Minha Amada Vítima 2 escrita por Livia Dias


Capítulo 3
Na Mansão-Esconderijo


Notas iniciais do capítulo

ALELUIAAA! ATÉ QUE ENFIM!

Sabemos que estão furiosas - e com certeza querem jogar pedras em nós! - por nossa demora angustiante! E pedimos desculpas por isso, mesmo, mesmo, mesmo :) Tivemos muitas tarefas recentemente e tantas coisas para fazer, que estava sendo difícil escrever nessa fic! E, além de tudo, a história está no comecinho e tivemos de programar os próximos capítulos, para dar um rumo a fic!

Apenas hoje conseguimos terminar o capítulo!!! Portanto, nos perdoem mais uma vez pela demora e esperamos que gostem do nosso trabalho ;)

Queremos agradecer a TODAS as lindas leitoras que mandaram reviews *---* Vocês são realmente fofas!!! Saibam que não temos tempo para responder (nossa rotina é realmente cheia!), mas que lemos cada um deles e sentimos um enorme carinho por todas vocês XD

Boa Leitura!

— Bianca, Manu e Livia (Fanáticos Por Fanfics).



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O BMW preto atravessava a estrada como um raio cruzando o céu. A velocidade era tanta, que se Sakura, Ino e Hinata fossem garotas mimadas e frescas, provavelmente gritariam, com medo de morrer em um acidente trágico.

Mas as três não eram assim, o que era um alívio para Naruto, Sasuke e Itachi.

– Onde é essa tal base dos Uchihas? - indagou Ino, quebrando o silêncio que havia entre os seis.

– Você vai ver - respondeu Sasuke, calmamente.

Ino não pareceu contente com a resposta, mas nada disse. Hinata estava encolhida ao canto, mal aparentando ser a "Garota Assassina" que agiu alguns meses atrás, no ataque a Universidade Konoha.

Sakura não tirou os olhos da estrada por um instante sequer. Não estava segura a respeito daquela viagem repentina - aliás, ir para a base do grupo de terrorismo Uchiha não soava exatamente muito bem -, mas a Haruno estava disposta a qualquer coisa para salvar sua mãe.

Se Mebuki fora sequestrada, o justo seria tirá-la da confusão antes que algo pior acontecesse.

O engraçado era que Sakura não estava exatamente ansiosa ou com medo. Estava tranquila para alguém que tivera sua mãe sequestrada.

Certo, talvez nem tão tranquila, mas tão pouco frustrada a ponto de perder a cabeça. Sakura estava confiando na sua sorte, o que era algo raro de acontecer.

Por um segundo, percebeu o olhar de Sasuke sobre si. Conteve o impulso de dizer algo e permaneceu em silêncio, imersa em suas próprias preocupações.

O caminho tornava-se ainda mais desconhecido aos olhos de Sakura. Itachi dirigia sem falar qualquer coisa, enquanto Naruto mexia no tablet e Sasuke mantinha os olhos focados no parabrisa.

Hinata já dormira e Ino parecia a ponto de fazer o mesmo - será que elas não cansavam de dormir? -, mas Sakura não conseguia seguir tal exemplo. Nunca esteve tão desperta quanto naquele momento.

Uma música qualquer soava pelo veículo, distante. Sakura balançou a cabeça em reprovação, ao perceber que Ino e Hinata dormiam profundamente.

Deus, onde elas arrumavam tanto sono?

Mas ambas não eram as únicas. Logo, apenas Sakura, Itachi e Sasuke eram os únicos despertos naquela viagem, pois Naruto também se rendera ao seu sono.

Algum tempo depois, o BMW parou em frente a um casarão antiquado, mas de alguma forma, chique. Então, o chão pareceu se inclinar e o casarão pareceu tornar-se maior, enquanto o BMW descia.

Sakura levou seus olhos para baixo, automaticamente, pela janela ao seu lado. Poderia ter ficado boquiaberta, mas conteve sua surpresa.

O chão estava descendo.

Aquela era uma prova de que a tecnologia dos Uchiha ia além das espectativas, muito além.

Com o solavanco da parada em um espaço coberto por veículos e motos, o BMW estacionou finalmente, despertando Hinata, Ino e Naruto. Sakura não deixou de rir com o modo como os três pularam de susto.

O grupo deixou o veículo sombrio, o que foi um alívio para Sakura. Suas costas doíam ao deixar o carro, e se perguntou se os Uchihas moravam ou se escondiam. Provavelmente, a segunda opção, já que eles não eram um exemplo de cidadões comuns e bons.

– Chegamos - disse Naruto, entrecortando um bocejo e se espreguiçando. - Ainda bem.

– Uau - murmurou Ino, observando o espaço vazio com grande atenção. - Sério, quanto tempo demoramos para chegar aqui? Para mim foram horas...

– É que vocês são princesinhas demais e não suportam uma simples viagem. - debochou Itachi, recebendo três olhares mesclando irritação. - Brincadeirinha, garotas.

– Achei muito engraçado - ironizou Ino, revirando os olhos e empinando o nariz, seguiu mais a frente.

Diga-se de passagem: Itachi e Ino não estavam muito bem. Na verdade, talvez nunca estiveram.

Desde que Ino "voltou dos mortos" e os garotos haviam descoberto os segredos das garotas, Itachi havia recebido um tapa na cara - não literalmente, claro - de sua antiga "Garota Diária".

Ino havia debochado do Uchiha, dito que "Era uma relação sem compromisso, a qual você considerou séria depois de um tempo. Para mim, não passou de um período onde eu conheci o verdadeiro monstro que é você, para querer se desfazer da criança que eu tinha em meu ventre. E que era sua também!".

Obviamente, Itachi se distanciou da Yamanaka, a ponto de não falar mais com a loira. Os dois só voltaram a ter contato, duas noites antes daquele ataque liderado por Pain ao apartamento das garotas.

Sakura sorriu em consolo para o Uchiha mais velho, que retribuiu com um dar de ombros, um gesto indecifrável aos olhos da Haruno. Provavelmente, queria dizer "Ela vai voltar a ser como antes", o que podia acontecer, quem sabe.

A verdade é que todos estavam em meio a grandes conflitos por ali. No recomeço deles, Ino e Itachi estavam bem. Saiam diversas vezes e aproveitavam a recém-união. Entretanto, ocorreu a discussão entre ambos e as mágoas da Yamanaka, os ressentimentos guardados, foram enfim revelados para o seu imperfeito príncipe encantado.

Sakura perguntou-se se alguma vez, sua melhor amiga sonhara com um conto de fadas. Ou melhor dizendo, se Ino Yamanaka, a jovem talentosa e traiçoeira "Agente da Legião", sonhara com um conto de fadas.

E a resposta era... Desconhecida. Infelizmente, Sakura não sabia nada sobre suas novas melhores amigas. O que sabia sobre elas, é que as duas conseguiam bater em um grupo de vários caras assustadores ao mesmo tempo, sem saírem feridas - e que gostavam de rosquinhas de chocolate, mas isto era outra coisa.

Sakura gostaria que suas antigas amigas voltassem e que tudo retomasse o antigo rumo. Odiava desvios, odiava quebra de rotina, odiava mentiras.

Mas como odiar mentiras, sendo que ela mesma já mentiu diversas vezes?

Sasuke a encarou de soslaio, como se quisesse ter certeza de que Sakura não fugiria. A rosada sorriu minimamente com a atitude do moreno, como se este quisesse zelar por sua segurança.

E aquilo era, de certa forma, muito bom.

Mesmo que Sasuke jamais admitisse sua preocupação. E mesmo que Sakura jamais tocasse no assunto.

Aquele momento fora único... E simples. Apenas olhares discretos; apenas preocupação contida.

O grupo alcançou o andar superior, subindo escadas de ferro que pareciam não ter fim. Os passos ressoavam pelos corredores, e era apenas esse som que Sakura conseguia perceber.

Até Hinata tomar a iniciativa de quebrar o silêncio.

– Vocês tem um esconderijo no subterrâneo - observou, parecendo surpresa com tal fato. Olhava as paredes blindadas e as portas com admiração, como se espaços assim a acalmassem (ou a vislumbrassem). Sakura conteve o riso.

– Não é muito um "esconderijo" - disse Itachi, digitando uma sequência de números, em frente a uma porta maior do que as anteriores e com uma espessura maior. - É mais uma precaução.

– Vocês já foram atacados alguma vez? - questionou Ino, enquanto a porta a frente deles começava a subir, lentamente.

– Já - confessou Naruto, fazendo com que as garotas adquirissem uma expressão de surpresa. - Pelos entregadores de pizza, quando eu deixo de pagar a garjeta.

– Baka - Sakura revirou os olhos, rindo em seguida. Apenas Naruto para brincar com algo assim.

Eles ultrapassar o portal, entrando em um novo ambiente aos olhos da Haruno. Poderia se ver que a casa era, de longe, a mais elegante e confortável que Sakura já estivera - até mesmo, mais confortável que a sua.

O piso era de madeira rústica e escura, parecendo ter sido lustrado a pouco tempo. Os móveis eram mogno, impecáveis e sem qualquer mancha ou resíduo de sujeira. Os tapetes, embora aparentemente antigos, tinham uma tonalidade em vermelho que combinavam perfeitamente com o restante do local. As paredes cultivavam um tom de verde-escuro, que de alguma forma, combinava perfeitamente com a decoração.

Sakura nunca estivera em um lugar tão aconchegante.

– É sério! - Naruto ergueu os braços para o alto, exasperado. - Os entregadores de pizza são assustadores quando querem!

– Já chega dessa história, Dobe - interveio Sasuke, sem interromper suas passadas largas. - Estou ficando com dor de cabeça.

Naruto fez uma careta, imitando o Uchiha de maneira grotesca. Sakura não conteve o riso, e aparentemente, Ino e Hinata tiveram a mesma dificuldade. O Uzumaki era um idiota, mas que conseguia colocar um sorriso no rosto de qualquer um.

O corredor que levava até a porta blindada - o único indício de que havia um espaço abaixo deles -, foi deixado para trás. Sasuke, Itachi e Naruto guiaram as garotas para a sala de estar, onde o luxo era ainda mais vísivel do que no corredor.

As paredes tinham uma tonalidade vinho, enquanto os tapetes tinham o mesmo tom vermelho que Sakura vira mais atrás. O piso era de madeira lustrada e, ao redor, a mobília cultivava a mesma sensação de conforto. Uma lareira queimava lenha intensamente, e ao redor dela haviam várias poltronas altas.

– Se quiser tocar, fique à vontade - disse Naruto, com um sorriso largo nos lábios.

Sakura virou-se e percebeu que Hinata passeava a ponta dos dedos pelo instrumento que jazia ao fundo da sala, escondido demais sob o vislumbre do restante da decoração. O piano lustroso estava intacto, como se não fosse tocado a séculos.

E provavelmente não era.

– Ah... Não, não - Hinata balançou a cabeça. - Eu não toco.

Sakura encarou Ino, buscando uma confirmação para suas suspeitas. E encontrou, de fato; Hinata tocava piano, desde muito jovem.

Mas pelo jeito, tinha vergonha demais para fazer tal coisa em público.

Sasuke saiu da sala, subindo as escadas que haviam mais ao fundo do cômodo, e desaparecendo pelas sombras.

– Aonde ele foi? - questionou Ino, sem dirigir-se a ninguém em especial.

– Foi avisar os outros - Itachi sentou-se na poltrona próxima a lareira, fechando os olhos brevemente.

– Não era necessário - disse Sakura, sentindo-se uma intrusa. Provavelmente, àquela hora da noite, os senhores da casa estariam dormindo.

Naruto riu, divertindo-se com a preocupação da garota.

– Não se preocupe, Saky - disse, encostando-se a lareira e cruzando os braços. - Nossos pais dormem tarde.

– Quando dormem - uma voz tranquila soou das sombras, e com ansiedade Sakura percebeu que estava prestes a conhecer os chefes da mansão.

Um homem alto, de cabelos loiro-claros, olhos azuis e pele bronzeada, surgiu aos olhos de Sakura, segurando a mão de uma mulher ruiva, de olhos arroxeados e pele branca. Ambos lembraram certo "Uzumaki Hiperativo", e Sakura deduziu que aqueles fossem os pais de seu amigo.

– Sakura Haruno, certo? - o loiro pronunciou-se, com a voz marcada pela calma e simpatia. Este sorriu-lhe brevemente, estendendo a mão. - Sou Minato e esta é minha esposa, Kushina.

– Prazer em conhecê-los - Sakura sorriu, cumprimentando ambos. Virou-se para Ino e Hinata, que pareciam perdidas em meio as apresentações. - Ah, estas são...

– Ino Yamanaka e Hinata Hyuuga - adivinhou uma mulher de cabelos escuros, surgindo com um homem alto e impregnando ar de superioridade e poder. A mulher possuia cabelos negros, olhos também escuros e pele pálida, enquanto o seu acompanhante tinha cabelos igualmente negros, e olhos da mesma cor que os da morena. Sua pele era um tanto mais bronzeada, o que diferenciava ambos na aparência. - Naruto já falou muito de você aqui em casa, Hinata.

– Tia! - Naruto fingiu reprovar a revelação da morena, mas parecia animado com o sorriso tímido de Hinata.

– Ah... Sério? - a Hyuuga encarou o Uzumaki por breves instantes, surpresa.

– Sim, sim. - O homem pronunciou-se, sorrindo de canto. Com tal gesto, Sakura percebeu que aquele devia ser o pai de Sasuke e Itachi. - Sou Fugaku e esta é Mikoto. Esperamos que tenham gostado da mobília da nossa humilde mansão.

Ino sorriu.

– Gostamos muito, senhor Fugaku. - falou, com simplicidade.

– Então essa é a jovem que você nos falou, Itachi? - Mikoto encarou o filho, com as sobrancelhas arqueadas. - Esta é a garota que esperava por um filho seu?

O clima se tornou pesado perante a questão recém-desinterrada. Sakura encarou Hinata, que parecia tão alarmada quaanto ela.

Itachi levantou-se de sua poltrona, encarando sua mãe.

– É. É ela sim - respondeu, sem por momento algum, cruzar seus olhos com os de Ino. A Yamanaka também não se pronunciou.

– Depois conversamos, Itachi - Mikoto tinha um olhar reprovador para o filho, especialmente para ele. - Você não escapa dessa nossa conversinha!

Itachi revirou os olhos, mas assentiu.

O momento foi quebrado pela chegada de Sasuke, acompanhando um homem quase idêntico a Fugaku, apenas mais alto e com os cabelos muito maiores, caindo até depois dos ombros. Segurava um revólver ponto 38, e lustrava pacientemente.

Não precisaram anuncia-lo para que Sakura soubesse quem aquele homem era.

– Madara! - Kushina parecia alarmada pelo amigo ter tal arma nas mãos. - O que pensa que está fazendo?

– Lustrando meu revólver, oras - Madara não se deu ao trabalho de encarar a ruiva, e ao invés disso, acendeu um cigarro e colocou-o no canto da boca, continuando sua tarefa anterior. - Algum problema?

Sasuke foi até Sakura, encarando-a de forma impassível, mas parando ao lado da rosada para segurar sua mão.

– Tio - o Uchiha encarava Madara, pacientemente.

O homem reagiu ao seu chamado com um resmungo, o que gerou reviradas de olhos por parte dos parentes.

– Larga esse revólver e olhe para cá - pediu Sasuke, pacientemente.

Madara o fez, relutante. Sakura percebeu que o homem sabia de sua presença, mas que assim como ela, não estava preparado para o encontro.

Mesmo com tal pensamento, Sakura não hesitou em dar o seu melhor sorriso, logo que Madara fixou seus olhos escuros nos dela.

– Sakura Haruno - murmurou o Uchiha, lentamente, como se gostasse do nome e não quisesse admitir. - A Flor do Presidente e a antiga vítima do meu querido sobrinho - ironizou, com um sorriso de canto nos lábios. - Mas prefiro conhecê-la por minha filha, se não for incômodo.

Sakura encarou Sasuke, pedindo apoio. O Uchiha segurou sua mão de forma solidária, dando um leve aperto antes de soltá-la.

A rosada se viu diante de seu pai, sem saber ao certo o que fazer. A percepção da realidade caíra sobre seus ombros e, agora, era hora de encarar aquele encontro de uma vez por todas.

Estava na hora de lidar com seu novo pai, um terrorista mundialmente conhecido, um assassino profissional, alguém que Sakura não sabia o que esperar.

"E quem diria que no fim das contas, eu faria parte deles? Que no fim, eu seria filha de um deles? Eu já não sou uma vítima, mas também não sei o que sou."


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Notas finais do capítulo

Curtiram ou odiaram? Tiros ou kit Salva-Vidas? Qual a opinião de vocês? O que esperam que aconteça daqui para frente, hein? :3

Em breve, capítulo 4 (e dessa vez falamos sério no "Em breve"!).

Não deixem de comentar ;)

Thanks!

— Bianca, Manu e Livia (Fanáticos Por Fanfics).