POV SCORPIUS

– Qu-quem… - gaguejei. Esta mulher! Quem era ela? Inspirei fundo. Afinal era um príncipe. – Quem é a senhora?

– Ora, alteza, fico indignada por não me reconhecer – anunciou a mulher.

Fiquei confuso, mas antes de responder, um grito ecoou pelo ar.

– ROSE WEASLEY! – Harry Potter vinha em direção á mulher ao meu lado, com uma expressão de raiva.

Rose Weasley? A Princesa de Beauxbatons?! A minha noiva?

Olhei para ela! Sim, os cabelos ruivos ainda eram os mesmos embora agora tivessem mais longos do que á 12 anos.

– Tio – cumprimentou Rose com uma vénia de cabeça.

– O que pensas que estás a fazer? – Perguntou ele com raiva.

Vi Albus, James e as damas da princesa aproximarem-se.

Rose levantou a mão para as amigas, não tirando os olhos do tio, impedindo que as damas se aproximassem e a levassem dali, como supostamente iriam fazer. Afinal, nenhuma mulher deveria combater, e muito menos uma princesa!

– Agora, estava apenas a cumprimentar o Príncipe Scorpius – disse ela, inocentemente.

Harry ficou vermelho e Albus fez um esforço enorme para não se rir.

– Quantas vezes tenho que dizer? – Questionou Harry. – Princesas não fazem atividades de homens!

Rose levantou uma sobrancelha.

– Não, tio – confirmou. – No entanto, a meu ver princesas fazem tudo o que podem pelo seu povo.

– O que queres dizer? – Perguntou James.

– Este casamento foi arranjado para proteger o povo de Beauxbatons – afirmou a princesa. – Eu apenas averiguei se o meu povo iria ter um futuro rei capaz de o proteger – concluiu.

– Futuro rei?! – Harry controlava-se para não gritar. – Eu duvido que algum homem aceite casar contigo depois deste escândalo.

Rose sorriu e olhou para mim á espera da minha resposta. Algo no seu olhar me dizia que ela não queria realmente que eu aceitasse casar com ela.

– O casamento continua em pé – anunciei. Ela sorriu educadamente.

– Viu Tio? – Rose questionou. – O príncipe Scorpius não se sentiu insultado. Pelo menos, não o suficiente para cancelar o casamento. Agora, com as vossas devidas licenças, eu irei-me preparar para o jantar. Afinal, não é de bom tom uma senhora andar de armadura – sorriu inocentemente.

No entanto, eu vi o olhar sarcástico que lhe tingiu os olhos durante frações de segundo.

– Claro, princesa – concordou Harry derrotado. – Vemo-nos mais tarde!

– Foi um prazer revê-lo – disse Rose para mim. – Espero que a próxima vez que nos encontrarmos seja menos … - ela procurou a palavra certa, - escandalosa. – Fez uma pequena vénia com a cabeça e virou costas. – Meninas, – chamou a sorrir.

As três mulheres fizeram vénias e partiram atrás de Rose.

– Ela superou-se desta vez – disse James, depois de seu pai ter partido.

– Sim – concordou o irmão. – Não ganhou como custuma, mas fez um bom espetáculo.

– Concordo contigo, irmão – afirmou James. – Este ainda vai ser mais falado do que aconteceu em Durmstrang.

– O que aconteceu? – Perguntei, anunciando a minha presença, visto que ambos pareciam ter-se esquecido.

– Alteza, a minha prima…

– Chamem-me Scorpius – interrompi. Eles acenaram.

– Como estava a dizer, a minha prima visitou Durmstrang á 1 ano atrás – informou Albus. – Num dos seus passeios á cidade, ela viu um homem roubar uma pobre mulher.

– Rose humilhou o homem – continuou James. – Ela obrigou-o a lutar com ela e depois ainda o humilhou dizendo que tinha perdido para uma adolescente de 17 anos.

Realmente Rose tinha-me surpreendido.

POV ROSE

– Não devias ter feito isso Rose – criticou Alexia.

– Eu precisava – argumentei.

– Explica-me porquê – pediu Roxanne.

Suspirei e levantei-me, permitindo que elas me vestissem. Coisa que eu odiava. Eu podia perfeitamente vestir-me sozinha, não precisava de ajuda para isso, no entanto, eram as regras.

– Eu não quero este casamento – admiti. – Eu não conheço o Scorpius, não sei anda sobre ele. Eu não quero casar por contrato!

– Tu tentaste anular o casamento? – Perguntou Dominique chocada.

– Mais ou menos – afirmei. – Por um lado, sim. Tinha a esperança que o príncipe não me aceitasse mais. Mas por outro lado, eu apenas precisava de saber se ele se podia defender e, consequentemente, defender o meu povo. Afinal é para isso que serve este casamento!

– E então? – Questionou Lexi, receosa.

Sim, elas eram as minhas damas. No entanto, duas delas eram minhas primas, a outra a minha melhor amiga. Elas eram o mais próximo de grupo de amigos que eu tinha. Elas e Al.

– Ele foi o único homem que me conseguiu enfrentar – anunciei. – Infelizmente para mim, não tenho argumentos contra ele nesse aspeto.

Lexi, Roxy e Domi vestiram-me e pentearam-me.

O meu vestido azul era lindo. Foi-me dado pela minha mãe e ela tinha ótimo gosto.

O vestido apertava-me delineando-me a cintura e depois caia até ao chão. Com duas alças de pano, nos ombros. Na parte da frente, para além do decote não exagerado, tinha uma fita rosa a decorar.

– Bem, meninas está na hora – anunciei e abri a porta. Sendo seguida por elas, até ao salão de jantares.