SCORPIUS POV

— Responde! – Ordenei, já impaciente.  O homem olhou-me e sorriu. – Responde-me! Eu sou teu principe, ordeno-te que me respondas!

— Tu não és meu principe! – O homem falou, pela primeira vez  naquela tarde. – Tu não és nada, para mim!

Estava nas masmorras do castelo. Depois de conseguirmos resgatar as carruagens, capturamos alguns homem vivos. Os restantes foram mortos em batalha, para minha infelicidade. Talvez esses fossem mais coperativos que este. O homem não respondia a nada, a não ser a algum comentario sobre a sua soberania.

— Então, quem é o teu principe? – Provoquei. – De quem segues ordens?

Ele sorriu.

— Irás descobrir em breve, principezinho, - afirmou a rir.

Irritado, levei a mão à espada presa à minha cintura.

— Scorpius! – Luke chamou, à porta da cela, impedindo-me de fazer algo que me arrependeria mais tarde. Olhei-o. – Chegou uma carta, - disse. – Os reis pediram a tua presença na sala do trono.

Suspirei antes de o seguir até aos meus pais.

Toda esta situação estava a acabar comigo. Algo não estava bem, eu sentia. Primeiro, o ataque durante o baile. Agora, às carrugens. O que viria a seguir? Eu precisava descobrir quem estava por detrás disto tudo! E acabar com ele!

— Scorpius, - cumprimentou o meu pai quando me viu. – Conseguiste alguma coisa com os prisioneiros?

— Nenhum dele abre a boca, - admiti recentido. Vi o seu ar de decepção por uns segundos, e depois voltou à preocupação.– O que se passa?

— Recebemos esta carta, filho – disse minha mãe, - achamos que tu deverias lê-la. – Disse entregando-me o pedaço de pergaminho.

Olhei. A letra elegante era-me desconhecida.

“Um gota de chuva nunca vem só, a tempestade ainda está por vir.

É lamentavel ter de seguir estes termos mas é necessário para restaurar a ordem no meu pais. Hogwarts fez com que o reino de Durmstrang descarrila-se, apenas com um acordo. O meu povo não me aceita mais, achando que sou fraco e indigno de reinar. Eu vou mostrar-lhes que a familia Krum ainda tem muito por onde governar.

Começando por tomar as vossas terras.

O aviso está feito, em honra de todos os anos de trégua entre nós. Têm até à madrugada do dia 1 do proximo mês para se renderem.

Viktor Krum”

Olhei para os meus pais, parados à minha frente.

— O que isto significa? – Perguntei, confuso.

— Significa que estamos em guerra, sem nem saber o motivo, - disse Draco.

HERMIONE POV

Suspirei. Um ano! Já se passara um ano desde a ultima vez que soube algo de Rose. Como é que eles estará? Onde? Estar ferida? Morta?

Abanei a cabeça, tentando não pensar nessa possibilidade. Rosie!

Ela era forte e determinada, nunca se deixaria ser morta com faiclidade, no entanto... era mulher, num mundo governado e feito para homens!

Suspirei de novo.

— Estás a dar comigo em doido, - Ronald disse, sentado no sofá, a poucos metros de mim.

—A culpa é tua – acusei.

O nosso casamento já não era o que um dia foi. Nós fomos felizes, eu admitia. E eu ainda o amava, mas nao podia olhá-lo sem saber que fora ele o culpado por Rose ter partido. Se ele ao menos podesse aceitar a nossa filha como ela era!

— Eu sei, - admitiu Ron, para minha surpresa. Olhei-o, admirada. – Eu sei, ok? – Afirmou. – Eu deveria ter agido como um pai e não como um rei – disse. – E eu estou arrependido. Não há um dia que seja que eu não pense nela, Hermione! – Ron levantou-se e andou até à janela, olhando para os jardins. – Eu sinto tantas saudades da nossa menina!

Aproximei-me dele.

— Eu também.

— Lembraste como ela custumava sair às escondidas para ir andar de cavalo – sorriu. – Como se nós não soubessemos – uma pequena gargalhada saiu de seus lábios para depois morrer num suspiro. – Porque é que eu não vi mais cedo?

— O quê?

— A falta que ela me faz, Hermione. – Ronald olhou-me. – Eu preferia que ela tivesse aqui e fosse o que quisesse ser, do que nao saber dela. Ela...

— Ela é forte! – Repeti, desta vez para ele. – Nós criamos uma guerreira, e não uma princesa!

— Eu vejo isso agora – admitiu o ruivo. – Só queria ter a oportunidade de lhe dizer.

Um criado pediu licensa para entrar, entregou-me a carta e depois saiu. Franzi o sobrolho reconhecendo o selo dos Krum e abri a carta.

— Oh meu merlin! – Arquejei depois de ler.

— O que foi, Hermione? – Perguntou

— Nós temos de ir para Hogwats – afirmei, mostrando o conteudo da carta a ronald, onde se podia ler uma unica frase.

“ Devia ter sido o meu filho, agora é tarde demais!”