Minha Amada Vítima 2 escrita por Livia Dias


Capítulo 21
Desalento


Notas iniciais do capítulo

E depois de um longo sumiço sem explicações...

HAI LEITORAS PERFECTS õ/ Como vão, hum?

Sim, sim. Nós três sumimos sem motivo. Mas entendam, estivemos com um sério bloqueio para escrever esse capítulo. Tivemos várias discussões sobre o final da história (porque ele ainda parecia/parece meio turvo), e algumas conclusões sobrevoaram nossas mentes criativas. Mil perdões, mil perdões :S

Este é o penúltimo (e inevitável) capítulo :(

Porém, depois da última semana impactante...

PQP! SASUSAKU É CANON! O.O :D :) :D :)

SABEM COMO ISSO EXPLODIU NOSSAS CABEÇAS? SABEM QUANTAS IDEIAS PARA FUTURAS FICS SASUSAKU's TIVEMOS DESDE A SEMANA PASSADA?

E a filha do Sasuke e da Sakura pelo amor de de Deus? *O* SARADA UCHIHA, TU É A MINA VÉI!

Leiam este capítulo com toda a emoção que um fã SasuSaku possui em seus corações :3

Boa Leitura!

— By Manu (com Bianca & Livia Dias - Fanáticos Por Fanfics).



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A música clássica soava pelo Teatro Nacional de Tóquio continuamente. Kisashi arrastava Mebuki consigo por todos os cantos, e ambos exibiam sorrisos amistosos aos convidados que se aproximavam. Já se passavam horas, e o presidente tinha certeza de que algo estava mais do que errado. Não havia sinal de seu motorista com Karin, ou de alguma notícia de Pain.

Um pensamento pessimista – no qual Sakura pagava de heroína ao lado do Grupo Uchiha, interceptando todos os seus planos – passou por sua mente de modo irrefreável.

Kisashi manteve a postura calma e formal diante de seus colegas e políticos conhecidos, enquanto seu interior fervia em um arrependimento irremediável.

Sim, pois se tivesse acabado com a raça de Sakura antes que ela tivesse despertado para a vida, certamente as coisas estariam tomando um rumo completamente diferente naquele instante.

– Você está bem, querido? – Mebuki depositou a mão em seu ombro delicadamente, mantendo o fingimento diante de todos. Naquele momento, Kisashi soube que sua herdeira tinha a quem puxar, afinal. Um ser desprezível como sua esposa fora capaz de parir uma cópia perfeita, tão falsa e mentirosa quanto ela própria.

– Mantenha a boca fechada – tratou de desfazer o sorriso cínico nos lábios da mulher, arrastando-a consigo lentamente pelo extenso salão. – E torça para que sua coleguinha chegue.

Mebuki apertou o braço do marido com uma força maior do que o necessário, antes de permitir que um claro sussurro fosse direcionado ao homem.

– Estou torcendo para que tudo dê certo para nós... – Ela sorriu-lhe amavelmente, aproximando a boca de seu ouvido. – Seu monte de merda.

Mantendo o semblante firme, Kisashi limitou-se a encará-la com desprezo antes de retomar uma expressão suave para que sua máscara não despencasse naquele momento.

Ela pagaria por sua língua, mais cedo ou mais tarde.

– Oh, céus! – a exclamação exagerada chamou a atenção dos Haruno para a figura conhecida que seguia na direção deles.

Com uma sutileza inimaginável acompanhada de uma beleza mais do que invejável, Mei aproximou-se deles, exibindo um sorriso carregado de uma alimentada emoção.

– Mei – Mebuki se livrou do marido, segurando as mãos da ruiva pouco antes de envolvê-la em um singelo abraço. – Quanto... Tempo – conteve as lágrimas, mais uma vez recuperando o controle e mantendo-se inabalável e feliz.

Por um instante, as amigas de longa data apenas encararam-se, como se a distância fosse de semanas ou meses, e não de longos e torturantes anos. Mebuki sentiu a aproximação de Kisashi às suas costas, pressionando sua cintura, relembrando-a de que ainda a mantinha sob seu controle e que ela não deveria exibir tal comportamento em meio aquele evento.

Lançando um olhar desdenhoso a Mei, o presidente não se acanhou em fazer indagações que não lhe diziam respeito.

– O que faz aqui? Pensei que estivesse em Paris ou quem sabe na Califórnia. Você não queria permanecer por aqui, não é? – Ironizou, emitindo uma breve risada.

Mei retribuiu ao sorriso sem qualquer vestígio de embaraço ou hesitação.

– Estou indo embora definitivamente, Kisashi. Não vou permanecer em um país sem qualquer segurança.

Mantendo os olhos baixos, Mebuki conteve uma risada. Sentiu Kisashi se retrair ao seu lado, antes que exibisse seus dentes em um novo sorriso amarelo.

– Ninguém mais vai morrer se é o que teme – Ele permaneceu irritantemente seguro de si. – O Japão permanecerá seguro.

A mulher arqueou as sobrancelhas, divertindo-se.

– Sabe como desconfio das coisas – acrescentou com veemência. - A Akatsuki parece ter muitas cartas dentro da manga, não acha?

Sua insinuação não passou despercebida nem para Mebuki, tampouco a Kisashi. Ele conservou o semblante calmo, embora seu interior se remexesse com o sinal de ameaça.

– Vim me despedir – Mei segurou as mãos da dama de cabelos róseos, contendo as lágrimas que viriam. – Espero que fique bem.

Com uma leve picada em seu pulso, causada pelas longas unhas de Mei, Mebuki assistiu o instante em que sua amiga de anos afastou-se pelo extenso salão, deixando no ar um breve e sussurrado “Até breve”.

– Maluca – Kisashi virou a esposa delicadamente, encarando-a com seus olhos astutos e desconfiados. – Você não sabia que ela viria, não é?

– Como eu poderia saber? – Mebuki desafiou-o, levando as mãos até os ombros do marido, enquanto uma melódica sinfonia embalava os pares ao redor. O presidente entrelaçou seus dedos aos dela, e em instantes ambos dançavam em meio aos outros convidados. – Fiquei presa o tempo todo. E há anos que não vejo a Mei. Se ela planeja algo, certamente não estou inclusa.

Kisashi manteve o olhar aguçado como o de um falcão, por vezes percorrendo cada perímetro do ambiente sofisticado, esperando por um ataque.

– Por que está fazendo isso?

A pergunta o obrigou a fitá-la. Mebuki parecia necessitar de uma resposta, de uma explicação plausível. Por um momento, ele hesitou. Não era uma hesitação que levasse à fraqueza (longe disso) e sim uma hesitação que carregava significados incompreensíveis aos olhos de uma pessoa sã.

– O poder é uma coisa que não desaparece com o tempo – murmurou certo de que apenas ela o ouvia naquele momento. – Eu não serei traído quando estiver no topo. Reunirei pessoas de confiança, e permanecerei estável até a minha morte. Todos terão conhecido meu nome, como aquele que se reconstituiu depois de um grande atrito, e criou seu próprio império. – um sorriso de canto repuxou os lábios do presidente, que desviou os olhos de Mebuki por um segundo. – E eu vou esquecer que um dia me casei com uma mulher que me deu uma linda filha – acariciou o rosto da Haruno, cultivando o mesmo sorriso. – Mas que no fim não me pertencia.

A música terminara, assim como o enlace que ainda os unia. Mebuki teve o vislumbre da sombra de dor que perpassou os olhos de seu ex-marido, antes que ele se afastasse com o celular em mãos exibindo sua superioridade.

Aproveitou para pressionar seu pulso direito, sentindo um intenso e contínuo vibrar - que não se aplicava a pulsação que a mantinha viva, disso tinha certeza.

Respirou fundo, pegando a taça de vinho tinto de uma das bandejas que o garçom equilibrava, deliciando-se em seguida com o líquido da bebida. Discretamente, tendo noção dos astutos agentes mesclados aos convidados, olhou no ponto onde seu pulso fora picado minutos atrás, visualizando sob sua pele uma intensa luz esverdeada, quase invisível.

Estava sendo rastreada a partir daquele momento.

(...)

Seus passos ágeis e silenciosos às guiavam pelos corredores impecavelmente limpos e sombriamente desertos. Atenta a qualquer mínimo ruído, Sakura puxou a chave do bolso de sua calça enquanto Ino ocupava-se em manter a Ruger .22 engatilhada.

A rosada puxou a tranca cuidadosamente, satisfeita ao ouvir o pequeno estalo dentro da fechadura. Empurrou a porta, e sua amiga loira tratou de segui-la para dentro do escritório.

Sakura observou as extremidades do ambiente, aproximando-se da mesa abarrotada de papéis. Havia uma cadeira de couro preto, confortável e suficientemente grande para que Kisashi passasse horas trabalhando sem ficar exausto.

A garota lembrava-se bem daquele lugar e de alguma forma ficou aliviada por não ter sofrido tantas modificações. A janela continuava atrás da mesa de trabalho, trazendo a clara luz da lua para dentro do ambiente através das persianas, e o papel de parede desgastado recobria a parede esquerda, com a estante de livros ao canto.

Deu a volta na mesa, deixando de lado os devaneios de pouca utilidade naquela ocasião. Ino começou a revirar a estante silenciosamente, abrindo e fechando livros, e colocando-os no lugar no instante posterior.

Sakura sentou-se na cadeira de couro, ligando o monitor que ocupava um bom pedaço da mesa.

Quase podia visualizar Kisashi sentado naquela mesma poltrona, exibindo um falso sorriso para seus colegas de trabalho, enquanto planejava conquistar o poder.

A tela do computador acendeu diante de seus olhos, tomando-lhe a atenção completamente. Ino continuava revirando papéis e livros, sem perceber a palidez que tomou conta do semblante de sua amiga.

“Não”, Sakura pensou com um desespero pouco controlado.

Colocou o pendrive na entrada do gabinete, copiando os arquivos rapidamente. Em poucos minutos retirou o objeto com as cópias recentes e guardou-o no pequeno suporte de sua manga, invisível se fitado de relance. Estendeu a Glock para Ino, que a apanhou sem questionar.

Fez sinal para que ela a seguisse até a saída, tomando o cuidado de permanecer em um mútuo silêncio mesmo com o nervosismo consumindo-a lentamente.

Uma bomba.

Os corredores estendiam-se desertos e mórbidos. A iluminação forte prevalecia, obrigando-as a semicerrarem os olhos algumas vezes. Parecia quase impossível que aquele prédio bem estruturado cultivasse momentos de dor e sofrimento entre suas paredes mais obscuras, porém, Sakura sabia quão sádico Kisashi conseguia ser.

Após virarem um dos corredores em direção à “Saída de Emergência”, ambas puderam soltar o ar oprimido em seus pulmões.

As armadilhas calculadas por Itachi, que poderiam ser ativadas sonoramente apenas pelo tom de voz que não pertencesse aos terroristas ou ao próprio presidente, não chegavam àquela área.

– Encontrou algo realmente bom? – Ino lhe indagou, logo que Sakura empurrou a pesada porta de ferro que levava a uma escadaria.

– Kisashi tem um segundo plano – a rosada revelou finalmente, começando a desder os degraus de ferro. – Eu não tenho certeza, mas alguns arquivos que Itachi conseguiu liberar remotamente para mim possuem projetos de duas bombas.

Ino franziu o cenho, vagamente assimilando as palavras ditas pela Haruno.

– Não faz sentido. Quero dizer, Kisashi já tem uma bomba nuclear! Pra quê ele teria uma segunda bomba?

Sakura não respondeu. Itachi havia invadido o sistema com um de seus programas “silenciosos”, e deixou claro o objetivo de ambas; copiar todos os arquivos que se encontravam na pasta oculta, buscando o planejamento dos explosivos que certamente teria uma solução viável para impedir a detonação final.

Mas Sakura jamais pensaria em um segundo plano naquele caso. O líder da Akatsuki tinha certeza de seu sucesso, portanto agiria sem alterações. Então, o que o fizera mudar de ideia?

Alcançaram o pátio do estacionamento nos fundos do prédio, iniciando uma corrida entre os arbustos e árvores mais próximas. Os portões já não estavam tão distantes, e Ino podia sentir o alívio por finalmente sair daquele lugar.

No entanto, um curto e estrondoso disparo rasgou seus tímpanos de forma a quebrar completamente qualquer perspectiva de segurança. Virou-se, dando-se conta do que acontecera.

(...)

O veículo de transporte seguia continuamente pela rodovia principal, levando uma bomba que arrasaria o país dentro de poucas horas, se o grupo não agisse logo.

Sasuke e Hinata carregavam armas de grande porte, chacoalhando na traseira do caminhão com o extenso cilindro de metal à sua frente.

Itachi dirigia tão taciturno quanto costumava ser. Matar Pain dera algum conforto para ele, e Sasuke entendia completamente o sentimento de vingança que seu irmão possuía.

– Você está bem? – A Hyuuga lhe questionou, avaliando-o com seus olhos claros.

O moreno anuiu positivamente, mantendo a CV-47 firme em suas mãos. Hinata suspirou.

– Espero que tudo isso acabe logo – comentou distraidamente. Sasuke a fitou. – Sabe, toda essa guerra... As perdas que tivemos. Espero que fiquemos em paz depois de tudo.

O irônico foi que o Uchiha concordou. Jamais pensou que fosse desejar algo como aquilo. Paz parecia sempre algo inalcançável para ele, mas naquele momento, cercado por uma família e por uma garota que amava, sabia que não era pedir demais.

Finalmente o caminhão parou. Sasuke e Hinata levantaram-se, dirigindo-se às portas de ferro e abrindo-as com um empurrão. Ele saltou para o asfalto, e a Hyuuga fez o mesmo em seguida. Itachi surgiu com sua CV-47 às costas, e os olhos voltados para a casa de Mei.

Mikoto apareceu à porta, com uma pistola automática em suas mãos. Kushina veio logo atrás, sorrindo em alívio.

– Naruto conseguiu. – Foi tudo que disse, indicando o interior da casa.

Sasuke e Itachi atravessaram os portões, passando pelos jardins e adentrando a residência sem preâmbulos.

Com Minato, Madara e Fugaku postados ao redor da sala como verdadeiros guardas, Naruto narrava o que havia passado para chegar até ali em segurança. E encolhida em uma das poltronas, com um cobertor em suas costas e os cabelos úmidos pelo recente banho, Karin Uzumaki sorria minimamente a cada palavra do primo.

Quando notou a presença dos Uchiha, seus olhos se arregalaram e a emoção tomou conta de seu semblante.

– Sasuke! – as lágrimas surgiram em seus olhos de imediato, e ela levantou-se. – Itachi!

De fato, aquela paz era algo indispensável.

(...)

Mebuki encarava o próprio reflexo no espelho do banheiro, ouvindo ao longe a música italiana que ecoava no salão em festa.

Respirou fundo, tocando a própria testa com a costa da mão direita. Constatou que estava febril, assim como suspeitara.

A porta do banheiro foi aberta, e a Haruno virou-se na mesma hora, encostada nos lavatórios.

– Os anos não passaram para você, certo?

Ela acreditou que estivesse vendo coisas, mas ao piscar repetidas vezes, concluiu que não poderia ser uma ilusão criada por sua mente confusa.

Tsunade, sua antiga treinadora, estava parada à sua frente com os braços cruzados e um olhar crítico em sua face.

Como ela chegara até ali? Mebuki não fazia ideia. No entanto, da mesma forma que Mei entrou e saiu sem qualquer arranhão, à loira tinha seus próprios métodos para continuar salva.

– Tsunade-sama – a mulher suspirou, segurando o lavatório com mais força. Suas mãos suavam ao mesmo tempo em que seu corpo tremia em espasmos temporários.

– Você não parece bem – concluiu a loira, aproximando-se de sua antiga pupila. Mebuki permitiu que Tsunade visse sua temperatura e a avaliasse com seus olhos avelãs. – Vou ser breve. Você sabe o que Kisashi está planejando?

A sra.Haruno meneou a cabeça positivamente.

– Ele vai ativar a bomba nuclear à meia-noite...

– E você sabe como desarmá-la? – Tsunade ciciou, de maneira quase inaudível.

Mebuki respirou fundo, antes de assentir. A loira suspirou.

– Como eu suspeitei – afagou os cabelos róseos da mulher. – Seja forte, Haruno. Está na hora de assumir riscos. Sabe disso, não sabe?

– Sei.

– Como a bomba pode ser desarmada?

Tsunade amparava a mulher, sabendo que algo a afetava. Kisashi tinha implantado algo em seu sistema, sem que ela soubesse. Mebuki entreabriu os lábios, pronta para falar, quando um novo espasmo atingiu seu corpo, seguido de muitos outros.

Uma parada cardíaca.

A loira arregalou os olhos, envolvendo a rosada em um abraço forte. Soube, instantaneamente, que nada poderia ser feito.

Caiu no piso, ainda segurando Mebuki, e acariciando seus cabelos como uma verdadeira mãe.

Porque além de pupila, Mebuki havia sido uma verdadeira filha para Tsunade. Uma garota cheia de vida, jubilosa, que ao se apaixonar por Madara tornou-se ainda mais feliz.

Ainda mais gentil e amorosa.

Uma mulher que merecia a felicidade eterna, mas que conquistou apenas o desalento e a solidão implacável.

Sakura fora seu único raio de sol em anos depois de Madara. Um raio de sol que jamais se apagaria.

Mebuki sentia a dor em seu peito, como se seu coração estivesse prestes a explodir. “E era isso que estava acontecendo”, concluiu com um desespero sombrio.

– Aguente – ouviu Tsunade lhe dizer, porém não conseguiu se apegar a tal pedido.

As lembranças inundaram sua mente de uma só vez.

“Abriu os olhos.

Amarrada a uma cadeira inclinável, absorvendo apenas a escuridão e a frieza das celas, Mebuki ouviu os passos de mais ou menos três homens.

– Kisashi... – sussurrou, assim que reconheceu uma figura próxima.

– Não, não, sra.Haruno – uma voz debochada e galante a contradisse, pertencendo a um jovem ruivo de aparentemente vinte e poucos anos. – Mas vim a mando dele, se serve de consolo.

Os outros dois homens carregavam armas de grande porte às costas, e máscaras cobriam metade de seus rostos. Nas mãos de um dos terroristas, estava uma maleta prateada.

– Shh, sra.Haruno – o rapaz lhe dissera, enquanto sua mente lhe pregava peças, deixando-a confusa e atordoada. Sentiu apenas uma fisgada em seu pescoço, e em seguida mais nada.

Antes que caísse em um novo sono profundo, pôde ouvir claramente...

– Ela vai explodir logo, logo.”

– Eu tenho... Uma bomba – sussurrou, e Tsunade franziu a testa. – Eles... Colocaram... Em mim...

Um novo espasmo. O sangue desceu pelo canto de seus lábios, mas Mebuki continuou lutando. Sakura. Madara. Todos eles. Não mereciam aquilo. Não mereciam lutar por uma causa perdida. Não mereciam morrer.

– Mebuki – a loira cerrou os dentes, deixando a cabeça cair para frente, enquanto ninava a mulher entre seus braços. – Por favor...

– Diga a eles... – sussurrou a Haruno, fechando os olhos. Os tremores haviam cessado. – Diga...

Seus lábios se entreabriram. Lágrimas rolaram por sua face.

“ – Você está linda hoje – O rapaz disse galante, as mãos dentro dos bolsos de sua calça, permitindo que a pose séria fosse alterada por um mínimo sorriso em seus lábios.

Mebuki guardou a pistola no coldre, alcançando Madara em poucos segundos.

– E você está sendo adoravelmente irônico – Ela revirou os olhos.

Aquela torre...

A Tokyo Sky Tree concedia uma bela vista da cidade, principalmente à noite, quando as luzes piscavam abaixo onde quer que se olhasse.

– Você subiu aqui bem rápido – Madara comentou, desviando os olhos da garota.

Mebuki se aproximou do rapaz, envolvendo o rosto dele com suas pequenas mãos.

– Sei disso – sorriu minimamente, quebrando as distâncias que os importunavam naquele momento.”

Tsunade retirou do bolso interno das vestes um pequeno frasco e uma seringa. Virou a cabeça de Mebuki para o lado cuidadosamente, e enfiou a agulha no ponto certo em seu pescoço alvo.

A mulher estremeceu uma última vez, antes de finalmente adormecer.

Levantou-se, acomodando a Haruno cuidadosamente no piso, de forma que aparentasse um desmaio inevitável.

Guardou a seringa e o frasco dentro do bolso, retirando a pistola automática do coldre em suas costas.

Precisava alertar os outros o quanto antes.

(...)

Sakura sentiu a ardência em sua panturrilha, e amaldiçoou céus e terras pelo filho da mãe que a acertara com um maldito tiro.

Estendeu a cabeça, a tempo de ver Ino apontando sua Glock contra o inimigo.

– Ora, ora – uma voz carregada de malícia ecoou aos ouvidos da rosada.

A Haruno trincou os dentes. Sasori.

– Esperava vê-lo mais tarde – ironizou ainda caída de bruços. – De preferência com um monte de balas explodindo seu corpo.

A bota do ruivo atingiu a nuca da rosada, mandando seu rosto contra a grama. Grunhiu.

– Cale a boca, vadia inútil – Sasori escarneceu, apontando sua .38 contra a cabeça da rosada, encarando Ino com um sorrisinho de canto. – Agora, é bom que uma de vocês me entregue à porra do pendrive com os arquivos, antes que eu exploda os miolos de alguém esta noite.

A Yamanaka franziu a testa em tensão, seu peito subindo e descendo conforme sua respiração descompassada soava aos seus ouvidos. Merda.

Tinha de pensar em algo logo, ou...

– Está na minha manga direita – Sakura falou com sua voz abafada, e Sasori retirou o pé de sua nuca de imediato. Ino arregalou os olhos azuis. – Em um suporte.

O ruivo fez uma careta de enojamento.

– É bom que não esteja tentando nada...

– Estou falando a verdade – A rosada encarou Ino por um rápido segundo. - Não sou tão estúpida quanto você.

Sasori gargalhou sarcasticamente, envolvendo um dos braços da Haruno e erguendo-a com um movimento brusco.

– Pegue o maldito pendrive e me entregue. – ordenou.

Sakura sentiu a fisgada em sua panturrilha, mais forte do que poderia imaginar que seria. Não fora um simples tiro de raspão.

Mesmo com o temor aparente no semblante de sua amiga, a rosada puxou sua manga e retirou o pequeno objeto de dentro do suporte.

– Muito bom – Sasori elogiou, logo que o pendrive foi depositado em sua mão obedientemente. – Agora, você vai vir comigo. E vai falar para sua amiga loira não se preocupar, porque você estará bem – sussurrou ao pé do ouvido dela.

Cerrando os dentes, furiosa, Sakura fitou Ino de modo significativo.

– Vá embora, Ino – disse, mais uma vez se prendendo às ordens daquele crápula. – Ficarei bem. Abaixe sua arma.

A loira franziu o cenho. Sasori sorria sadicamente por trás da Haruno, acariciando as mechas róseas dos cabelos dela. Ino fechou os olhos por um instante, e obedeceu, mesmo que seus dedos ansiassem por apertar aquele gatilho.

Virou-se, e continuou caminhando, esperando que um tiro a acertasse e acabasse com tudo aquilo de uma vez. No entanto, nada aconteceu. Virou a cabeça por um instante, apenas para concluir que Sakura continuava nas mãos de Sasori, imóvel e complacente.

Mas que merda sua amiga estava planejando?

Assim que adentrou o veículo que utilizara para chegar até ali com Sakura, colocou o cinto e notou a Glock presa ao seu coldre.

Retirou-a dali e a fitou por um instante. Olhou para os lados, tendo certeza de que estava só naquela rua deserta, e iniciou o processo de “desmanche” daquela arma.

Em poucos segundos, as peças estavam sobre o banco do passageiro, e um pequeno objeto se encontrava na mão da Yamanaka.

Um pendrive. Um segundo pendrive.

(...)

Sasuke demonstrou uma fúria incontida e Madara simplesmente continuou lustrando sua arma com uma concentração desnecessária.

Tsunade e Ino terminaram de narrar os devidos fatos. Coincidentemente haviam se encontrado no caminho para a casa de Mei, o que chegou a ser uma vantagem nas atuais circunstâncias. O sr.Uchiha foi o único a se pronunciar.

– Mebuki recebeu a dose do soro explosivo desenvolvido por um vagabundo da Akatsuki – disse Fugaku com uma preocupação visível. – Eles utilizaram em um ataque às ruas de Osaka há alguns anos. Não acreditei que houvessem guardado a fórmula para hoje...

– Isso não importa agora – Karin demonstrou impaciência, meneando a cabeça negativamente. Encarou a Yamanaka e a Hyuuga. – Eu não passei todos aqueles dias as avisando do perigo para nada. Sakura vai saber o que fazer com Sasori. Nosso atual problema é a Mebuki e o desarmamento da bomba.

– Minato, Madara, Fugaku e eu podemos retornar àquele teatro e meter bala nos terroristas da Akatsuki antes que o façam contra nós – Tsunade foi decidida, demonstrando irritação. – O plano envolvia isso de qualquer maneira.

Ino ainda segurava sua Glock com firmeza, e suspirou pesarosamente.

– Vou ajudar o Itachi e a Karin com a bomba – destravou sua arma, fitando o Uchiha com os olhos azuis banhados de uma séria preocupação.

Os outros assentiram.

– Kushina, Mikoto e Hinata poderiam ir até os arredores da Tokyo Sky Tree – propôs Madara repentinamente, recebendo a atenção dos demais. O homem simplesmente continuou lustrando sua arma, sem devolver o olhar de todos. – Lá é um lugar bom para explodirem a Primeira Dama.

– Isso não é apenas uma hipótese, suponho? – questionou Tsunade, lançando seu olhar perscrutador ao Uchiha. Este a ignorou completamente.

Sasuke cerrou os punhos uma última vez antes de desencostar seu corpo da parede, enfiando as mãos nos bolsos de sua calça.

Dirigiu-se até a porta, passo ante passo, com uma lentidão calculável. Sua mão atingiu a maçaneta e ele a girou sem encarar os outros. Não houve obstáculo que o deteve a sair da casa em seu silêncio taciturno.

(...)

– Você não sabe o que está fazendo, certo? – desdenhou Sakura, mesmo sabendo que poderia receber um golpe fatal a qualquer instante.

Sasori exibiu seu sorriso sádico, dirigindo o Sedan preto pelas ruas de Tóquio com uma velocidade descomunal.

– Eu sei muito bem o que estou fazendo, Sakura – sua mão segurou o queixo da rosada, que trincou os dentes em uma fúria mal contida. – Espere só para ver a festa que preparei para nós dois.

– Kisashi vai detonar a bomba – novamente Sakura debochou da própria sorte, cruzando os braços sobre o peito. – Vai explodir o país! E não irá sobrar nada. Deseja mesmo morrer de forma tão inútil?

O ruivo não lhe respondeu. Ao invés disso permaneceu tão alegre quanto outrora, acelerando pelas ruas de Sumida, que se encontravam milagrosamente livres àquela hora da noite.

Os pedestres preferiam uma caminhada pelas calçadas cheias de vitrines iluminadas a serpentearem com seus veículos pelas avenidas.

Em instantes, a atrativa torre Tokyo Sky Tree tornou-se mais próxima. Com suas inúmeras cores refletidas sobre os demais prédios possuía uma beleza descomunal e invejável. Sakura lembrava-se de sua mãe levando-a pelo elevador até o topo, onde conseguiam ter uma vista privilegiada da cidade.

A princípio, a rosada ficara deslumbrada com a arquitetura do lugar. Mas depois, quando os passeios tornaram-se menos frequentes e a vida dela resumia-se aos ensinamentos rigorosos para representar bem a sua família, Sakura viu-se desgostosa com aquelas sutilezas.

Pois não passavam de lembranças passageiras, que jamais retornariam.

Quando se deu conta, Sasori a tirava do carro com uma brutalidade típica. Ela deixou-se levar, paciente e obediente.

Ele vai falhar.

– Você sabia que sua mamãezinha se encontrava com seu papaizinho aqui? – Sasori arrastou-a pelo hall de entrada completamente deserto. – E eles vinham fazer coisas indecentes por aqui suponho...

– Ei, vocês! – um segurança surgiu pronto para impedir que o ruivo avançasse.

Empunhando sua submetralhadora com uma velocidade invejável, Sasori efetuou os disparos seguidos. O pobre homem cambaleou com o impacto dos projéteis alojando-se em seu peito, e caiu sem vida um segundo depois.

Ele vai falhar.

Sakura foi empurrada para dentro de um dos elevadores de vidro, e sentiu os cabelos serem puxados para trás enquanto uma trilha de beijos falsos seguia pelo seu pescoço e nuca.

Ele vai falhar.

Seu colete foi retirado e sua blusa foi aberta, botão por botão, enquanto Sasori apertava seu corpo como se estivesse prestes a obter um prêmio pessoal.

Ele vai falhar.

Sakura segurou as mãos dele sobre seus seios ainda cobertos pelo sutiã, tendo noção de quão perdido ele estava.

Ele vai falhar.

– Nós fomos feitos um para o outro, Sakura – Sasori gemeu, e um sorriso percorreu os lábios da rosada.

Ela virou-se, os olhos esmeraldinos ainda focados no rosto dele.

Ele vai falhar.

Riu, sabendo que era a melhor opção. Empurrou-o contra uma das paredes do elevador, e permitiu-se grudar contra o corpo dele.

– Eu pertenço sim – sussurrou sensualmente, pegando a mão dele. Sua expressão permaneceu suave até o final da frase. – A uma única pessoa.

Sasori sorriu, massageando a perna da jovem, que se encontrava apoiada contra a parede do elevador ao seu lado.

Ele vai falhar.

– Mas não é a você.

O sorriso do ruivo se desfez instantaneamente. Um milésimo de segundo, e Sakura virou a mão de Sasori, arrancando um berro agonizante dos lábios do rapaz. Torcendo o pulso dele, a rosada virou-o, batendo a cabeça dele contra a parede e mantendo seu pé seguro sobre suas costas.

– O que Kisashi vai fazer com a minha mãe? – perguntou com uma autoridade intimidadora.

Ele gargalhou, e sua mão foi virada ainda mais, causando-lhe uma nova onda de dor e desespero.

– Ele... Vai usá-la – respondeu ofegante, sendo pressionado mais uma vez quando Sakura apertou o salto de sua bota contra as costas dele.

– Para o quê?

– Para explodir essa torre! – Sasori berrou, e a Haruno arregalou os olhos brevemente. – A sua mãe... Tem uma bomba dentro dela!

Um segundo de atordoamento se fez. Então, com a fúria consumindo seu peito, Sakura puxou Sasori tirando-o de perto da parede e lançando-o contra a janela de vidro. O elevador ainda subia lentamente, e uma queda dali certamente desintegraria qualquer corpo.

Segurando os braços dele para trás, ela chutou suas costas, pressionando-o contra o vidro.

– Me solta, sua puta desgraçada! – o grito exasperado não amenizou a dor que ela o fez sentir. Sakura empregou ainda mais força, e um segundo berro agonizante ecoou pelo elevador.

Descontando cada milésimo de sua raiva naqueles chutes, o vidro começava a trincar pouco a pouco. Sasori sangrava e berrava xingamentos desesperados, que não faziam o menor sentido para ela.

Era como se alguém tivesse tomado o controle de seus movimentos.

– MORRA! – Sakura puxou o homem para trás e lançou-o contra o vidro.

O estrondo... A queda... O grito...

Cacos de vidro voavam, acompanhando o corpo de Sasori, que desaparecia em direção ao solo como um peso morto.

Ensanguentado e coberto de hematomas.

Como deveria ser.

Ele falhou.

Sakura permitiu-se cair de joelhos, sem se importar em arrumar sua blusa ou colocar o colete. Viu a submetralhadora no chão, herança de um maldito terrorista que finalmente se fora.

(...)

– Achou mesmo que não viríamos com você? – Ino arqueou uma das sobrancelhas, enquanto Sasuke dirigia a van em direção à Tokyo Sky Tree. – Seríamos loucos se o deixássemos vir sozinho movido por esse seu desespero amoroso.

Naruto e Hinata se encontravam no banco de trás, abraçados em um silêncio assustador, portando suas armas e contentando-se com seus próprios pensamentos.

Sasuke murmurou um mero “Hm”, antes de virar uma esquina e continuar acelerando.

A Tokyo Sky Tree se encontrava há poucos metros e o moreno viu-se aliviado e ao mesmo tempo alerta. Precisava encontrá-la. Mesmo que Sakura fosse habilidosa, não conseguia suportar a ideia dela nas mãos de um louco filho da mãe como Sasori.

– CUIDADO!

O grito de Ino despertou-o para o que acabava de acontecer.

Um estrondo, seguido de outro, e outro...

Olhou pelo retrovisor, a tempo de ver algo que o deixou sem ação por breves instantes. Seu pé continuou no acelerador, mas o caos não se distanciaria por essa mera tentativa.

Os prédios desde o início da avenida estavam detonando, um a um. Gritos e a poeira densa se apoderavam com uma velocidade maior do que o motor da van.

– Meu Deus – Hinata sussurrou, olhando para trás.

Naruto a abraçou, e pela primeira vez não disse nada.

Sasuke virou o volante com força quando um carro desgovernado veio em sua direção, mas uma buzinada alta o alertou do perigo. Ele tentou frear, quando a carreta atingiu a van de frente, lançando-a para trás com uma força descomunal.

A poeira do desmoronamento engoliu a avenida e levou consigo a van e tudo o que ainda restava.

Deixou apenas o vazio.

Sakura estava no elevador com os olhos focados na avenida. Os punhos cerraram-se, conforme as informações tornavam-se nítidas em sua mente.

As primeiras lágrimas vieram.

Não!

Cerrou os punhos. O impacto da van com a carreta seguiam nítidos em sua mente.

Não!

Ela apenas viu tudo, sem poder fazer nada.

Não!

Por que diabos aqueles malditos prédios explodiram? Havia mais bombas implantadas?

Não!

Sasuke... Ele estava na van, junto de todos os outros?

Sacudiu-se, abraçando o próprio corpo ao balançar-se para frente e para trás continuamente.

– Não. – sussurrou, enquanto as lágrimas corriam livremente por sua face. Entreabriu os lábios, permitindo que o grito a pouco preso em sua garganta e comprimindo seu peito, ecoasse livremente. – SASUKE!


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Notas finais do capítulo

- - - - - - > CURTAM A PÁGINA: https://www.facebook.com/liviadiasfics?ref=hl

A Livi escolheu o feat da Minha Amada Vítima 2 para estrear sua página sobre fics :) Não deixem de curtir, certo? Novidades sobre a história (e sobre próximas fics) estarão por lá.

E... Sim, o próximo capítulo será o último! Depois tanto tempo escrevendo essa história, ela está chegando ao final. Tudo que é bom, dura pouco (nesse caso durou bastante :D).

Querem começar as despedidas, ou preferem chorar as pitangas nos próximos reviews? Querem nos saudar com pedras pela demora? A escolha é sua, baby hahahahahaha.

A Bianca e eu (Manuzinha diva e impaciente), estávamos pensando em um novo projeto com a Livia, para uma futura (e nem tão distante) fic SasuSaku.

Por enquanto é só um projeto.

Mas que fique bem claro desde já: não pretendemos abandonar este shipper. Parece que nós três só conseguimos desenvolver fics com eles, sem zoeira o.O

A Livia escreve com a amiga dela (VanessaValdez) uma fic SasuSaku que está temporariamente em hiatus, mas que retorna assim que a MAV2 terminar.

Quem quiser acompanhar (se ainda não acompanha), aqui vai o link:

http://fanfiction.com.br/historia/482711/Games_Of_Love/

Até breve, queridas! Tentaremos não demorar muito ;)

Beijooos!

— By Manu (com Livia Dias & Bianca - Fanáticos Por Fanfics).