— Entre, - respondi, ao ouvir as batidas na porta.

Uma jovem camareira entrou. – Majestade, - cumprimentou com uma vénia. – Os reis aguardam a sua presença na sala do trono.

— Obrigada, - disse, vendo-a sair do quarto.

Suspirei. Não aguentava mais...

Nos ultimos dias, todos andavam preocupados com a carta recebida do rei Viktor Krum. Sim, era uma ameaça de guerra, e embora ainda faltassem 3 semanas para tal acontecer, todo o reino de Hogwarts estava em alerta vermelho.

As tropas tinham sido chamadas e, aos poucos reuniam-se, nos nossos terrenos. Os espiões de meu pai tentavam recolher informações sobre o porquê desta ameaça e, até agora, nada de concreto. A familia Krum e a familia Malfoy sempre foram rivais, mas nunca se cruzaram numa guerra direta. Houve até um casamento entre as famílias, há vários anos atrás. Não era lógico agora este comportamento. Porquê?

Suspirei de novo e levantei-me, indo em direção à sala do trono.

Conseguia ouvir o meu proprio coração, a bater alto e rapido. A ultima vez que entrei naquela sala, dois dias atrás, soube que iria entrar em guerra. Que o meu povo iria entrar em guerra sem motivo. O que será que iria descobrir agora?

Acenei com a cabeça, num cumprimento, aos dois guardas que estavam parados à porta, antes destes a abriram. Entrei na sala e parei a meio do caminho, surpreso.

Ronald e Hermione Weasley, reis de Beauxbatons, encontravam-se parados perto de meus pais.

— Altezas – cumprimentei, fazendo uma pequena referencia com a cabeça, na sua direção. – Não esperava encontrá-los por aqui.

Vi a rainha saudar-me.

— Gostaria que fosse por outros motivos, mas é uma bom vê-lo, príncipe Scorpius. – Ronald imitou a mulher.

Olhei para os meus pais, confuso.

— Viktor Krum enviou uma carta ao reino de Beauxbatons e os reis acharam que deviam vir para Hogwarts, - explicou o meu pai.

— E o que dizia a carta, se me permitem sabê-lo?

— É simples – disse Hermione. – Viktor Krum ressente-se por Beauxbatons ter escolhido Hogwarts para formar uma aliança há vários anos atrás. – Informou. – Quando eu descobri que estava gravida, o Viktor propos-me um contrato matrimunial com o filho dele, Ivan, - indicou. – O que todos sabem, foi recusado.

— Beauxbatons escolheu juntar-se a Hogwarts, casando os dois herdeiros, - continuou Ronald.

— Mas porquê agora? – Questionei. – Porque não antes? Afinal, já lá vão 20 anos desde que esse contrato foi assinado – disse. Olhei para o meus pais. – E, para além disso, não foi cumprido. Hogwarts e Beauxbaton continuam reinados diferentes.

Vi o meu pai suspirar.

— Eu penso que seja mesmo por isso, Scorpius – disse ele.

— Como assim? – Fiquei confuso. – Então, Viktor Krum queria que nos juntássemos?

— Não, não queria – afirmou  Hermione. – Viktor viu a nossa recusa como um insulto à sua pessoa, mas não fez nada na altura eu penso pela nossa amizade. No entanto,...

— No entanto, tu e a Rose não se casaram – interrompeu o meu pai. – O facto de terem anulado o contrato fê-lo aparecer fraco perante os seus subditos, percebes?

— Ele foi recusado em lugar de nada, pois não foi concluido o contrato, - concluiu Ronald.

Parei para pensar. Krum estava ofendido pelos Weasley nao terem casado a sua filha com Ivan, mas fora o facto de Rose não ter cumprido o contrato pelo qual ele foi recusado que o fez começa um guerra?

— Então, como vamos resolver isso? – Perguntei.

A minha mãe sorriu. Sempre fora contra a violência, e o facto de eu propor uma solução pacifica fazia feliz. Orgulhosa!

— O mais certo era conclui o contrato, - disse Ronald, inseguro. – No entanto, ninguém sabe de Rose e não sei até que ponto Hogwarts concorda com isso, - afirmou, olhando ora para meu pai ora para mim.

Olhei para o meu pai. Draco encarou a esposa e suspirou.

— Seria a solução mais pacifica, se resultasse – afirmou. – Krum poderia recuar a ameaça se, de facto, o contrato fosse concluido. Se Rose e Scorpius se casassem como prometido, mas...

— Mas ninguém sabe se isso funcionaria, - conclui. Todos me olharam. – Como sabemos que Viktor Krum vai recuar perante isso? E porque o faria? A ideia dele é provar a sua força ao seu reino. Recuar não o iria parece fraco?

— Scorpius tem razão – disse Hermione.

Todos se calaram, pensativos. Krum queria mostrar o sue poder e força, era disso que ele se orgulhava. Toda a familia Krum fora assim. As suas riquezas, as suas posses, os seus homens. Tudo tinha de ser do melhor... então e se?

— Esperem – disse, fazendo todos olharam para mim. – Viktor Krum quer poder, certo? – Draco confirmou e fez um sinal para continuar. – E se nós propossemos algo que lhe desse mais poder do que casar o seu filho com a herdeira de Beauxbatons?

— Como assim? – Perguntou Ronald.

— Se Ivan se casasse com Rose, como ele queria inicialmente. Os Krum seria herdeiros não so de Durmstrang mas de Beauxbatons, certo? – Todos confirmaram. – Então e se oferece-se-mos a Viktor Krum a hipotese de ser herdeiro de não duas, mas três naçoes?

— Como ...? – Draco começou.

— Não podes estar a falar a sério, Scorpius! – A minha mãe interrompeu-o, aproximando-se de mim e colocando a sua mão no meu braço. – Isso é absurdo!

— Scorpius, qual é a tua solução? – Pediu meu pai.

— E se oferece-se-mos a Viktor Krum, ou melhor a Ivan Krum a hipotese de casar o seu herdeiro com uma herdeira de Hogwarts e Beauxbatons? – Perguntei estudando a cara de todos os reis da sala.

— Viktor gostaria disso – confirmou Ronald.

— E se houvessem mais herdeiro de Hogwarts homens, os Krum nunca assumiriam o trono – continuou o meu pai. – Estariam ligados á familia Malfoy e, ainda mantendo o trono de Durmstrang.

— Podemos tentar – afirmou Ronald.

— Sim, é uma otima solução – disse Hermione. – Mas estamos nos a esquecer de algo, - afirmou ela. Todos a olharam confusos. – Ninguém sabe de Rose, ou sequer se ela aceita a vida da realeza de novo. Ou...

— Casar-se comigo – conlui.

— Nesse caso, ainda bem que eu estou aqui!

Todos nos viramos para a porta. Ouviu-se um arfar de surpresa e então...

— Rose??