Pedras Preciosas escrita por Melanie


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/439945/chapter/3

– Srta. Stark, está tudo bem?– A voz de Jarvis a assustou.

– Ãn... Tu-tudo, tudo bem sim, não precisa se preocupar.– Disse tentando manter a calma.

– Então por que a srta. gritou?– "É tão difícil simplesmente me deixar em paz?", pensou desesperada.

– Porque... Aah é porque eu acabei de me lembrar que as meninas pediram para que eu me encontrasse com elas hoje, só que eu me esqueci que hoje era domingo.– Falou a primeira coisa que veio em sua cabeça, o que por sorte não era totalmente mentira, teria que falar com elas ainda hoje.

– Fale com seus pais, eles entenderão.– "Ah mais é claro, não farei falta.", pensou, e nesse momento agradeceu por isso.

Poderia ir até a casa de Vick, precisava falar com alguém. Isso obviamente era uma daquelas coisas que poderiam vir a acontecer que Charlie disse.

Desesperada, se enxugou e pegou a primeira roupa que encontrou, não chegou a prender o cabelo, apenas procurou por um óculos de sol que ela sabia que estava guardado em algum lugar e saiu do quarto. Rezava para não encontrar ninguém, não queria ter que explicar por que estava com óculos escuros dentro de casa.

Pegou seu celular e ligou para Vick, deixando um recado avisando que estava indo para lá, e em seguida mandou uma mensagem para as outras pedindo que fossem para lá também.

– Jarvis, avise meus pais que não vou poder almoçar com eles hoje. Diga o que eu te disse, sobre as meninas.– Pediu e antes de sair ouviu a voz robótica avisando que faria isso. Duvidava que seus pais fossem ficar bravos ou chateados.

Quando o elevador parou, saiu correndo prédio a fora, pedindo desculpas quando esbarrava em alguém, mas não parou. Parou apenas quando começou a ficar cansada. Encostou em um muro e ficou parada tentando recuperar o fôlego. Pegou o celular e tirou os óculos apenas para constatar o óbvio, seus olhos ainda estavam vermelhos.

Respirou fundo. Se fosse um vermelho opaco poderia inventar alguma desculpa, não seria normal, mas poderia até dizer que eram lentes. Só que não era um vermelho opaco, era um vermelho forte e como se já não bastasse, brilhante. Brilhante. Não poderia explicar essa parte de forma lógica nem se quisesse.

Estava tão distraída pensando em como faria caso seus olhos não voltassem ao normal que mal pensou sobre o que aconteceu a seguir.

Um caminhão virou a esquina em alta velocidade, parecia estar sem freios, e na sua frente uma garotinha que atravessava a mesma rua indo atrás de um filhotinho de cachorro se abaixou, de costas, para pega-lo. Não pensou, apenas gritou, e no momento seguinte o caminhão, que estava a alguns metros de matar a garotinha, começou a se amassar na frente e parou. A garotinha que não tinha visto o perigo pelo qual passou, se fez ciente quando sua mãe correu até ela e a abraçou.

Lily ficou parada, estática.

Foi ela.

Ela gritou e aquilo aconteceu com o caminhão, só poderia ter sido ela. Mas como? Como ela fez algo assim? Então, como se uma luz brilhasse em sua frente, ela entendeu. Não foi apenas a cor dos seus olhos que mudou, seu DNA também foi alterado.

Olhou novamente para a tela do seu celular e viu que seus olhos voltaram à cor azul. Mais nervosa ainda do que antes voltou a correr até a casa de Vick. Precisava chegar lá. Agora o mais rápido possível.

– Você não vai acreditar no que aconteceu.– Foi a primeira coisa que Vick lhe disse quando abriu a porta. – Anda, as outras chegaram um pouco antes de você. Estávamos te esperando, vem logo.– Disse puxando Lily pelo braço.

– Você também?– Lily perguntou.

– Sim. Quer dizer, não sei o que te aconteceu.– Disse abrindo a porta do quarto para entrarem.

Quando entrou, Lily levou um susto, o quarto de Vick, que era sempre tão organizado, estava praticamente destruído. Parecia que um tornado tinha passado por ali.

Assim que lhe viram, todas começaram a falar juntas.

– ESPEREM.– Tory gritou. – Lily, pelo amor de Deus, diga que algo completamente fora do normal te aconteceu hoje.– Pediu.

– Na verdade, sim. Aconteceu com vocês também?– Perguntou andando para mais perto, tomando cuidado para não pisar nos porta-retratos que estavam no chão.

– Se você se refere ao fato de eu ter acordado com os olhos pretos, ao invés de verdes como algo fora do normal, então sim.– Jade falou andando de um lado para o outro. Lily olhou mais atentamente, mas os olhos de Jade estavam verdes, como sempre foram.

– Todas vocês também acordaram com os olhos com cores diferentes?– Perguntou. As coisas estavam começando a se encaixar em sua mente.

– Sim. Eu acordei, olhei no espelho e eles estavam amarelos do tipo ouro, mas pareciam brilhar...– Tory falou enquanto se lembrava. – Pareceu tão estúpido falar isso em voz alta quanto eu acho que pareceu?– Perguntou e Lily sorriu.

– Os meus estavam em um verde forte, mas também pareciam brilhar.– Sam disse.

– Azul escuro e também pareciam brilhar.– Bella disse.

– Brancos... Acho que também pareciam brilhar, eu não reparei direito, eu estava entrando em pânico.– Vick disse se desculpando.

– Os meus estavam vermelhos, e também pareciam brilhar.– Lily finalmente disse.

– Nossa, isso é tão estranho. Se vocês não tivessem passado por isso eu diria que estou enlouquecendo.– Tory disse se sentando na cama.

– Mas voltaram ao normal... Quando isso aconteceu?– Se Lily estivesse certa, ela poderia imaginar.

– Aí vem a outra parte maluca. E que pelo visto não foi só eu... Olha, fico bem mais aliviada.– Jade disse.

– O que aconteceu com você, Jade?– Lily perguntou.

– Eu não sei direito. Eu estava andando de um lado para o outro no meu quarto tentando me acalmar, até aí tudo bem, mas eu me sentei no chão encostada na porta e levei um choque. Só que eu não estava encostada na tomada, eu apenas estava próxima.– Jade falou. – Daí eu aproximei a minha mão da tomada, e por íncrivel que pareça, eu estava vendo a eletricidade passando pela minha mão. Era como se eu fosse um condutor, e eu não sentia nada, só um formigamento na mão. Então eu fechei a mão e todas as luzes que estava ligadas apagaram.– Ela pareceu pensar. – Acho que eu acabei com a luz de casa.

– Então você se olhou no espelho e seus olhos não estavam mais pretos?– Lily perguntou.

– Exatamente. Eu não tinha parado pra pensar nisso.– Jade respondeu.

Lily tentou raciocinar, pelo o que Jade disse estava claro que o DNA de todas tinha sido alterado, e a julgar pela sua experiência fora do comum, não tinham sido alterados da mesma maneira.

– O que aconteceu comigo deve estar um pouco claro.– Vick disse olhando ao redor. – Eu estava saindo do banheiro quase entrando em pânico, e então espirrei. Lily, eu espirrei umas duas vezes e destruí o meu quarto. Parece que um tornando passou por aqui.– Lily não disse nada, foi exatamente o que ela pensou.

– Nossa, não aconteceu nenhuma catástrofe comigo. Eu ia falar com a Charlie, e daí eu passei pelo jardim que minha mãe tem dentro de casa e todas as plantas floresceram. Todas mesmo.– Tory disse e algo preocupou Lily.

– Você falou com a Charlie?– Isso poderiam ser um problema.

– O que? Não. Eu ia falar se só a cor dos meus olhos tivesse sido alterada, mas fazer o jardim da minha mãe florescer? Isso era demais, eu precisava falar com vocês antes, e agora mais do que nunca não vou falar com ela.– Lily pode respirar aliviada.

– Por enquanto é melhor não falarmos.– Ela disse e as outras concordaram com ela. – E você Bella, o que aconteceu?

– Ainda estou sem acreditar. Quer dizer, eu inundei o meu quarto Lily. O encanamento, simplesmente explodiu.– Bella respondeu.

– Uau, não aconteceu nenhuma catástrofe comigo também, tipo, a lareira do meu quarto só acendeu.– Sam falou.

– Como assim acendeu?– Vick perguntou.

– Eu sai do banheiro depois de levar um susto e sentei na minha cama. Quando levantei a cabeça e olhei pra lareira, o fogo só apareceu.– Sam disse olhando para Lily.

Lily estava se sentindo desconfortável, parecia que todas esperavam que ela tivesse uma solução para isso, mas ela estava tão assustada quanto elas.

– E você Lily? O que aconteceu?– Tory perguntou. Lily não tinha vontade de contar, mas não podia só tentar esquecer.

– Eu saí de casa, correndo, pra vir pra cá. Parei no meio do caminho pra descansar e nisso um caminhão estava vindo desgovernado e ia atropelar uma garotinha que estava no meio da rua.– Ela começou a explicar. – Eu gritei e quando vi, a parte da frente do caminhão tinha se amassado e o caminhão parou. Parou a alguns metros da garotinha.– Terminou.

As garotas ficaram olhando para ela em silêncio e Lily desejou com todas as suas forças que uma delas falasse algo, qualquer coisa.

– Isso foi...– Vick começou.

– Incrível.– Sam terminou.

– Lily, você salvou a vida de uma criança, isso é demais.– Jade falou, mas Lily não concordava, podia ter sido uma maravilha, mas algo a dizia que esse feito viria a ser um problema.

– Não, não é. Vocês não vêem? Quer dizer, foi incrível você ter salvado a garota, mas isso pode ser um grande problema pra gente.– E Bella concordava com ela.

– O que quer dizer, Bella?– Sam perguntou.

– Ai meu Deus, é verdade. Um caminhão que para, sem freio, e ainda destruído na parte da frente antes de matar uma criança? As pessoas vão falar disso, e o que é pior, vão investigar. O que significa...– Vick parou de falar, mas ninguém precisava ser um gênio para entender.

– A S.H.I.L.D vai aparecer.– Jade terminou a frase.

– Isso não é bom, realmente não é nada bom.– Tory disse.

– Não diga. Se a S.H.I.L.D colocar as mãos em nós, sabe-se lá o que vão fazer. Vamos virar cobaias em laboratórios.– Jade falou começando a andar de um lado para o outro de novo.

Lily se sentou no chão, encostada na cama de Vick e colocou a cabeça entre as mãos. Elas estavam ferradas, e por sua culpa, de novo.

– O que vamos fazer?– Vick perguntou e Lily gostaria muito de ter essa resposta.

– Eu não sei... Eu sinto muito, isso tudo é culpa minha.– Disse ainda com a cabeça abaixada.

– Se alguém tem culpa nisso aqui, você é a última. Você só tentou ajudar Lily, se quer culpar alguém, então me culpe.– Jade disse e ela sabia que estava se referindo a quando começou a andar na TUR.

– Não, não, não. Ninguém aqui vai se culpar, não temos tempo pra isso. Precisamos pensar, vamos contar pra Charlie? Ela pediu para que a avisássemos.– Bella falou e Lily levantou a cabeça.

Contar a Charlie? Não. Por mais que ela quisesse ajudar, Lily sabia que Charlie apenas recebia ordens, e Lily apostaria que o chefe dela não iria gostar de saber que seis garotas agora tinham super poderes. Só que não conseguiriam esconder isso por muito tempo, isso ela também sabia.

– Acho que deveríamos manter isso em segredo. Pelo menos por enquanto, até termos certeza de que nada vai acontecer caso a gente fale.– Lily disse e assim como esperava todas entenderam o que ela queria dizer.

– É, Lily tem razão, além do mais, pode vir a ser divertido poder fazer essas coisas sem ninguém saber...– Sam disse sorrindo e Lily se permitiu sorrir também. Não deixar ninguém descobrir não significava necessariamente não aprender a usar essas poderes.

–Por que não estou surpresa?– Vick perguntou se deitando em sua cama.

– Como se você não estivesse morrendo de curiosidade de saber o que pode fazer Vick.– Jade disse.

– Isso não significa que vou ficar usando esses poderes, seja lá quais forem, pra tudo.– Vick disse se sentando.

– Tá bom, tá bom, que seja. Só acho que esse ano, a escola não vai ser tão chata assim.– Jade disse.

– Pra alguém que provavelmente vai começar a ir bem em mecânica, é claro que não vai ser chata.– Tory disse.

– Eu não tinha pensado nisso. Acham que consigo ir bem na aula de mecânica se aprender a usar meus poderes?– Jade perguntou com os olhos brilhando e Lily sorriu, talvez ela não tivesse arruinado a vida de todas como imaginava.

– Podemos falar nisso mais tarde? Eu estou morrendo de fome. Vim pra cá sem tomar café e já é hora do almoço. Podemos sair pra comer alguma coisa?– Bella perguntou e Lily também se lembrou de que não tinha comido nada e que estava com fome.

As seis foram até a lanchonete que tanto conheciam. Chegando lá, uma Julie apareceu as abraçando.

– Parece que vocês só aparecem aqui com a Lily. Estava com saudades, sabiam?– Disse quando as soltou.

– Foi mal, Julie. Não temos nenhuma desculpa pra isso. Não vai mais acontecer. Prometemos.– Tory disse.

– Agora, será que você podia ser boazinha e trazer o prato do dia pra mim? Eu estou morta de fome.– Jade disse.

– Tudo bem. O que vocês estavam fazendo pra aparecerem por aqui com tanta fome? Não tomaram café, não?– Ela perguntou enquanto anotava o que Jade iria querer.

– Perdemos a hora conversando. Vou querer o mesmo.– Sam disse.

– Acho melhor trazer o mesmo pra todas.– Lily disse enquanto ia até uma mesa. As outras a seguiram.

– Vou falar pro Ace. Ele vai gostar de ver vocês por aqui, sabem, eu não era a única com saudades das conversas malucas que vocês têm.– Julie disse terminando de anotar. - E pra beber?

– Ele estava era com saudade de rir, da gente por sinal.– Bella disse. – Hm... Um suco de laranja.– Pediu.

– Eu vou querer um suco de abacaxi.– Tory pediu.

– Suco de uva.– Vick pediu.

– Morango.– Jade pediu.

– Limão.– Sam pediu.

– Melância.– Lily pediu.

– Você tem uns gostos tão estranhos, Lily.– Jade comentou.

– O que tem de errado com suco de melancia?– Lily perguntou.

– Nada, nada.– Jade respondeu.

– Tá certo, eu já volto. Tentem não quebrar nada, ouviram Jade e Sam?– Julie disse indo até a janela.

– Eu não entendi o que você quis dizer com isso.– Sam disse, mas Julie apenas voltou a andar enquanto ria.

Julie voltou alguns minutos depois com todos os pedidos. Ace foi para ajudá-la e conversar um pouco com as garotas, e Lily admite que se sentiu realmente envergonhada quando ele percebeu que ela tinha soltado o cabelo e a elogiou, mas assim que ele voltou para a cozinha e Julie voltou a atender o resto da lanchonete, as meninas começaram a comer. Depois que terminaram e se despediram, sob os protestos de Lily, as meninas foram até o lugar do quase acidente.

– Não deveríamos voltar aqui, e se ligarem tudo isso até a Lily?– Bella perguntou, ela também não concordou em irem até lá.

– Como vão ligar isso a Lily?– Sam perguntou.

Por mais que soubesse que era praticamente impossível isso ser ligado até ela, Lily ainda não estava tão segura sobre irem e quando chegaram ela se arrependeu profundamente.

O lugar estava cercado, haviam carros de polícia para todos os lados, mas não apenas a polícia, também haviam carros pretos e homens andando de terno por vários lados. O caminhão estava sendo vasculhado, e ao olhar para o rosto das outras Lily viu o quanto estavam surpresas por tudo isso.

– Acho que deveríamos sair daqui. Tipo, agora.– Bella disse. Lily teria concordado se não tivesse visto algo realmente interessante.

– Tory, aquele não é o diretor da TUR?– Lily disse e quando Tory olhou para ela tentando entender, ela apontou para um homem usando um terno sendo entrevistado.

– Ele mesmo, e aquela é a minha tia.– Agora que Tory disse, Lily viu Charlie um pouco mais atrás do diretor conversando com um homem, também de terno, que estava de costas para ela e as meninas.

– Lily, onde você vai?– Vick perguntou quando Lily começou a se aproximar.

– Eu quero saber com quem Charlie está conversando.– Lily disse se aproximando mais. Olhou para trás e viu que as meninas também a acompanhavam.

Mais um pouco e Lily parou atrás de uma árvore. Não arriscaria dar mais nenhum passou para mais perto, agora era só esperar que o homem se virasse. Esperou alguns minutos, até que ouviu quando uma emissora de televisão passou a entrevistar o diretor, tentou se concentrar nos dois, mas estava difícil ouvir o que o diretor dizia e ainda tentar entender o que Charlie dizia.

Por sorte ou azar, algo que o diretor disse fez com que atenção de Charlie passasse para ele, e sendo assim do homem que estava com ela. Lily prendeu a respiração, o homem que estava conversando com Charlie era alguém que ela conheceria de longe, era o agente Phil Coulson.

Lily se esqueceu completamente de tentar ouvir o que o diretor dizia, porque no segundo seguinte Charlie as viu, sabe-se Deus como, e como Charlie as olhou o agente Coulson também. Lily deu um passo para trás, mas Vick a segurou e apontou para o diretor e Lily finalmente pode ouvir o que ele dizia.

– Como eu disse, houve um pequeno acidente ontem nos laboratórios principais da TUR, e, infelizmente, tememos que o responsável pelo o que aconteceu com este caminhão esteja envolvido com o acidente.– Lily sabia que ele iria dizer algo muito ruim. – Dessa maneira, podemos afirmar que o responsável é extremamente perigoso, e portanto, deve ser eliminado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Quem adivinha os poderes que elas tem?
Comentários?