Como assim um bebê?! escrita por MariGuedes


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Ei gente! Não postei por que eu estava de castigo, mas eu estou de volta e trouxe comigo um capítulo que vocês esperam a muito tempo. Espero que gostem. Demorei por que eu queria que tivesse ficado bom.



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Os dias passaram como de costume. Agia como uma pessoa sã durante o dia, viva e feliz no meu limite. A noite, os fantasmas vinham com força total e os pesadelos vinham com força total. A entrevista de Peeta ainda na minha mente. Salvou nossas vidas e apanhou feio por isso.

Ele disse: ” Você, Katniss, morta no 13 amanhã de manhã”. Dito e feito. Na manhã seguinte, bombardeios destruíram os primeiros andares do distrito subterrâneo. Mas, felizmente, ninguém se feriu.

Mas hoje o dia era carregado de expectativa. Rebeldes estão na Capital e com o objetivo de salvar Peeta, Rue e os demais presos. Não me avisaram por não querer que fosse. Não querem que o tordo morra de forma banal. No mínimo, de uma forma heroica, para inspirar os rebeldes.

Os minutos se arrastavam. Parecia que era um sonho. Poder ter minha filhinha e meu Peeta comigo novamente é mais do que eu pensei que pudesse ter. Mas temia ver o estado deles. As fotos que recebemos de Rue mais de duas semanas atrás mostravam-na abatidíssima e frágil. E como estará agora?

–Chegaram! – Haymitch anuncia.

Lagrimas correm por meu rosto. Então é verdade. Decido ver minha filha primeiro. Pergunto a ele onde ela está e ele me leva a ela. Pequenina, frágil e magérrima. Pior do que nas fotos. Ela estava em uma daquelas incubadoras, apesar de ter quatro meses e algumas semanas. Posso tocá-la pelos buracos.

Seu corpinho cheio de tubos e fios. Ela estava inconsciente. Dormindo espero. Olho-a admirada. Minha filha. A salvo.

–Mamãe está aqui – digo em meio à lagrimas – e não vou deixar que te tirem de mim nunca mais.

–Quer segurá-la? – pergunta uma enfermeira que eu não havia visto.

–Eu posso? – ela faz que sim com a cabeça e eu abro um sorriso.

Ela coloca minha filha cuidadosamente nos meus braços. Seus olhinhos curiosos se focam em mim. Sei que ela me reconhece. Sabe quem eu sou. Antes estava inquieta, mas acalma-se e cochila.

Fico com ela no colo por tanto tempo quanto posso, até que a enfermeira me avisa que Rue tem que descansar depois do stress contínuo pelo qual passou. Deixo-a dormir e vou ver Peeta.

Ele está de costas, sentado conversando com Haymitch e um médico. De costas posso ver algumas marcas de tortura e que ele está visivelmente magro.

–Peeta! – chamo-o sem conseguir conter minha felicidade.

Corro em sua direção. Seus braços se erguem e ele coloca suas mãos em meu pescoço, apertando-o a ponto de eu não conseguir respirar.


Recupero-me do ataque de Peeta na enfermaria. Fico em choque. Será que ele me culpa por tudo que aconteceu a ele na Capital? Será que ele cuidou da nossa filha na Capital? Vi Johanna. Com os cabelos raspados e em estado grave. Muito magra e com marcas de agressões físicas violentas. Nunca confiei muito nela, mas pelo que pude ver nas fotos, foi com ela que minha filha ficou e dou graças por isso.

Haymitch mais tarde vem me ver e me diz que Peeta provavelmente teve as memórias alteradas e que não devo falar com ele por um tempo. Dói, e muito. Esperei ansiosa por este momento. Estar em seus braços novamente. Mas até isso Snow tirou de mim. Mas ele vai pagar.

Haymitch também disse que ele não se lembra da nossa filha. Pequeninas lembranças submersas em memórias corrompidas pelo inimigo. O verdadeiro inimigo.

Effie não foi resgatada e, pelo que soubemos, não estava lá. Espero sinceramente que não. Apesar da crosta de futilidades, Effie é uma pessoa boa de verdade e não merece – alias ninguém merece passar por isso – e torço verdadeiramente para que ela esteja bem.

Acabo dormindo na enfermaria mesmo. Um sono sem sonhos, mas revigorante. Minha filha e Peeta em segurança no 13 me permitiram que eu dormisse mais sossegada.

Acordo e mal tomo banho e já vou ver minha filha. Minha mãe e Prim estão lá. Nunca a viram pessoalmente. Assistiram seu parto pela TV.

–Ela é tão linda, Katniss – Prim diz.

–Eu sei – digo convencida – Ela tem os olhos de Peeta. Ele tinha razão.

Rue apresenta melhoras nítidas em apenas uma noite.

–Como ela progrediu? – pergunto à pediatra.

–Ela melhorou muito. É uma pequena guerreira. Em menos de duas semanas eu libero essa menininha.

Fico maravilhada com a possibilidade de tê-la sob meus cuidados exclusivamente. Ainda não pude cuidar dela, mas me contento com isso no momento.

A médica a coloca nos meus braços e ela se deleita. Tomei ontem um remédio para voltar a produzir leite e já posso amamentá-la. O momento foi mágico e palavras não poderiam descrever nem metade do que senti.

Novamente tive de deixá-la descansar e fui treinar. Quero que eu mesma acabe com a vida do miserável Snow. Aquele ser desprezível merece uma morte mais que dolorosa para pagar por toda a dor que causou a inúmeras famílias.

Tive uma reunião nessa mesma tarde com Coin e todo mundo. Não estava com cabeça pra isso, mas não tive escolha.

–Vocês irão até o 2. É um dos poucos que resiste a revolução.

–Mas minha filha ainda é muito nova. Não posso deixá-la! – me oponho.

–Senhorita Everdeen, não me interesso por sua filha e isso não deve interferir em sua função como Tordo. Irá para o 2.

Não adianta discutir. Coin está irredutível e não tem nada que eu possa fazer. Reprimo a vontade de ter um chilique, exigindo que eu ficasse, mas de nada adiantaria, então suspiro e abandono a sala de reunião com um “tanto faz” atravessado.

Fui ver minha filha. Não me canso de olha-la. Só de tê-la aqui, ao meu alcance já sinto que um peso enorme foi retirado dos meus ombros. Johanna veio vê-la. Rue se afeiçoou a ela. Afinal, foi Johanna que cuidou dela – na medida do possível levando em consideração a as condições a que foram submetidas.

Visito Johanna. Careca e debilitada, mas se recusa parecer minimamente fraca. Consequência dos Jogos. Lembro-me do que Haymitch me disse pouco tempo atrás, mas parece que foi em outra vida: Não há vencedores nos Jogos, mas sim sobreviventes. Olhando para mim e para Johanna, nunca senti tanto s verdade dessas palavras.


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Notas finais do capítulo

Então, mereço reviews, que favoritem e recomendações?? Espero que sim! Nos vemos no próximo.
Beijocas de morango com chantili