Linked escrita por Miss Hana


Capítulo 10
"Se não fosse por ele, vocês estariam mortos!"


Notas iniciais do capítulo

Well... me desculpem pela demora ^^' é que eu tive uma semana (muito) corrida e só tive tempo para postar hoje ;D
~Antes de mais nada, gostaria de mandar um super-obrigada a: Gabii NS, Pamonha, PandinhaKaulitz e Queen, que deixaram seus maravilhosos comentários no capítulo nove!
~Dar boas-vindas a Apenas Uma Sonhadora e Nimsay, que começaram a acompanhar Linked agora e já deixaram lindos comentários
~E dar um SUPER-HIPER-beijo para a GabiLuz, que recomendou a fic *O* Sério, muito obrigada mesmo :3 Eu estou escrevendo um capítulo dedicado à você, Gabi :3 ele será postado em breve... é um capítulo extra que eu acho que irás gostar ;D Mais uma vez, obrigada pela linda recomendação



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LINKED

“Se não fosse por ele, vocês estariam mortos!”

Por: Hana

L-I-S-A-N-N-A

Eu gostava de sentir a ardência do fogo em minha pele. Era, de certa forma, algo que me acalmava. O crepitar das chamas era algo que me prendia a atenção de uma forma que qualquer um poderia dizer que eu estava em outro planeta. Quando mais nova, sempre brincava de ver formas no fogo, como se eu pudesse saber o que estava para acontecer e aquilo sempre me dava esperanças de que nem tudo estava perdido.

Era o que eu estava tentando fazer naquele momento. Tentava buscar nas chamas as respostas para as minhas dúvidas. Para onde Thor havia ido? Por que Odin realmente fizera aquilo? Quando ele iria voltar? Ele estava bem? Aquelas perguntas ficavam ecoando na minha mente, enquanto a sensação de inutilidade tomava conta de todo o meu ser.

A indignação de não ter sido forte o suficiente, dando ao rei um motivo para me usar contra a consciência do meu melhor amigo. Por que o toque de Loki havia me desconcentrado tanto a ponto de meu escudo se desfazer? Trinquei os dentes. Por que o braço dele ficara azul quando estávamos em Jotunheim? E somando tudo isso a ameaça de guerra eu podia afirmar com toda a certeza do mundo: Minha cabeça estava uma bagunça.

Eu estava deitada em um dos três sofás da sala. No meio deles, uma fogueira grande iluminava e aquecia o local. Volstagg e Sif estavam sentados em outro sofá, enquanto Hogun passava algo que eu não pude identificar em seu braço queimado e Fandral sentado no chão, perto da fogueira, recostado no terceiro sofá. Um silêncio mortal tomou conta da sala. Suspirei mais alto do que queria, fazendo com que todos olhassem para mim.

– Não deveríamos tê-lo deixado ir – a voz do ruivo foi a primeira a quebrar a quietude. Não consegui mais ouvir o crepitar do fogo.

– Não tinha como impedi-lo – Sif olhou diretamente para ele.

O arrependimento de ter tido uma conversa antipática com Heimdall me abateu exatamente naquele momento. Se eu tivesse sido um pouco menos direta com ele, poderia convencê-lo de, pelo menos, me dizer onde Thor estaria. E, se eu fosse bastante legal com ele, talvez o mesmo me enviasse secretamente para lá. Suspirei novamente. Aquilo era impossível.

Eu tinha que arrumar um jeito de responder as questões na minha mente, mas não sabia qual deveria resolver primeiro. Talvez a que estivesse em meu melhor alcance. Fechei os olhos com força, decidindo em seguida que o melhor que eu tinha para fazer agora era responder as dúvidas que tinha em relação à Loki.

Passei meus olhos pela sala, buscando o moreno. Ele estava na parede perto da porta, com os braços cruzados e sua expressão inflexível. Respirei fundo, sentando-me em seguida.

– Ele só está banido, não morto. – percebi que a morena tentava passar uma confiança que nem ela tinha. Bufei. Pelo menos em relação a Thor eu não era a única que me sentia daquele jeito.

– Estaríamos mortos de o guarda não tivesse contado a Odin aonde fomos – Fandral falou, aparentemente tentando pôr algo em nossas cabeças.

– Como o guarda soube? – o ruivo indagou, bebericando o que quer que estivesse em seu copo.

Ótima pergunta. Como o guarda soube que estávamos indo para Jotunheim? A única pessoa que sabia disso era Heimdall e ele nos assegurou de que não diria nada para niguém.

– Eu contei para ele – franzi o cenho com o que Loki disse – Falei para ir até Odin, logo após nós partirmos.

Me puni mentalmente por ter tentado arrumar um motivo para culpar Loki pelo banimento de Thor. Ele salvou as nossas vidas. Odin descobriria que nós teríamos ido para Jotunheim de um jeito ou de outro. Era um beco sem saída. Independendo de qualquer circunstância, Thor acabaria sendo banido ou gravemente punido.

Não culpei Loki. Agradeci-o mentalmente.

– Ele devia ser punido pelo tempo que demorou – completou, sem emoção na voz – Não éramos nem para ter chegado em Jotunheim.

– Você contou para os guardas?! – o ruivo gritou e olhei repreensiva para ele.

– Ele salvou as nossas vidas – minha voz estava fraca e rouca pelo tempo que fiquei deitada e calada. Praticamente não falara nada desde que havia chegado de Jotunheim. Todos olharam para mim e não falei mais nada.

– Não tinha ideia de que o pai o baniria pelo que fez – franzi o cenho mais uma vez.

Fiquei confusa. Se até eu sabia que Thor seria punido, como logo Loki não “fazia ideia”? Ele estava mentindo. O porquê eu não sabia. Olhei duvidosa para ele.

– Loki, você tem que ir até o Pai de Todos e convencê-lo a mudar de ideia – Sif se levantou de supetão e encarou-o de frente, ficando de costas para mim.

Arqueei as sobrancelhas. Aquela era uma opção válida, mas não muito efetiva.

– Se eu o fizer, o que é que vai acontecer? – percebi que ele desviou rapidamente o olhar para mim, demonstrando uma incerteza só perceptível aos meus olhos sobre o que falaria a seguir. Encarei-o – Eu amo Thor mais do que vocês, mas sabem como ele é. Ele é arrogante, imprudente e perigoso. Viram como ele estava hoje. É isso o que Asgard precisa do seu rei?

Tentei não me sentir ofendida e me levantei, sentindo uma leve tontura com o movimento brusco. Quando aquilo iria passar?!

O moreno saiu da sala no instante seguinte, deixando-me sozinha com os outros.

– Ele pode falar pelo bem de Asgard, mas sempre teve ciúmes do Thor – a morena se virou para os outros, com um olhar pesado.

Fiquei surpresa. E indignada. Que ingratidão.

– Nós deveríamos ser gratos – o ruivo a cortou – Ele salvou as nossas vidas.

Agradeci mentalmente a Volstagg. Que amigos eram aqueles que, no segundo em que o outro dava as costas, começavam a falar mal?

– Laufey disse que havia traidores na casa de Odin – aquela fora a primeira vez em que Hogun se pronunciou – Um mestre da magia poderia trazer os Jotuns a Asgard.

Aquela fora a gota d’água. Além de falarem mal de Loki pelas costas dele, ainda o acusavam de traição. Nunca havia me decepcionado tanto.

Trinquei os dentes. Talvez com raiva, talvez indignada, talvez querendo fuzilá-los com o olhar. Ou talvez tudo junto. Eles não falariam aquelas coisas se não tivessem esquecido da minha presença ali. Os quatro sempre souberam que eu era mais próxima dos irmãos do que qualquer um ali naquela sala. Não falariam pelas costas se eu não tivesse sido esquecida ali.

– Vocês deveriam ter vergonha – me levantei, atraindo olhares assustados e surpresos. Eles realmente não notaram minha presença ali.

Olhei com os olhos cerrados para cada um ali presente.

– E parar de ser tão falsos – cerrei as mãos em punho – Ele salvou as nossas vidas. E basta Loki fechar a porta para vocês começarem a falar mal dele.

– Você só fala isso por que sempre foi muito próxima dele – Fandral suspirou. Sua voz era instável. Ele sabia que eu tinha razão – Cega pela amizade muito próxima.

– Não venha julgar a minha amizade, Fandral – gritei. Não queria demonstrar tanta raiva, mas era incontrolável – Quando tudo o que você faz é falar pelas costas. Todos vocês. Você sabia que quando aquele Gigante de Gelo atacou você e você estava para morrer, foi Loki que não permitiu que outro inimigo finalizasse o trabalho?

Ele se calou, com os olhos pregados no chão. Não aguentava mais ver a cara lisa deles. Caminhei a passos duros até a porta.

– Se vocês não se sentem gratos, já estão bem errados – esbravejei – Mas podiam pelo menos demonstrar isso, já que estariam MORTOS a essa hora! Esperava muito mais de vocês. Realmente.

Nenhum dos quatro pronunciou uma palavra. Eles me olhavam com os olhos pesados e carregados de culpa. Encarei demoradamente cada um deles. Virei-me para sair da sala, mas mudei de ideia no último segundo.

– Aproveitem a oportunidade – ironizei, sorrindo tão falsa quanto eles eram – Loki não fez isso, mas eu estou dando um motivo para que falem pelas minhas costas assim que eu sair por essa porta. Aproveitem.

L-I-S-A-N-N-A

– Loki! – gritei, alcançando-o no final de algum dos muitos corredores. Ele se virou imediatamente. Seus olhos estavam esbugalhados e eu realmente me espantei com aquilo.

Assim que me afastara da companhia de Fandral, Volstagg, Hogun e Sif, passei a correr a procura do moreno. Quando o finalmente achei, já estava suficientemente perdida. Pois é. Por mais que eu frequentasse aquele castelo, nunca o conhecera por completo.

– Eu não tenho certeza de que já te vi andando por esse lado do palácio – ele arqueou uma sobrancelha, quando me aproximei.

– Você tem razão – ofeguei, apoiando os braços em minhas pernas, inclinando-me para frente e mantendo a cabeça baixa – Eu estou completamente perdida.

– Por algum motivo específico?

Sim. Eu tinha que falar com ele sobre o que acontecera em Jotunheim. Mas algo dentro de mim me dizia que daqueles lábios finos não sairia uma palavra. Aquela não parecia ser uma informação exatamente pública.

Mas eu sempre tivera um ótimo poder de persuasão.

– Sim – endireitei a postura, encarando-o firme – Eu tenho que conversar com você.

– Que ótimo – falou sem emoção, mas sua voz saíra fraca – Por que eu também tenho que conversar com você.

Arqueei a sobrancelha, deixando que milhares de possibilidades invadissem minha mente. Balancei a cabeça, para tentar espanta-las.

Fiquei em silêncio, para que ele começasse a falar.

– Eu posso confiar em você? – franzi o cenho.

Quebra de raciocínio lógico. Não entendi o porquê da pergunta. Nós nos conhecíamos há sabe-se lá quanto tempo e ele vinha me perguntar naquela hora se podia confiar em mim? Antes ele não confiava?

– Claro que sim – deixei que a dúvida transbordasse em minhas palavras – Não sei como você não sabia disso até agora.

– Eu sabia – desviou o olhar – Só precisava ter certeza de que você é a pessoa certa.

Em um bom clichê, esse seria o momento em que ficaríamos por cinco minutos nos encarando, até que um de nós tomasse iniciativa e levasse o outro para a cama. Mas as coisas não eram assim, por isso nem me permiti pensar em coisas a mais do que aquilo realmente significava. Trinquei os dentes.

– O que isso deveria significar? – arqueei a sobrancelha e ele simplesmente me pegou pelo pulso e começou a me arrastar pelos corredores do castelo.

Corredores estes que eu nunca havia estado antes. Tinha a impressão de que só estávamos indo mais e mais fundo. Nunca subíamos uma escada ou rampa, sempre descendo. Até onde, eu não sei, mas estávamos sempre indo mais para baixo.

Não cheguei a me incomodar exatamente com a sua falta de resposta, mas aquela situação de não saber do que se tratava me irritava. Principalmente quando eu tinha assuntos um pouco maiores para resolver – e um desses tinha relação ao próprio Loki, por sinal.

Sempre andando mais um pouco, quando eu achava que já havíamos chegado, finalmente ele parou em frente a uma porta que tinha, no mínimo, o quádruplo do meu tamanho – o que nem era isso tudo, considerando que eu era quase um pigmeu.

– Sabe... – olhei para ele, que encarava a porta. Não pude enxergar o que havia em seus olhos e aquilo me deixou em dúvida – Ainda há tempo para você me dizer do que se trata isso tudo.

– Eu não estaria fazendo isso se não tivesse confiança em você – ele aparentemente ignorara o meu comentário – O que significa que eu estou esperando que você não tenha uma reação exagerada, já que isso é só uma suposição.

Não sei como, mas o vi engolir em seco várias vezes, como se não quisesse estar ali, ou não tivesse certeza do que estava fazendo, ou, o que eu achava mais provável, ele não queria provar algo para mim, mas sim para si mesmo. Como se não pudesse fazer aquilo sozinho e precisasse de algum suporte: eu.

Mas aquilo não era um problema. Muito pelo contrário: fazia-me pular internamente de alegria.

F-L-A-S-H-B-A-C-K

– Só... – desviei o olhar, tentando esconder o rubor nas minhas bochechas – Só diga que têm ciência de que eu vou sempre estar aqui. – ele abriu a boca para falar, mas antes que qualquer som saísse, complementei rápido: – E que, caso você precise, não vai hesitar nem por um segundo em vir falar comigo.

– Eu só não entendo o porquê disso tudo – franziu o cenho.

– Não tem nada o que entender, Loki – falei calmamente – Eu só quero que você me prometa.

– Isso será suficiente?

– Eu sei que você sempre cumpre as suas promessas – sorri – Não preciso de nada mais do que a sua palavra.

– Então eu prometo – falou quase sem emoção. Era o suficiente. Sorri genuinamente.

L-I-S-A-N-N-A

Ele estava cumprindo a sua promessa e, dada a gravidade aparente da situação, preferi conter o largo sorriso que insistia em aparecer em meu rosto.

– Você já sabe que pode confiar em mim – minha voz saiu mais fraca do que eu esperava. Estranhei – Falta apenas fazê-lo.

E, pela primeira vez desde que saímos correndo pelos corredores do palácio, Loki me olhara nos olhos. Assustei-me. Ele parecia tão confuso. De um jeito que eu nunca o havia visto antes. De um modo que me fez querer jogar todas as minhas próprias dúvidas para o alto e ajuda-lo com todas as minhas forças.

Tive plena certeza de aquilo não se tratava de ele confiar em mim, mas simplesmente de ele precisar de mim. Ok, eu sei que isso soa um pouco prepotente, mas eu conseguia sentir aquilo. E eu iria confiar nos meus instintos, já que da última vez fiz isso e, adivinha? Estava certa.

Por algum motivo que eu não consegui decifrar, me senti em uma necessidade tão exorbitante de abraça-lo, mas, por incrível que pareça, me contive o melhor que pude.

– Mas eu confio – respirou profundamente, fechando os olhos e abrindo-os em seguida.

O brilho de dúvida e confusão não havia sumido e aquilo me preocupou. Mas não fazia muita diferença, já que, o que quer que o tivesse atormentando, eu iria descobrir no minuto seguinte. Respirei fundo, vendo-o empurrar as grandes portas.


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Notas finais do capítulo

Só eu que morri de ódio quando a Sif, o Volstagg, o Hogun e o Fandral começaram a falar do Loki pelas costas dele? :@ Tive que fazer a Lisanna ficar com raiva deles também XD

Espero que tenham gostado