Saint Seiya Initiu Legends: Saga Santuário escrita por Katrinnae Aesgarius


Capítulo 7
Torneio Galáctico - A Herdeira dos Kido


Notas iniciais do capítulo

As lembranças impedem de Seiya analisar todo um contexto e na grande cilada que se envolveu. Ma suma proposta pode mudar todos os seus planos.



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— Seiya? Deveria estar surpresa com sua chegada, mas não duvidava que voltasse. — disse Saori numa voz aveludada, parecendo um rouxinol. A voz irritante de garota mimada havia desaparecido. Somente a voz, aparentemente. No entanto, mantinha o mesmo semblante arrogante de outrora.

Seiya a viu esticar o braço, mas não num cumprimento de quem espera um aperto de mão, mas que sua mão fosse tomada e beijada nas costas desta. Ele caiu o olhar para as suas mãos e de volta à Saori, com Jabu às suas costas com uma expressão séria. A sua reação foi descruzar os braços e não tomar sua mão, mas apoiar no bolso de sua calça enquanto a encarava.

— Que insolência! Cumprimente a Srta... — dizia Jabu que foi contido por Saori, fazendo-o recuar e se desculpar.

— Tudo bem, Jabu. Não esperava menos de Seiya. Apenas queria testá–lo e... — ela o olha mais uma vez e soergue uma sobrancelha e sorri de canto, um sorriso de indiferença e desprezo —  Bom, a imagem diz por si só.

Aquilo atingiu Seiya na boca do estômago. Após anos aquela garota continuava irritante, menosprezando qualquer um? Ele engoliu aquelas palavras, estava pronto para responder à altura, mas ela foi ainda mais rápida.

— Deveria ter tido um pouco de discernimento em se apresentar de maneira digna. Por um acaso tomou banho antes de vir aqui? — comentou ela com expressão de nojo. — Ao menos isso Jabu teve o bom–senso.

 — Eu não vi aqui por você ou qualquer um, Saori. Pra falar a verdade, não me interessa o pensa ou deixa de pensar...  — disse Seiya já um tanto impaciente. Antes que continuasse, porém, ouviu a porta bater atrás de si, percebendo a presença de Tatsumi. — Que maravilha, agora o circo está completo!

 — Dobre sua língua, Seiya! — disse Jabu já bem mais irritado.

— Vamos ao que interessa, ok? Eu quero falar com Mitsumasa Kido. — disse se voltando para Saori que o olhava pouco mais séria. — Pode ser ou está difícil.

 — Infelizmente não será possível, Seiya.  — comentava Saori com Tatsumi passando pelo garoto e se colocando ao lado da jovem, pretendendo dizer–lhe algo, mas impedido por ela. — O que poderia querer tratar com meu avô?

 — Isso não te interessa! — respondeu Seiya de imediato, fazendo Tatsumi indignar–se e avançar contra ele com intenção de agredi–lo como tantas vezes fizera. Seiya apenas se esquivou e jogando–o contra o chão num movimento rápido. — O assunto que tenho a tratar é somente com seu avô de um acordo que fizemos antes dele me mandar para longe daqui.

— Acordo? — estranhou Saori. — De que acordo está falando...

— Qual a parte do não interessa você não entendeu, Saori? — o tom de voz de Seiya se tornava mais agressivo àquela altura, mas não parecia assustar Saori. Ela apenas soltou um suspiro e levar a mão ao fronte, meneando negativamente para maior irritação de Seiya. — Vai me levar até seu avô ou terei que procurá–lo por minha conta? 

— O meu avô morreu há pouco mais de um ano, Seiya. — Saori disse calmamente enquanto parecia ver o esmalte da unha, ignorando aquela exaltação dele e sua expressão de surpresa. — Se quiser procurá–lo, certamente o encontrará no mausoléu da família.

Seiya sentiu o sangue de seu rosto escapar de sua face, as pernas bambas, pronto a desabar ali. Por anos alimentara a esperança de voltar e o 'acordo' com Kido ser cumprido, e agora descobria que ele havia morrido. Seiya manteve–se momentaneamente perdido, em silêncio completo. Tatsumi havia se levantado e arrumava seu terno, desculpando–se por sua falta junto à Saori que apenas esperava a reação de Seiya, até se cansar e revirar os olhos. Trocou palavras com Jabu, até que ela o viu rir e se voltando para ele.

— Então, ele morreu!? Acho que ele durou até demais... — aquelas palavras tomaram Saori com certa surpresa, fazendo–a piscar. — Pena que não antes de transformar destruir a vida de muitos. Espero que esteja pagando no inferno! — comentou num riso nervoso enquanto lambia os lábios. Seus pensamentos estavam ganhando voz.

Tatsumi avançaria mais uma vez, mas Saori apenas levantou o braço e o indicador voltando–se para seu tutor e depois virando os olhos de volta para Seiya, apenas curiosa de onde ele queria chegar. Havia um discreto sorriso de canto por parte dela enquanto o observava.

— Você é a única neta que ele tem, então pode cumprir uma promessa que ele me fez. — dizia Seiya avançando em direção de Saori que continuou parada com a cabeça quebrada para o lado enquanto um braço seu cruzava seu tronco segurando o outro braço próximo ao ombro. Ela tinha uma expressão totalmente blasé. — Minha irmã e eu vivíamos juntos no orfanato, mas somente eu fui adotado por seu avô e trago para cá, e fiquei impedido de saber sobre minha irmã mesmo antes de partir para a Grécia. — dizia ele, mas não havia qualquer expressão por parte de Saori. Ela apenas piscava. — Ele jurou que buscaria saber o paradeiro de minha irmã e que a traria para cá.  Onde ela está, Saori? 

Saori fechou os olhos e diria algo, mas Jabu riu às suas costas.

— Você realmente se acha no direito de chegar aqui, agredir a tudo e a todos e exigir alguma coisa? Você é idiota ou o quê? Com quem acha que está falando, Seiya? — indagou Jabu dando alguns passos à frente.  — O mínimo que deveria fazer é pedir desculpas! 

— Jabu, porque não enfia a sua opinião no rabo e cala essa sua maldita boca? — disse Seiya irritado. — Mesmo após tantos anos ainda continua a agradar Saori como um cãozinho buscando agradar o dono. Será que esses anos não lhe ensinaram a ter o mínimo de dignidade?

Aquelas palavras foram a gota d'água para Jabu, fazendo–o investir contra Seiya e tendo seu golpe bloqueado pela perna dele que, com seu peso fez descer seu braço e dar abertura para desferir um soco em sua face, fazendo–o virar o rosto e cuspir sangue, sujando o terno de Tatsumi.

— E se diz um cavaleiro? Até mesmo um soldadinho luta mais que uma mocinha como você. Ao acaso estava em falta bons aprendizes e lhe entregaram a armadura por caridade? — zombou Seiya mantendo a posição de luta.

— SEU DESGRAÇADO! — praguejou Jabu limpando o sangue da boca. ­­— VOU ENSINÁ–LO A DOBRAR A SUA LÍNGUA E RESPEITAR A SRTA. KIDO! 

— Já chega! — disse Saori com um tom mais altivo, mas sem aumentar a voz, mantendo olhar incisivo sobre os dois. Mais uma vez Seiya sentiu o peso daquele olhar. Jabu ainda tentou argumentar, mas novamente interpelado por Saori. — Por um caso ousa me desobedecer, Jabu? — disse ela voltando seu olhar para ele que o fez recuar. — Espero que esta excitação seja o mesmo quando assistir em sua apresentação, Seiya. 

— Como é? Apresentação? Do que está falando? — disse ele estranhando aquilo.

— O Torneio Galáctico. — Falou Tatsumi. — Um evento criado pelas Organizações Kido da qual vocês lutarão na grande arena do Coliseu.

A expressão de Seiya foi de incredulidade. Estavam realmente falando dele lutar num torneio? Ele ouvira algo a respeito no porto, mas tudo muito vago sobre lutas de guerreiros e golpes rápidos e poderosos, mas não se atentou aos detalhes. Ele a ouvia falar sobre o torneio ter começado há alguns dias e que ele seria o próximo. Nem ouviu quem era seu oponente, pois as explicações de Saori foram caladas pelo riso e gargalhada de Seiya.

— Você acha realmente que voltei, após 10 anos, para servir de palhaço para você? Você só pode estar de brincadeira. Acho que ainda não entendeu do porquê de eu estar aqui... — dizia ele controlando seu nervosismo, limpando o rosto do suor e se voltando para ela. — A única razão de ainda estar aqui, em sua presença, Saori, é quero que cumpra a promessa de seu avô e mais nada! Diga–me aonde está... 

— Eu não sei nada sobre sua irmã, Seiya. — disse Saori bem direta e objetiva, sem desviar seus olhos dele, mantendo a mesma calma em sua voz. — E para ser sincera pouco me interessa onde ela esteja ou deixe de estar. Nenhum acordo foi passado de meu avô para mim em seu leito de morte ou em seu testamento. Lamento não poder ajudá–lo quanto a isso.

A frieza nas palavras dela assustaram Seiya. Não havia qualquer emoção naquele rosto ou em sua voz. Ele sentiu a sua boca seca e outro soco na boca do estômago. Sentiu vontade de vomitar. Mesmo Jabu se impressionou com aquilo.

— Espero que tenha entendido isso. Agora, entregue sua armadura e descanse e damos esse assunto como encerrado! — disse ela virando as costas e pedindo a Tatsumi para que levasse seu chá no jardim. Saori ouviu movimento e viu Seiya dar às costas e franziu o cenho. — Aonde pensa que vai? 

— Não te interessa, e vá para o inferno! — dizia seguindo para a porta quando ouviu um risinho de Saori.

— Se vai ao orfanato, vai perder seu tempo. Eles não poderão ajudá–lo.  — disse ela cruzando os braços e piscando, brincando com a mecha de seus cabelos.

— Hunf! Um covarde, isso que você é, Seiya. — disse Jabu rindo. — Usando sua irmã como desculpa para não lutar...? Que deprimente! Pode ir, mas deixei a armadura!

Seiya apenas lançou um breve olhar ao Jabu e deu–lhe às costas, abrindo a porta. Contrariado, os olhos de Jabu faiscaram e Seiya sentiu como uma corrente elétrica percorresse seu corpo impedindo–o de se mover. A urna de sua armadura soltou–se de suas costas e levitou para longe de Seiya. Ele tentou alcançar, mas novamente sentiu seu corpo imobilizado e Jabu sorrindo para ele.

Seiya foi tomado por uma grande fúria e moveu os braços, livrando–se daqueles grilhões invisíveis, fazendo Jabu desestabilizar–se, sentindo apenas um golpe atingi–lo e jogá–lo contra a parede, derrubando um quadro do próprio Mitsumasa que Seiya contemplava há poucos instantes quando chegou. Mesmo Saori impressionou–se com aquilo.

"Maldito! Nem mesmo pude ver seu ataque. Como ele é rápido...", pensou Jabu se levantando e conferindo a marca do golpe na altura da barriga. A urna havia ficado no chão e Seiya se retirado, batido violentamente a porta. Tatsumi estava pronto para ir atrás quando foi impedido por Saori, esta bem próxima da urna e tocando–o de leve.

— Deixe ele, Tatsumi. Não se preocupe com Seiya. Ele vai voltar.

Tatsumi e Jabu trocaram olhares confusos, voltando–se para Saori que os olhou de canto e revirou os olhos, mais uma vez.

— Por que acredita que ele vai voltar, senhorita? — questionou Tatsumi.

— Seiya é um covarde. Só sabe falar! Duvido que ele seja capaz... — dizia Jabu sendo cortado por Saori.

— Pensem um pouquinho. Que escolha ele tem? Ele vai voltar e vai me procurar com o rabinho entre as pernas. Estarei esperando por ele. Não façam nada, apenas levem–no até a mim.  — disse Saori dando meia volta. — Estarei no jardim. E não esqueçam do meu chá.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Seiya preso num beco de saída, mas sabe que pode contornar a situação a seu favor.