Tudo pelo Povo escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 7
Piano!


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... mas como prometido nao deixei a fic...
Mais um cap... espero comentarios
bjs



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POV SCORPIUS

Dizer que Rose era normal seria mentir. Rose Weasley, princesa de Beauxbatons, era a princesa mais fora do normal possível.

Para começar tinha-se mascarado de homem e participado num torneio. Depois falava sobre assuntos tipicamente masculinos como se fosse algo habitual. Rose acreditava que realeza e plebeus tinham os mesmos direitos, assim como homens e mulheres. Para terminar, aceitara Rachel como dama de companhia depois de esta lhe faltar ao respeito empurrando-a.

Luke tinha razão. Sabe-se lá o que mais pode vir de Rose!

Era tarde. Eu havia saído com Luke esta noite, pelo que todos no castelo já dormiam quando cheguei.

Dirigi-me para o meu quarto, mas quando passei pela sala ouvi o som do piano. O castelo era suficientemente grande para ninguém mais ouvir, exceto quem atravessa-se a sala da musica. Neste caso, eu.

Sem fazer barulho, abri a porta e entrei na sala.

Rose estava sentada no piano, com os cabelos soltos a caírem-lhe pelas costas.

Ela estava de costas pelo que não me tinha visto. Fechei a porta e aproximei-me.

A ruiva tocava delicadamente. Era quase como ver um anjo tocar. Costas direitas, mãos no teclado, rosto sereno. Olhos fechados.

Olhos fechados?! Como ela tocava de olhos fechados?

Eu não sabia, mas a verdade era que Rose não se enganava numa única nota daquela música que eu não conhecia.

Fiquei ouvi-la tocar até ao final, e quando a ultima nota soou, Rose suspirou.

– Ficar a ouvir as pessoas é falta de educação, Scorpius – disse ela e eu assustei-me.

Ela sabia que eu estava ali? A quanto tempo ela sabia?

– Devo dizer que toca lindamente – elogiei.

Rose levantou-se e eu vi que tinha vestido um roupão branco. Ela caminhou até estar a um metro de mim.

– Obrigada – sorriu.

– De quem era a música? Nunca a tinha ouvido antes – admiti.

O sorriso de Rose desapareceu lentamente e eu repreendi-me pelas minhas palavras.

– Foi composta pelo meu avó – informou. – Quando eu tinha 9 anos – sorriu triste.

– Como se chama? – Perguntei.

Rose sorriu verdadeiramente agora.

– “Rose’s theme” – declarou e eu sorri.

– O teu avó é um grande compositor – elogiei.

– Sim, ele era – afirmou ela e eu percebi o porque de ela ter ficado triste. – Bem, vou-me deitar que já é tarde. Boa noite, príncipe.

– Boa noite princesa – desejei e vi-a sair pela porta.

Suspirei e caminhei até ao piano.

Então Rose sabia tocar?

Sentei-me e passei as mãos pelo teclado antes tocado por Rose. Ainda podia sentir a música de Rose nos meus ouvidos.

Ela tocava com tanto sentimento que chegava-me a arrepiar.

Suspirei de novo e fui para o meu quarto.

POV ROSE

Assim que sai da sala de música, as lágrimas começaram a juntar-se nos meus olhos. Lutei contra elas até chegar ao meu quarto.

Fechei a porta mas deixei-me estar encostada a ela.

Olhei em redor, o quarto estava vazio e totalmente arrumado. A única coisa fora do sitio era um pedaço de papel poisado na cama.

A carta dos meus pais.

Suspirei, peguei nela e li-a pela décima vez.

“Rose,

Gostaria de saber onde andaste e o que andas a preparar! Tens noção da falta de respeito que representaste para com os reis de Hogwarts? Desaparecer no primeiro dia?

Sinto-me bastante desapontado contigo! Onde foi que eu errei para tu seres como és? Não chega fazeres escândalos aqui em casa, também tens de os fazer longe da nossa presença?

Por favor, filho, comporta-te. Deixa os assuntos de homens, para os homens! Tu és uma princesa, comporta-te como tal.

Sei que não estás contente com o casamento, mas pelo que sei o jovem Scorpius será um excelente marido para ti. Não acabes com este casamento!

Lembra-te que estás quase a atingir a maioridade e como tal terás mais responsabilidades.

Comporta-te e não envergonhes o teu nome.

Com amor,

Ronald Weasley”

Poisei o papel na colcha da cama.

O mau pai ainda não sabia do ocorrido no torneio quando escreveu esta carta. Nem quero imaginar o conteúdo da próxima carta que chegar.

Era nestes momentos que eu sentia falta do meu avó. Ele fora um dos únicos que não se opôs ao casamento dos meus pais, mesmo sendo o rei na altura. E também fora um dos poucos a apoiar-me nas minhas atitudes e maneira de pensar.

Flashback On

– É linda, vô – disse eu.

Ele sorriu para mim e fez-me uma festa na cara.

– Ainda bem que gostaste – disse. – Fi-la para ti, querida.

– Para mim? – Perguntei sem acreditar. Eu adorava ouvir o meu avô tocar piano, era uma das minhas atividades preferidas. – Eu adorei! Obrigada avô!

Ele riu-me enquanto eu abraçava-o pela cintura. Na altura ele era muito maior do que a rapariga de 9 anos que eu era.

– Eu quero que te lembres de mim sempre que a tocares, pode ser? – Acenei com a cabeça. – E que te lembres de que ninguém te pode afetar a não ser que tu o permitas.

– Como assim? – Questionei confusa.

– Oh, minha querida Rose, tu não tens de mudar por ninguém – esclareceu. – Tu tens os teus ideais, e ninguém te pode criticar por isso, estamos entendido?

Baixei a cabeça.

– Mas o pai diz que são errados. Ele diz que eu devia comportar-me como uma menina – afirmei.

– O teu pai não percebe o que tu és – disse o avô. – Ele não vê a filha maravilhosa que tem! Rose, não deixes que ninguém te mude!

Flashback Off

Ele morreu 3 dias depois. Na altura não percebi, mas hoje vejo que foi uma despedida.

O avô andava doente, mas sempre que eu ou algum dos meus primos perguntava o que ele tinha, a resposta era sempre a mesma “é só uma constipação, já passa”.

Aos 9 anos, nenhuma criança dá a devida importância ao que vê. E eu, tal como os outros, não vi que o meu avô está muito pior do que dizia.


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Notas finais do capítulo

e então?
O que acharam da musica? de scorp? do avô? da carta?
comentarios??
bjs



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