It's not a Fairy Tale escrita por Emmy


Capítulo 5
7 Perguntas


Notas iniciais do capítulo

"A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais uma arte de mestres do que de discípulos; é preciso ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que não se sabe."
Jean-Jacques Rousseau



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John Blake POV

Depois que Mary adormeceu a carreguei e coloquei em sua cama. A cobri com os lençóis, para que não sentisse frio a noite. Sentei ao seu lado na cama e fiquei acariciando seus cabelos. Ela não tinha ideia o quanto era linda. Com seus cabelos loiros ondulados, olhos cinza, lábios rosados, uma pele lisa e macia, tudo isso combinado com um olhar determinado. Fiquei lembrando o que Mary tinha me perguntado na noite anterior, queria responder que estava pensando nela, mas tive medo de estar indo rápido demais. Realmente gostava dela, não queria a afastar mais de mim, logo agora que nossa relação estava aos poucos melhorando. No meio da noite tinha ido para meu quarto, pois precisa de energia para vigiar Maryane, mas é claro que coloquei a chave da moto em um lugar seguro, tipo em baixo do colchão. Hoje acordei bem cedo, tomei banho, e fui preparar o café da manhã, antes dela acordar. Tinha trago algumas de minhas roupas pra casa, coloquei uma calça jeans e uma camiseta com minha banda favorita como estampa, “Guns N’ Roses”. Fritei ovos, fiz sanduíches de queijo os seus preferidos, suco natural de laranja e preparei uns pão de queijo. Ela desceu as escadas, vestindo uma camiseta amarela e calça azul marinho. Sorriu ao ver o café da manhã. Não me contive e sorri de volta. Ela se sentou à mesa e segui o seu exemplo.

– Ontem você disse que sabia várias coisas sobre mim, me conta- falou com um sorriso travesso nos lábios.

– Você já sabe dessas coisas, pra que ficar repetindo- retruquei.

– Ah! Mas eu quero saber o quanto que sabes e tem mais, a cada coisa que tu contar sobre mim, quero que responda uma coisa sobre você- Mary falou, pegando um sanduíche e suco de laranja.

– Tá bom-falei mordiscando um pão de queijo. – Seu segundo nome é Lucchese, todo dia você sai bem cedo de casa para tomar café da manhã numa padaria perto do trabalho. Sempre pede um sanduíche de queijo e um suco de laranja. Nunca teve um namorado, apesar de vários caras darem em cima de ti, principalmente aquele seu colega de trabalho engomadinho Jared Parks- contei, não contendo uma careta ao falar seu nome. – Você tem várias colegas de trabalho, mas nenhuma amiga de verdade, por causa que passa a maior parte do seu dia no trabalho, não é normal trabalhar nos fins de semana também sabia? - falei indignado ao constatar que Mary não aproveitava sua vida.

– Que seja, pelo menos não passo os fins de semana sequestrando pessoas- retrucou meio zangada.

– Enfim, você não tem vida, essa foi a sua rotina durante esse tempo. Seu pai sumiu quando tinha 12 anos, e sua mãe morreu aos 18 anos. Praticamente é padaria, trabalho, casa, e é a última a sair do trabalho. Mas ainda tem várias coisas que quero descobrir sobre você- falei finalizando meu relatório.

– Ouvindo você contar minha vida parece tão triste e vazia- falou em tom melancólico. Aquele olhar triste partiu meu coração.- Agora minha vez- disse Mary, mudando o assunto.

– De acordo com meus cálculos, a senhorita tem direito a sete perguntas- falei rindo.

– Então deixe-me escolher sabiamente- falou brincando.

– Você tem namorada? – perguntou e percebi que estava corando. Adorava quando isso acontecia.

– Tenho- falei para ver como ela reagiria. Vi decepção estampada em seus rosto a qual tentava disfarça. - Brincadeira, eu tinha, terminamos um pouco antes de começar esse trabalho, ela me traiu. - pude ver a alegria voltar a seu rosto.

– Sinto muito- falou tentando disfarça seu contentamento. – Qual sua comida preferida?

– Pizza de frango- respondi prontamente.

– Não sei se isso conta como comida, mas gosto não se discute- falou me provocando. – Onde está meu celular?

– Marcos ficou com ele, é pra lá que ligam para entrar em contato com a gente, ou melhor com ele- disse. Pude ver que ela estava tentando conter a raiva.

– Sua cor favorita? - continuou o questionário.

– Rosa Pink- respondi para arrancar um sorriso de Maryene. Plano bem sucedido, ela gargalhou, era a primeira vez que ouvia o som de sua gargalhada. Era tão maravilhosa que poderia transformar numa melodia em que nunca cansaria de ouvir.

– Isso não me surpreende- falou brincando. - Mas é sério qual é?

– Verde piscina- respondi.

– Tu es o irmão mais novo ou o mais velho? - continuou Mary.

– Sou o mais velho, apesar de parecer o mais novo- falei sorrindo.

– Quando eu vou embora daqui? - falou me olhando inquisitivamente.

– Quando ligarem e mandarem te soltar- respondi.

– E o que nós vamos fazer o dia todinho? – falou me encarando.

– Senhorita, você descobrirá a programação ao longo do dia- disse de modo galanteador.

Terminamos, organizamos a cozinha e fomos para sala assistir TV. A sala tinha um sofá grande, um painel para televisão, uma televisão grande, um DVD, e uma estante cheia de filmes. Queria saber de quem era essa casa! Sentamos um do lado do outro e coloquei no programa “Bem Estar”, não era o que eu queria assistir, mas acho que ela era o tipo de pessoa que assistia essas coisas. Para minha surpresa Mary pegou o controle da minha mão e colocou no desenho.

– Assim está melhor- falou. Ainda a olhava surpreso. - Não fique tão chocado, não sou a única pessoa adulta que faz isso- disse tentando se justificar.

– Só estou feliz que tenha feito- falei e nós dois sorrimos.

Já estava quase na hora do almoço, então levantei para prepará-lo. Maryene levantou-se junto comigo se oferecendo para ajudar. É claro que aceitei, adorava cada segundo que passava perto dela.

– Então o que quer comer docinho? - falei provocando.

– Odeio quando me chama assim- falou fazendo meio que um biquinho- Que tal se fazermos uma pizza?

– Deixa eu adivinhar, uma pizza de frango- falei.

– Claro que não! Deixe de ser egoísta, metade frango e metade quatro queijos- falou travessa.

– Por mim tudo bem- foi só o que pude responder.

Enquanto preparava a massa, ela fazia o recheio. Deixamos a pizza assando e voltamos a assistir desenho. Quando já estava pronta, fomos comer na sala. Os desenhos acabaram, então ela procurava outro canal. E parou de repente numa reportagem:

“Hoje faz quatro dias que a Promotora de Justiça Maryene Lucchese está desaparecida. Ela foi vista pela última vez em seu local de trabalho, vizinhos afirmam não terem a visto chegar em casa. Os investigadores de justiça estão à procura da promotora, e prometem terem pistas para lhe achar o mais rápido possível.”

Fiquei olhando-a envergonhado, mas quando a reportagem acabou ela ficou me olhando incisivamente.

– O que vocês fizeram com o meu carro? – falou cada palavra em tom ameaçador.

– Marcos tacou fogo para não deixar pistas- disse cuidadosamente.

– Ah! Mocinho você está tão encrencado- falou apontando o dedo para mim.

– O que vai fazer? – provoquei.

Ela simplesmente levantou, foi até a cozinha e voltou com as mão pra trás, me levantei do sofá indo em sua direção e Mary simplesmente começou a jogar ovos em mim. Peguei os restos dos ovos que estava em mim e corri atrás dela pela sala. A melei com eles, ela tentou escapar e acabamos caindo no chão da sala as gargalhadas. Parecendo duas crianças do jardim de infância. Mary ficou em cima de mim, e depois parece que o tempo parou, ficamos nos olhando e comecei a aproximar meu rosto do seu, ela não se esquivou, então continuei. De repente, meu celular toca, fazendo com que levantássemos sem jeito.

Atendi o telefone, era Marcos, falei com ele rapidamente, só queria saber se estava tudo em ordem e avisar que ficaria mais um dia. Falei que tudo estava na mais perfeita ordem e desliguei.

– É melhor arrumamos essa bagunça- falei ainda sem jeito.

– É....- ela disse simplesmente.

Foi o que fizemos, depois cada um foi tomar banho. Após isso passamos a tarde assistindo filmes no DVD, a noite chegou rápido. Rápido demais para meu gosto. Mary se levantava para ir para seu quarto, quando parou.

– Lembra que você disse que queria saber mais coisas sobre mim? - perguntou.

– Aham…- falei tento saber a onde ela queria chegar.

– Bem, também não terminei de saber tudo sobre você, então o que acha de jogarmos verdade ou desafio- falou maliciosamente.

– A senhorita é quem manda-disse sorrindo.

Que o jogo comece!


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Notas finais do capítulo

Ansiosa para saber se vão gostar!!
Aqui está o link com os personagens, para vocês terem uma ideia de como eles são!!
http://rascunho-dos-bagulho.tumblr.com/Personagensquemdiria
"Escrito ao som de Coldplay- Atlas"