It's not a Fairy Tale escrita por Emmy


Capítulo 15
Segredo


Notas iniciais do capítulo

"Pode contar seus segredos ao vento, mas depois, não vá culpá-lo por contar tudo às árvores"
Khalil Gibran



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Será que ele era meu admirador secreto? Que sujeitinho mais convencido e estranho, apesar de ser extremamente lindo. Era estranho, porque ele estava usando calça e jaqueta de couro preta com uma blusa branca em um baile de máscaras. Mas uma coisa tenho que admitir, seus olhos me intrigavam, não me transmitiam tranquilidade como os de John, mas sim um peso, era com se eles carregassem um fardo no qual não pudesse dividir com ninguém. Quem sabe um dia eu não descubro.

Parando para refletir sobre o que ele disse cheguei à conclusão que a verdade é que me sentia em um cativeiro, só não queria admitir isso em voz alta. Estava precisando de uma aventura, e sinceramente acho que ele não iria me matar. E se me matasse pelo menos eu estaria livre. Além do mais poderia tentar arrancar dele o assunto de sua conversa com o meu pai e descobrir quais os negócios da família. Estava decidido. Comecei a ir para fora da mansão com o intuito de segui-lo. Seja o que Deus quiser! E que esse meu transtorno de personalidades múltiplas não acabe me matando.

Quando cheguei à frente da mansão ele estava lá montando em uma moto, já com o capacete.

– Eu sabia que você viria.

– Você acha que sou louca de subir nessa moto com um vestido desse tamanho?

– Tira ele.

– Você só pode estar ficando louco- falei e ele caiu na gargalhada.

– Eu posso fechar os olhos se preferir- falou rindo ainda mais.

– É melhor deixar esse passeio para outro dia- falei me esquivando, pronta para voltar à mansão, já me arrependendo.

– Espera- disse descendo da moto e tirando o capacete- Posso lhe contar um segredo?

– Claro que pode- falei o mais convivente que pude enquanto ele me analisava.

– Acho que ainda não esta madura o suficiente para essa informação- falou sério de repente.

– Qual o seu problema? Você não está na minha cabeça para saber disso. Eu já sou uma mulher adulta com capacidade suficiente para lidar com qualquer coisa, e não sou nenhuma fruta para ficar madura- questionei com a voz alterada, odiava quando me tratavam como alguma incapaz.

– Talvez- disse reflexivo e subiu na moto indo embora.

– Eu nem queria saber mesmo- gritei enquanto ele se afastava.

Quer saber? Quem precisa dele? Eu vou encontrar a trilha da floresta sozinha e aproveitar para conhecer o riacho, não estava a fim de ficar naquele baile em que não conhecia ninguém, e deveria ser seguro, pois o lugar era cheio de seguranças. Sabrina havia dito hoje que a trilha da floresta ficava no final do condomínio então era só seguir em frente.

Estava de costa observando o caminho que teria que fazer, quando duas mãos cobriram meus olhos. “O que essa criatura angelical faz aqui fora sozinha?" Pera aí! Eu reconhecia essa voz, mas não poderia acreditar.

– John?

– Meu amor...

Virei já pendurada em seu pescoço e enchendo seu rosto de beijos.

– Me perdoe pelo modo que fui embora- disse logo me desculpando. Ele apenas colocou seus dedos em meus lábios e sorriu para mim se inclinando para me beijar. Apenas fechei meus olhos e aproveitei o momento. Fui tomada pela sensação maravilhosa de seus lábios macios nos meus, me senti leve, feliz, como se nada pude me atingir.

– Isso é um sonho?- falei em meio aos meus delírios de amor.

– É sim e posso lhe dizer que não tenho um pingo de arrependimento de te- lá acordado- respondeu uma voz diferente, Pierre.

– Como assim?- disse abrindo meus olhos. Eu estava deitada em baixo de uma árvore a beira do riacho e Pierre estava sentando em uma pedra ao meu lado, com seus olhos violetas brilhando ao me observar. Me sentia extremamente confusa.

– Cadê o John?- perguntei desesperada.

– Sinto informar Mary, só estamos nós aqui- respondeu.

– Ele estava aqui ou melhor lá. O que está acontecendo? Você tinha ido embora... Como eu cheguei aqui? Eu estava na frente da mansão com John- balbuciei levantando.

– Achei que a senhorita já era adulta suficiente para lidar com qualquer coisa.

– JOHN...JOHN....JOHN..JOHN....- comecei a gritar em direção as árvores.

– Mary, você estava sonhando- Pierre disse calmamente.

– Não estava. Que bruxaria é essa? Quem é você?- berrei.

– Eu sou Pierre. Como pode esquecer-se de mim tão rapidamente, assim eu ficarei ofendido- disse sarcasticamente.

– O que você fez com o John?- indaguei indo em sua direção e lhe empurrando. Não surtiu nem um efeito, ele não se moveu um centímetro, apenas olhou pra cima me encarando.

– Eu não fiz nada, porque ele não estava aqui.

– Não mentes pra mim, eu sei que estava, eu senti... senti... seus lábios...eu ouvi sua voz...- falei atordoada.

– Você estava sonhando Mary- insistiu.

– Me conte a verdade- gritei socando uma árvore e machucando minha mão. Ele levantou e me segurou para que não repetisse o ato.

– Eu estou tentando, mas você não quer acreditar em mim- falou aos sussurros.

– Isso não explica como eu cheguei aqui.- respondi, temendo por minha sanidade mental.

– Se acalme e lhe explicarei.

Dito isso, fui me sentar em baixo da mesma árvore em que estava e Pierre voltou para a pedra. A nossa volta só havia árvores e o riacho a nossa frente, que era muito bonito por sinal. Se eu não tivesse tão atordoado teria apreciado melhor a beleza do lugar, principalmente porque a lua iluminava tudo com seu brilho intenso.

– Mary você acredita no sobrenatural?- perguntou em sua voz aveludada.

– Só falta querer dizer que você é algum tipo vampiro, lobisomem, fada ou alguma coisa do gênero- respondi rabugenta.

– Não sou nada disso- respondeu em meio a um pequeno sorriso- mas você não respondeu a minha pergunta.

– Talvez, você não saberá se não tentar.

– Tem certeza que quer saber? Se quiser desistir a hora é agora, te levo de volta e esquecemos tudo o que aconteceu aqui.

– Tenho certeza absoluta.

– Não esqueça, foi você quem pediu- disse levantando-se- Feche os olhos.

– Por quê? – já estava perdendo a paciência.

– Se você não colaborar comigo, não poderei lhe contar- respondeu sério.

– Tá bem, tá bem- falei fechando meus olhos.

Suas mãos cobriam meus olhos e senti uma tontura muito forte.

– Pode abrir- sussurrou Pierre.

– Isso é impossível- engasguei sem acreditar no que via.


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Notas finais do capítulo

Meus amores, deixem seus comentários! Preciso de um norte, saber se estão gostando do rumo da fic!! Beijos!



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