Pedras Preciosas escrita por Melanie


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo de 2016!!!! Uhuuuuuuuul o/
Espero que todos tenham tido uma ótima virada de ano e espero que gostem desse capítulo ;D



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Silêncio

...

...

...

– Ai, meu Deus. – Vick sussurrou arregalando os olhos, entendendo...

– O quê? – Bella perguntou confusa.

– Você é... Você é aquela voz. – Vick falou fitando Lily. Não, Safya.

Safya a olhou e sorriu, concordando com um pequeno aceno de cabeça.

– Voz? Que voz? – Jade pediu.

Vick olhou para suas amigas.

– Vocês não se lembram? Lily nos falou que vinha ouvindo uma voz.

– Lizzie o quê? – Tony interrompeu-a.

Foi então que Vick se lembrou de que ela não estava sozinha naquela sala com as outras. Fitou os pais de sua amiga e os outros Vingadores sem saber ao certo o quanto deveria falar.

– Um tempinho atrás, Lily nos contou que teve um sonho em que via uma mulher e ouvia a voz dela, então disse que depois ouviu essa mesma voz na escola. – Respondeu ainda indecisa, então se virou para Safya. – Você é aquela voz.

Safya concordou outra vez com aquela cabeça.

– Sim, eu sou aquela mulher.

– Como isso é possível? – Pepper perguntou de repente. – Se você não é a minha filha, onde ela está?

– E por que Thor continua ajoelhado? – Tony completou.

Safya pareceu perceber que ainda tinha um enorme homem aos seus pés e colocou a mão em um de seus ombros.

– Levante-se, filho de Odin. – Repetiu.

Thor finalmente se levantou, mas continuou fitando-a com algo muito parecido com adoração.

– Você é uma lenda. Um mito! Como pode estar aqui? Como pode ser real? – Ele perguntou.

Safya parecia prestes a responder, mas Pepper a interrompeu outra vez.

– Onde está minha filha? – Pediu mais forte.

– Lily está bem. – Safya finalmente respondeu. – Ela ainda está aqui. Está ouvindo tudo.

Pepper pareceu respirar um pouco mais aliviada, mas ainda não era sua filha que estava falando e isso continuava a deixa-la inquieta.

– Quem é você? – Capitão perguntou. – E como pode estar falando através dela?

– Meu nome é...

– Você já disse seu nome. – Tony a interrompeu bruscamente. – Queremos saber o que está fazendo com a minha filha. – Exigiu e no mesmo instante Thor voltou-se contra ele.

– Não se atreva, Stark. Não se atreva a desrespeitá-la. – Ameaçou.

Acalme-se, filho de Odin. – Safya pediu e Thor deu um passo para trás.

–Thor? O que está fazendo? – Steve perguntou. – Você a conhece?

– Claro que sim. – Respondeu no mesmo instante.

– E quem é ela? – Nick Fury pronunciou-se pela primeira vez desde a aparição de Safya.

Thor virou-se para fitá-la outra vez.

– Ela é Safya, a sacerdotisa de Haer. – Safya sorriu tristemente à menção de seu mundo.

– De onde? – Sam perguntou sem conseguir se conter.

– Haer. – Thor repetiu. – Mas a lenda diz que Haer foi há muito destruída e Safya, morta junto com todos daquele mundo.

– A lenda está errada. – Safya afirmou

– Como? Como a história pode ser real para estar errada? Todos nos Nove Mundos sempre acreditaram que fosse apenas uma lenda. Eu sempre acreditei que fosse apenas uma lenda.

– Há muito mais por trás da história do que aquilo que foi contado. A lenda foi criada porque era mais fácil acreditar que a verdade não passava de uma história do que acreditar que era real. Que tivesse de fato acontecido...

– Tá legal, alguém está entendendo o que eles estão falando? – Jade perguntou de repente.

Safya fitou Jade e em então olhou para todos os presentes.

– Sinto muito. – Desculpou-se.– Imagino como nada deve estar fazendo sentido para vocês.

– Bom, considerando tudo o que já vimos, não está tão estranho assim. – Agente Barton falou.

– Mas talvez possa ficar mais claro se você explicar desde o início. – Agente Romanoff sugeriu.

– Desde o início? – Safya considerou.

– A história não diz muito, mas o que eu sempre ouvi foi que Haer foi o primeiro mundo criado. O primeiro mundo que antecedeu todos os outros mundos, mas então, muitos anos após seu surgimento, uma força oposta ao seu poder surgiu e o destruiu de dentro para fora. – Thor contou.

Safya concordou com a cabeça.

– Esta foi a história contada para ser espalhada. – Falou. – Uma história que ao ser contada e ouvida tantas vezes, transformou-se em uma lenda. Uma das lendas mais antigas dos Nove Mundos, talvez a mais antiga, ao ponto de ninguém mais acreditar que Haer alguma vez existiu.

– E qual é a verdadeira história? – Fury perguntou.

– A verdadeira história? – Safya repetiu a pergunta. – Para contá-la terei de voltar ao início, literalmente.

E dizendo isso, Safya caminhou até o centro da sala e levantou a mão. Com a ponta do dedo tocou o ar e no mesmo instante uma imagem escura, parecida com um holograma, mas muito mais real, apareceu e aumentou até ficar semelhante ao tamanho de um carro. A imagem era negra como o breu.

“- Como todos sabem, no início não havia nada. Mas então, uma chama vermelha se fez presente. Uma chama pequena, mas repleta de energia, que foi crescendo até se transformar no animal que hoje todos conhecem como a Fênix.”

À medida que Safya falava, o aparente holograma mostrava as imagens.

“- Foi assim que a Fênix nasceu. Uma criatura majestosa, única em todo o universo, repleta de energia e poderes inimagináveis. Poderes tão inimagináveis que com seu primeiro bater de asas criou Haer, o primeiro mundo. Encantada com seu feito, a Fênix desceu até pousar no solo sem vida de Haer e quando suas patas tocaram o chão, a grama surgiu, as árvores cresceram e as primeiras plantas apareceram. Surpresa, a Fênix soltou um grito de felicidade por ser capaz de fazer algo assim e no mesmo segundo, as primeiras criaturas nasceram. Animais exóticos, grandes e pequenos, selvagens e mansos. Então a Fênix bateu suas asas novamente, sem perceber, um ato simplesmente entusiasmado, e criou os primeiros homens e mulheres de Haer. Ao fitar todas as formas de vida que criou, a Fênix cantou. E seu canto finalizou sua criação. O dia e a noite haviam sido criados.”

Ninguém parecia piscar. Até mesmo Thor ouvia com atenção.

“- Haer parecia completa aos olhos da Fênix, mas logo as primeiras situações começaram a surgir. Os habitantes de Haer foram procurá-la e implorar por sua ajuda. Estavam feridos e famintos. Sentindo-se culpada por não ter previsto que algo assim pudesse acontecer, a Fênix chorou. Suas lágrimas, ao tocarem o chão, criaram o primeiro rio de Haer. Um rio com poderes curativos. Os habitantes, ao tocarem a água, notaram seu poder curativo e agradeceram à Fênix por curar parte de seu sofrimento. Ainda envergonhada, mas um pouco mais satisfeita por ter conseguido ajudar, a Fênix soltou outro canto, um canto de desculpas, cujo som, onde quer que alcançasse, fez os primeiros frutos nasceram.”

“- O tempo então passou. Os habitantes começaram a desenvolver habilidades que os ajudaram a tornar Haer um lugar ainda mais acolhedor. Habilidades tão especiais quanto aquela que os criou. As moradias foram desenvolvidas assim como os vestuários, e a Fênix passou a ser o símbolo daquele mundo. Sempre voando pelos céus, criando novas vidas e ajudando quando era chamada, os habitantes nomearam aquele mundo de Haer, que no idioma que desenvolveram significava Fênix.”

“- Tudo parecia bem, porém um problema antes nunca pensado surgiu. Por ser o princípio, a Fênix representava tanto o bem quanto o mal. Tanto a luz quanto a escuridão. E até aquele momento, tais divisões não eram conhecidas. Mas era necessário um equilíbrio e a Fênix logo percebeu isso. Não poderia existir o bem se não houvesse o mal, não poderia existir a luz se não houvesse a escuridão. Por muito tempo, a Fênix fez apenas o bem naquele mundo, mas ela logo começou a sentir que não era capaz apenas de coisas boas.”

Cada um das meninas sentiu algo diferente. Um sentimento estranho, de ansiedade, mas... Ansiedade para o quê? Continuaram com os olhos fixos no holograma à espera, tentando ignorar essa sensação.

“- Haer foi o primeiro mundo, mas não era o suficiente. Se quisesse mantê-lo como um mundo puro, ela precisaria de uma forma para não manchá-lo com as trevas que ameaçavam tomar conta de si. Foi então que a fênix decidiu criar mais dois mundos com o propósito de descarregar sua energia e controlar a si mesma, cada um em lados opostos. Ao norte de Haer, ela criou Niflheim, um mundo de nuvens e sombras em cujo centro surgiu a fonte Hvergelmir, a partir da qual fluíram doze rios de gelo. Ao sul de Haer, ela criou Muspelheim, que fervilhava com rios de fogo.”

Espere um instante. – Thor pediu interrompendo Safya. –A história de Niflheim e Muspelheim... Nunca foi contada assim.

– Como eu disse, criaram uma história diferente para que a verdade fosse esquecida. – Safya falou.

Thor concordou com a cabeça ainda assimilando que a versão que percorreu os Nove Mundos era uma mentira. Mas aquela era Safya, não havia dúvida alguma. Sua energia comprovava isso, um poder que ele nunca tinha sentido, e se ela estava dizendo que esta era a verdade...

Safya preparou-se para continuar.

“- Entretanto, mesmo tendo criado outros dois novos mundos, a Fênix sentia que não havia sido o suficiente. Ela sabia que ambos os mundos iriam se desenvolver ao seu modo, mesmo que demorasse milhares de anos, e sabia que poderia ir para um deles, provavelmente passar um pouco de tempo em cada para aprender a controlar a luz e as trevas que viviam dentro de si, mas não conseguia se imaginar deixando Haer. Haer havia se tornado seu mundo, sua casa. Então, após retornar ao topo do morro no qual pousou quando criou Haer, a Fênix decidiu que não poderia continuar cuidando e protegendo-o sozinha. Ela não se considerava mais tão confiável. Foi assim que, com mais um bater de asas junto com outro canto, a Fênix criou os cinco dragões guardiões. Os dragões guardiões do ar, da água, do fogo, da terra, e do raio.”

As meninas se entre olharam. Ok, quais as chances de ser só uma... Coincidência?

“- Os habitantes celebraram a chegada dos dragões e por mais centenas de anos, tiveram seis protetores vivendo entre eles. Mas foi chegada a hora do descanso. A Fênix precisava descansar e a única maneira para garantir que sua energia não criasse vida própria e destruísse os três mundos que havia criado era se os dragões descansassem junto com ela. Os dragões não se opuseram e juntos transformaram-se em energia pura naquele mesmo morro onde tudo começou.”

– Por que não estou gostando do rumo que essa história parece estar tomando? – Jade murmurou em um sussurro para Vick.

– Shiiiu. – Vick sussurrou de volta, mas ela também não estava gostando.

“- Os habitantes de Haer construíram um templo no topo daquele morro. Um templo considerado tão sagrado quanto o rio que descia por ele. Eles também arrumaram as energias de seus protetores dentro do templo de forma que a Fênix descansasse em um pedestal adornado em ouro puro no centro e os dragões em pedestais semelhantes ao seu redor, como se guardassem seu descanso. Porém, antes de partirem, a Fênix atribuiu a uma jovem o dom de comunicar-se com ela e os dragões enquanto estivessem descansando, pedir-lhe ajuda quando necessário e utilizar de seus poderes quando fosse preciso. Eu sou essa jovem.”

– Como? Digo... Eu não sei o que quero dizer, mas isso soa meio... – Tory se atrapalhou e Safya sorriu.

– Os haeranos nasceram com a habilidade de poder escolher quando parariam de envelhecer. Eu escolhi parar de envelhecer quando tais obrigações me foram atribuídas. – Contou Safya.

– Ah... – Tory murmurou consigo mesmo.

Isso era muito estranho.

“- Os habitantes nomearam essa jovem como sacerdotisa de Haer e as energias, corações como foram chamadas, passaram a ser protegidas por ela e por milhares de anos meu trabalho foi este. Guardar os corações. Um trabalho que fiz com muito prazer por muito, muito tempo. Várias vezes, ao longo dos anos, me comuniquei com a Fênix, pedindo sua ajuda para algum problema e em todas fui atendida. A Fênix não estava mais presente em corpo, mas sua energia havia se tornado o coração de Haer.”

“- Entretanto, eu cometi um grande um erro. Fui negligente com o que acontecia fora de Haer. Estava tão acostumada em viver em um mundo de paz, justo e correto, o qual a Fênix havia escolhido como sua morada, que não me lembrei de que ela também havia criado outros dois mundos. Um dos quais era formado por pura escuridão. Minha atitude tornou-me ignorante para o fato de que Haer não era mais o único mundo com habitantes e totalmente despreparada para o ataque que se seguiu.”

“- As Sombras nos atacaram a noite. Foi um pesadelo... Ninguém conseguia ver de onde elas vinham e mesmo que nós, haeranos, fossemos fortes, não éramos fortes o bastante para vencer algo que não podíamos ver ou tocar. Elas eram criaturas vindas diretamente das sombras de Niflheim e possuíam poderes destrutivos que ainda hoje não sei quais são exatamente. Nunca fomos seres violentos e sequer pensávamos que podiam haver seres que seriam. Talvez se eu soubesse que um povo hostil habitava um mundo próximo, teria tido tempo para pedir ajuda à Fênix e aos dragões. Mas eu estava em minha casa e acordei com os gritos. O que vi quando saí...”.

Lágrimas se formaram nos olhos de Safya.

“- Centenas de haeranos caídos, sangue por toda parte, cheiro de carne queimada... Algo se mexia rapidamente na escuridão e envolvia todo e qualquer haerano que via e este quando era solto estava em carne viva. Foi horrível e embora eu quisesse tentar ajudar, precisei correr até o templo. Garantir que os corações não haviam sido atacados... Quando cheguei lá, porém, já havia um homem. Ou eu pensava que fosse um homem devido à sua silhueta. Mas quando ele se virou ao sentir que eu me aproximava, vi que ele não possuía rosto. Era como uma sombra... E então ele começou a falar e sua voz era tão fria e cortante que eu senti vontade de correr e me afastar, de gritar...”.

“- Seus planos eram claros. Ele queria governar Haer e ter os corações sob seu controle. Ele queria o poder da Fênix. Eu não podia deixar algo assim acontecer! Meu mundo estava sendo destruído, meus amigos estavam sendo mortos e a culpa era minha por ter permitido que o ataque acontecesse. Não podia permitir que ele pegasse os corações também... Os corações não podem ser controlados. Ninguém deve tentar controla-los. Foi por isso que foi tão fácil para Lily livrar-se do controle mental a que foi posta.”

Wanda estreitou os olhos. Bom, isso explicava porque não conseguiu controlar a garota. E era interessante saber que havia alguém cuja mente não podia ser controlada por ela.

“- E eu sabia que Haer estava perdida, então fiz a única coisa que me restava fazer para proteger os corações. Transformei-me em energia pura e me uni ao coração da Fênix. O choque de nossas energias desencadeou uma reação em cadeia que atingiu os outros corações e nos mandou para fora dos limites de Haer.”

Então lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Lily. Safya estava chorando.

“- Por milhares de anos, viajamos pelos cosmos em forma de energia e eu pude sentir, com a ajuda da Fênix, o que acontecia ao redor. Senti os Nove Mundos sendo criados pouco a pouco com o mesmo poder da Fênix que auxiliou Odin e seus irmãos na criação de Midgard e Asgard, assim como também senti o que aconteceu com Haer. Meu mundo foi destruído. E eu pensei que com os corações fora de meu planeta, as Sombras passariam a procura-los destruindo outros mundos, mas, sem os corações para ter sob seu controle, as Sombras se contentaram com o poder próprio que meu mundo possuía, um reflexo do poder da fênix, e tomaram o controle para si. Os haeranos que sobreviveram ao ataque naquela noite foram trancafiados; a vida, pouco a pouco, foi morrendo em todo planeta, e meu nome, assim como a origem da Fênix, dos dragões e de todo o universo, transformou-se em uma lenda. Uma história que aos poucos se perdeu.”

– Mas... – Bella arriscou. – Isso ainda não explica como você chegou à Terra e nem como nós conseguimos esses poderes que parecem ser tão semelhantes aos dos dragões.

Safya sorriu levemente enquanto enxugava as lágrimas.

– Não explica? Bella... Os corações dos dragões estão dentro de vocês. Assim como o coração da fênix está dentro de Lily e eu também.

Choque estampou os rostos de cada uma das meninas, assim como o de todos os presentes.

– Como isso é possível? – Thor perguntou mais surpreso do que jamais alguém o viu. – Safya... Com todo o respeito, mas... Como poderes tão grandes podem estar dentro de seis meninas humanas?

– Não as subestime, filho de Odin. – Alertou Safya.

“- Passei eras viajando pelos cosmos com os corações. Acompanhei os avanços de cada mundo criado. Suas histórias, suas trajetórias, suas guerras... Aprendi tudo o que pude. Nós, haeranos, temos a capacidade de aprender rapidamente tudo aquilo que queremos. Então, aprendi cada um dos idiomas e cada novidade que um mundo tinha a oferecer. Eu sabia que não podia descer para nenhum mundo. Era perigoso demais. Mesmo que soubesse que a verdade tinha sido há muito esquecida, não podia arriscar alertar as Sombras sobre um possível paradeiro dos corações. Não podia arriscar desencadear uma guerra e destruiu mais mundos. Mesmo após eras, eu ainda sentia a perda de meu mundo. Mas eu estava começando a me cansar. Não estava mais aguentando viajar sem rumo... Proteger os corações pela eternidade é um trabalho do qual nunca me cansaria, mas sentia falta da conexão com outros seres vivos. Foi então que perguntei à Fênix se nosso destino era continuar nos cosmos, apenas sentindo o que ocorria ao redor e, vendo a falta que eu sentia de outros seres, a Fênix me revelou que nossa jornada pelos cosmos estava para chegar ao fim. Aquilo que eu nem sabia que estávamos procurando, havia sido encontrado.”

“- Ela me disse que naquela noite, no segundo em que sentiu minha energia juntando-se a dela em seu descanso e a despertando, sentiu algo a mais também. Algo que ao passar dos milhares de anos nunca havia sentido. Uma habilidade que ela sequer imaginava que teria... Ela viu uma profecia. Disse que naquele instante as palavras vieram até sua mente e ela sabia que para a profecia se realizar, teríamos que abandonar Haer. Mesmo que pudesse voltar ao seu corpo físico e derrotar as Sombras, a Fênix contou que soube que seu destino, assim como o meu e os dos dragões, já havia sido traçado. E a única forma de caminhar para ele era deixando Haer. E foi o que ela fez. Alertou aos dragões e a reação em cadeia que eu achei que tinha causado naquela noite, na verdade, foi a fênix os acordando e dizendo-lhes que precisávamos ir embora.”

– Profecia? – Thor perguntou. Ele conhecia todas as profecias e nunca ouviu sobre uma profecia vinda da Grande Fênix.

Safya concordou com a cabeça.

“- Eu lhe perguntei que profecia era esta que ela havia escondido de mim por eras e ela se desculpou, sentindo minha indignação, e disse que não teve escolha. Se contasse antes da hora certa, existia o risco de algo mudar e não podíamos correr este risco, mas, aquele instante, era a hora certa. E então ela recitou a profecia...

Dor, sofrimento e destruição.

Haer caiu, mas há uma salvação.

Das lágrimas derrubadas em outro tempo,

Nossos destinos foram escritos em um outro mundo.

Assim como a fênix está fadada a renascer das cinzas,

A esperança renascerá na Terra desconhecida.

Os corações, guerreiras encontrarão.

E o azul, transformado em vermelho, as Sombras tocarão,

Mas o que é puro não pode ser manchado

E a vida à Haer terá voltado.”

Silêncio.

– Hm... Eu me perdi na parte em que você disse guerreiras. – Sam comentou hesitante.

– Eu também e acho que houve um terrível engano porque essa... Profecia... Não pode, de jeito nenhum, estar se referindo a nós seis. Quero dizer... Olhe para nós! – Jade exclamou.

Aquilo era loucura.

Todas sabiam que era simplesmente demais para aguentarem. Não era nem de perto aquilo que imaginavam que estava por trás de seus poderes e era loucura! Tudo bem, deuses existiam, mas estarem carregando a energia de criaturas mitológicas dentro de si mesmas? Loucura.

– Estou olhando e depois de meses tendo acesso às memórias de Lily, mais os últimos acontecimentos, preciso admitir que entendo porque os corações escolheram vocês seis.

– Escolheram? – Pepper sussurrou caindo em si. – Então você, seja lá quem for, está dizendo que uma coisa escolheu minha filha, minha filha, para lutar contra algo que destruiu um mundo inteiro?

Safya concordou com a cabeça.

– Eu sei que é muita coisa para digerir, Lily inclusive está tão confusa quanto vocês seis e ela continua repetindo que estou louca por considerar a ideia de vocês estarem em uma profecia de milhares de anos.

Vick sorriu reconhecendo a atitude de sua amiga e feliz por ela ainda estar em seu próprio corpo por mais estranho que isso soasse.

– Ta aí! – Tory exclamou apontando para Safya. – Esse é um bom ponto. Lily sempre tem um bom ponto.

Safya respirou fundo. Parece que daria trabalho convencê-las... A Fênix podia ter lhe alertado do quão trabalhoso seria.

“- A profecia não fez sentido assim que a ouvi, então a Fênix me explicou que estávamos a caminho de um mundo chamado Terra. Eu não o conhecia, mas logo o senti e passei a aprender tudo o que conseguia sobre esse planeta. O que descobri... Não acreditei que a esperança para salvar Haer pudesse estar em um planeta com um histórico tão violento. As coisas que vi... Os princípios e ideais dos humanos que ali viviam... Era ilógico confiar forças tão poderosas a qualquer um de lá. A ganância e a vaidade predominavam. Qualquer um que tivesse acesso ao poder imensurável da fênix sucumbiria à tentação e se tornaria um problema pior do que as Sombras aos outros mundos. Porém, a Fênix me disse que nem todos os humanos eram assim. Existiam exceções e seis dessas exceções eram dignas de carregar o poder dos corações e salvar Haer. E uma delas era digna o bastante para carregar seu coração sem se sentir tentada pelo poder que possuiria. Obviamente eu não acreditei. A ideia toda de dar à humanas frágeis e manipuláveis poderes inimagináveis ainda me parecia loucura. Mas a Fênix era o princípio, o que significava que era sábia e sabia o que estava fazendo.”

“Assim, mudamos o curso para a superfície terrestre. Entretanto, ao invés de começarmos a procurar por essas humanas que eram nossa esperança, a Fênix disse que elas é que nos encontrariam. Então, transformou-se em energia sólida. A pedra que vocês conhecem como rubi. O dragão do ar se transformou em cristal, o da água em safira, o do fogo em esmeralda, o da terra em citrina e o do raio em ônix. As escolhas me deixaram confusa, mas a Fênix me garantiu que estava tudo saindo como o planejado pela profecia. Tudo tinha uma razão... Inclusive o fato dela ter se deixado levar por um humano chamado Jacobs.”

As meninas arregalaram os olhos à menção de Jacobs, mas não interromperam a história. Ninguém interrompeu embora o nome de Jacob tenha causado surpresa em todos.

“- Jacobs sentiu nossa energia e nos levou para um lugar no qual nos colocou dentro de uma caixa. Ele começou a fazer testes para descobrir o que éramos e essa ideia me fez rir, algo que eu não fazia há eras. Um humano entender do que era feita a Fênix! Então o tempo começou a passar... Dias humanos e eu não conseguia mais ficar presa dentro daquela caixa. Foi então que a Fênix sentiu algo que a impeliu a se movimentar e o pouco de energia que escapou de sua forma sólida foi o bastante para que todo o sistema técnico daquele lugar começasse a falhar. Eu nunca havia sentido a Fênix agir daquela forma em milhares de anos... Ela estava querendo se libertar.

“- Então os dragões começaram a tentar liberar suas energias também. Eu tentei perguntar à Fênix o que estava acontecendo, mas pela primeira vez em eras ela não me respondeu. Quando ouvi vozes humanas vindo em nossa direção e então senti presenças humanas entrando na sala em que estávamos presas, eu tive essa sensação esmagadora de que conhecia uma dessas humanas. Então a presença dessa humana em particular se aproximou e tocou a caixa... No próximo segundo, eu apenas senti a energia da fênix voltando a ser energia pura e sendo absorvida, junto com a minha, por essa humana.”

– Lily. – Vick falou e não era uma pergunta.

Safya concordou com a cabeça.

“- Quando a humana recobrou a consciência, eu também recobrei a minha e senti exatamente o que ela sentia naquele momento. Eu nunca tinha sentido nenhuma das dores que ela sentia e por um instante fiquei sem saber o que fazer, sem saber o que estava acontecendo. Então senti a Fênix e entendi. Aquela era uma das humanas da profecia. Ela olhou ao redor e através de seus olhos eu também olhei. Pude sentir os corações em cada uma das meninas que ela focava e quando todas vocês abriram os olhos e a fitaram, pude reconhecer quem estava com qual.”

Safya sorriu levemente.

“- Então vocês começaram a falar e eu comecei a me perguntar como vocês seis poderiam derrotar as Sombras. Comecei a me perguntar por que os corações a escolheram e, principalmente, por que a Fênix havia escolhido esta garota. A Fênix estava silenciosa, mas ainda assim a senti induzindo-me a olhar nas memórias de Lily, induzindo-me a tentar conhecê-la melhor antes de julgá-la inapta para ser sua escolhida. Então foi o que fiz. Olhei em suas memórias, sondei seus pensamentos mais profundos, seus sonhos... E preciso admitir. Eu realmente acreditei que quando ela descobrisse do que era capaz não se deixaria levar pelo poder que agora possuía. Os dias foram então passando. Vocês descobriram do que eram capazes, aprenderam a usar pequenas partes do que podiam fazer e preciso dizer, meninas, vocês ainda conseguem fazer muito mais coisas. Precisamos melhorar isso.”

– Desculpe, mas... Agora que sei de onde esses poderes vieram, não sei se quero saber o que posso fazer. – Jade comentou.

Havia sido legal descobrir que tinha esses poderes, mas agora que sabia que a fonte deles era um dragão mítico, não tinha mais tanta vontade de descobrir coisas novas. E se machucasse alguém?

– Lily também disse que não sabe se quer saber o que pode fazer. – Safya falou sorrindo. – Todas vocês estão com medo do que podem fazer. Estão com medo de não conseguirem controlar e de machucarem alguém. – Afirmou e então balançou a cabeça, com um sorriso maior.

“- Sabem meninas, foi por essa e mais muitas, muitas outras razões que os corações as escolheram. Mesmo em um mundo tão errado, com princípios e ideais superestimados, vocês seis têm a cabeça e o coração no lugar certo. Depois desse último mês, agora eu tenho certeza de que os corações não poderiam ter escolhido humanas melhores. Porque no momento em que vocês começarem a acreditar em si mesmas e se virem da forma como os corações as enxergaram, nada poderá pará-las. Vocês poderão fazer o impossível.”

– Não vê que esse é o problema? – Vick comentou hesitante olhando para suas amigas e tendo a certeza de que pensavam a mesma coisa. – Fazer o impossível... Apenas fazendo o pouco que já fazemos, já atraímos atenção demais e quase morremos.

– Não vão nos deixar em paz. A S.H.I.E.L.D foi apenas a primeira que veio atrás de nós, mas apenas pensar em quem mais pode querer nos capturar... – Tory não terminou. A Ideia era ruim o bastante.

– Meninas. – Fury as chamou.

Bella o fitou, mas voltou para Safya rapidamente.

– Por favor, Safya... Queremos falar com a Lily agora. – Pediu. – Por favor.

Safya a considerou. Olhou para as outras que a fitavam ansiosa e sorriu levemente. A amizade que possuíam... Concordou com um leve aceno.

Fechou os olhos e quando os abriu estavam azuis outra vez.

– Lily? – Jade arriscou.

Lily olhou ao redor e então para suas próprias mãos.

– Hm... É. Sou eu. – Respondeu.

Surpreendeu-se ao sentir Sam jogando-se contra ela e abraçando, mas ainda assim retribuiu o abraço. Nunca deixou aquela sala fisicamente, mas sentia que não via suas amigas há séculos...

– Lizzie? – Olhou para sua mãe e se afastou de Sam.

Sua mãe a abraçou também.

– Está tudo bem? – Pepper perguntou. – Aquela outra garota fez algo com você?

Lily agora conseguia sentir a presença de Safya perfeitamente dentro de si e a sentiu revirar os olhos para a atitude de sua mãe. Haviam compartilhado memórias e pensamentos e agora que sabia isso, agora que podia senti-la, sentia como se fossem velhas amigas. Como se realmente se conhecessem. Aquela sensação de conhecê-la quando a viu em seu sonho e a sensação de conhecê-la que Safya teve quando a sentiu se aproximando na TUR... Fazia todo o sentido embora não fizesse sentido algum de fato.

– Estou bem mãe e Safya não me fez nada. – Respondeu. – Na verdade, eu não fui a lugar nenhum. Continuei ouvindo tudo o que ela e vocês falavam e vendo tudo o que viam, eu apenas não falava porque ela já estava falando. Mas eu continuei presente... Por mais estranho que isso seja.

– Sim, é muito estranho. – Tory concordou.

Muito estranho? Ah, isso ainda parecia pouco. Lily pensou por um segundo em tudo o que Safya falou e continuava achando que havia imaginado tudo.

Mas você não imaginou, Lily. Ouviu a voz de Safya e dessa vez não se assustou.

Então agora você vai estar por aqui? Falando? Arriscou perguntar mentalmente. Não sabia se funcionaria, mas a ideia não lhe soava mais tão improvável quanto a algumas horas atrás.

Quando for preciso ou quando você precisar de mim, sim. Safya prontamente respondeu e Lily soltou um pequeno suspiro de alívio.

A ideia de ter alguém para quem pedir ajuda parecia muito promissora ao seu ver.

– E agora? – Ouviu Bella perguntar. – O que fazemos agora?

Essa era uma ótima pergunta. Nada mais parecia simples na opinião de Lily. O mundo tinha acabado de ficar mais maluco do que ela já o achava.

– Bom, eu imagino que não vão mais precisar nos examinar, não é? – Jade perguntou olhando para Fury.

– Não. – Fury concordou. – Já sabemos o que aconteceu com cada uma de vocês.

– Então o que fazemos agora? – Vick repetiu a pergunta.

Fury pareceu suspirar pensativo enquanto fitava cada um dos Vingadores. Seus olhos pararam em Thor.

– O que acha, Thor? – Perguntou.

Thor olhava para um ponto fixo no chão e ao ouvir a pergunta fitou Fury para em seguida seus olhos se fixarem em Lily. Lily automaticamente deu um passo para trás.

– Safya é uma lenda. – Começou a responder o deus. – Não apenas ela, mas Haer e a história de sua destruição. Se o que ela nos contou for mesmo a verdade, e eu acredito que seja, então o ataque à Asgard não aconteceu por acaso.

Lily arregalou os olhos e sentiu Safya se sobressaltar.

– As Sombras... – Sussurrou em choque ao se lembrar da descrição que Thor fez do ataque.

O deus concordou com a cabeça.

– Era o que eu estava pensando. – Respondeu.

– É claro. – Tony murmurou consigo mesmo. – Essas tais Sombras foram para Asgard procurar o Tesseract para que pudessem vir à Terra.

– Então isso quer dizer que elas sabem que os... Os corações estão aqui. – Disse a agente Romanoff.

Depois de tantas eras... Lily ouviu Safya murmurar. Eu sinto muito, Lily. As Sombras já sentiram que os corações estão neste planeta. É apenas uma questão de tempo até virem atrás de vocês.

Lily ficou em silêncio. Não podia dizer que estava surpresa porque não estava. Desde a revelação de Safya, sua mente já vinha pensando em cada uma das prováveis coisas que poderiam acontecer com ela e as meninas. A vinda daqueles que destruíram Haer estava nessa lista, embora ela preferisse que não estivesse.

– Como se acreditar nessa loucura já não estivesse sendo difícil o suficiente... – Sam murmurou.

– Vocês precisam treinar. – Thor disse de repente.

As meninas se entre olharam, confusas, e então olharam para ele.

– O quê? – Jade pediu.

– Vocês precisam treinar. – Repetiu o deus. – Como esperam derrotar as Sombras e salvar Haer se não fazem ideia do que podem fazer?

Lily sentiu sua cabeça começar a doer.

– Derrotar... Derrotar as Sombras? – Jade repetiu com os olhos arregalados. – Nós não...

– Não podemos. – Completou Sam. – É loucura. Pelo amor de Deus!

Lily observou suas amigas se sobressaltarem com a perspectiva de precisarem enfrentar um mal mítico e não podia negar dizendo que também não estava achando essa ideia ridícula. Mas então se lembrou do primeiro sonho que teve com Safya.

A floresta escura... Será que estava em Haer? A escuridão daquele lugar teria sido o jeito como as Sombras deixaram o planeta? Os gritos pedindo ajuda... Seriam os gritos dos haeranos que ainda viviam, mas estavam presos? E Safya... Por que foi que sentiu que ela estava presa? Isso não fazia sentido. A menos que... A menos que isso significasse que ela estava presa junto com a energia da Fênix e não podia mais voltar a sua forma física.

Sim. Ouviu a voz dela responder à sua pergunta não dita. Nunca mais voltarei à minha forma. Uma vez transformada em energia...

Lily podia sentir a tristeza em sua voz. A mesma tristeza de seu sonho.

Mas você me pediu ajuda. Lembrou desesperada por uma segunda opção. Podia sentir a tristeza de Safya e isso a fazia querer chorar junto com ela se Safya de fato pudesse chorar.

Sim. Eu pedi para que você me ajudasse, assim como ajudasse à todos os haeranos. Ajudar os haeranos é me ajudar, Lily. Não posso continuar a viver, mesmo que em forma de energia, sabendo que meu povo está sofrendo. Por favor, Lily. Haer precisa ser salva. E a profecia...

Lily não acreditava nem por um segundo que uma profecia poderia estar se referindo a ela e suas amigas, mas independente da profecia, independente de terem recebido esses poderes por engano ou não, a coisa é que agora elas possuíam esses poderes. Poderes que criaram e mantiveram a ordem de um mundo pacífico que foi destruído por criaturas cruéis. Então, ela iria fazer o que pudesse para ajudar.

– O que eu posso fazer? – Perguntou para Thor atraindo a atenção de todos.

– Espera aí, Lily. Você não está falando sério, está? – Vick perguntou no mesmo instante.

Lily não respondeu.

– Lily! – Tory exclamou completamente em choque. De todas as pessoas...

– Vocês não tiveram o sonho que eu tive. Vocês não sentiram a dor e o sofrimento daqueles que continuam em Haer como eu senti. Não posso ficar sem fazer nada depois de tudo o que Safya contou.

– Você não acredita em tudo o que ela falou, acredita? – Sam perguntou cética. Elas se conheciam muito bem.

– É claro que não. – Lily respondeu na hora.

– Então o que você... – Pepper se interrompeu e balançou a cabeça. – Você não vai fazer parte de nada disso, Elizabeth. Nenhuma de vocês vai.

Ouvir seu nome sendo pronunciando como forma de repreensão já não causava aquele gosto amargo em sua boca como antes e Lily sabia que era porque agora tinha certeza de que sua mãe apenas estava realmente preocupada com ela.

– Mãe... – Tentou. – Eu não acredito que uma profecia possa estar falando de nós seis, mas se existe ou não uma razão para termos ganhado esses poderes, isso não importa mais. Um planeta foi destruído e pelo o que Safya e Thor falaram, as Sombras já estão vindo para a Terra por nossa causa. É só uma questão de tempo. Não é mais apenas Haer.

Sua mãe não podia ignorar seu próprio planeta e disse Lily tinha certeza. O trabalho dos Vingadores era proteger a Terra e se por causa de Lily e das outras o planeta agora parecia estar em perigo devido às possíveis criaturas que pareciam estar vindo, então era obrigação delas fazer algo.

Sabia que as outras entenderiam ser raciocínio. Ou pelo menos esperava...

– Você está certa. – Bella murmurou.

– Profecia ou não, parece bem certo de que as Sombras vão vir por causa dos poderes que ganhamos, então não podemos ficar só paradas enquanto elas se aproximam, não é? – Vick perguntou.

Jade respirou fundo.

– Eu odeio o quanto isso parece ser o certo a se fazer. – Murmurou consigo mesma, dando-se por vencida.

Olhando para as outras, viu que nenhuma delas parecia querer discordar do seu raciocínio.

– É isso mesmo o que querem, meninas? – Fury perguntou.

– Sim. – Lily respondeu imediatamente.

– Lizzie... – Ouviu seu pai repreendê-la. – O que Thor e a outra lá falaram... Essas coisas não parecem ser algo que qualquer um de nós queira enfrentar. O que te faz pensar que vou deixar você enfrentá-las?

Ok, ela precisava se lembrar de que seu pai não sabia expressar preocupação de um jeito normal.

– Elas vão vir atrás de nós, pai. Você sabe disso. Quer mesmo que estejamos despreparadas quando isso acontecer? Com um pouco de treinamento... Eu não sei, só acho que parece ser a melhor ideia. – Explicou-se.

Tony suspirou. Ele sabia que essa era a melhor ideia, mas mesmo assim odiava saber que sua filha parecia estar na mira de criaturas que ele nunca ouviu falar antes e que aparentemente não havia nada que ele pudesse fazer além de ensiná-la a como não morrer.

– Nós podemos começar amanhã, Stark. – Fury falou. – Um treinamento na base da S.H.I.E.L.D.

– Tudo bem. – Concordou a muito contra gosto.

– Tony... – Pepper o chamou. Estava odiando essa ideia. Lizzie era sua filha, ora essa.

– Não se preocupe, Pep. – Tony falou. – É óbvio que eu vou estar por perto. Não vou deixar exagerarem.

Exagerarem? Lily arqueou a sobrancelha se perguntando pela primeira vez como era um treinamento com os Vingadores.

– Então está decidido. – Thor falou e Lily odiou o tom de sua voz.

Sempre gostou de Thor, mas parecia que saber que a história da origem de seu mundo havia sido de certa forma uma mentira o fez soar como decidido a ter alguma prova por si só. Talvez fossem os poderes de Safya, da Fênix, ou até mesmo apenas uma intuição vindo de si mesma, mas ela sentia que o deus parecia querer ter uma prova de que ela e as outras possuíam mesmo as energias daquelas criaturas mitológicas. E sentia que essa prova viria durante esse treinamento.

Ah, já estava um pouco arrependida.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram???
Espero que tenha dado pra entender tudo o que aconteceu, mas qualquer dúvida é só perguntar.
E agora vamos lá... Gente, eu pesquisei, li, definitivamente fiz minha lição de casa antes de escrever este capítulo, mas a história dos Nove Mundos é tão complexa com todos aqueles nomes... Teve uma hora que minha cabeça começou a dar voltas com tantos heim. Espero não ter escrito nenhuma bobagem e se eu mudei uma coisa ou outra foi para se encaixar na história.
Acho que era só isso o que eu tinha para falar... Espero que tenham gostado!!!!
Comentem para alegrar o heart dessa autora neste novo ano que se começa, hein?
Ah, e é óbvio que ainda tem mais coisa para acontecer, né? Então...
Até o próximo!!!
XOXO