Como assim um bebê?! escrita por MariGuedes


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Ei gente linda! Vim aqui postar mais um capitulo pra vocês. Espero que gostem!



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Desde a arena eu não sentia tanto medo. O terror atormentava minha mente a todo segundo, não me deixando esquecer-me do bebê que agora mora no meu ventre e que precisa de mim em tempo integral.

–Peeta – eu digo enquanto choro – Droga, será que eu vou chorar nove meses?

–É estranho te ver chorar. Você nunca se permitiu demonstrar isso na frente de ninguém. Mas eu estou aqui. Com você.

Ele me abraça e eu me aconchego nele, sentindo seu perfume. Como eu pude? Concebi uma criança para esse mundo de gente horrível. A ameaça dos jogos pairando sobre mim.

–Sabe de uma coisa Peeta? Já estou até vendo a Capital fervorosa com a gravidez. Em êxtase pelo bebê. Mas eu não quero contar, não ainda.

–Nem eu – ele concorda – eu ainda estou assimilando a ideia de ser pai.

–Eu vou ser mãe, Peeta . Isso não pode estar acontecendo. Simplesmente não pode. Eu quero acordar exatamente agora e suspirar ao ver que foi só um sonho.

–Mas isso não vai acontecer. E não aconteceu sozinho. Nós fizemos e nós cuidaremos.

–Para sempre – eu completei e ele beijou minha barriga.

Não sei quanto tempo fiquei abraçada a Peeta. Parecia que todos os problemas simplesmente evaporavam e eu só conseguia pensar nele.

Logo minha mãe e minha irmã chegaram e Peeta se despediu e eu segui para a floresta. O dia ensolarado não combinava nem um pinginho com o que sinto.

Segui para meu refugio. Minha verdadeira casa, desde sempre. A floresta. Aonde eu posso ser eu mesma, sem câmeras, sem medo. Só eu... E Gale. Ela ficará louco quando souber. Mas é melhor que não saiba por enquanto.

Quando percebo estou na minha pedra de encontro com Gale. Sento e choro. Tomara que esse bebê nasça pra que eu possa parar de chorar de uma vez.

–Catnip!

Droga hoje é domingo. Gale sempre vem aqui para caçar no domingo. Como pude esquecer? Como disse, avoada. Debilmente seco as lágrimas o mais rápido que posso e sorrio amarelo.

–Oi.

–O que aconteceu?

–Nada.

Ele me olha de forma acusadora e eu simplesmente desmorono. Choro copiosamente e Gale fica sem reação, até por que até ontem eu simplesmente não chorava. Ele me abraça.

–O que foi, Catnip? Não diga que não foi nada.

–Você vai ficar bravo comigo – digo entre soluços.

É, eu não nasci pra essa vida de mocinha indefesa.

–Não vou. Prometo.

Eu o encaro e sei que ele vai gritar, ficar furiosa, sair de repente e depois me pedir desculpas.

–Estou grávida.

–Como grávida?

–Você quer que eu te dê uma aula de ciências? – eu digo com meu costumeiro sarcasmo.

–De quem? – ele pergunta, já sabendo a resposta.

–Peeta – digo baixinho.

Ele fica vermelho de raiva e soca uma arvore. O estalo alto e seu grunhido de dor confirmam que ele quebrou a mão.

–Vem, eu te levo pra casa. Minha mãe te ajuda com isso.

Ele simplesmente se virou e saiu disparado, me deixando com meus fantasmas. O medo me assolava. O tempo passava, passava e eu simplesmente não tinha forças pra se quer levantar a cabeça. Não consigo me lembrar de quando foi a ultima vez que comi quando apago.


Acordo com a cabeça doendo, confusa, tonta e enjoada. Muito, muito enjoada, então pulo para fora da cama e corro para o banheiro mais próximo. Péssima ideia. A tontura piora e voz me segurando nas paredes e vomito. Fico sem forças e fico pelo banheiro mesmo.

–Katniss – ouço a voz familiar de Peeta e seus braços me envolvendo.

–O que aconteceu? – pergunto baixinho.

–Você demorou então eu fui atrás de você na floresta. Essa minha perna nem um pouco humana não ajudou em nada em te trazer, mas nunca. Em hipótese alguma, a deixaria para buscar ajuda.

–Obrigado – sussurro e o abraço.

–Quando foi a ultima vez que comeu?

–Eu não sei.

–Droga Katniss, você está grávida. Não pode ficar tanto tempo sem comer.

–Eu sei, Senhor Mandão.

–Mas o que aconteceu lá? Você não é de desmaiar.

–Gale descobriu. Ele ficou furioso. Socou uma arvore e foi embora.

–O que ele tem na cabeça? – ele se enfurece – Ele viu que você estava mal, mas a deixou mesmo assim!

–Você não faria o mesmo se fosse ao contrario?

–Katniss, você não entende, não é? Eu te amo. Contanto que Gale te fizesse feliz, eu a apoiaria. Você feliz me faz feliz.

Droga! Odeio quando ele se declara. Sinto-me culpada por não poder dizer o mesmo. Mas, o que Peeta é pra mim? Especial? Com certeza. Exerce uma atração sobre mim? Inegável. Mas ele me ama e o que eu especificamente sinto por ele. Teremos um filho. Um bebê totalmente dependente de nós e nos ligará para sempre.

Ele leva um lanche completo para mim. Pães, bolos, biscoitos e suco. Tento rejeitar devido ao enjoo, mas ele insiste que eu coma e assim o faço. Logo estou novamente abraçada a ele. Coisa que tenho feita com uma frequência assustadora.

Faço algo que surpreende até a mim mesma. Simplesmente preciso dos lábios de Peeta nos meus, então sem pensar o beijo. Ele se assusta, mas corresponde instantaneamente. O flashback DAQUELE DIA corre por minha mente, e repentinamente quero repetir. E bem, é o que acontece.


O dia amanhece, e eu desperto sem pesadelos, o que é um alivio e teremos que nos arrumar para a turnê. Estou deitada sobre Peeta, que está cordado, mexendo no meu cabelo. Sorrio para ele que retribui.

–Sabe que hoje vamos para a Turnê, não sabe?

–Nem me lembre de que terei que levantar e deixar que se vista.

Coro instantaneamente ao me lembrar de que estou nua. Ele vê, ri e me beija.

–E nós, como ficamos? – ele me pergunta.

–E-eu não sei – vejo a dor passar por seus olhos – Não quer dizer que eu não sinta nada por você. Longe disso! Você é uma das pessoas mais especiais na minha vida, e eu simplesmente gosto muito de você. Mais do que posso compreender.

–Isso basta por agora – e me beija.

–Eca, escove os dentes! – eu ralho com ele.

Ele ri, se veste e vai escovar os dentes. Tento fazer o mesmo, mas minhas roupas se encontram estraçalhadas, então me contenho em por minhas roupas intimas e sua blusa.

–Sabe, eu podia me acostumar com isso todo dia – ele se encosta no batente da porta e fica me olhando e eu coro. Odeio ser o centro das atenções, mesmo que de uma pessoa só.

–Bobo.

–Linda.

–Chato.

–Perfeita.

–Impossível.

–Maravilhosa.

–Vamos parar com isso. Vá fazer o café que eu já estou indo.

–Katniss, sinto em lhe informar que meus pais e meus irmãos estão lá embaixo e se você descer assim, você já sabe.

–Droga! – praguejo – e agora?

–Eu entro na sua casa e pego umas roupas pra você e depois a gente vê.

–Tá, não demora.

Ele sorri e sai pela porta me deixando sozinha com meus pensamentos. Como pude fazer isso com Peeta. Usa-lo desse jeito, quando bem quero, sabendo que ele me ama? Sou a pior pessoa do mundo.

Ponho as mãos na barriga e penso no bebê. Um serzinho miudinho que precisa integralmente de mim para viver. Essa ideia me assusta. Nunca sequer cogitei a ideia real de ser mãe.

POV Peeta

Katniss me deixa louco. Amá-la é como uma montanha russa, cheia de surpresas, e as atuais são boas, mesmo que o bebê corra perigo, um pedacinho meu e dela crescendo em sua barriga é algo impressionante e mágico e sonhei com isso minha vida inteira.

Chego a porta da casa dela e toco a campainha pensando na mentira que terei de contar para conseguir pegar suas roupas.

–Peeta. Que surpresa!

–Sra. Everdeen desculpe o incomodo. A Katniss saiu cedo e pediu para pegar a... – droga, o que? – Como é mesmo o nome? Esqueci-me.

–O discurso dela no distrito onze? Ela vem trabalhando nisso a dias.

–É e mais umas coisas também. Posso?

–Claro – ufa!

Ela me cede a passagem e corro para seu quarto. Ao adentra-lo, seu cheiro me surpreende e me deixa inebriado. Nunca vou me acostumar com ele. Pego uma calça e uma blusa preta, ponho junto com um papel com duas frases que sei ser o discurso.

Com certeza ela está tendo dificuldades com ele. Rue era uma menininha muito especial e a ajudou muito quando ela mais precisou e eu não estava lá. Ambos os tributos do distrito 11 a salvaram quando eu falhei em fazê-lo.

Quando saia da casa, Prim me abordou.

–Onde está Katniss? Ela não dormiu em casa.

–Ela... uh... Estava na minha casa, passou mal por causa do nervosismo e acabou dormindo por lá mesmo.

–Uh, sei... – ela diz desconfiada – Se minha mãe perguntar, eu confirmo, pode ser?

–Prim, fico te devendo mil! – eu a abraço.

–Vou cobrar – ela sorri e eu saio da casa.

Despisto minha família e corro a te ela. Sempre para ela. E quando a vejo, ela está sentada na minha cama, com feições abatidas e as mãos sobre a barriga.

–Katniss? – eu a chamo.

–Peeta, nós vamos ter um bebê – ela diz como se sua ficha só tivesse caído agora.

–É, vamos – eu sorrio e a abraço e ela apoia a cabeça em meu peito e sinto as lagrimas molhando minha blusa.

–Pequena chorona – brinco.

–É um saco ficar chorando. Anos de frieza para minha reputação acabar assim – ela dá um pequeno sorriso, mas que me faz ganhar o dia – eu tenho que ir.

Descemos escondidos e a vejo partir, com o coração na mão, e um amor que não cabe mais nele.


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Notas finais do capítulo

Então gente, esse capitulo ficou mais longo e pretendo manter assim. Comentem se querem que mantenha como antes ou se querem que eu deixe eles mais compridos.
Lembrem-se, review deixa a escritora carente aqui pulando de felicidade feito louca.
BeijoBeijo!