Como assim um bebê?! escrita por MariGuedes


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda! Eu não vou entrar em detalhes de coisas que acontecem no livro que não tem muito a ver com Peetniss, OK?



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A turnê foi bem pior do que eu esperava. Ver a família de Rue me lembrava de que eu havia falhado com minha pequena aliada. Testemunhei um assassinato de um idoso inocente. Mas o clima ficou muito pesado no distrito 1, onde matei ambos os tributos.

–Você está bem? – Peeta me perguntava frequentemente.

–Sim – eu sempre mentia.

Presidente Snow foi a minha casa assim que sai da de Peeta. Sua imagem ameaçadora ainda perturbava minha mente. Ele sabe de tudo. Sobre meu beijo em Gale, sobre meu relacionamento –que-não-é-um-relacionamento com Peeta, e pior, sabe da gravidez. Não contei a ele, só a Haymitch por que temia que ficasse extremamente nervoso, mas logo que aquele velhinho morreu inesperada e assustadoramente, não pude esconder mais.

–Por que não me contou? – Ele ficou furioso – Eu piorei tudo oferecendo dinheiro! Por que não me disse?

–Eu não achei que devesse ficar estressado.

–Por tudo que é mais sagrado, Katniss, vamos ter um filho! A segurança dele vem em primeiro lugar, sabe disso.

Comecei a chorar, muito mesmo. Odeio fazer o papel de menininha indefesa, tão incompreendida e frágil.

–Desculpe – ele me abraça – Você queria me poupar.

–Haymitch estava certo – eu digo. Eu e minha língua imensa.

–“Haymitch” e “certo” na mesma palavra sem “não” no meio é bem estranho. O que ele disse

–Nada importante – ele me olha descrente – Tá, tudo bem. Ele disse que eu não mereceria você nem se vivesse cem vidas.

–Nunca mais diga um absurdo desses! Como se pudesse levar qualquer coisa que ele fala a sério.



Snow realmente me odeia. Nossos pacificadores foram substituídos por monstros na pele de gente. Eles deram chicotadas em Gale, sua pele ficou em carne viva. Fui socada tentando impedir e Darius foi nocauteado enquanto tentávamos impedir que ele prosseguisse. O único que conteve a ira do novo pacificador foi meu ex mentor.

Ele foi para minha casa. Eu tomei conta dele durante a noite e acabei por beija-lo. O beijo me fez perceber que o vejo como amigo. O que enche minha cabeça de duvidas eternas e perturbadoras.

Minha barriga já estava se pronunciando e eu tenho usado roupas cada vez mais largas. Pelas minhas contas eu já estou com mais ou menos seis meses e temos que contar. Planejamos dar o anuncio logo após a leitura do cartão.

Me preparava psicologicamente para mandar duas criança para uma armadilha mortífera, quando ouço o anuncio.

–Para mostrar que nem o mais forte rebelde tem poder contra a Capital, os tributos do Massacre Quaternário serão escolhidos dentre o hall de vitoriosos existentes.

Sou pega desprevenida para uma maldade assim. Ele sabe que estou grávida e me mandará assim mesmo. Ele é pior do que eu imaginava. Minhas mãos foram extintivas para minha barriga e Prim viu. Ela desconfia, mas despisto. Só que agora ela não tem duvidas e me olha aterrorizada.

Corro até a floresta, meu refugio a tanto tempo.

–É bebê, me perdoe. Estou te condenando a morte sem nem ter chance de se defender – chorei passando a mão na barriga.

Vez ou outra falava algo a ela ou simplesmente passava a mão na barriga. Ainda não caiu a ficha de que um bebê vai sair de dentro de mim. Total e completamente dependente de Peeta.

O que eu sinto por ele? EU gosto muito dele, mas é mais que isso. Eu sei. Fiquei absorta em pensamentos até o frio me incomodar muito. Resolvo voltar, seco as lagrimas e controlo o choro. Tenho que ser forte, de novo. Só que agora eu tenho hormônios de grávida circulando a toda e confundindo meus sentimentos.

Estou quase passando pela cerca quando ouço um zumbido. Levo um susto ao ver que a cerca está ligada.

–Droga! – praguejei.

Procurei uma arvore alta que crescia sobre a cerca. Não demoro a achar e escalo com facilidade. Mas o problema surge quando eu estou descendo. Minhas mãos escorregam e cai com tudo no chão. O bebê se meche assustado e passo a mão, tentando acalma-lo. Meu tornozelo dói, mas volto mancando antes que minha irmã venha até mim.

Chego em casa e passo direto por minha mãe e Prim e entro no meu quarto. Pega de surpresa, Peeta me abraça e solto uma exclamação de surpresa.

–Como entrou? – pergunto.

–Posso ser silencioso. Eu vi o anuncio.

Ele me abraça e eu desabo. Sério, eu REALMENTE odeio chorar. Meu rosto incha, fico vermelha e soluço. Uma droga!

–Nosso bebê, Peeta.

–Vou garantir que saiam vivos da arena.

–Não, você não pode fazer isso. Não pode me deixar.

–Você não está entendendo. Minha vida não faz sentido sem você. Se eu morrer para salva-los, saberei que minha vida terá valido a pena.

Minha garganta se fecha, tento discutir mais é em vão. Ele beija meu pescoço e me arrepio.

–Eu te amo – ele sussurra em meu ouvido.

–Acho que te amo – sussurro sem pensar.

Ele abre o sorriso mais lindo que já vi e me beija. Nosso beijo transmite todo o amor, e toda a dor da perda iminente.


Eu e Haymitch temos treinado bastante até a Colheita. Treino com o arco, atirar facas e armadilhas. Peeta treina luta corpo-a-corpo, espada e tudo o que temos disponível, o que não é muito.

–Você está bem? – ele pergunta pela milionésima vez.

–Na medida do possível.

Tem sido cada vez mais difícil esconder. Decidimos não contar nada a ninguém e ver o que podíamos fazer na Capital. A gravidez podia causar mais levantes, ou acalma-los. E é nisso que Snow aposta todas as suas desesperadas fichas.

Conversei com Prim e implorei que não contasse. Ela ralhou comigo por não ir ao médico, mas não vai contar a ninguém.



A colheita é carregada de tensão. Estou sozinha e do outro lado Haymitch e Peeta. Effie tenta de todas as formas controlar as lagrimas, mas uma escapa e rola por seu rosto.

Ela pega o único papelzinho que sei ter meu nome e sigo com cara de enterro. Eu e meu ex mentor havíamos feito um acordo. Se Peeta fosse escolhido, ele se voluntariaria. Mas a sorte nunca está a meu favor quando o nome Haymitch Abernaty é pronunciado por Effie. Peeta rapidamente se voluntaria e sinto as lagrimas se acumularem em meus olhos.

Estamos no palanque quando um a um levantam os três dedos. Inclusive nós. O que temos a perder? Os pacificadores nos arrastam e eu grito.

–Não me despedi! - digo enfurecida.

–Novo procedimento - ele responde frio.


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Notas finais do capítulo

Então... Podem comentar, tá? isso me deixa MUITO feliz. Amo escrever para vocês.
BeijoBeijo