Como assim um bebê?! escrita por MariGuedes


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Ei gente! Eu sei que eu demorei, mas o Natal me atrapalhou e eu fiquei pensando no que escrever. Não me odeiem. Apresento-os o capítulo 15!



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Depois de muita insistência por parte de Coin, eu fui a uma reunião. Não que eu tenha me dado ao trabalho de tomar banho, escovar os dentes, ou de tentar não parecer um zumbi. No máximo, uma água no rosto para despertar. Fui arrastando os pés, respirando pesado até a sala.

–Que bom que se juntou a nós! – diz Coin falsamente.

Aceno com a cabeça e me sento entre Finnick e Haymitch. Eles me olham de relance e eu fixo o olhar em um ponto invisível na mesa.

A reunião proseguia mas eu não prestei atenção em uma palavra sequer. Minha mente vaga para o entrevista de Peeta com Caesar. Ele parece bem, mas o brilho dos seus olhos se apagaram e no fundo da minha alma eu sei que ele sofre. EU daria tudo para tricar de lugar com a minha filha e meu Peeta.

–Você aceita, não é Senhorita Everdeen?

–Como? – pergunto.

–Estamos perguntando se aceita ser o oficialmente o símbolo da revolução.

–Ela ainda está fragilizada... – começa Haymitch.

–Não estou perguntando para você – Coin corta – Estou perguntando ao tordo.

Penso em Peeta, que está sendo considerado um traidor por estimular-me a largar a Revolução. Ele diz que a guerra só trás perdedores. Os dois lados sofrem. Ganha aquele que perde menos. Triste, não?

–Eu aceito – um sorriso triunfante se forma em seu rosto – Mas tem condições. Anistia aos tributos presos na Capital. Todos eles. Eu posso caçar com Gale na floresta – ela fica emburrada – E você terá de anunciar publicamente a anistia do tributos. Todos devem ver. É isso ou nada feito.

Coin reflete alguns segundos e assente relutante. Boggs, um homem que thabalha com Coin, me mostra o traje do tordo. Ele não precisa dizer que é de Cinna, pois é como se houvesse sua assinatura ali. Meus olhos lagrimejam ao me lembrar de mais alguém que a Capital me tirou. Logo que eu cheguei me avisaram que meu amigo fora assassinado no seu interrogatório.


Boggs disse que tinha pessoas que me aguardavam. Relutei em ir, mas não tinha nada marcado para o dia além de ficar deitada na cama, passando na minha cabeça as fotos da minha filha debilitada. A Capital mandou mais fotos. Nelas, Rue estava no colo de Johanna. Ambas magérrimas, com expressões de dor. Minha mais recente companheira de arena está com a cabeça raspada, olheiras profundas e extensos hematomas. Rue não apresentava sinais de agressões, ainda bem, mas estava pálida e magra.

Descemos dezenas de andares até chegar a um que até então desconhecido. Seguimos até uma porta que era guardada por um segurança. Eu fui tomada pela minha curiosidade e já quis ir entrando, mas o brutamonte me impediu. Boggs intercedeu e eu entrei

Dentro da sala, minha equipe de preparação estava em uma situação desumana. O cheiro de dejetos humanos intoxicava e eles estavam presos pendurados por correntes, sujos e desgastados.

–Sole-os agora! – ordeno – O que eles poderiam fazer para merecer algo tão absolutamente cruel?

–Saíram do refeitório com comida. Já haviam sido advertidos antes.

–Por tudo que é mais sagrado, isso é um exagero! Olha isso! Eles vão comigo.

–De jeito nenhum – o guarda nega.

–Ela pode – Boggs intercede novamente e sou autorizada a retirá-los de lá.

O estado deles é tão deplorável que é necessário macas e médicos para retira-los de lá. Ficaram dois dias no hospital até serem liberados. Sei que eles são da Capital e superficiais, mas vi um fundo de humanidade, lá, bem no fundinho, soterrado pela maquiagem e o egocentrismo.


Comecei o treinamento com Gale. Foi complicado depois de tanto tempo parada. Não foi necessário muito tempo para começar a praticar com armas, apesar de preferir meu arco. Depois de horas e horas de treino exaustivo, volto para meu quarto tranquila.

Estava silêncio no corredor quando ouço uma voz conhecida. Paro no lugar e procuro ansiosa por Peeta. Meus olhos param na televisão ligada automaticamente. Peeta claramente mais magro e abatido. Não consigo me concentrar no que ele diz, só fecho os olhos e imagino que ele está ali. Mas uma frase sua me sobressalta.

–Você Katniss, morta no 13 amanhã de manhã.

Abro os olhos e vejo a câmera cair. Ouço sons repetidos de soco e seu sangue manchando o chão.

Quando penso que meu coração terá paz, algo perturba minha mente e torna as coisas mais e mais insuportáveis. Meus joelhos cedem sem que eu perceba. Apoio na parede e dou vazão a dor que me consome por dentro. De que adianta ser o tordo e não poder proteger quem eu mais amo.

Choro, choro e choro e por fim caio no sono – ou devo dizer desmaio - encostada na parede. Tenho um vislumbre de ser carregada, mas não tenho forças para abrir os olhos, então os mantenho fechados e durmo.

Acordo na minha cama, Prim ao meu lado, segurando minha mão preocupada e sorri quando eu abro os olhos.

–O que aconteceu? – ela pergunta – Finnick te carregou. Ele me contou brevemente a história. Sinto muito por Peeta.

–Não mais do que eu.

–Ah, minha irmã – ela me abraça – acho que sou eu que estou te consolando agora.

Retribuo o abraço. Ninguém é mais o mesmo. Eu mudei, Prim mudou, até Effie mudou. Meu coração aperta ao saber que a pessoinha rosa ainda está na Capital, mas torça para que ela não esteja presa.

Prim não é mais a menininha totalmente assustada e amedrontada. Ainda precisa de mim, mas já passa horas e mais horas com mamãe cuidando dos doentes da guerra. Com os distritos em combate constante, feridos e cadáveres chegam a todo momento. A chegada de um aero já não é mais comemorada, mas aguardada com receio de ter mais pessoas mortas do que vivas.


Haymitch veio me ver. Bebâdo, mas ainda sim veio.

–O que aconteceu com Effie?

–Ela estava comigo, mas quis ver os filhos. Nunca mais a vi. Ela está em poder da Capital.

–Como sabe? Ela nasceu na Capital. Talvez ela esteja bem, sem conseguir se comunicar.

–Recebi uma foto. A mais perturbadora que eu já vi.

–Você a ama – não pergunto.

–Mais do que eu pensei que pudesse amar alguém depois de tudo que eu passei.

–Acredite, sei exatamente pelo que está passando – digo pesarosa.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Comentem, favoritem e recomendem, por favor! Nos vemos no capítulo 16.
BeijoBeijo



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