Trevas e Fogo escrita por Nathally Howard


Capítulo 6
Em Baixo da Terra //Nathally


Notas iniciais do capítulo

Hey! Como vocês estão? Provavelmente, cansados de ler sobre a Nathally... Eu acho que postarei um capítulo bônus dela e depois começarei a parte da Sofia... Quem é Sofia (que até agora não foi citada na história)? Esperem e descubram ;)
Kissus da Nathy *-*



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– Hey, Nathy...

Nico disse enquanto secava as duas lagrimas de meu rosto.

– Os filhos de Hades não tem um passado tão bonito... É normal.

Eu não queria estar chorando, mas quando ele me contou a verdade... Foi como se um dos meus maiores medos se concretizasse. Na verdade, foi bem isso.

– Obrigada, Nico, mas... Mas foi diferente, eu não deveria estar viva... Aposto que nem Hades gostaria que eu ainda respirasse.


Ironicamente, respirei fundo e tentei me conformar com a realidade. Chega de choro... Era a verdade, fazer o quê? Agora eu sabia de tudo, mas o que iria mudar? Hades ainda não tinha me reclamado, e, de acordo com Nico, nunca ira fazê-lo. Eu tinha poderes super estranhos e não sabia usá-los, enquanto não os dominassem, apenas dificultariam minha vida.

– Nathy, eu sei que isso deve estar sendo difícil para você, nada é fácil para nós. A vida parece nos odiar.

Eu balancei a cabeça vagarosamente, indicando a ele para continuar.

– Eu pensei... De irmos ao Mundo Inferior, você precisa aprender a controlar seus poderes... Além de que Hades seria obrigado a te reclamar, então você consegue permissão para ficar no chalé 13... Bem, ele é o seu chalé de verdade...

Eu o olhei por algum tempo, pude ver a rara expressão solidária em seu rosto. Por trás da máscara sombria, Nico se revelava um garoto bem legal. Ele queria me ajudar.

– Seria ótimo... Irmãozinho?

Ele soltou uma risada, era uma risada gostosa de ouvir.

– Então o que você acha de irmos agora, irmãzinha?

– Espere... Agora? Nesse exato momento? Devem ser umas 3 da madrugada agora! – Não pude conter a surpresa em minha voz.

– É melhor ainda. É mais fácil viajar nas sombras quando está escuro, além de que amanha podemos mandar uma mensagem de íris para o Acampamento falando que você vai ficar fora por uns... 2 meses de treinamento?

Fora por 2 meses para treinamento... Treinando uma coisa que eu sei fazer, pelo menos tenho a capacidade de realizar. Isso seria muito bom... Mas e quanto a Connor? Se ele não voltar... Não. Ele tinhaque voltar.

Então estava tudo okay... Eu iria para o Mundo Inferior treinar porque sou filha de Hades, o cara que não deve gostar de mim. Iria nesse exato momento por meio de viagem nas sombras... Pera, viagem nas sombras?

– Viajar nas sombras? – perguntei. Eu não tinha medo de qualquer coisa medonha que pudesse aparecer nessa viagem, mas estava com receio de como iríamos fazer isso. Sei que os filhos de Hades podem fazer isso, mas como? Nós iríamos nos transformar em sombras? Ou agarrar uma sombra e esperar que ela nos leve até lá? Ou...

– É, não é nada muito assustador, mas se precisa de energia. O que temos já é bastante. Seria mais complicado se estivéssemos cansados e com sono... Bem, funciona assim uma sombra é invocada, você vê o mundo se dissolvendo em sombras, também sente a si própria dissolvendo, no segundo seguinte você está no lugar desejado e pouco mais cansado. E se você já tiver cansada e invocar uma sombra, você se sente um milhão de vezes mais cansado. – Ele explicou-me.

–Hum... Okay. – concordei. Então eu e o mundo iríamos nos dissolver em sombras e eu iria para a terra dos mortos. Claro, quem nunca?

– Certo, vá ao chalé 11 e pegue suas coisas, não vamos voltar para cá por um bom tempo, acho.

Fiz que sim com a cabeça e no mais absoluto silencio fui ao chalé. Felizmente, não tinha ninguém acordado. Peguei minha mochila e comecei a arrumar minhas coisas, coloquei todos os pares de roupa que tinha, não eram muitos, quatro camisas de Acampamento, quatro jeans, dois shorts jeans e uma blusa vermelha sem mangas. Além da minha queridíssima jaqueta preta. Coloquei também alguns pacotinhos de Mentos que tinham me dado no chalé e dracmas de ouro. Enfiei por último as partituras que a filha de Apolo havia me dado, não sei por que fiz isso, talvez seja uma lembrança dela pelos próximos 2 meses, ou seria uma precaução anti furto. Calcei meu All Star e quando estava quase saindo, lembre-me de algo. Peguei um papel e nele rabisquei:

Noticias minhas pela manhã. Xxx. Nathy”.<

Joguei-o em cima da minha cama e saí.

Assumo que estava ansiosa para deixar o Acampamento e ir para debaixo da terra, além de que Nico estava me apoiando muito. Ele me fazia sentir que ele era como um irmão mais velho... O que na verdade ele era.

Mas nós não nascemos no mesmo ano? Tudo bem que eu nasci um pouco depois, mas o Nico parece ser pelo menos um ano mais velho... Esse negócio de idade é estranho.

– Pronta? – indagou-me Nico quando voltei.

– Sempre. – respondi com um sorriso de canto.

– Tudo bem, segure a minha mão.

Eu segurei.

Por meio segundo nada aconteceu, então o mundo pareceu se dissolver em sombras, grandes sombras escuras e finas. Eu me senti que derretia, como um sorvete em um dia de calor.

No segundo seguinte eu estava de pé numa sala bem espaçosa. As paredes pareciam ser feitas de sombras sólidas e o piso era de um mármore acinzentado. O teto era escuro e um grande lustre prateado se prendia lá por correntes invisíveis. Tanta para a esquerda, como para a direita, via-se corredores. Esqueletos guardavam cada corredor, mas não eram aqueles esqueletos como os de Halloween. Eles pareciam humanos, usavam roupa militar e carregavam fuzis M16, não tinha dúvida que saberiam usar muito bem a arma. O que denunciava a sua falta de vida eram os olhos amarelados e a pela acinzentada, dando para ver sua carne, que era num cinza claro, transparente quase invisível. Isso também possibilitava enxergar seus ossos, como num raio-X, só que bem mais realista e com um branco de se cegar os olhos. No centro de tudo aquilo havia dois tronos. Um era totalmente negro, com poucos detalhes que eram mais negros ainda, quando se olhava para ele, dava a impressão de se estar olhando para uma escuridão infinita que apenas aumenta. Rapidamente, desviei o olhar daquele para o outro.

Ele era negro também, mas com detalhes delicados em prateados, dando uma impressão de grandeza, mas ao mesmo tempo, de fragilidade.

Embora udo isso pareça um tiquinho assustador, o que em minha opinião não era, o que realmente tocava o terror era os seres sentados em seus tronos. No negro, um homem de aparentemente uns 40 anos, barba não tão longa e cabelos tão negros que parecia que toda a escuridão da noite tinha se depositado ali. A expressão dele era severa e os olhos, num negro mais claro que os cabelos, brilhavam como de um fugitivo do hospício. Hades, deus do Mundo Inferior, Senhor dos mortos. Mais conhecido como o pior pai ausente do mundo.

No outro trono, via-se uma mulher. Confesso que ela era realmente bonita, seus cabelos que também eram pretos, tinham um leve cacheado e caiam dos ombros como se fossem cachoeiras. Os olhos eram castanhos, mas apesar de parecem calorosos, me dava frio até nos ossos, não havia dúvidas que ela me odiava sem ao menos saber o meu nome. Perséfone, a deusa da frieza... Digo, das flores e blá-bá-bá.

– Nico! O que faz aqui?! – O Senhor dos mortos não parecia muito feliz com a nossa visita. – E essa é...?

“Essa é a idiota da sua filha que você odeia e que não deveria ter nascido! Ou já se esqueceu da existência dela?!”, eu queria berrar para o cara do trono, porém me contive, apenas dizendo:

–Nathally... Devinny.

Involuntariamente, pronunciei a última palavra como se ela tivesse um gosto muito amargo. Bem, se palavras tivessem sabor,com certeza aquela seria uma das mais amargas.

A reação de Hades não foi das melhores, ele arregalou os olhos e me olhou com uma expressão surpresa por uns 10 segundos. Até que ele se voltou a Nico, com um olhar furioso.

– O que ela faz aqui?! Como a encontrou?! – O deus berrou.

– Tenho permissão para ler os livros da biblioteca, acho que sabe qual eu encontrei... Além de que os poderes dela já estão se revelando, ela quase invocou nossos amiguinhos ali. – Ele fez sinal indicando os esqueletos militares.

Hades pareceu surpreso a menção dos meus poderes. Ele abriu a boca para falar algo mais foi interrompido pela furiosa voz de Perséfone.

– MAIS OUTRA, HADES? ISSO É SÉRIO?

– Acalme-se minha rainha, esta daqui é aquela do outro século. – Hades se desculpou.

– Aquela já não tinha morrido? – Perséfone ainda tinha raiva em sua voz, porém estava mais calma.

– Ah... Sim. Aquela era Bianca... Está é Nathally...

– Então existe outra! – Ela disse de um modo acusador.

– É, minha rainha, agora será que pode me deixar terminar de falar com eles? – A voz de Hades já soava bem impaciente. Depois de ditas aquelas palavras, Perséfone se calou.

– Agora, vocês dois... O que você espera com essa visita, Nico?

– Não vê? Ela precisa de treinamento. Os poderes dela estão descontrolados. Eu espero com essa visita permissão para treiná-la aqui e que a reclame para que ela possa ficar com o chalé 13 no Acampamento.

Hades nos encarou com aqueles olhos de louco por um bom tempo, de um jeito pensativo. Eu já estava me sentido muito desconfortável quando ele finalmente declarou:

– Tudo bem, Nico. Mais alguma coisa? – Ele disse em um tom monótono, como se não esperasse que alguém dissesse algo a mais.

– Na verdade, sim... – Eu disse apesar de saber que deveria calar a boca. – Eu não entendi esse negócio de idade... Se eu nasci em 1932, eu teria que ter 81 anos... Mas eu passei uns séculos naquele Cassino... Cassino Lótus... Então, como eu vou saber a minha idade?

– Nossa, isso é realmente confuso. – Nico concordou. – Eu nunca parei para pensar nisso...

– Bem... As coisas no Lótus funcionam de uma maneira diferente, vocês sabem. De acordo com a lógica, os dois teriam que ter a mesma idade, mas não é assim. Nico deveria ser 10 meses e alguns dias mais velho que você, Nathally. Mas ele entrou no Cassino um tempo antes de você, isso causou uma diferença de um ano entre vocês. Nico tem 15 e Nathally 14. Felizes agora?

– Hã... Sim, obrigada. – Respondi.

– Certo, agora vocês podem fazer o que querem, começar o treinamento, dar uma olhada no palácio. Nico conhece os corredores.

Nico fez que sim com a cabeça. Ele segurou em minha mão e me conduziu para o segundo corredor da esquerda. Quando passamos, os esqueletos abriam caminho e faziam reverencias.

– Eles nos reconhecem como criaturas superiores. – Nico explicou quando viu minha cara de curiosa.

Andamos um pouco mais a frente até que Nico parou e sinalizou duas portas não tão iguais as que haviam no corredor.

Elas eram negras, como tudo era naquele adorável lugar, e possuíam detalhes bem simples em forma de folhas, desenhados em um tom fraco de marrom.
Além dessas duas portas, via-se outras iguais mais adiante.

– Os quartos são os que têm esse tipo de porta. Esse daqui é o meu. – Nico disse enquanto mostrava a primeira porta e, logo depois, a segunda. – Esse quarto está vazio, pode ficar com ele.

Eu abri um sorriso não tão pequeno para meu irmão.

– Obrigada, Nico.

– Não é nada, maninha. Os filhos de Hades tem que estar unidos, o mundo não é tão legal conosco. – Ele declarou antes de retribuir o sorriso.

– Claro. – concordei por fim.

– Agora vá guardar suas coisas e depois eu termino de te mostrar o Mundo Inferior.


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Notas finais do capítulo

Eu já disse o quanto eu amo quando o Nico tá feliz e fofo? Pois é, eu amo o Nico fofo (Como irmão, Team Nico, não me matem)
Obrigada por lerem *-*
Xxx. Nathy



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