Skin escrita por themuggleriddle


Capítulo 1
pele


Notas iniciais do capítulo

Para os meus bbys que curtem o ship.



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"As we made love, our scars met,
grazing long enough for mine to say
“He tries to hide me,”
and for yours to reply
“I know I embarrass her.”

“He never learned how to swim,” whispered my scar.
“She got picked last in gym class,
then cried into her pillow,” replied yours.

Just then, a huge wound opened in me.
You touched it. It closed.
I was filled, fully healed, and I knew
I would never be able not to love you."

— Tom C. Hunley, “Intercourse”

***

Elas eram gêmeas, uma em cada pulso, praticamente iguais – o mais iguais que suas mãos conseguiram fazer na época -, subindo pulso acima. Uma linha esbranquiçada e elevada, ao redor da qual a pele de vez em quando se repuxava nos pontos em que o fio e a agulha passaram para fechar a pele de novo.

Por dentro era pior, Tom sabia, mas a cicatriz por fora disfarçava isso. Por dentro, faltava parte da artéria em ambos os antebraços. Sem artéria, sem pulso. Ali ele estava morto.

***

Não era para ela ter visto as suas cicatrizes. Não que Tom as odiasse, mas também não gostava que os outros as vissem. A maioria as usava como desculpa para criar mais rumores sobre ele, logo, não era a toa que ele vivia com mangas longas e casacos quando estava fora de casa. Mas ela viu e ficou em silêncio sobre aquilo.

Foi só tempos depois que ela as tocou, ainda sem perguntar nada, e Riddle teve que se conter para não puxar os braços para si.

***

Tom não sabia a razão de jogar essas informações nos momentos mais inoportunos. Ainda se lembrava de sentir o corpo de ela contra o seu, os braços e pernas de ambos enroscados, e o calor entre eles fazendo sumir o frio de Fevereiro. Também se lembrava de simplesmente ouvir as palavras escaparem de sua boca, explicando o que havia acontecido.

Se lembrava muito bem de o que acontecera. Também se lembrava que nunca contara a ninguém, mas ela parecia puxar a informação dele sem nem mesmo pedir pela informação. Ela ouviu em silêncio e apenas beijou-lhe o rosto quando terminou.

***

Ela tinha uma cicatriz no quadril. Riddle quase não a percebera quando a viu pela primeira vez. Mais a sentiu do que viu, para ser sincero, e só a sentiu porque já conhecia aquela sensação: um tecido levemente mais rígido, elevado, por sobre a pele. Era algo pequeno e delicado, apesar de ela dizer que a cicatriz deveria ter sido maior, e não tinha um aspecto retorcido e nada parecido. Era apenas uma pequena linha elevada e esbranquiçada no lado do quadril dela.

Todas as vezes que eles faziam amor, Tom sentia a necessidade beijar aquela cicatriz em uma tentativa de fazê-la entender que aquilo não era uma marca de uma falha, mas se controlava ao ver como ela parecia ficar desconfortável caso ele sequer tocasse aquela cicatriz.

***

Ele tinha uma terceira cicatriz. Menor e mais antiga, uma lembrança deixada pelas calçadas de Eton em seu joelho, apenas uma pequena mancha esbranquiçada que, na época, o fizera xingar mais do que o necessário. Ninguém sabia da existência dessa cicatriz, em parte porque ela sempre ficava escondida por debaixo da calça, mas também porque as gêmeas em seus pulsos eram bem mais interessantes.

Ela percebeu-a depois de um tempo. Perguntou o que havia acontecido e riu quando Tom lhe contou. Ele adorava quando acabavam assim, rindo feito crianças até que não tivessem mais forçar e acabassem adormecendo ou até cederem um ao outro mais uma vez.

***

A mulher tinha outra cicatriz, na panturrilha, um pouco abaixo da onde Tom normalmente tocava para vê-la suspirando e gemendo e praticamente se contorcendo perto de si. Era algo quase automático levar os dedos até o joelho dela, mas foi só depois de algumas vezes que ele a sentiu ali. Outra linha levemente elevada e esbranquiçada. Agora parecia ainda mais difícil de manter os dedos longes do joelho dela.

***

Ela tinha uma pequena constelação atrás da orelha. Tom adorava aquilo. Adorava aquelas três marquinhas atrás da orelha dela, escondidas pelos cabelos escuros e longos que ele volte meia afastava para poder tocar a constelação. Ela ria baixinho quando ele fazia isso. Eram as únicas marcas das quais ele conseguia se lembrar bem além das cicatrizes.

Tom, por outro lado, tinha inúmeras sardas no nariz, nos ombros e nas mãos. Talvez fossem claras demais para serem vistas por qualquer um, já que até agora as únicas pessoas que pareciam percebê-las eram ela e sua mãe. De vez em quando conseguia pegá-la com a ponta dos dedos pulando de sarda em sarda e com os olhos semicerrados para conseguir enxergá-las.

***

Tom Riddle tinha quatro cicatrizes. A velha conhecida de Eton em seu joelho, as gêmeas em seus pulsos e uma terceira que parecia uma extensão dessas duas. Na verdade, ele não sabia se era apenas uma ou se eram várias. Se pudesse vê-la, ele sabia que ela estaria envolvendo as cicatrizes em seu pulso, assim como estaria em suas costas e pescoço e braços e rosto e em todo lugar que ela havia tocado.

Era uma cicatriz enorme e funda. Ele não tinha idéia de onde a alma ficava, devia ser bem fundo dentro de uma pessoa, mas sabia muito bem que essa cicatriz chegava até lá.


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Notas finais do capítulo

Mimimi um dia vocês vão ler mais desse ship e vão ver que ele não é tão louco e bizarro quanto parece. Eu digo: é a coisa mais linda e que vem me matando lentamente por conta da beleza dele.



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