We Remain escrita por Annie C


Capítulo 1
Voltando a realidade




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O ar parece tão diferente, mas ao mesmo tempo tão familiar. Eu precisava voltar, não suportava passar mais um dia naquele lugar claustrofóbico, porque agora eu estava sozinha, mas ainda sim, voltar ao lugar onde cresci é algo estranhamente calmante, como se as coisas estivessem finalmente voltando ao lugar. Seremos eu e minha família de novo, eu, mamãe e Pri... Às vezes simplesmente esqueço que ela se foi, ainda acho que ela vai entrar pela porta e me dar um abraço apertado , ficará me contando como foi seu dia na escola e o que aprendeu , vai crescer e ficar do meu tamanho, vai se apaixonar, se casar e formar a própria família. Mas isso não vai acontecer, Prim se foi e eu preciso aprender a conviver com isso; sei que nada vai ocupar o lugar dela no meu coração, mas mesmo assim é preciso seguir em frente. Tudo em mim foi destruído, tudo o que um dia eu me importei o suficiente para dar minha vida foi levado de mim, Prim me deixou e levou o pouco que restava de mim, e agora sou oca, e por mais que eu tente, esse sentimento não passa.

Sinto que vou começar a chorar, rapidamente enxugo o rosto e caminho de volta à vila dos vitoriosos, o único lugar que não foi destruído pela Capital , caminho lentamente até minha antiga casa , consigo ver a silhueta de minha mãe e percebo que ela está arrumando a casa desnecessariamente . Empurro a porta e caminho em direção à ela e a abraço . Seu corpo fica tenso por um instante até ela retribuir o abraço, nunca fui carinhosa com minha mãe nem com ninguém, mas nesse momento eu precisava de contato humano, e a outra opção era Haymitch, que deveria estar bêbado nesse momento. Ele voltou a quase uma semana, junto com vários outros antigos moradores do distrito 12 . Tenho a leve impressão de que ele não gostou do 13, assim como eu.

Tento colocar na cabeça que tudo ficará bem, não somente comigo mas com Peeta. Faziam mais de um mês que eu não o via, o veneno das teleguiadas ainda corria em suas veias. Ele me odiava. Vi isso em seus olhos azuis quando ele tentou me matar. Ele não me amava mais , e eu teria que aprender a conviver com isso . Agora não restara mais nada , metade da minha família se foi . Estou sozinha.

Me solto de minha e ela percebe como eu estou , então para de arrumar a casa e me abraça , acariciando meu cabelo em um gesto tranquilizador. Aprecio o gesto , mas decido sair um pouco, me despeço com um breve aceno de cabeça e vou a caminho das outras casas . Quando encontro a que procuro , paro e encaro a porta . A casa de Peeta . Vejo que a casa está intacta , e vazia , mas eu preciso vê-la , preciso sentir ele aqui . Assim , entro na casa pela porta dos fundos , que esta destrancada por algum motivo. Como as casas são praticamente idênticas , consigo me achar facilmente. Até que chego no corredor , onde , na minha casa , chega aos quartos, entro em um deles e vejo que Peeta o fez como um estúdio de pintura. Conforme entro mais , consigo sentir o cheiro de tinta e passo por várias pinturas , a maioria são pinturas da arena , mas tem uma que me chama a atenção. É um dente-de-leão , pequeno , e algo está quase o tampando por completo, então aí que percebo, é uma pessoa , não , não é uma pessoa . Sou eu .


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