Foi no Instituto de Durmstrang... escrita por Sensei, KL


Capítulo 14
Oh mon Dieu!


Notas iniciais do capítulo

Tô com medo de aparecer e receber uma surra.
Não vou nem pedir desculpas pela demora, seria vergonhoso.
Câmbio e desligo



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PDV Andrea

Olhei para o horizonte, ali onde morávamos eu conseguia ver um grande campo de grama e um celeiro ao longe, havia uma estradinha de terra e cercas, um cenário bucólico e nada interessante. Mas aquele pôr-do-sol cheio de laranja e roxo me deixava emocionada.

Entrei em casa novamente pensando em ir ler um livro ou ajudar Angie na cozinha. Mas quando passei por lá Remus estava com ela.

–Olá Andrea. –Ele cumprimentou.

Sorri quando notei que ele usava um avental branco com os dizeres: “Pode jogar chocolate e saborear”

–Bela roupa. –Comentei.

Ele sorriu sem graça.

–Não é muito meu estilo. Mas é útil quando se trabalha na cozinha.

–Você está incrível. –Angela falou.

Ela estava de costas lavando a louça.

–Obrigada. –Ele disse desconfortável.

–Se precisarem de mim estou lá em cima. –Avisei.

–Okay! –Os dois responderam ao mesmo tempo.

Subi as escadas e fui para o meu quarto, só que o barulho de uma discussão me fez parar de repente, então Kate abriu e a porta do quarto e jogou Sirius para fora a patadas.

–Mas Kate...

–Nunca mais mencione essa carta na minha frente entendeu? –Ela gritou irritada. Seu rosto adquirindo uma coloração avermelhada por causa disso.

Ela sempre fazia isso quando estava perto de chorar.

Então ela bateu a porta na cara dele e o quarto ficou silencioso.

–Kate? –Sirius chamou com uma voz fraca, me deu pena do estado confuso em que ele estava.

“Nunca mais mencione essa carta” Ela disse.

Sim, eu sabia o que ela estava dizendo e entendia a confusão do Sirius.

–Six? –Chamei.

Ele virou em minha direção e apontou para a porta, sorrindo fracamente.

–Acho que eu a irritei demais dessa vez.

Sorri compreensiva.

–Vem, vamos tomar um chá que eu quero conversar com você.

–Não tem algo mais forte? –Ele pediu.

–Whisky então.

Ele sorriu me seguindo.

–--

Quando já estávamos sentados na minha biblioteca ele colocou os pés ara cima da minha mesa, eu deixei essa passar, dessa vez.

–Então você achou a carta. –Comentei.

Sirius se engasgou com o Whisky e tirou os pés da mesa. Ponto para mim!

–Você sabe da carta? –Ele perguntou surpreso. –Não me diga que todas vocês...

–Não. –Esclareci. –Somente ela.

–O que houve com ela Andrea? –Ele perguntou.

Dei de ombros.

–Não sei. Ela nos mostrou a carta logo quando a carta das crianças chegou. Ela explicou sobre Hogwarts e bruxaria. Mas pediu que não contássemos as crianças, ela acha que está muito velha para a magia. –Falei.

–Muito velha para a magia? Ninguém está velho demais para isso. –Ele disse um pouco revoltado. –Ela pode se tornar uma bruxa! Basta só querer!

–Oh, acredite em mim Sirius, ela quer. –Expliquei.

Ele piscou meio surpreso.

–Quer? –Perguntou.

–Com certeza. Nunca percebeu o jeito como ela olha o Remus fazendo magia? Ela morde os lábios, nervosa, e faz uma expressão de fascinada e invejosa. –Falei.

Ele ficou parado olhando para o nada.

–Você tem razão. –Ele disse. –Ela sempre encara quando fazemos magia. Parece que isso puxa a atenção dela.

–É por que ela quer fazer a mesma coisa. Mas sente que não pode por que perdeu a chance dela. Kate não gosta de tocar nesse assunto por que dentro dela tem um desejo enorme de magia, mas ela nunca foi para Hogwarts.

–É... Eu imaginei que ela tivesse ido. –Ele suspirou. –Eu saberia se ela tivesse, teríamos estudado na mesma época.

–E talvez tivessem se conhecido. –Falei pensando alto.

–Talvez... –Ele sorriu meio sonhador. –Ela provavelmente seria uma das minhas garotas.

–Pouco provável. –Respondi. –Kate é muito auto-confiante para cair nas graças de Sirius Black adolescente. Ela prefere homens Sirius.

–Eu sou um homem! –Ele reagiu se sentindo insultado.

–Das três às cinco da tarde quando está assistindo TV, por que no resto do dia... –Resmunguei sarcástica.

–Andrea! –Ele gritou.

Eu soltei uma gargalhada.

–Tenha paciência com ela Sirius.

–Ela contou o motivo de nunca ter ido para Hogwarts? –Perguntou.

–Contou... Mas acho que ela devia te dizer.

Ele apenas acenou que sim com a cabeça, olhando para o nada e tomou o resto do Whisky com um gole.

–Você está certa. Vou ser paciente. –Ele disse.

–Que bom que pude ajudar. –Sorri.

–Vou falar com o Moony. –Ele levantou e foi saindo da biblioteca.

–Er... Sirius? –Chamei.

–Sim? –Ele parou virando para mim.

Não acreditava que ia perguntar aquilo.

–O que você sabe sobre o professor de poções das crianças? –Perguntei sentindo o rosto esquentar.

–O ranhoso? Ele é insuportável! Vivia tentando fazer eu e James nos darmos mal. Por que?

–Não. Nada não.

–Então tá.

Ele saiu da biblioteca me deixando sozinha. Eu não podia confiar na descrição do Sirius por que Lyra já havia me contado que o pai era um crianção na época do colégio. Suspirei, como vou saber mais dele?

–--

PDV Lyra

Na manhã seguinte todo mundo acordou meio estranho. Quando chegamos ao lugar onde estavam as chaves de portal o lugar estava lotado de pessoas reclamando, gritando pedindo para sair do acampamento o mais rápido possível.

Eu os entendia, também queria sair dali o mais rápido possível.

Olhei para Nate que estava ao lado de Hermione, ela encostava-se a ele ainda de olho fechado meio sonolenta e ele bocejava amassando o rosto. Gina e Rose estavam num canto também meio adormecidas. Harry e Rony estavam ao lado do Senhor Weasley enquanto os gêmeos vinham por ultimo. Ninguém havia dormido direito.

Eu mesma não tinha pregado o olho o resto da noite, não que não estivesse com sono, estava morrendo, mas a minha boca não me deixava dormir! Toda vez que eu pensava em Draco ela meio que formigava. Bufei irritada. Culpa daquele beijo! Ele deve ter me enfeitiçado quando me beijou, só pode se isso.

O senhor Weasley logo conseguiu que nós pegássemos uma chave de portal, fui andando meio cega pra casa pensando em outras coisas, sem saber para onde estava indo e não demorou muito para estarmos na Toca.

Saí do meu estado de transe quando a senhora Weasley veio correndo e se atirou nos braços do marido.

–Você está bem? –Harry perguntou chegando ao meu lado.

–Hã? Ah, sim. Tô sim. –Falei sorrindo fracamente.

Pude ver que ele não acreditou, mas a senhora Weasley chamou a nossa atenção.

– Arthur... eu estava tão preocupada... tão preocupada... -Ela se atirou ao pescoço do marido e o Profeta Diario caiu de sua mão frouxa no chão. Baixando os olhos, Harry e eu lemos a manchete: CENAS DE TERROR NA COPA MUNDIAL DE QUADRIBOL, completa com uma foto em preto e branco da Marca Negra cintilando sobre as copas das árvores.

– Vocês estão bem - murmurou a Sra. Weasley distraída, largando o marido e olhando para os garotos com os olhos vermelhos -, vocês estão vivos... ah, meninos...

E para surpresa de todos, agarrou Fred e Jorge e puxou os dois para um abraço tão apertado que as cabeças dos garotos se chocaram.

– Ai! Mamãe, você está estrangulando a gente...

Eu não consegui não sorrir. Era uma cena bonita de se ver.

– Gritei com vocês antes de irem embora! - disse a senhora Weasley, começando a soluçar. - é só nisso que estive pensando! E se Você-Sabe-Quem tivesse pegado vocês, e a última coisa que disse aos dois foi que não obtiveram suficientes N.O.M"s? Ah, Fred... Jorge...

– Ora vamos, Molly, estamos todos perfeitamente bem - disse o Sr. Weasley acalmando-a, desvencilhando-a dos gêmeos e levando-a em direção à casa.

– Gui - murmurou ele em voz mais baixa -, apanhe esse jornal, quero ver o que diz...

Quando já estavam todos apertados na pequena cozinha, a Hermione preparara uma xícara de chá forte para a Sra. Weasley, no qual o marido insistira em acrescentar uma dose de uísque, Gui entregou o jornal ao pai.

O Sr. Weasley examinou a primeira página enquanto Percy espiava por cima do seu ombro. Todos arrodeados em volta do jornal.

Eu sentei numa das cadeiras e esperei as novidades.

– Eu sabia - disse o Sr. Weasley deprimido. - Ministério erra... Responsáveis livres... Segurança ineficaz... Bruxos das trevas correm desenfreados... Desgraça nacional... Quem escreveu isso? Ah... Só podia ser... Rita Skeeter.

–Quem é Rita Skeeter? –Perguntei fazendo todos os olhos virarem em minha direção.

– Essa mulher vive implicando com o Ministério da Magia! - reclamou Percy, furioso. - Semana passada ela disse que estávamos perdendo tempo discutindo a espessura dos caldeirões, quando devíamos estar acabando com os vampiros! Como se isso não estivesse explícito no parágrafo doze das Diretrizes para o Tratamento dos Semi-Humanos Não-bruxos...

– Faz um favor à gente, Percy - disse Gui bocejando -, cala a boca.

–Rita Skeeter é uma jornalista, Lyra. –Carlinhos respondeu. –Ela é famosa por escrever aquilo que as pessoas querem ouvir.

–Ah, então ela mente? –Rose perguntou subitamente interessada na conversa.

–Ela prefere encarar isso como distorção de fatos. –Gui respondeu.

–Ela mente. –Eu disse olhando para Rose.

– Falaram de mim - disse o Sr. Weasley, arregalando os olhos por trás dos óculos ao chegar ao fim do artigo no Profeta Diário.

– Onde? - perguntou num atropelo a Sra. Weasley, engasgando-se com o chá batizado com uísque. - Se eu tivesse visto isso, saberia que você estava vivo!

– Não dizem o meu nome. -explicou o Sr. Weasley. -Escute isso: Se os bruxos e as bruxas aterrorizados que prendiam a respiração à espera de notícias na orla da floresta queriam ouvir do Ministério da Magia uma palavra que os tranquilizasse foram lamentavelmente desapontados. Um funcionário do Ministério saiu da floresta uns minutos depois do aparecimento da Marca Negra, dizendo que não havia ninguém ferido, mas recusando-se a dar maiores informações. Resta ver se tal declaração será suficiente para abafar os boatos de que vários corpos foram retirados da floresta uma hora mais tarde.

–Corpos? –Eu, Nate e Rose perguntamos ao mesmo tempo, arregalando os olhos.

–Ah, francamente! - disse o Sr. Weasley exasperado, entregando o jornal a Percy. -Ninguém ficou ferido mesmo, que é que eu deveria dizer? Boatos de que vários corpos foram retirados da floresta... Ora, agora é que vai haver boatos depois de ela publicar isso.

Ele soltou um profundo suspiro.

–Bem, não podemos negar que a mulher é inteligente. –Eu disse dando de ombros.

– Molly, vou ter que ir ao escritório, isso vai dar um certo trabalho para consertar. –O senhor Weasley disse suspirando novamente.

– Eu vou com você, pai - disse Percy cheio de importância. - O Sr. Crouch vai precisar de toda a tripulação a bordo. E aproveito para entregar a ele o meu relatório sobre os caldeirões, pessoalmente.

O rapaz saiu apressado da cozinha. A Sra. Weasley pareceu muito aborrecida.

– Arthur, você está de férias! Isso não tem nada a ver com o seu trabalho, com certeza eles podem resolver o caso sem você, não?

– Tenho que ir, Molly - disse o Sr. Weasley. - Piorei as coisas com a minha declaração. Vou trocar de roupa um instante e vou...

De repente Harry levantou de onde estava e se aproximou da senhora weasley.

– Sra. Weasley - disse Harry, incapaz de se conter -, Edwiges não chegou com uma carta para mim?

Gelei.

– Edwiges, querido? - disse a Sra. Weasley distraída. - Não... não, não chegou nenhum correio.

Num instante Rony, Hermione, Nate, Rose e eu olhamos, curiosos, para Harry. Com um olhar expressivo para todos ele disse:

– Tudo bem se eu for deixar minhas coisas no seu quarto, Rony?

– Claro... Acho que eu também vou - respondeu Rony na mesma hora. - Mione?

– Vou - disse ela depressa. –Lyra? Nate? Vocês vêm também?

–Sim, claro. –Nate disse.

Eu apenas fui seguindo todos que subiam as escadas, Rose ficou olhando enquanto íamos, Gina tinha uma expressão curiosa observando a todos nós. Mal sinal. Aquela ruiva não era burra.

– Que é que está acontecendo, Harry? - perguntou Rony logo que fechamos a porta do quarto.

– Tem uma coisa que não contei a vocês - disse Harry. - No domingo de manhã, acordei com a minha cicatriz doendo outra vez.

Nate e Hermione arregalaram os olhos e olharam de um para o outro, logo começaram a dar sugestões de livros que poderiam explicar tudo aquilo e dar referâncias de pessoas como Dumbledore e Madame Pomfrey.

Rony simplesmente fez cara de espanto.

– Mas ele não estava lá, estava? Você-Sabe-Quem? Quero dizer, da última vez que sua cicatriz ficou doendo, ele esteve em Hogwarts, não foi?

– Tenho certeza de que ele não estava na rua dos Alfeneiros - falou Harry. – Mas sonhei com ele... Com ele e Pedro, sabe, Rabicho. Não me lembro do sonho todo agora, mas eles estavam planejando... Matar alguém.

Percebi que Harry hesitou na hora de falar da morte. É claro, eu devia ter imaginado, só tem uma pessoa cuja morte Voldemort anseia mais que tudo: Harry. Não devia ser confortável sonhar com seu inimigo planejando sua morte. Fiz uma careta com o pensamento.

–Você não parece surpresa que minha cicatriz esteja doendo Lyra. –Harry disse.

–Não, eu já sabia disso. –Falei sem perceber o que dizia.

–AHÁ! –Harry gritou apontando em minha direção. –Você falou com o Sirius recentemente!

Arregalei os olhos percebendo o que ele havia feito.

–Seu manipuladorzinho barato. –Acusei.

–Onde ele está? –Harry perguntou.

Olhei para Nate que deu de ombros como se dissesse “Se vira!”. Ótimo irmão esse que fui arrumar hein.

–Você sabe que não posso dizer! –Falei num tom torturado.

–Por que? Por que eu não posso saber? Por que não posso vê-lo?

–As pessoas ligam o seu nome ao de Sirius. –Expliquei. –Mas não sabem do meu parentesco. Por isso não é perigoso que eu o veja, entenda Harry, ter vocês dois juntos em qualquer lugar na época em que estamos... –Balancei a cabeça negativamente. –É nitroglicerina pura.

–Ela está certa, Harry. –Hermione disse meio sem graça.

–Deixe as coisas se acalmarem. Sirius está morto de saudades de você também. –Eu disse indo até ele e segurando sua mão.

Ele sorriu meio triste e sentou na cama de Rony.

–Você sabe se ele disse algo sobre a cicatriz? –Perguntou ele.

–Nada. –Respondi olhando para Nate.

–Nada aqui também. –Ele disse.

Harry olhou para Nate fazendo uma careta ao perceber que ele também sabia onde Sirius estava.

–Ele está com o meu pai. –Nate disse dando de ombros como se aquilo explicasse tudo.

– Foi só um sonho - disse Rony tranquilizando Harry. - Só um pesadelo, Harry.

– É, mas será que foi mesmo? - disse Harry, virando-se para espiar, pela janela, o céu que clareava. - É esquisito, não é... Minha cicatriz dói e

três dias depois os Comensais da Morte se manifestam e o sinal de Voldemort volta a aparecer no céu.

– Não... diz... o nome... dele! - sibilou Rony entre dentes.

–Pode ter sido coincidência. –Falei, sem acreditar muito no que eu dizia.

– E lembra o que foi que a Profa Trelawney disse? - continuou Harry, sem dar atenção a Rony, nem a mim. - No fim do ano passado?

A professora Trelawney foi professora de adivinhação de Harry e Rony, mas Hermione, Nate e eu não cursávamos aquela matéria por acharmos muito... Er... Idiota.

A expressão aterrorizada de Hermione desapareceu substituída por uma risadinha de desdém, ela, absolutamente desconsiderava aquela professora.

– Ah, Harry, você não vai prestar atenção ao que aquela velha charlatã diz, vai? –Ela perguntou.

– Você não estava lá - respondeu Harry. - Dessa vez foi diferente. Eu contei a você, ela entrou em transe, de verdade. E disse que o Lord das Trevas se reergueria... Maior e mais terrível que nunca... E que teria sucesso porque seu servo ia voltar para ele... E naquela noite Rabicho fugiu.

–Harry, isso é... –Comecei.

–Não venha me dizer coincidência. –Ele me interrompeu. –Não tem condição de ser coincidência. É acaso demais para eu acreditar nisso.

Encolhi os ombros.

Seguiu-se um silêncio, em que Rony ficou brincando distraidamente com um furo em sua colcha dos Chudley Cannons e Nate ficou mexendo em alguma coisa com a ponta do pé.

– Vamos jogar uma partida de quadribol no pomar, Harry - sugeriu Rony tentando anima-lo. - Vamos, uma melhor de três, Gui, Carlinhos, Fred e Jorge jogarão... Você pode experimentar a Finta de Wronski...

– Rony - disse Hermione -, Harry não quer jogar quadribol agora... Está preocupado e cansado... Nós todos precisamos ir dormir...

–Pelo contrário. –Eu disse me intrometendo. –Acho que uma partida de quadribol é exatamente o que ele precisa.

– Ah, quero jogar quadribol - disse Harry subitamente. - Guenta aí, vou pegar a minha Firebolt.

Hermione saiu do quarto resmungando enquanto Nate dava de ombros e ia atrás dela, quadribol não era bem a área deles.

–Você vem Lyra? –Rony perguntou.

–Com certeza. –Sorri.

–--

PDV Michelle

Suspirei e virei no corredor claro.

O castelo era como eu me lembrava, as paredes brancas, janelas com vitrais de ninfas, vellas, nereides, sereias, criaturas que eram femininas, as portas de madeira branca, as esculturas de gelo, um castelo saído do conto de fadas trouxas, me lembrava realmente o castelo da Disney, o da cinderela onde meu pai me levou na infância. Mesmo sendo bruxo puro-sangue ele amava essas diversões trouxas.

Hoje eu estava extremamente nostálgica.

Via todos rindo pelos corredores e me olhando com cautela, isso acaba acontecendo quando você é uma aberração que vê o futuro. As pessoas geralmente acabam sentindo duas coisas por você: Ganância e Medo.

Esconder meu dom era difícil, sempre foi, minha madrinha queria que eu fosse a Hogwarts como todos da minha família por parte de pai, ele foi um grifinório, um leão orgulhoso. Mais minha mãe insistiu que eu deveria ficar na França com sua família, afinal eu sou francesa. Mergulhei em recordações, principalmente na que meu pai contou sobre meu dom para Madame Maxine. Ela teve a ideia de contar às pessoas que eu sou uma pessoa doente, que tenho sérios problemas com enxaqueca, o que não deixa de ser verdade, infelizmente as dores de cabeça são a consequência de ver o que nenhum humano deveria ver. A história oficial então é que eu tenho uma doença rara chamada Crotaphos, enxaqueca crônica.

A carta de minha madrinha me deixou com um aperto no coração, como se algo realmente grande estivesse chegando. Eu sei o futuro, sempre soube, o difícil é lidar com o conhecimento dele.

Eu andava em direção à sala da diretora que havia mandado me chamar. Madame Máxime me esperava em sua sala e eu não desconfiava a mínima sobre o que devia ser. Não poderia ser sobre o tornei Tri-bruxo, sim eu sabia sobre o torneio tri-bruxo, a organização da escola estava escolhendo os cinqüenta alunos que iriam para participar e pelas leis do torneio todos podem se inscrever, mas eu sei que não poderia, afinal sou uma vidente reconhecida pelo ministério, pelo menos a família de minha vó por parte de pai.

Uma vidente... Um dom raro e poderoso demais para ser arriscado em um torneio como esse.

Bati levemente na porta da direção, as portas duplas de carvalho branco, as flores que floresciam nas pedras formando um arco sobre o patente da porta se moveram como se ventasse ali dentro... Lindo.

Uma garota loira abriu a porta e sorriu.

– Mme répondra bientôt. (Madame vai atendê-la logo). –Ela disse.

–Oui. –Acenei com a cabeça e me sentei num banco ali perto.

Fechei os olhos recordando de quando eu cheguei aqui, no meu primeiro dia de aula.

Foi difícil me adaptar, quando criança as visões vinham e me deixavam de cama, a primeira visão veio aos sete anos, que deixou minha mãe apavorada e meu pai explicou a ela o que isso significava, ela tentou de tudo, mas saber que sua filha tinha um dom assustador era demais para ela, nunca tivemos uma boa relação. Eu recebia ajuda de Hogwarts, minha madrinha conseguiu convencer Dumbledore de que eu precisava de ajuda e como eles tinham um mestre de poções incrível ele fez algumas experiências com o intuito de me ajudar, por mais cética que eu parecesse foi uma surpresa quando ele conseguiu uma poção que me ajudasse, uma poção quase impossível para retardar os efeitos colaterais, demorava mais de cinco meses e eram poucas doses feitas, somente para ser usada em casos extremos.

Eu recebo a cada cinco meses 9 frascos.

Mas depois que Harry Potter entrou no mundo bruxo minhas visões estavam uma bagunça, eu via mortes, via sangue e via dor, mas via também amizade, luta e coragem. E de certo modo conhecer o protagonista de grande parte de minhas visões era algo que sempre quis fazer.

Vi ao longe no corredor uma menina loira vir em minha direção, eu reconhecia aquela graça e aquele rebolado, uma Veela, Fleur. Ela caminhava até a mim sorrindo, desde que Madame Maxine descobriu sobre meu dom ela encorajou que eu e Fleur tivéssemos uma amizade. Acho que era natural que as duas criaturas sobrenaturais se unissem contra os outros, ela é a única amiga que tenho todo o resto da escola pensa que eu sou doente e contagiosa. Devo dizer que a Veela me ajudava lançando charme de sua descendência fazendo todos pararem de me olhar quando meus olhos estão vermelhos.

–Pom dia, Michelle. – o sorriso dela era lindo e contagiante, mais meu mau humor estava ali, sempre ali.

Tinha tanta inveja de Fleur às vezes. Não pela sua beleza ou pela atenção que ela recebia isso nunca me incomodou, eu tinha inveja dela por que tinha uma mãe que a amava além de tudo, sempre me perguntei porque minha mãe nunca me amou como a mãe de Fleur e Gabrielle.

–Falando inglês, pequena veela?- pergunto estranhando.

–Von para Hogwarts cher ami (querida amiga), precisomos praticar. – ela fala sorrindo sentando ao meu lado.

Coloco minha cabeça em seu ombro, sentirei saudades dela, afinal sua formatura é ao final do ano.

– Quem vai?- a pergunta me machucou como navalhas, eu não sei se vou para Hogwarts.

– Madame Maxine levará os alunas do sétimo ano eu acho e gabrielle, será que você irá? – Ela pergunta, mas não posso responder porque a porta se abre.

–Non sei, ma cherrie – falo me levantando e entrando na sala.

Sorri com carinho a Madame Maxine. Ela me indica a cadeira e eu me jogo no móvel.

–Modos, mon cher.- Sua fala me deixa envergonhada e fico com a postura reta. Sorri meio sem graça. – Sua madrinha me mandou uma carta pedindo que você fosse para Hogwarts, eu conceder seu pedido, você irá ficar com ela bons meses. – O sorriso de minha diretora foi curto, mas o olhar sério me fez cautelosa. – Você precisará tomar cuidado cher, seu dom é raro, muitos poderão usa-lo para seus próprios fins, você me prometerá que ficará ao lado de Fleur e se tiver algum índice de que irá ter uma vizon, ira até algum de seus colegas imediatamante. Temo que alguém descubra sobre isso.

Assenti com a cabeça me sentindo cada vez mais presa.

–Oui, Madame Maxine. –Falei.

Respiro fundo abaixando a cabeça.

Sempre vai existir alguém que tentará usar meu dom, sempre me lembro de Giuseppe, meu ex-namorado italiano que descobriu sobre isso e bom... Tentou usar meu dom para seus fins. Sendo obliviado pela minha madrinha e Dumbledore.

A irritação de minha mãe foi tão grande que passei as férias de natal com minha Madrinha em Hogsmead na casa de sua amiga, o antiquário era enorme, mas era melhor ninguém saber que eu estava lá. Giuseppe nem se lembra de mim.

Pensar no Antiquério me faz lembrar o garoto de Hogwarts... Nate. Eu menti para ele, mas ninguém deveria saber que eu estava lá.

– Você dormirá nos aposentos de sua Madrinha, como pedido e Gabrielle irá para te ajudar, Fleur irá para competir, mas você leve isso como férias fora da França. Diferentes dos alunos do sétimo ano, você irá cursar as classes correspondentes de seu ano lá em Hogwarts. – Ela explicou.

Eu suspiro fundo e fecho os olhos, tenho o presentimento que isso não vai dar certo, mas falando em Fleur... Isso me lembra que tenho que contar algo a ela.

–Só isso madame?- Peço me sentindo um lixo... Um lixo trancado e acorrentado. Mas ainda assim um lixo.

–Sim cherrie – Ela sorri e eu faço uma reverencia saindo dali o mais rápido possível.

Ao fechar a porta vejo duas veelas me esperando na expectativa. Gabrielle quicava no banco ansiosa a minha espera.

–Vamos a Hogwarts! – falo sorrindo.

–Ah! Ce est merveilleux (Isto é maravilhoso!) –Ela disse voltando para o Francês com a alegria.

–Também tenho algo a lhe contar. –Sorri marota. -Tive uma visão de seu futuro marido Fleur, ele é lindo e irá te amar muito.

Sorri quando ela soltou gritinhos e pulinhos, Gabrielle batia palmas, animada.

–Como? –Ela pediu.

Como eu gostaria de te contar Fleur.

–Ruivo, essa única coisa que eu posso falar. – falo sorrindo.

Então sinto uma pontada na minha cabeça e eu instintivamente fecho os olhos para que Gabrielle não os veja ficar tingidos de sangue. Perco o chão, gritando de dor.

Era uma casa abandonada, caminhei ao redor esperando encontrar o motivo da minha visão. Estava escutando pequenas risadas e resmungos animados, segui o som e abri uma porta, havia um casal.

Espera aquela ali sou eu?

Vi-me deitada com um garoto. Sorrindo, eu parecia tão feliz, queria saber quem me abraçava, caminhei mais além e vi quando meus lábios se uniram aos de... Oh mon Dieu!

Eu não acreditava no que via.

Escuto Fleur e Madame Maxine falando rápido, então eu cai no sono com um sorriso no rosto.

Esse ano vai ser interessante.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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