I'm Sorry escrita por Shianny


Capítulo 1
Capítulo 1




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Eu sinto muito.

Não sei o que havia no meu coração quando com injúrias desfiz-me sobre ti, proclamando ofensas, plantando mágoas, despedaçando nossos corações.

Eu não sei o que me levou a tão simplesmente abandonar o que com tanto amor semeamos. Não sei como com tanta negligência... Tanta frieza... Pude rasgar em mil pedacinhos aquela história docemente infantil que criamos para originar sorrisos, para tramar a felicidade daquilo que traçamos com carinho e criatividade.

Aquilo que criamos para espantar tédio e tristeza de nossas mentes. A nossa boba e perfeita criação para nos distrair nos dias de chuvas suaves, sol ou tempestade.

Eu compreendo que te magoei. Mas juro, não tinha a mínima consciência de que tua alma ficaria tão atormentada por um fato que inicialmente, com fatuidade, julguei ser algo passageiro que tu ignorarias para podermos prosseguir com nossos roteiros imediatistas em uma débil felicidade.

Foi um momento impensado, todavia, para mim, é impossível desfazê-lo após tê-lo escrito com atenção tamanha que beirava a peculiaridade. Porém, apesar de tudo, não posso mentir para você.

Eu não sei se realmente me arrependo sobre isso.

Entenda: Mesmo que tenha demolido algo que nos apegamos, isso abriu-nos novos caminhos para trilhar, novas oportunidades para criar algo novo e dentro deste contexto nos divertirmos. E aí, quando tudo estiver resolvido, trocarmos olhares. Voltarmos nosso foco para trás. E perceber que tudo aquilo teve um bom significado no fim, pois as relações que plantamos se fortificaram ainda mais.

Mas também não sei se isso realmente irá acontecer. Tudo isto é puro delírio meu, provindo desse arrependimento que embarga meu coração em um negro nevoeiro sem fim. Quero gritar, quero pedir sua ajuda, quero destroçar meu corpo e alma por culpa da raiva que sinto ao perceber que toda essa dor foi culpa minha. Culpa da minha maldita insensatez.

Eu quero te rogar auxílio, mas ao mesmo tempo tenho medo de fazê-lo.

Eu não quero receber um “Não.”.

Você entende, não é mesmo? Por favor, diga que sim! Necessito, além de tudo, do seu consentimento para com esta mera pergunta. Sofro a cada segundo que se passa com o prolongar do teu silêncio, aquela culpa arrebatadora que destrói meus neurônios e faz-me beirar a mais pura e real loucura.

Sinto a sua falta, e pergunto-me se nunca mais irá retornar para meus braços por conta própria, sem que seja eu a correr atrás de ti e agarrar-te, friccionando teu corpo junto ao meu, aninhando-te ao meu peito e pedindo um vão perdão, enquanto assisto as lágrimas novamente correrem-te a face, ao passo que minha expressão permanece gélida e imutável. Enquanto sou forçada a apenas acariciar-te as mechas alvas, e meus olhos trazem todas as emoções que não tenho a capacidade de expelir assim como ti.

E aí, ao ver que nova e supostamente nada sinto, levanta-te, cambaleante. Não importa o quanto eu tente impedir-te, o quanto eu me mova... Tu sempre solta-te, apesar de tão frágil parecer. Mesmo que eu tenha a sensação que irás desabar com o mínimo passo extra, consegues surpreender-me apenas para que possas rejeitar-me. É quando me sinto na sarjeta, quando as piores sensações humanas percorrem minha espinha com um dedo gélido de acusação.

Nesses momentos não sinto-me pertencente à minha raça. Não sinto-me um animal, tampouco um bicho. Minha mente não me permite alcançar o nível sequer de uma mera e microscópica bactéria. Meus orbes castanhos se embargam, e tu não vês a lágrima silenciosa que traça rotas por minha bochecha, acariciando-me o queixo e se esvaindo ao infinito de meus trajes, se não do solo. Tenho vontade de mostrar-te esta tal lágrima, este tal traçado contraste em minha epiderme. Mas também tenho a consciência de que me julgarás como um falso e me condenarás à solidão eterna, a alguém indigno de perdão.

E eu me sinto como tua marionete rejeitada, pois meus cordões de vida apenas se movem quando teus dedos aquecem-me a alma.

Ah, tu não entendes? Por favor, eu preciso de uma única segunda chance! Não posso te perder assim, não quero que escapes como o ar transpassando por meus dedos sem que reste a mim uma chance singular de agarrá-lo para impedir esta perda preciosa!

Tu não vês que quando meus joelhos desabam ao solo, é por tua causa que perco as forças? Não compreendes que se rezo, se vivo, se respiro... É só e apenas a tua existência que me dá forças a prosseguir? Como quer que um traste como eu viva sem um anjo como tu a acalentar-me por entre tuas asas?!

Meu Deus, por que tudo isso aconteceu por causa de um único ato impensado? Se for para viver sem a companhia desta alma preciosa, tome minha própria existência em Tuas mãos e rasgue-a em pedaços diminutos, pois eu não quero ser apenas uma casca vazia a vagar por entre este mundo que, dizem, Tu criastes!

Se não fazes isto, ao menos toca a consciência desta pessoa que coordena tudo que sinto. Faz-lhe perceber meu sofrimento silencioso e impassível!

Por favor! Faz-lhe perceber que tudo que eu preciso é apenas...

O seu perdão...


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Notas finais do capítulo

Tive a ideia desta fic após um ocorrido entre eu e... Bem, outra pessoa. Dãr. Foi um ato acidental, mas que acabei interpretando seu sentimento errado após uma demora e então isto rodou por minha cabeça. Nos entendemos, mas este enredo não abandonou-me a mente. Acrescentei coisas a mais, que não cheguei a sentir, mas tive a sensação que deveria acoplar à escrita.



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