoto se desesperou e mandou uma carta negando tudo sobre a dor da cicatriz para que ele não viesse e não correr risco de ser pego pelos dementadores. Harry me pressionou para contar onde Sirius estava, mas Nate não permitiu. Contou a ele que Sirius estava seguro e que a carta era mentira, que Sirius não estava longe, mas achou melhor que Harry achasse isso, contou ele sempre esteve perto e para Harry não se preocupar.

Harry não pareceu muito feliz com isso. Mas Rose conversou e no final ele concordou.

–Sinto muito Harry. –Falei tristemente quando ele me olhou traído, ele vinha me olhando daquele jeito desde que Nate me proibiu de contar onde Sirius estava. –Ele está seguro, eu juro.

Estavamos saindo de uma das aulas de Moody, nessa aula ele testou a maldição imperius nos alunos, apesar de ter dito na aula anterior que o ministério proibia seu uso em humanos. Ele testou em todos os alunos e queria que resistissemos a ela.

Harry foi muito bom nessa aula, assim como, por incrível que pareça, eu também. Quando saí da aula Moody me olhava estranho, seus dois olhos me olhavam estranho.

–Você prometeu que me contaria. –Harry disse quando vim falar com ele.

–Por favor, não fique com raiva de mim. –Pedi.

–Não estou Lyra, mas...

Estávamos andando e Harry chutou o vazio, angustiado com o meu silêncio.

–É para...

–Para a minha proteção. Eu sei! –Ele disse. –Não estou com raiva.

Suspirei.

Hermione me olhava como se quisesse saber o que sabia, Nate estava do meu lado de cabeça baixa evitando olhar a amiga.

Suspirei novamente.

Que confusão em que fui me meter.

Então paramos em uma aglomeração no saguão de entrada. Havia ali ao pé da escada de mármore um papel.

TORNEIO TRIBRUXO

As delegações de Beauxbatons e Durmstrang chegarão às seis horas, 30 de outubro. As aulas terminarão uma hora antes...

Ótimo, somente isso que faltava.

Uma semana, eu tinha uma semana antes do colégio inteiro enlouquecer.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
Câmbio e desligo