– Hora de acordar. – uma voz delicada sussurra em meu ouvido. – Amor. – sussurra outra vez, e por isso, abro os olhos.

Rose está com os cabelos presos em um coque alto, o que mostra cada mínimo detalhe de seu rosto delicado, incluindo suas sardas. Seus olhos azuis estão brilhantes como sempre, e em seus lábios está aquele sorriso gentil que ela usa todo dia para me acordar.

– Bom dia. – anuncio, antes de me espreguiçar. – Dormiu bem?

– Bom dia preguiçoso. – ela aumenta ainda mais o sorriso. – Como um bebê. – brinca e vai em direção ao guarda-roupa.

– Hoje é o grande dia! – afirmo e Rose pega algo dentro do guarda-roupa.

– Uso o vestido preto ou o bege? – pergunta, virando-se para mim, com os dois em mãos.

– Nenhum dos dois. – digo e fico de pé. – Acho que você deveria usar o rosa. – afirmo e ela pende a cabeça para o lado. Caminho por trás dela, e a abraço por trás.

– O rosa chá ou o rosa choque? – pergunta ao mesmo tempo que coloca suas mãos sobre as minhas.

– Definitivamente o rosa chá, você vai ficar incrivelmente sexy com ele. – sussurro em seu ouvido e mordo o lóbulo de sua orelha.

– Scorpius! – repreende e vira em minha direção. – Lyrae já está acordada. – apesar de sua voz me censurar, ela solta os vestidos e começa a me empurra em direção a cama.

– Pensei que a Lyrae estivesse acordada... – digo quando sinto o colchão em minhas costas.

– Ela está ocupada com o Hypp. – sobe em cima da cama, ficando com uma perna em cada lado de meu corpo.to al

– E se a Pyxis ou a Jane acordarem? – Rose ignora a minha pergunta e me beija. – Você realmente não se importa das nossas três filhas estarem lá embaixo? – sussurro quando Rose muda seu caminho para o meu pescoço.

– Nenhum pouco, nenhuma delas vai ouvir nadinha do que acontecer aqui. – sussurra em meu ouvido, fazendo um arrepio correr pela minha espinha.

– Ah é? – pergunto levando minhas mãos a sua cintura. – Como não?

– Eu já tratei disso. – diz com um sorriso maroto nos lábios, então, não hesito em gira-la, para poder ficar por cima.

– Ótimo. – digo antes de voltar a beija-la, dessa vez, sem me incomodar do que isso iria resultar.

{...}

– Estão todas prontas? – ouço a voz de Rose e ela entra no quarto logo em seguida.

– Praticamente, Pyxis e Lyrae já estão prontas, mas a Jane não quer colocar o laço de jeito nenhum. – estou sentado no chão, encarando a minha filha mais nova, balançando a fita, na esperança que ela aceite.

– Se ela não quer colocar, não tem problema, se ela quer que as irmãs fiquem mais bonitas... – Rose fingi dar de ombros e logo Jane corre em nossa direção.

– Eu vou querer o laço! – minha pequena cruza os braços e abaixa-se em frente a menininha.

– Está esquecendo de alguma coisa? – minha filha assenti e vira-se em minha direção.

– Papai, pode, por favor, colocar o laço em mim? – tanto Rose, quanto eu, gargalhamos.

– Com certeza gatinha.

Eu tive a sorte de ter três lindas filhas, Lyrae Malfoy, que é a mais parecida, fisicamente, comigo. Tem olhos iguais aos meus, e cabelos loiros, porém, puxaram o volume da minha esposa, também puxou a inteligência da mesma e a minha timidez, o que a torna a mais certinha de todas, tem 12 anos e é a mais velha do trio.

Pyxis Malfoy é, fisicamente, uma mistura minha e de Rose, tendo cabelos lisos loiros, e olhos azuis como os da mãe, ela é apaixonada por Victorie, e tenta, a todo custo, parecer com a madrinha na forma de agir, tem 9 anos e a do meio.

Por fim, temos Jane Malfoy, parece uma cópia menor de Rose, cabelos volumosos e ruivos, e olhos azuis vibrantes, o que difere as duas, são as sardas, Jane não nasceu com nenhuma sarda, e a personalidade, apesar de ambas terem personalidades fortes, a de Jane é como um furacão, quer o que quer, quando quer, e onde quer, o que a torna a mais difícil de lidar, mas, ela, com seus sete aninhos, completa o clico das minhas três filhas perfeitas.

{...}

Haviam se passado 18 anos que eu e Rose havíamos casado, e foi uma grande surpresa nossas nascerem três meninas, pelo histórico dos Malfoy, o que foi maravilhoso para nós, eu não poderia ter ficado mais feliz.

Mais ou menos três anos atrás, Lyrae foi diagnóstica com a Arritmia Cardiomuscular, o que foi um choque para mim e para Rose. Passamos por momentos complicados, já que todas as nossas filhas eram novas, e eu comecei a trabalhar como um louco atrás da cura. Rose precisava trabalhar cada vez mais para podermos dar conta das contas e das crianças.

Mesmo nos momentos que achamos que não havia mais esperança, mantivemo-nos juntos, passamos por muitos momentos complicados e delicados, e houveram momentos que isso afetou o nosso relacionamento. Houveram brigas, raivas, noites mal dormidas e choros. Mas superamos, juntos.

Tenho orgulho da família que tenho, e orgulho de dizer que conseguimos encontrar a cura. Lyrae está curada, e qualquer outra criança que esteja nos dois primeiros estágios da doença, também poderá ser curada.

Hoje é um grande dia, hoje será anunciado a nossa grande descoberta, quando digo nossa, quero dizer minha, de Rose, Teddy e Frank, pois todos nós trabalhamos juntos. Inicialmente, Rose não participou, mas, com ajuda de meu pai e minha mãe, conseguimos o que precisávamos.

– Está pronto? – a voz de Rose ecoa em meus ouvidos.

– Você tem ideia de a quanto tempo espero esse dia? – os braços de Rose envolvem meu pescoço.

– Tipo uns 20 anos? – diz com um sorriso brincalhão em seus lábios.

– Tipo isso... – sorrio antes de beijar seus lábios.

– MAMÃE! A PYX ME CHAMOU DE PIRRALHA! – a voz de Jane interrompeu nossa conversa.

Rose gargalha antes de selar nossos lábios.

– Elas vão nos deixar loucos! – afirma e volta a ficar em sua posição normal, sem ser na ponta dos pés.

– Quer que eu vá? – sussurro, e ela nega com a cabeça.

– Já volto. – quando ela vira para sair, puxo-a até mim e beijo os seus lábios.

– ECAAAA! – grita Lyr, que traz uma Jane chorosa, enquanto Pyx vez com os braços cruzados e a cara emburrada.

Pyxis corre em minha direção, e pula em meus braços, como se pedisse proteção, fazendo Rose revirar os olhos. Eu a agarro forte, e beijo o topo de sua cabeça. Lyrae vem para o meu lado, e Rose pega Jane no braço, vindo em minha direção.

Então, eu a conheci em um trem, ela que virou toda a minha vida de cabeça para baixo, diversas vezes. Ela foi a minha perdição e minha salvação, o meu maior sonho e o meu pior pesadelo.

Graças a ela, eu fui ao ponto mais alto de minha felicidade, e ao ponto mais baixo de minha tristeza, perdi-me e encontrei-me, sorri e chorei, passei os piores e os melhores momentos, passei por situações onde achei que não conseguiria mais suporta, e suportei, fui muito seguro e totalmente inseguro, tornei-me quem sou, tive três pais e três mães, amadureci, sonhei, realizei meus sonhos, construir uma família maravilhosa que eu não mudaria nem por um segundo, tive os momentos mais quentes e mais solitários.

Graças a ela, eu vivo.

Eu vivo um sonho.

Fim.