Saint Seiya Initiu Legends: Saga Santuário escrita por Katrinnae Aesgarius


Capítulo 5
Pegasus Ressurge - O lendário Pegasus




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— Diga–me, Cassius. Alguma vez sentiu força do universo correr até a última célula de seu corpo?

Foram breves instantes segurando seu punho com a palma aberta sobre o gigante. Assistir aquela expressão de Cassius para com sua pergunta deixara Seiya bastante animado e seguro de sua luta. Marin assistia a tudo, alheia a todos, assim como a própria Shaina, mas esta tomado por uma súbita raiva que esta expressa com o fechar de seu punho a ponto de sangrá–lo.

— Pelo que vejo não aprendeu nada! Alguém que somente adotou a força destrutiva não parece entender o que é ser um verdadeiro Cavaleiro. — e empurrou o gigante, não movendo–o de seu lugar, mas o suficiente para saltar e ganhar uma distância segura. — Não é o Cavaleiro que escolhe a armadura, mas a armadura que escolhe seu cavaleiro.

 — Está me dizendo que não sou digno de receber a armadura? — disse Cassius, denotando mais raiva em sua voz ao ouvir aquilo de Seiya, um estrangeiro indigno como ele e tantos outros diziam. — Acha mesmo que essa coisa de... universo, vai te ajudar com alguma coisa, então me mostre!

Seiya o olhou mais uma vez para Cassius, movendo as mãos frente ao seu rosto, meneando negativamente quanto aquilo. Arqueou as pernas, mantendo a esquerda mais a frente e a direita mais atrás, não muito esticadas, estufou o peito e elevou o braço esquerdo à altura do peito e a outra elevada acima da cabeça. Os olhos de Seiya ganharam um tom mais forte e incisivo, e Cassius sentiu suar frio vendo aquilo.

— O que ele está fazendo? Que posição é essa? — indagou um soldado ao lado de Shaina, mas se calando em seguida quando viu a mesma se mexer, ganhando alguns passos à frente.

"Esse movimento, será possível que Seiya está... Não é possível! Ele está traçando, com as mãos, a forma de Pegasus, seguindo a posição das treze estrelas!? Como é possível que...", e olhou mais uma vez para a direção de Marin, tão compenetrada como a qualquer um dos presentes que mergulharam no silêncio observando aquilo, salvo alguns burburinhos.

Oui! — admirou–se um ruivo, um dos espectadores de expressão séria e indiferente. — Parece que um nouveau Cavaleiro.

 — Quem diria que esse garoto seria alguém...  — comentou seu colega de madeixas loiras mais rebeldes e picotados, tão compridas quanto de seu companheiro.

Cassius estava a se irritar com aquilo, seja movido pelo medo que tomava conta ou mesmo por seu instinto. Avançou mais uma vez contra Seiya de maneira destemida, fazendo Shaina se assustar adivinhando o que veria.

— CASSIUS, NÃO! — gritou ela para a surpresa da maioria. Pensou em conter aquilo, mas era tarde demais.

Seiya apenas aguardou e deixou seu cosmo ascender, despertando a atenção de alguns que assistiu aquilo surpreso em ver aquela emanação do garoto e a maneira como investiu contra seu adversário. Assim como aconteceu com Marin, Seiya disparou inúmeros golpes da qual Cassius não foi capaz de esquivar ou bloquear, recebendo cada um deles em pontos distintos num milionésimo de segundos.

Oh, mierda! Impressão minha ou aquele golpe conta com incontáveis socos!? — comentou um jovem de cabelos escuros mas volumosos para cima e caimento na nuca num forte sotaque espanhol. — Esse niño tem uma técnica interessante!

 — Alguns deles lembram... estrelas cadentes caindo na Terra. Semplicemente eccezionale!comentou outro ao seu lado de pele mais morena, cabelo escuro e olhos escuros, com forte sotaque italiano.

O corpo do Cassius foi marcado com os golpes de Seiya em todo seu dorso, braços e rosto, fazendo–o cuspir sangue e abrir feridas em sua pele. Todos no anfiteatro se surpreenderam com aquilo, principalmente quando o viu cambalear em direção de Seiya e desabar próximo aos seus pés.

Os primeiros segundos foi de hesitação, mas depois todo o anfiteatro se levantou ovacionando Seiya. Isso era algo da qual ele não esperava e não podia deixar de sentir–se orgulhoso.

A respiração de Shaina era forte, com seu peito subindo e descendo ao ver seu pupilo caído, inconsciente e alguns soldados até foram em seu auxílio. "Você vai me pagar por isso, Seiya!", pensou ela enquanto abria passagem por entre os soldados e se retirando dali.

Antes, porém, viu Marin, as duas se encarando por breves instantes, mas não houve qualquer tensão. Aiolia mesmo, num ponto mais acima, viu aquilo, se retirando em seguida também. A Amazona de Águia não deixou transparecer, e agradeceu por usar a máscara naquele momento, escondendo seus olhos vermelhos pelas lágrimas.

— Athena reconheceu Seiya como um de seus Cavaleiros. Como prova disso, entrego a sagrada armadura de Pegasus.

Após toda a euforia ao fim daquilo, o Grande Mestre ganhou a frente, fazendo todos se silenciarem, a maioria se sentar. Seiya estava ao centro da arena e vendo os dois guardiões que acompanhavam o Patriarca colocarem a urna de brilho bronzeado à sua frente, reluzindo com aquele sol de fim de tarde. Seiya estava diante dela, contemplando seu 'troféu'. Após anos de treinos, humilhações, era agora sagrado Cavaleiro. Aproximou–se dela e ameaçando tocá–la quando ouviu uma chamada do Grande Mestre.

— Contudo, é necessário que tenha ciência de seu dever, Seiya. — disse ele de maneira imponente, fazendo Seiya recolher sua mão e ajoelhar–se, olhando para o Patriarca como Marin havia recomendado tantas vezes. — Os Cavaleiros juraram proteger a Terra ao lado de Athena lutando pela justiça. Em outras palavras, a sagrada armadura deve ser usada somente pela justiça e nunca por motivos pessoais.

Seiya assentiu, recebendo todas as recomendações e fazendo o juramento antes do encerramento. Manteve naquela posição até a saída do Grande Mestre e tomando a urna em mãos. Era ligeiramente pesada, mas suportável. Sentiu uma grande vontade de usá–la naquele momento, mas pensou nas palavras do Grande Mestre e desistiu. Recebeu congratulações de alguns poucos colegas de treino, não sendo mais que meia dúzia, e olhares desgostosos de outros que lhe deram às costas. por fim, Seiya queria apenas descansar.

Após os eventos daquela tarde, a noite chegou rápido. Um merecido descanso, era tudo que Seiya queria após um banho rápido numa das termas mais distantes do Santuário. As suas águas eram quentes devido a concentração de rochas que, ao longo do dia, ficavam expostas ao sol e ajudando a aquecer o lago que formava a fonte. Era perfeito para relaxar após aquele longo dia de tensão. Lembrar das chacotas de sua chegada e a ovação de sua vitória o fez sorrir orgulhoso.

"Consegui, Seika! Consegui! Sou um Cavaleiro!", pensava ele, tomando o colar que deixara nas pedras e vendo, mais uma vez, a foto da irmã. Foram quase dez anos sem contato, com a lembrança dela correndo atrás do carro quando foi levado para a mansão Kido. "Mansão Kido...", e fechou o relicário, acolhendo-os em seu punho fechado que foi levado à altura dos lábios. Havia conquistado a armadura, e aquele seria apenas o primeiro dever cumprido.

Olhou para o céu e notando a tarde se despedir. Lavara os ferimentos, a poeira e o sangue, tal como dos trapos de sua roupa de treino mais digna de jogar fora. Vestira a outra mais limpa e seguiria para o descanso. "Dez anos...", pensou, olhando o Monte Zodiacal e demorando-se no Templo de Athena. "Quem sabe um dia...?", e sorriu, dando às costas para seu retorno.

De volta ao seu alojamento, uma dos diversas casernas antigas que havia espalhado próximo ao Santuário, o jovem sentia–se atraído pela urna que estava sobre a mesa. Havia uma capa de couro que a cobriria para seguir viagem logo ao amanhecer, mas estava adiando fazer aquilo. O entalhe da urna com ramos de oliveira acima e abaixo de Pegasus em relevo eram simplesmente lindas.

Por um instante, Seiya sentiu–se tão atraído que não percebeu que estava a tocar numa espécie de aldrava na altura da boca do cavalo. Pelo que havia visto, não parecia ter uma abertura, somente aquilo. Seria uma chave? Ele ia puxar quando ouviu a voz de Marin, assustando–se e batendo com o joelho na cadeira, soltando um grito de dor.

— Caramba, Marin, que susto! O que está fazendo aqui? — disse estranhando aquilo e massageando o joelho.

— Troque–se logo e vamos sair daqui. — disse ela de maneira evasiva, jogando para ele uma muda de roupas e calçado. — Ande logo! — e fechou a porta.

Seiya nada entendeu. Apenas obedeceu removendo as suas habituais roupas de treino e vestindo uma calça de jeans surrada com rasgo na altura do joelho, uma blusa vermelha regata e um tênis branco já amarelado, mas que vestiu muito bem. Nem bem pegou a capa quando ouviu Marin abrir a porta e chamando–o para andar rápido, mandando–o deixar a capa e saindo apressados, escondendo–se por entre as ruínas.

Seiya só entenderia quando viu alguns soldados, aqueles que sempre acompanhavam Shaina, entrarem na propriedade praticamente arrombando a porta. Não tivera tempo de perguntar o que aconteceu, somente que deveriam sair dali e rápido, sem serem notados. O jovem Cavaleiro assentiu, acompanhando sua mestra ainda que não entendesse bem o que acontecia. Até entendia a razão, mas não esperava que seriam tão radicais aquele ponto.

Um dos soldados que se mantivera num ponto mais alto enxergou Marin e Seiya em fuga e chamou pelos outros, iniciando uma corrida que fez a amazona golpear algumas ruínas e atrasá–los suficiente para ganhar tempo. Em outro momento, foi a vez de Seiya a fazer o mesmo, abrindo buracos no chão numa armadilha da qual, quando pisaram, afundaram e descendo uma ribanceira próxima. A tentativa valeu, pois ganharam boa margem de distância.

— Por que estão fazendo isso? Eu não sou agora um Cavaleiro reconhecido por Athena e a armadura entregue pelo próprio Grande Mestre? — indagava Seiya pulando um obstáculo e correndo ao lado de Marin com a urna nas costas. Não imaginava que ele seria capaz daquilo.

— Acha mesmo que eles deixariam levar a armadura depois do que fez ao preferido de todos, um pupilo da Shaina? — disse Marin olhando pra frente, sem interromper a corrida. Seiya engoliu a seco, não acreditando no que ouvia. — Eu percebi a reação de Shaina, ela jamais permitirá que saia daqui! Não você... Não a armadura de Pegasus...!

As palavras de Marin foram cortados quando sentiu aquele cosmo agressivo se aproximando, fazendo–a parar e Seiya a alguns passos à frente. Ele também sentiu aquilo, voltando–se para Marin e perguntando de quem poderia ser.

Não demorou para perceber uma silhueta surgindo distante entre as ruínas, os cabelos esvoaçando com o vento daquela noite. Seiya a reconheceria em qualquer lugar. Tomou uma postura mais agressiva e ficando frente a Marin como se fosse um escudo. Shaina parava acerca de 10 metros de onde estavam.

— O que você quer, Shaina? Por que está me seguindo? — Gritou Seiya num tom irritado e ofegante. Shaina, por outro lado, era completamente indiferente. — Conquistei a minha armadura por meu mérito...

 — Mérito? Não me faça rir. O que foi aquilo que fez contra Cássio não foi trapaça? — disse Shaina com ar zombeteiro. Foi a vez do Seiya rir.

— Trapaça? Que culpa tenho se não foi competente o bastante de ajudar Cassius com o cosmo além de força bruta? — e riu de modo contido, olhando pra Marin que se mantinha parada e observando as ações de Shaina que também mantinha–se neutra até ali, mesmo com aquelas palavras de Seiya.

— Marin, sabia que fugitivos são punidos com morte? Por que está ajudando Seiya? Sabe que pode ser punida tanto quanto ele. — comentou Shaina olhando em direção da amazona. — Pretende manchar a sua reputação contra esse desertor?

— Desertor? Quem aqui é desertor? Está com raiva porque venci o queridinho de todos que, por coincidência, era seu aprendiz, Shaina? Venci honestamente. Por que não aceita que perdeu?

 — Você apenas teve sorte, Seiya. — comentou Shaina sem hesitar — Cassius apenas foi estúpido o bastante para não perceber isso. — e suspirou com leve ar de tédio. — Mas agora, vejo que todos estavam certos ao seu respeito, não passando de um ladrãozinho roubando a armadura e fugindo, e o que é pior... Acolhido por você Marin. — Seiya indignou–se com aquilo. Ao acaso ela estava responsabilizando a Marin de sua fuga quando enviara soldados à sua cola para matá–lo? — Estou oferecendo a chance de entregá–lo, ou pretende lutar comigo?

 Não houve respostas, apenas o uivo do vento enquanto Seiya ficava entre as duas observando a reação de cada um. Ao longe era possível ouvir as vozes dos soldados que deixaram para trás, mas ainda pareciam perdidos. Após aqueles minutos, Marin quebrou o silêncio com um riso, chamando a atenção de Seiya.

— Se acredita que Seiya venceu por sorte, talvez ele possa mostrar o contrário e de que foi digno de conquistá–la. — comentou Marin para a surpresa de Seiya. Ela estava realmente jogando–o contra Shaina. — Porém, se ele ganhar, deverá deixá–lo ir, Shaina.

Shaina riu daquilo, até virar uma gargalhada. Seiya ficou alternar seu olhar para sua mestre e para a outra que gargalhava. estavam realmente apostando tudo nele? Seiya engoliu a seco segurando as alças de couro da armadura e observando o cosmo que a amazona ascendia diante dele. Seus olhos focaram em Shaina como se a mesma se transformasse numa grande serpente numa nuvem vermelha de raios.

A sua partida e sobrevivência estava unicamente em suas mãos.


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo:
A busca pelo passado e o confronto com antigo desafetos.



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