Linked escrita por Miss Hana


Capítulo 5
"Eu vou sempre estar aqui"


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada: Desculpem pela capa lixosa do capítulo D: estava sem ideias e fiz a primeira coisa que veio na mente a.a

Depois, queria agradecer o apoio de: PandinhaKaulitz, CokeeH e Lady Love, que estão comigo desde o capítulo 1 :D e também a Gabi Luz, que comentou no capítulo anterior :D Bem-vinda!

Well, acho que esse capítulo saiu relativamente rápido e.e
Enjoy!

P.S.: Notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/441822/chapter/5

LINKED

“Eu vou sempre estar aqui”

Por: Hana

.

L-I-S-A-N-N-A

O som de pássaros cantando fora a primeira coisa que tivera o prazer de ouvir naquele dia. O sol brilhava forte em Asgard e eu conseguia sentir minha pele arder levemente, mesmo com o ar gelado. Levantei-me da cama e caminhei até a janela, abrindo-a em seguida. A brisa da manhã invadiu o meu quarto. Sorri. Adorava manhãs como aquela.

Já havia se passado uma semana desde o incidente com Kazzio e Thor. Eu havia tido uma conversa séria com um e feito as pazes com o outro, respectivamente.

Em uma conversa suficientemente constrangedora eu descobrira que há anos que Kazzio gostava de mim e que ele “não tinha ideia do que estava fazendo” e que se desculpava verdadeiramente comigo e que nunca mais iria fazer aquilo. Eu não fiz nada além de dizer que o perdoava e enrolá-lo para não ter que dizer que o sentimento era mútuo. Lindo.

Já com o loiro, logo após deixarmos Kazzio caído inconsciente naquele beco, ele me levou para o castelo, onde pegou um dos vestidos velhos da rainha Frigga e me deixou tomar um banho. Depois me escoltou no caminho de volta para casa e me deu boa noite. Depois disso, nunca mais tocamos no assunto. O que, pelo menos para mim, era algo fabuloso, considerando o meu desgosto por conversas constrangedoras.

Fiquei feliz que, no fim, ficou tudo mais ou menos bem.

Eu acho... – sussurrei para mim mesma, com o cenho franzido.

Achei melhor esquecer aquilo, já que tinha coisas maiores com o que se importar. Como por exemplo, aquele seria o grande dia, em que o príncipe Thor seria nomeado rei.

A minha singela opinião sobre aquilo era que eu não achava que ele estivesse preparado para ser rei. Thor era prepotente e fútil. Ele era feito para se tornar um rei, mas, na minha opinião, aquela não era a hora. Mas se Odin decidiu que ele estava pronto, eu seria a última pessoa a discordar de sua palavra, afinal.

Não que eu estivesse sendo falsa ou algo do gênero. Eu amava Thor e Loki desde quando eu não me lembrava. Eles eram meus amigos mais queridos. A quem eu confiaria a minha vida. Consequentemente, com a minha amizade, veio a minha franqueza. Eu não era cega. Sabia julgar o caráter.

– Mas não tenho nada a fazer contra isso – pisquei – Tudo o que tenho que fazer é apoiá-lo.

E assim o fiz. Às 13:00 eu já estava pronta e me dirigindo para o palácio. A cerimônia seria apenas às 14:30, mas a minha vontade de ver os irmãos, somada à minha falta do que fazer, me fizeram querer aparecer lá mais cedo.

“A minha vontade de ver os irmãos”. Refleti sobre o pensamento. Questionei-me se não era grudenta demais com eles. Se não sufocava-os demais com a minha presença constante. Fiz uma anotação mental para mais tarde conversar com os dois.

Minha casa não era exatamente longe do castelo. Não demorei dez minutos para chegar ao local onde a cerimônia aconteceria. Era no térreo e o lugar era bem grande. Eu não conseguia ver toda a sua extensão, mas era bem iluminado e no centro deste tinha um tipo de altar, onde Odin, eu, Fandral, Hogun, Volstagg, Sif, Loki e a rainha Frigga ficaríamos. Ignorei o salão cheio e fui a passos largos até o quarto de Thor.

Não era muito normal uma garota da minha idade sair por aí invadindo o quarto do príncipe, mas depois de anos fazendo isso, eu conseguia passar desapercebida. Assim que avistei as grandes portas, corri até elas e as abri rapidamente, entrando logo em seguida.

Olhei de um lado para o outro, procurando o loiro. Avistei-o inclinado sobre o batente da varanda. Seus cabelos loiros esvoaçavam com o vento, em conjunto com sua capa vermelha. De onde eu estava, pude ver um leve sorriso em seus lábios. Não soube dizer se era de satisfação ou orgulho.

Caminhei silenciosamente até ele e, quando cheguei perto o suficiente, pulei em suas costas, fazendo-o se desequilibrar com o susto.

– Heey! – gritei em seus ouvidos, apoiando o queixo em seu ombro.

– Vai pagar o cardiologista! – arfou, pondo uma mão no peito – Que susto!

Desci agilmente de suas costas e pus-me de frente para si. Um sorriso largo tomava conta de seus lábios.

– Por que está aqui sozinho? – questionei, sentando-me no batente.

– Pedi a Frigga que me desse um pouco de espaço – recostou-se novamente, olhando para o jardim – Precisava pensar.

Ficamos nos encarando por mais alguns segundos. Não pude conter uma sensação de que algo ruim iria acontecer crescesse em mim. Olhando para aqueles olhos azuis tão despreocupados, eu senti que pelo menos alguém tinha que se preocupar e, infelizmente, esse alguém teria que ser eu.

– Você está bem? – franziu o cenho – Me parece um pouco perturbada.

– Eu estou muito feliz por você, Thor – dei um sorriso amarelo.

– Sinto em informar que isso não justifica esse seu olhar – franziu mais ainda o cenho.

– Eu só estou um pouco preocupada – confessei.

Desviei meu olhar para o jardim, que estava quase vazio, se não fosse por um Loki extremamente devagar atravessando-o. Olhei foquei meu olhar nele e vi que estava estranhamente cabisbaixo. Não triste, simplesmente inexpressivo. Talvez até com a sua costumeira cara pensativa.

E foi então que, pela primeira vez, eu percebi o quanto aquilo afetava o moreno. O quanto o fato de Thor se tornar rei afetava Loki, por que ele também era um príncipe. E mesmo que fosse justificável, já que Thor era o primogênito, eu o compreendia. E tive vontade de me bater só por que não o havia percebido antes. Que tipo de amiga era eu? Que tipo de pessoa era eu?

Talvez eu estivesse tirando conclusões extremamente precipitadas, mas eu o conhecia tão bem. Arriscaria dizer que eu o conhecia mais do que o próprio Thor, que era seu irmão. Por via das dúvidas, eu precisava simplesmente conversar com Loki, para saber o que se passava com ele.

– Anna... – escutei a voz de Thor ecoar em minha mente. Ele soou assustado. – Você está chorando?

Não havia percebido que finas lágrimas estavam escorrendo pelo meu rosto, mas aquilo pouco me importava.

Tudo bem que talvez eu estivesse sendo um pouco ridícula, mas a ideia de Loki sofrendo me pareceu tão triste, tão rara. Somado ao fato de que eu não percebera. Simplesmente estava dando tanta atenção a Thor, que nas ultimas semanas mal falara com Loki. Outra vez, senti uma vontade de dar um murro na minha própria cara.

Eu era muito idiota.

– E-Eu... – olhei assustada para ele – Tenho que ir. Falo com você depois.

– Espera! O que aconteceu?

Eu estava nervosa demais. O que era estranho. Sentia uma necessidade fora do comum de abraçar Loki, pedir desculpas e ver seu sorriso, para que tudo no meu dia ficasse bem. Certo, eu não sabia de onde havia tirado isso, mas ainda assim precisava falar com o Loki.

Saí correndo do quarto do loiro, descendo em disparada pelas grandes escadarias. Não me importava com as pessoas me olhando torto pelo caminho. Só estava torcendo para que eu o encontrasse a tempo. A tempo de quê? Não fazia ideia. Queria simplesmente encontra-lo.

– Anna! – uma voz feminina e conhecida me chamou, fazendo-me parar subitamente.

Virei-me para trás e vi a rainha Frigga caminhando em minha direção. Um leve sorriso tomava conta de seus lábios.

– Rainha Frigga – fiz uma leve reverência, sorrindo gentilmente. Acho que em uma tentativa de mascarar a minha pressa.

– Não vi quando você chegou – se aproximou – Faz tempo?

– Não muito – olhei ao redor. Tentei não parecer mais apressada do que já estava.

– Está atrasada para algo? – indagou – Desculpe se estou lhe prendendo.

– Não – agitei as mãos no ar – Só estou procurando por Loki. Tenho um assunto urgente.

– Oh – sorriu – Eu o vi vagando pelo jardim sul. Deve estar por lá.

– Obrigada – assenti francamente.

– Até mais tarde, Anna

– Até mais tarde, minha rainha – com outra reverência, pus-me a andar rapidamente em direção ao jardim sul.

L-I-S-A-N-N-A

Eu estava ofegante e ridiculamente desesperada assim que cheguei ao local onde vira Loki pela última vez. Dei uma rápida olhada ao redor. Quase que não vi Loki sentado na grama, em uma parte meio desnivelada, onde ele estava mais baixo do que o resto da terra ao seu redor. Sorri em alívio.

Caminhei até ele um pouco mais calma, tentando não fazer nenhum ruído. Seu semblante era sereno e ele encarava o céu como se assistisse algo.

Não era como se eu soubesse exatamente o que iria falar. Ou fazer. Iria se estranho se simplesmente chegasse lá, abraçasse ele, pedisse desculpas e dizer que não era para ele ficar triste – ou chateado. Ou com raiva. Não sabia ao certo – por que Thor iria ser nomeado rei. Dizer que eu estava com ele para tudo o que acontecesse. Iria ser realmente estranho.

– Loki – seu nome escapou involuntariamente pelos meus lábios de tal modo que eu só percebi depois que escutei a minha própria voz ecoando. Limitou-se a olhar para mim.

Seus olhos não expressavam muita coisa, o que me fez refletir se eu não estava exagerando sobre aquilo tudo. Talvez ele nem estivesse preocupado. Talvez eu achasse que o conhecia muito bem, mas na realidade estava tirando conclusões absurdas...

...Mas eu sentia o que estava acontecendo, e foi isso o que me fez puxá-lo para cima e apertá-lo em um abraço exageradamente forte. Não sei de onde viera a facilidade de deixa-lo em pé, mas antes que ele protestasse, enterrei meu rosto em seu peitoral, apertando-o pelas costas.

Óbvio que ele não esbanjou nenhuma reação e quase que pude ver sua sobrancelha arqueada. Soltei um riso abafado.

Alguns minutos se passaram e nada aconteceu. Nem eu o soltei, nem ele falou nada, nem me abraçou de volta. Éramos simplesmente duas pessoas em pé no meio do jardim, uma com seus 1,62m de altura, agarrada ao outro de 1,87m, que não retornava.

– Alguma explicação? – sua voz finalmente quebrara o silêncio. Pude sentir a vibração em seu peitoral quando ele falou.

– Por que você não simplesmente abraça de volta? – indaguei, ainda sem me soltar – Iria ser tão mais fácil, Loki.

– Talvez por que eu não consigo fazer isso sem um motivo evidente – soltou o ar rapidamente, o que indicava um riso nasal. Sorri novamente – Coisa que você também não deveria fazer, na minha opinião.

– É que eu simplesmente amo abraçar – uma verdade, que, apesar de não justificar eu estar abraçando-o naquela hora, não era mentira – Você é uma das minhas primeiras opções.

– Bom saber – riu novamente.

E outro silêncio se instalou entre nós. Suspirei. Não fazia ideia de como começar o assunto – ou se deveria – começar o assunto, mas, mesmo assim, me afastei com pesar. Eu definitivamente amava abraçar.

– Ei... – olhei em seus olhos verdes – Está tudo bem?

– Tem certeza que, entre nós dois, quem deveria estar perguntando isso era você?

Imaginei novamente o quão constrangedor seria se eu falasse precipitadamente e ele não estivesse sentindo nada daquilo que eu julgava ser verdade. Suspirei. Seria melhor falar a verdade e nada mais que a verdade, afinal.

– Ei – olhei profundamente em seus olhos. – Você sabe que eu vou sempre estar aqui, não é?

Parei por dois segundos, mas prossegui, mesmo quando vi sua face de dúvida.

– E que você sempre pode contar comigo, para o que for, não é? – apesar de ter soado como uma pergunta retórica, esperei por sua confirmação. Ou negação – Independendo do que for. Poderá sempre recorrer a mim, que eu vou estar pronta para te dar um abraço.

Suas sobrancelhas estavam erguidas e seus olhos eram pura dúvida. Eu o havia deixado confuso.

– Só... – desviei o olhar, tentando esconder o rubor nas minhas bochechas – Só diga que têm ciência de que eu vou sempre estar aqui. – ele abriu a boca para falar, mas antes que qualquer som saísse, complementei rápido: – E que, caso você precise, não vai hesitar nem por um segundo em vir falar comigo.

– Eu só não entendo o porquê disso tudo – franziu o cenho.

– Não tem nada o que entender, Loki – falei calmamente – Eu só quero que você me prometa.

– Isso será suficiente?

– Eu sei que você sempre cumpre as suas promessas – sorri – Não preciso de nada mais do que a sua palavra.

– Então eu prometo – falou quase sem emoção. Era o suficiente. Sorri genuinamente.

– Obrigada! – corri e abracei-o novamente. Mesmo que sem resposta de sua parte, foi bom abraça-lo.

L-O-K-I

Uma sensação estranha na boca do meu estômago ficava cada vez mais forte a medida que Anna falava. Eu não conseguia entender a intenção por trás daquilo tudo, mas o modo doce e amável com que ela falou fez com que tremores desnecessários e incômodos saíssem do meu estômago e corressem livremente até as pontas dos meus dedos e as raízes dos fios de cabelo.

Eu achava aquilo ridículo. Sempre achei. Mais pelo fato de que eu não sabia do que se tratavam, do que pela sensação em si. Eu detestava coisas que não conhecia. Pelo simples fato de eu não saber do que se tratavam.

E aquela mania estranha que ela tinha de sair me abraçando. Anna era relativamente baixinha. Seu rosto não batia muito além do meu peitoral e toda vez que ela me abraçava, prensava seu rosto contra meu peitoral e meu nariz ficava perto de seu cabelo, fazendo-me inalar inevitavelmente o cheiro de alecrim e sálvia. Ela tinha o mesmo cheiro de quando éramos crianças. Já havia o tornado algo só seu.

– Eu sei que você sempre cumpre as suas promessas – sorriu lindamente para mim – Não preciso de nada mais que sua palavra.

Apesar da confusão de tudo o que ela falara, algo bom se acendeu em mim ao saber que ela confiava em mim. Na minha palavra.

– Eu prometo – tentei soar legal, mas não deu muito certo. Vi seus olhos murcharem, mas o sorriso continuou lá.

– Obrigada! – sua voz parecia a de uma criança quando correu e me agarrou novamente.

Em um movimento discreto, abaixei a cabeça rapidamente, até que meu nariz chegasse perto de seus cabelos. Inspirei profundamente. Seu cheiro me acalmava. Sempre o fizera. Antes que eu me desse conta, ela me soltou e me olhou com uma feição sorridente.

– Já está quase na hora – segurou firme em minha mão, com os seus olhos cor de mel brilhando intensamente – Vamos. Não podemos nos atrasar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não é novidade para ninguém que o Loki-Diwo é uma pessoa fechada, sarcástica e, como eu posso dizer? Não muito aberta a relacionamentos.
Aí eu pensei enquanto escrevia esse capítulo: Eu já li tantas fanfics estranhas de Thor, em que o autor não conseguiu manter a personalidade original do personagem e também já li umas fics REALMENTE MUITO BOAS PRA CARAMBA, em que o autor conseguiu mantes fielmente a personalidade de cada um.
Aí eu me perguntei: Estaria eu estragando com a personalidade do personagem e tornando-o outra pessoa completamente diferente? Por que se isso estiver acontecendo, tenho certeza de que a essência da fic se perderá no caminho até o final...

ENTÃO me falem, por favor, se eu estiver me perdendo da personalidade dele. Isso é muito importante para mim D:
Que graça tem ler uma fic com um Loki com a personalidade do Thor? Eu estou tentando ao máximo não mostrar toda a humanidade do Loki, mas está difícil... e por isso estou contando com vocês para me alertarem de quando eu fizer isso D:

Mas tem um porém! Talvez o nosso moreno favorito só aja assim com pessoas que ele não tem taaanta amizade :D e ele mostre o seu lado humano apenas ao lado de Lisanna... É uma possibilidade :D

De qualquer forma, me avisem, certo?
Obrigada por tudo