Linked escrita por Miss Hana


Capítulo 16
"Eu não posso viver sem o seu amor" parte 2 - Penúltimo ♪


Notas iniciais do capítulo

Heey amores! Antes de tudo, eu gostaria de mandar o maior obrigada do mundo a: Gabii NS, GabiLuz, Azayra, Marcia Bito, Larissa Cruz e Nimsay, que comentaram no capítulo anterior e me deram mais e mais motivação para escrever ;D
Essa é a parte dois do capítulo 14, com a mesma música do anterior!



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LINKED

“Eu não posso viver sem o seu amor” – Parte 2

Por: Hana

L-I-N-K-E-D

Não, não, não... Aquilo estava errado... como Heimdall podia passar seus olhos para Lisanna? Aliás, aquilo era sequer possível?

Uma raiva tomou conta de seu ser. Por que aquele insignificante tinha que se meter tanto assim no assunto alheio? Tudo estava indo perfeitamente bem antes de ele atrapalhar seu plano. Agora Lisanna seria capaz de ver tudo o que aconteceria em Midgard. E até mesmo em Asgard.

Fechou os olhos com força, pela primeira vez em sua vida não querendo encarar os olhos da garota em seus braços – que agora estavam dourados. O que faria?! Não podia deixar que Anna soubesse de tudo. Ela era importante demais para ser perdida. Por mais que ela gritasse em seus ouvidos que nunca o abandonaria, algo em seu subconsciente dizia exatamente o contrário. Como havia pensado antes, Anna era importante demais para ser perdida.

Perdida? Pois é. Lisanna não o perdoaria depois do que estava prestes a fazer. Não depois de mentir para ela. Não depois de matar Thor. E também não podia deixar um arranhão nela. Não suportaria vê-la machucada por sua culpa.

Tentou pensar em uma solução para seus planos, mas não havia saída. Se não matasse o loiro, o mesmo voltaria para Asgard e ele seria punido. Preso. Ou até mesmo executado. Balançou negativamente a cabeça. Não iria acontecer. Não podia acontecer.

Tinha que fazer uma escolha. Ou vivia o resto de sua vida sofrendo pelo seu crime e tinha a mínima chance de terminar os seus dias com a garota que amava, ou matava seu próprio “irmão”, perdia-a para sempre e viveria como o novo rei de Asgard, odiado por ela e sozinho. Não conseguiria escolher com Anna gritando e chorando ao seu lado, pedindo clemência ao loiro. Não conseguiria fazer isso com ela. Não conseguiria seguir em frente com o seu plano, com a pessoa que mais o compreendia no mundo chorando. Não dava. Tinha que afastá-la de si. Tinha que prendê-la em algum lugar onde não desse para ouvi-la.

Em um movimento rápido, posicionou-a deitada em seus braços e passou a caminhar apressadamente pelos corredores, até encontrar um quarto vazio. Abriu a porta com a ponta do pé e fechou-a com o calcanhar.

Por um segundo pensou que fosse dar tempo, mas quando viu a expressão confusa e os dourados olhos vagos de Anna, soube que estava errado. Fechou os olhos com força, deitando-a na cama e dirigindo-se para fora do quarto.

– Thor! – escutou seu grito inconsciente e doloroso, pouco antes de trancar a porta e jogar a chave em qualquer direção.

L-I-S-A-N-N-A

A tontura já havia diminuído e eu era perfeitamente capaz de andar sozinha, mas ainda assim Loki me levava apressado pelos corredores do palácio. A preocupação era tanta refletida em seu rosto, que me fez acreditar que ela não era toda comigo. Tinha algo mais. E também o fato de ele não me encarar nos olhos estava me agoniando profundamente.

Tentei protestar e dizer que eu estava bem, mas quando ia abrir a boca para falar, tudo ao meu redor pareceu tremeluzir e o cenário mudou. Eu ainda me sentia sendo carregada por Loki e meu corpo oscilando com a pressa de seu caminhar, mas não o via. Na verdade, eu estava de volta a Midgard.

Eu via as pessoas, os escombros, a destruição. Ao longe, pude ver Sif, Volstagg, Hogun, Fandral, Jane, Darcy e Dr. Selvig encarando assustados algo que estava além de mim. Franzi o cenho e virei o rosto, bem a tempo de ver Thor caminhando a passos largos até uma silhueta metálica. Não tive tempo para me perguntar por que via aquilo tudo. Simplesmente tentei correr até eles, mas não dava. Eu estava em outro lugar, mas o via.

– Thor... – tentei chama-lo, mas ele não me ouvia.

Ele andava até o Destruidor com os olhos rendidos. Doeu em mim vê-lo daquele jeito. Os cabelos esvoaçavam e o suor pingava de sua testa.

– Irmão, o que quer que eu tenha feito para você, que o levou a fazer isso. Eu realmente sinto muito – sua voz era derrotada e soube que ele falava diretamente com Loki.

Eu já não sentia-me mais sendo carregada e agora estava deitada em algo macio. Uma cama. A cena piscou e eu estava de volta em Asgard, em um quarto. Encarei a porta, no exato segundo de ver Loki saindo e fechando-a atrás de si. Escutei um clique, que indicava que eu estava trancada ali. A cena piscou novamente e eu voltara a Midgard.

– Mas essas pessoas são inocentes – falou convicto e eu me perguntei desesperadamente qual era seu objetivo com aquilo.

Um flash e a cena mudou para Loki parado no meio do corredor, também escutando o que Thor falava. Sua expressão era séria e pensativa. Tive certeza de que aquilo acontecia em tempo real. Eu podia ver ambos no exato tempo em que aquilo acontecia. Estremeci, vendo o loiro novamente.

– Tirar a vida deles não fará diferença para você – continuou, parando.

Olhei para o destruidor, que tinha seu interior brilhando em brasas. Ele carregou seu poder, mirando em Thor.

– Então tire a minha – completou. Arregalei os olhos, sentindo pequenas lágrimas brotarem deles – E acabe com isso.

(Deem play! Caso acabe, apertem no botão de replay!)

Não, não, não... não era assim que as coisas tinham que acabar. Desesperei-me, vendo Loki novamente. Ele não podia mata-lo. As lágrimas já escorriam livremente, deixando rastros em minhas bochechas. Quis gritar, mas a voz não veio.

Eu falhara. Falhara em protegê-los um do outro. Falhara em uni-los. Falhara em ser o elo. Eu não os merecia. Eu não merecia chama-los de amigos.

E o pior daquilo, era que eu não odiava Loki. Não conseguia sentir raiva dele, mas por quê? Era tão confuso. Eu só sentia a tristeza lacerante de não ter conseguido mudar sua opinião. De não ter conseguido confortá-lo quando estava triste. De ter percebido tarde demais a sua dor. De não ter conseguido ser um andaime. De não ter dividido seu sofrimento.

Quando olho em seus olhos, posso ver nós dois

“E o que você acha que é isso, sua estúpida?” Minha maldosa voz interior sussurrou para mim e antes que eu protestasse, ela continuou: “É amor, idiota!”. Estremeci, quando a cena cortou para Loki novamente. Amor?

Ele escutava atentamente e parecia estar tomando uma decisão importante. Se matava, ou não matava Thor.

Gritei seu nome, na esperança de que ele estivesse perto o bastante para me ouvir. E estava. Ele não parecia querer ouvir minha voz. Tentaria gritar outra vez, se tivesse fôlego. Meus pulmões ardiam e eu tinha dificuldade de respirar.

Lembre-se desse momento, que vai durar até o fim

Queria tanto que ele pudesse ler meus pensamentos naquela hora. Queria que me perdoasse por tudo o que eu deixei de fazer e que tivesse clemência. Ninguém era melhor do que ninguém e ninguém amava mais Thor do que Loki e vice-versa. Por que será que Loki não enxergava isso? “Ah, é”. Pensei ironicamente. “Por que eu falhei em mostra-lo isso”.

Voltei a ver Thor em Midgard. Seus olhos não haviam perdido nada da determinação de antes. Ele estava realmente prestes a sacrificar a própria vida em nome de inocentes? Senti uma chama conhecida como orgulho brotar em meu coração. Ele era digno do Mjölnir. Agora sim.

Esperei em uma dolorosa expectativa. O brilho no interior do Destruidor cessou e ele se inclinou para trás. Pisquei. Loki não mataria Thor.

Mas mal tive tempo de sorrir em alívio. No segundo seguinte ao qual o Destruidor se virou para ir embora, voltou-se novamente para Thor, atingindo-o com um tapa e jogando-o para onde meus olhos não podiam ver. Mais lágrimas vieram aos meus olhos e não fiz a mínima questão de tentar contê-las.

De repente Midgard tremeluziu e eu estava de volta ao quarto no palácio. Olhei atordoada ao redor. Levantei-me de supetão, sentindo uma leve tontura atingir-me. Ignorei-a e fui até um espelho preso na parede, encarando meu reflexo logo em seguida: Era eu. Com os olhos de Heimdall. Dourados. Balancei a cabeça. Não tinha tempo para perguntas. Tinha mesmo era que encontrar Loki.

Quando eu te encontrar em meus sonhos, simplesmente não te deixarei ir

Andei até a porta, empurrando-a, mas estava trancada. Suspirei, forçando-a, mas a mesma não cedeu. Desisti. Olhei ao redor novamente. Nada que me auxiliasse. A única saída mais ou menos viável daquele quarto era a janela, mas ela estava a uma altura significativa do chão – eu não conseguiria pular dali e sair viva. Respirei fundo.

Caminhei até a porta novamente e fiz tudo o que estava ao meu alcance: Gritar. Estava na esperança de que algum guarda me escutasse. Mas depois percebi o quanto aquilo era estúpido, por que se Loki não queria que eu saísse do quarto, ele provavelmente tinha dado ordens para que não abrissem a porta. Suspirei resignada.

Corri novamente até a janela, no exato segundo em que o clarão no horizonte, perto da cúpula da Bifrost, apareceu. Aquilo indicava que alguém tinha chegado em Asgard. Por um segundo pensei que pudesse ser Thor, mas quando o quarto ao meu redor tremeluziu, vi que estava redondamente enganada. Arregalei os olhos.

Quem havia chegado eram os Gigantes de Gelo e quem estava trazendo-os era Loki. Meu queixo caiu. Eu pensava que seus planos se limitariam a matar o próprio irmão, mas qual era o propósito por trás de trazer os Jotuns? Balancei a cabeça. Tudo tremeluziu novamente e eu estava de volta a Midgard. Pus a mão na boca.

Thor estava jogado no chão. Seu rosto estava gravemente cortado e sujo. Seu peito arquejava e ele olhava para o céu.

No instante seguinte, Jane apareceu ao seu lado, tampando parte da visão de seu rosto. Ela o olhava de uma maneira tão pura e preocupada. Franzi o cenho.

– Acabou – sua voz soou fraca e eu pus a mão em meu coração. Ele estava acelerado.

– Não... – ela sussurrou, pondo a mão em sua bochecha. Queria ser eu a estar ali – Ainda não acabou.

Fechei os olhos com força, deixando que mais lágrimas escorressem. Não queria ver. Não queria pensar. Desejei não existir. Sentei-me no chão do quarto, pondo a cabeça entre os joelhos, fazendo com que a manga de meu vestido ficasse molhada. Thor estava morrendo. E eu não estava fazendo nada. Só chorando.

Sentia como se cada músculo do meu corpo estivesse sendo rasgado ao meio, incluindo meu coração. Principalmente meu coração. Solucei, ainda sem querer abrir os olhos.

Se eu pudesse dizer um momento em que Thor fosse digno de levantar o Mjölnir, esse seria agora. Abri os olhos, atordoada. Thor era digno de segurar o martelo. Ele podia.

– Por favor... – solucei –por favor, por favor, por favor...

Repeti isso quantas fezes o meu fôlego deixou. De repente, um flash. Uma movimentação de cientistas na cratera onde o Mjölnir estava sendo mantido. O martelo tremia. Caras espantadas encaravam-no, e, no segundo seguinte, não estava mais lá.

Tudo tremeluziu e a imagem voltou para Thor. O martelo vinha em sua direção. Os olhos de Jane estavam assustados e olhavam para cima. Quando ele chegou perto dos dois, foi segurado pelo loiro. Mordi o lábio, contendo um sorriso. A chama da esperança voltou a queimar em meu coração. Por três segundos pensei que tudo ficaria bem, que nós conseguiríamos mudar a opinião de Loki e tudo voltaria a ser exatamente o que era antes.

“Eu tenho vergonha de ser parte de você” Minha voz interior ecoou e eu franzi o cenho. “É ridículo pensar que tudo voltará a ser como antes.” E depois disso, silêncio.

Como as folhas no outono, a verdade caiu em minha cabeça. Nada nunca voltará a ser como antes. Mesmo que tudo aquilo acabasse, cicatrizes ficariam por todo lugar. Em Thor, em Loki, em mim... em meu coração... mesmo se Thor voltasse para Asgard, o que aconteceria com Loki? Ele seria punido. Quem sabe morto. Fechei os olhos com força e senti minhas mãos tremerem.

Um dos dois acabaria morto no final. E, agora com o curso dos acontecimentos, esse alguém seria Loki. Eu tremia. Como não havia pensado naquilo antes? Depois de tudo o que havia acabado de acontecer com os dois. Depois de, finalmente, ter descoberto as respostas para suas dúvidas em relação a ele. Eu estava presa em um quarto. Sem poder fazer nada. Esperando que a pessoa que amava fosse morta. Fechei os olhos, deixando mais lágrimas escorrerem.

Eu te manterei em meu coração, não posso viver sem você

“Eu tenho vergonha de ser parte de você” Ela falou novamente e eu balancei a cabeça. Confusa, triste, raivosa, arrependida, atordoada e, principalmente, amando.

Não posso viver sem o seu amor.


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Notas finais do capítulo

E aí, gente? Oq acharam? Penúltimo capítulo de Linked! Tá acabanu TT.TT
KKKKKKK Bom, obrigada por tudo mesmo, gente ^^ Vocês são o que alegram minhas tardes ;D Vocês e seus comentários maravilhosos