Rin nunca iria parar de olhar para ela. Shiemi era, para ele, apenas algo para se desejar de longe. Que ele deveria admirar de longe, apenas observar, desejando, sem falar. Ele iria cuidar dela, iria sorrir e iria lutar. Por ela. Se fosse apenas por ele, talvez já não fosse mais possível. Porque apesar dos pesares, ele a queria feliz. Ele se camuflava dentro de si mesmo, escondia-se dele próprio. Por ser quem ele era. Por ser o que ele era. Ele fora obrigado a se aceitar.

Embora houvesse as atitudes imaturas e comportamento idiota, Rin era um jovem como qualquer outro, e um dia se apaixonaria. Mas embora tenha nascido primeiro, tudo de bom havia sido entregue ao segundo Okumura. Rin não culpava Yukio em momento algum de sua vida. Ele tinha em mente que acima de todos seu irmão era o que mais merecia ser feliz, nem que isso custasse a felicidade dele próprio. Ele sacrificaria os sorrisos. E todos os sorrisos de Shiemi seriam entregues a Yukio. Porque ele merecia. Porque ela o amava.

Enquanto o mais novo carregava toda a pose de ser responsável. O mais velho carregava a responsabilidade de ser uma desgraça. Porque Rin sabia, sempre soubera, que no fundo daquela alma bondosa do irmão mais novo havia um ódio nunca dito. Porque Yukio odiava os demônios. E Yukio odiava Rin. E enquanto o mais novo carregava a honra. O mais velho carregava as dores.

Mas enquanto ele possuísse um sonho, ele continuaria persistindo. Ele não se permitiria morrer tão cedo. A não ser que Shiemi desejasse. Porque ele faria tudo que ela pedisse a ele. Inclusive entregá-la nas mãos de seu irmão aos pés do altar.