Saint Seiya Initiu Legends: Saga Santuário escrita por Katrinnae Aesgarius


Capítulo 17
Torneio Galáctico - Infiltrados


Notas iniciais do capítulo

Do Santuário ao Oriente, muitos segredos a serem revelados, deixando que pouco a poucos as ameaças reais se revelem numa cortina de intriga e conspiração.



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Santuário de Atena, Grécia

Os passos ecoavam no corredor do Templo do Patriarca. Ao longo do caminho, podia–se admirar as paredes brancas em blocos de mármore e fios dourados a 1,20m do chão, seguindo depois escorrida até o teto, com suas quinas trabalhadas em gesso criando um visual estereóbata — em três camadas — num 'fundo' no alto. O corredor era ainda acompanhado por colunas jônicas, caneladas de arestas aparadas adornadas por ramos das mais belas rosas vermelhas. Porém, aquele que ali seguia, não estava ali para contemplar a arquitetura daquele templo secular. Estava ali para um dever.

Os seus passos seguiram sem interrupção, cessando apenas diante da grande porta dupla de madeira com detalhes emoldurados que lembravam folhas de oliveiras em um ouro antigo. No alto da porta as folhas que se seguiram em espiral, mantinham–se cruzadas e abertas. Pequenos frutos, a oliva, eram vistas brilhantes em suas hastes, entre as folhas. Na porta, dois guardiões garantiam a segurança, segurando lanças de haste dourada. Mesmo diante daquele Cavaleiro, era necessário seguir o protocolo. Uma vez que estavam à portas fechadas, somente adentravam sob a ordem do Patriarca. Porém, aquele caso havia uma exceção.

Sendo guardiões do templo suas vestimentas ganhavam um ar mais  nobre, com vestes brancas  com bordados em amarelo na gola alta e sem mangas. A blusa descia em corte reto e criando um V na altura do quadril e fazendo um fechamento na frente, presa com um cinto de couro. As ombreiras e peitoral eram de bronze, assim como a braçadeira e o elmo estilo trácio, com viseira que criava uma sombra no rosto e uma haste com plumas curtas no alto — ausente nos soldados que rondavam o Santuário, estes usando vestimentas mais escuras e proteção em couro com detalhes metálicos.

Após a formal apresentação, a porta foi aberta pelos guardiões empurrando, cada um, um lado da porta, dando passagem ao Cavaleiro com sua indumentária dourada e a capa de seda branca e desenho azul na borda em forma de cristais, além do forro interno em um forte azul. Quando as portas foram fechadas atrás de si, os guardiões perceberam pequenos cristais de gelo desaparecendo no ar, além de uma brisa fria deixada na antessala.

A Sala do patriarca era espaçosa, embora fosse retangular. Seguia o mesmo estilo externo com pilastras e tonalidades brancas e adornos dourados. O diferencial estava na tapeçaria que destacava o corredor até onde se encontrava o trono em mármore — adornado com fios de ouro e folhas de oliveira de modo rústico nas laterais e um círculo na altura da cabeça que lembrava um escudo — onde o Patriarca do Santuário e o Grande Mestre recebia seus cavaleiros. No centro do salão uma iluminação criava um reflexo no chão com alusão de uma ave de asas abertas fechando num círculo, proveniente da abóbada ali presente. Era impossível ignorar aquele detalhe.

O cavaleiro, caminhou sem pressa, aproximando–se o suficiente para prestar a devida reverência. Agachara–se encostando o joelho direito no chão, a mão direita frente ao corpo apoiando–se com punho fechado enquanto a outra segurava seu elmo. Tinha os cabelos de fios longos genuinamente ruivos levemente ondulados, com cortes em camadas ao alto pendendo para a esquerda com uma mecha maior caindo sobre a face na altura dos olhos. Na lateral, outra longa mecha descendo ondulado sobre o peito, sendo cabelo longo descendo pelas costas. Tinha um rosto longo, de traço sisudo ao mesmo tempo suave. O semblante era sério e seu tom de voz refletindo sua seriedade

— Grande Mestre, trago notícias. — disse o cavaleiro com forte sotaque francês. Levantou a cabeça para fitá–lo quando teve a permissão. — Informações sobre a missão no Oriente.

— Que informações seriam estas, Camus de Aquário? Algo referente sobre o dito torneio de cavaleiros? — indagou o Grande Mestre com seu tom de voz forte e imponente. Usava uma máscara obsidiana brilhante que desenhava seu rosto, mas com os olhos em âmbar avermelhado, o que deixava o Patriarca ainda mais misterioso.

Há dezesseis anos, a presença do Grande Mestre já não era algo frequente, dada a sua idade avançada e sua saúde em declínio. Após o atentado, essa presença minguou cada vez mais até ficar limitada apenas ao que era realmente essencial. A máscara usada por ele desde então foi resultado da fatídica noite em que fora marcado pelo 'traidor'. O seu nome foi proibido de ser mencionado e apagado dos anais do Santuário. Sobre sua face oculta, muita se especulava as sequelas do atentado. Falava–se desde uma grande cicatriz a uma deformação, mas nem mesmo os servos pessoais o viam sem a máscara.

— Sim, eles chamam de Torneio Galáctico, sendo transmitido para todo o mundo e financiado por uma fundação renomada da família Kido. O evento está sendo realizado através de sua neta. — dizia Camus relatando as informações. Observava os dedos adornados de anéis do grande mestre por baixo de sua casula branca, vestimenta que cobria todo o seu corpo. Dedilhavam sobre o braço do trono denotando certa impaciência. — Porém, existe algo relevante nesse torneio acerca do prêmio a ser concedido ao campeão, descrita como armadura de centauro.

Os dedos pararam no ar, segurando os braços do trono com mais firmeza enquanto o Grande Mestre jogava pouco mais o seu corpo para frente. Ele repetiu as últimas palavras do cavaleiro de Aquário de modo a fazer–se entender se ouvira aquelas palavras, sendo confirmada com aceno de cabeça.

— Acredito que possamos estar diante da armadura perdida de Sagitário, Grande Mestre, e seja esta a ser oferecida nesse Torneio Galáctico. — finalizou Camus temporariamente enquanto analisava a reação do Patriarca.

O Grande Mestre voltou a se recostar no trono, e foi perceptível o quanto aquilo parecia ainda transtorná–lo após tantos anos. As grandes ombreiras em um vermelho acetinado com cravos  que se fechavam próximo ao pescoço subiam e desciam denotando sua respiração pesada.

— Então ela se encontra no Oriente... — disse o Grande Mestre pensando alto, levando a mão próxima ao rosto, mas sem tocá–lo. — A armadura de Ouro de Sagitário. — voltou–se para Camus, controlando mais seu estado e mantendo sua imponência. — Por que acredita que possa ser ela após estar desaparecida há tanto tempo? 

— Tenho alguém infiltrado no torneio que está investigando sobre isso nesse momento, levantando o máximo de informações sobre a origem dessa armadura. — relatou Camus com objetividade. — Além disso, existe outra informação relevante. É sobre o jovem que recebeu a armadura de Pegasus. Ele também se encontra no Oriente e participa desse torneio.

O Grande Mestre dedilhou sobre os braços do trono novamente, mostrando–se pensativo. Quando indagado pelo Cavaleiro de Ouro se deveria mandar seu agente executar o 'fugitivo', o Patriarca apenas  levantou a mão em uma forma de basta, de negação.

— Não, não faça nada por hora. Quero que concentre–o para investigar sobre quem, como, quando e onde conseguiram a armadura, se for confirmado que seja a de Sagitário. — disse o Grande Mestre. — Mantenha–me informado sobre, Camus de Aquário. — e o dispensou.

Camus atendeu a ordem, baixando a cabeça em respeito e colocando o elmo antes de se levantar. Girou o corpo sobre o calcanhar, fazendo sua capa esvoaçar e seguindo silencioso à porta, até ser chamado pelo Patriarca. Ele já se encontrava de pé e parado ao lado de trono. Este, ao se virar, mostrou–se vestindo um quiton, bem trabalhado sob a casula, com bordados manuais na barra da túnica que caia até os pés e de mangas compridas. Um cinto em couro dourado fechava–se em sua cintura.

— Disse que o evento é organizado pela neta dessa família Kido... — questionava Saga vendo Camus se aproximar alguns passos somente e confirmando com aceno. — Qual a idade dessa jovem? 

— A jovem está na casa dos 15 anos. Pedirei que investigue sobre ela se assim desejar. — disse Camus, recebendo a permissão do Grande Mestre e se retirando por fim.

Ao ouvir a porta se fechar, o Patriarca removeu momentaneamente a máscara, mantendo a face sombreada. mantinha os dentes cerrados e uma respiração pesada enquanto fechava os punhos. Ao levantar a cabeça, seus olhos brilharem num vermelho intenso meio às mechas prateados de seus cabelos.

Ela estava no Oriente.

Após quase 16 anos, ele a encontrara no Oriente.


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Oriente, Japão

Havia demorado a pegar no sono naquela noite, e quando isso acontecia perdia–se a contemplar o céu e observar as estrelas. Havia um telescópio na sacada de seu quarto, um dos últimos presentes de seu avô antes de morrer. Por diversas vezes perdia a noção do tempo olhando o céu, e aquela noite estava linda apesar de algumas nuvens. Foi até mesmo capaz de registrar uma estrela cadente, conseguindo gravar aquele momento com qual ficou a rever ao deitar–se na cama até adormecer.

No silêncio de seu sono, Saori teve a sensação de ouvir algo. Um relógio estilo rococó analógico descansava em sua cabeceira, com coloração dourada em cima e ganhando tons esverdeados embaixo criando alusão de folhas de oliveira e seus frutos e flores brancas, e seu pedestal lembrando uma antiga caixa de joias.

Os números em arábicos marcavam 3h da madrugada, mas o ponteiro dourado dos segundos não se movia. Saori olhou aquilo com estranheza, levantando–se para tocá–lo quando ouviu uma respiração pesada às suas costas. Virava–se devagar, vendo nada senão um grande vulto e um brilhante objeto que reluziu dourado, descendo até ela, cegando–a completamente.

Saori levantou–se de imediato. Os seus olhos azulados estavam arregalados e sentia o coração bater acelerado. As cortinas de seu quarto foram abertAs deixando a fraca luz do sol iluminar o ambiente. Uma das empregadas, uma jovem de cabelos castanhos escuros com fios ondulados caindo sobre a face e preso em coque na nuca, a fitava cumprimentando com um bom dia.

A jovem trazia uma bandeja com seu desjejum, sendo um pouco do ocidental e do oriental. Havia três tigelas brancas — uma contendo fatias de laranja criando uma borda para os morangos, a segunda trazendo quadradinhos de tofu regado com molho shoyo e a terceira com pequenas torradas. Um copo com suco de laranja e um pequeno prato ao centro com um omelete pequeno.

A jovem colocava com cuidado a bandeja sobre a cama onde estava Saori, pouco atentando–se ao estado da jovem Kido após despertar assustada. Até tinha se sentado, mas ainda estava inquieta. Quando a empregada percebeu, indagou preocupada.

— Es–Está tudo bem, Kurai... Foi apenas um pesadelo. — respondeu Saori recebendo a bandeja, já comendo um morango. — E Tatsumi? 

— Saiu logo cedo, mas avisou que voltaria antes do almoço. — disse levando as duas mãos para frente do corpo e curvando–se para Saori que logo a dispensou.

Saori pouco mexeu em seu desjejum, bebendo mais da metade do suco num único gole  e recostando-se na cama. Mordiscou os dedos da mão e colocou a bandeja mais afastada, levantando–se da cama e caminhando até uma sala adjacente ao seu quarto. Havia um grande armário de vidro chanfrado onde guardava o báculo dourado, ornamento que a acompanhava naquele evento. Estava guardando, preso na base. Saori abraçou o próprio corpo e olhando perdida para a sala.

Nunca um pesadelo a havia a transtornado tanto.

— Trouxe novos relatórios médicos. Ichi deve receber alta nesta tarde. Mandarei um carro ir buscá–lo e vir direto para a fundação de modo a evitar a imprensa. — dizia Tatsumi entrando no escritório onde se encontrava Saori, sentada na poltrona com as pernas cruzadas no assento e dobrando um jornal, colocando na mesa ao lado. Ainda tinha um semblante pesado, notado pelo seu tutor. — Aconteceu algo, Srta. Kido? 

— Não, não é nada. — mentiu ela. — E sobre o que pedi ontem. Alguma novidade?  — dizia esticando o braço quando Tatsumi evidenciou uma pasta preta.

— Infelizmente... — dizia ele entregando a pasta com selo da Fundação Graad. — Certo que pedi prioridade no Japão, mas entrei em contato com algumas de nossas outras sedes, mas em nenhuma houve procura.

Saori assentiu, olhando os documentos, folheando algumas páginas. Arqueou o semblante e torceu a boca a contragosto.

— Bom, quem sabe amanhã não tenha mais sucesso em sua luta. Mantenha–nos apenas alertas para qualquer coisa. — disse ela fechando a pasta e colocando na mesa ao lado. — Bom, apenas reforce o que foi dito na última luta. A última coisa que preciso é que aquele bando de arruaceiros acabem com tudo por causa de suas briguinhas, muito menos alimentar aqueles abutres da mídia, que me perseguem onde quer que eu vá. — dizia Saori de maneira incisiva, parando para respirar e bebendo um pouco de água servido pelo próprio Tatsumi. — Eu planejei tudo cuidadosamente para honrar a memória de meu avô, e não permitirei que qualquer um estrague esse sonho.


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Estava uma brisa acolhedora aquele fim de tarde. A vista para o mar sempre parecia tranquilizador, e isso era uma das sensações que Seiya tinha falta no Santuário já que ficava longe dos mares do Mediterrâneo. Em 10 anos, somente se aproximou uma vez numa corrida com Marin, mas  distanciar–se demais dos limites do Santuário sempre era um risco da qual sua mestra não quis arriscar uma segunda vez.

— Quanto a isso, tive mais sorte. Os meus últimos dez anos foi numa ilha. — comentou Shun sentado no parapeito de cimento da ponte onde estavam. Seiya estava de pé ao seu lado, meio debruçado. — É curioso como o mar parece calmo aqui, enquanto que na ilha eram agitadas como era nossos treinamentos. Muitas vezes vi o sol mergulhar no mar como vejo agora. 

— Mas ainda me sinto um estranho aqui. — comentava Seiya com os olhos fixos no mar. — É como se meu lugar... não fosse mais aqui. — e se calou, chamando a atenção de Shun que ficou a olhá–lo por alguns instantes e levantando-se em seguida. — Também se sente assim, Shun? 

Shun baixou o olhar e respirou fundo, assentindo. Haviam se passado quase dez anos, alheio a tudo no mundo. Voltar para aquele 'mundo humano' parecia algo fora da realidade em que estiveram desde então. Era uma questão de readaptação, em ter de reaprender e inserir–se naquele núcleo. Ambos não imaginavam o quanto isso seria complexo em sua simplicidade.

— Eu... Eu só queria rever meu irmão. — disse Shun com um ar triste e nostálgico. A brisa que cortava ali fazia seus cabelos dançarem, assim como os de Seiya, este que voltou o olhar pra ele. — Desde que cheguei, é a única coisa que realmente quero. Rever meu irmão. 

— Quanto a isso... somos bem parecidos. — comentou Seiya tentando sorrir, mas conseguindo apenas soltar um suspiro pesado. — Eu também voltei somente por uma pessoa...  e espero reencontrá–la.

Aquelas palavras fizeram a voz de Seiya soar embargada. Não chorava e nem denotava isso, mas era uma sensação tão dolorosa quanto aquela sentida por Shun que percebeu isso e franzindo o cenho com estranheza. Antes que perguntasse quem, Seiya pareceu ler seus pensamentos e retirou um cordão que trazia no pescoço com um relicário oval. Seiya abriu com cuidado e mostrando para Shun com a foto dizendo ser sua irmã.

Seiya explicou tudo ao Shun que se mostrou surpreso dele revelar sobre Seika, de quando foram separados no orfanato e levado pela Fundação e nos dois anos sem qualquer contato com sua irmã. Lembrou até mesmo das fugas que cometia buscando fugir da fundação para voltar ao orfanato, algo da qual Shun relembrou quando, numa das tentativas, ele fraturou a perna. Tentaram rir disso, mas mesmo Seiya não conseguiu. A raiva que ele sentia era muito maior.

— Agora entendo porque tem tanta raiva dos Kido. — comentou Shun após breve silêncio.

— Os Kido me separaram da minha única família. Eu voltei porque esperava reencontrá–la nos Kido, como Mitsumasa me prometeu, mas... — Seiya socou o parapeito, voltando a se apoiar no mesmo com a cabeça baixa. — Não tinha qualquer razão de voltar aqui. Voltei pela Seika, pela minha irmã! 

— Por isso aceitou participar do Torneio Galáctico. — disse Shun fitando Seiya. — Assim espera que ela o encontre. 

— Se ela aparecesse aqui, agora na minha frente, Shun... — dizia Seiya se voltando para ele. — Eu largaria tudo, sem pensar! Mandava Saori e o torneio pro inferno! Mas esse Torneio é a única chance que tenho de que Seika me encontre. Que ela me veja na TV, nos jornais... e saiba que... que voltei.

Seiya se afastou do parapeito sob o olhar de Shun que o fitava com aperto no peito. Caminhava de um lado para o outro, com as mãos ao alto, passando a mão nos cabelos, e de repente riu, voltando–se para Shun.

— Você tem mais chances de rever o Ikki que eu rever a minha irmã, Shun. — disse com a voz triste. — Ao menos você sabe que ele vai voltar. Cedo ou tarde, Ikki vai aparecer. Mas a Seika... eu nem sei onde procurá–la! 

— Eu ajudo você a procurá–la, Seiya. — disse Shun com convicção, surpreendendo Seiya que o fitou surpreso. — Ikki aparecendo ou não, eu vou ajudá–lo a encontrar sua irmã, esteja onde estiver, com ou sem ajuda da Fundação. 

— Shun...? — Seiya tentou sorrir ouvindo aquilo. — E–Eu... Eu não sei... 

— Amanhã é sua luta, não é mesmo? — Seiya confirmou, e Shun buscava centrar naquele contexto. — Vamos pensar que seja uma nova chance dela vê–lo pela TV e vir à sua procura. Seja pela Fundação Graad ou por ela mesma. Deixemos que Saori faça sua parte como prometeu e faremos a nossa. Por hora, se concentre em sua luta... e ganhar!

Seiya finalmente sorriu, levantando a mão e indo de encontro ao de Shun que também elevou o braço e indo de encontro ao de Seiya.

— Obrigado, Shun. — agradeceu Seiya.

Não muito longe dali, num ponto mais elevado da rua, alguém os observava de longe. Usava um boné preto de couro, assim como a jaqueta que usava, e óculos escuros. As madeixas loiras era forte evidência que o denunciava. Sorriu de maneira cínica e soltou um longo suspiro, baixando os óculos e exibindo cristalinos azuis.

— Tem sorte, Seiya. Você é alguém de muita sorte... Talvez possa ser mais útil vivo, por hora. — e riu baixinho. — Veremos como se sai amanhã em sua luta, e faça uma boa apresentação porque seria bastante... oportuno.

Levantou o óculos e seguiu pela rua, deixando finos cristais de gelo se perderem no ar.


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Santuário de Atena, Grécia

Um homem de corpo grande cruzava os corredores do templo. Vestia um quiton branco preso com uma fíbula simples nos ombros, deixando um caimento sobre seu peito e caimento até pouco acima dos joelhos e bordados na barra. Na cintura, uma amarra de corda de couro com fios dourados. Usava sandálias de dedos em couro estilo helenístico de amarras até pouco acima do tornozelo. Não tinha mais que 20 anos. Tinha os cabelos curtos bem aparados e bem claros, além de uma expressão forte num rosto quadrado.

Servir ao Patriarca era seu grande desejo desde quando o viu salvar seu pai, permitindo que vivesse mais alguns anos até morrer pela idade já avançada. Desde então, em gratidão, passou a servir ao Grande Mestre cuidando de seus aposentos e vestimentas em alguns dias da semana como aquela. Naquele momento, levava vestimentas limpas para que vestisse para sua comunhão com Atena, após seu banho de purificação.

Enquanto deixava as roupas em seus aposentos, ouviu algo que o intrigou. Ouvia vozes alteradas vindo da sala de banho do Grande Mestre. Ninguém tinha permissão de entrar ali, mas ouvia algo que soava uma discussão. Pensou chamar alguém, mas poderia ser tarde. Correu até a sala de banho, removendo as cortinas junto a entrada chamando pelo Patriarca e parando perplexo com a imagem que via diante dele.

O jovem empalideceu, os olhos arregalados olhando para o homem que se levantava da piscina e o encarava. O seu corpo era digno das esculturas gregas, com músculos definidos, uma obra tão perfeita quanto seu rosto jovem e sem qualquer marca que alimentavam as histórias da 'fatídica noite'. Porém, o mais sombrio era seu olhar, a última imagem vista pelo jovem antes que uma explosão de luz fosse ao seu encontro e jogando–o nas águas.

O misterioso homem deu às costas seguindo de volta ao quarto e fazendo um gesto com a mão. Uma outra luz surgiu e desapareceu, numa questão de segundos.

O corpo também havia desaparecido.


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Notas finais do capítulo

Nos próximos capítulos:
A Cúpula do Coliseu se reúne para uma grande batalha entre cavaleiros, as ameaças saem das sombras e uma esperada revelação.



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