Três dias haviam se passado e nada de se falarem. Neville e Blásio estavam quase tirando a cueca pela cabeça de tanta preocupação, mas nada dava certo. Imploravam, porém o ódio entre eles era fascinante. Era notável as faíscas que saiam de seus olhares quando se cruzavam. E o mais irônico era o fato de Hogwarts simplesmente não dar a mínima se estavam brigados, mas se descobrissem... Seria pior que a suposta gravidez.
***
A tarde se aproximava naquele sábado de sol enquanto o pequeno grupo de sonserinos conversava nos jardins, se refrescando com o doce vento gelado.
–Ainda não acredito que eles se pegavam. Que desperdício.- comentou Pansy.
–Pensei que você gostasse de caras mais refinados, querida.- Crabbe não agüentou-se
–Tipo quem?
–Sonserinos.
–Mas eu já parei de gostar do Draco.
–Não me referi exatamente a ele.
Todos os presentes arregalaram os olhos, principalmente Goyle, que não acreditava que seu melhor amigo estava cantando-a tão descaradamente.
–Certo... Mas então, quando vai ser o casamento, vocês sabem?- Pansy tentava fugir do assunto constrangedor em que se encontrava.
–Ela não 'tá gravida, é tudo mentira.- disse Malfoy
–Então porque Blás 'tá tão inquieto assim?
–Simplesmente porque Draco disse absurdos para a coitada e agora não quer se desculpar.-Zabini lamentou.
–E já disse que não vou fazer isso.
–Draco pensa bem...
Ao notar que o barraco iria ser feio, Pansy tratou logo de sair dali com os garotos, deixando esperanças no pobre Crabbe.
–Cara, pelo amor de Morgana, para com esta palhaçada. Eu sei muito bem que você gosta dela.
–Então você pensa errado. Já disse que não quero mais falar com ela.
–Vai me dizer que aquele encontrão lá no trem não mexeu com você?
–Isso foi a meses, Zabini.
–Até onde eu sei, na semana passada mesmo vocês estavam no desenrolo.
Ele jogou verde para colher maduro. E quase deu certo.
–OI?! Da onde você tirou isso?
–No natal mesmo, eu vi vocês dois quase se beijando.
–Falou certo, quase. Só era uma droga de tradição.
–Malfoy, você precisa de distrações. - doeu dizer aquilo, mas estava desesperado.
–Você sabe muito bem que não posso me distrair com namoros agora. Tenho deveres com Você-Sabe-Quem.
–Isso não te impede de...
–Adeus, Zabini.
E dito isto, o loiro seguiu em direção à Sala Precisa, trabalhando a tarde inteira no armário sumidouro.
***
Hermione andava tranqüilamente pelos corredores, cansada de mais um dia de apurrinhações, xingamentos e olhares feios quando sentiu seu pulso ser puxado com força para dentro de uma sala vazia. Antes que pudesse falar alguma coisa, foi abraçada por um loiro que apenas disse:
–Foi mal, 'tava com saudade.
–Pensei que estivéssemos brigados.
–Um grande sábio uma vez disse que as "melhores" brigas sempre são resolvidas na cama. No caso, com beijos.
–Simas disse isso semana passada, não acho que ele seja seu grande sábio.
Ao terminar a frase, apenas sentiu a mão do garoto levantando levemente seu queixo, puxando-a calmamente para perto de si, onde beijou-lhe os lábios apaixonadamente, numa mistura de desejo e carinho, devoção e paixão.
Soltou um suspiro ao sentir suas mãos gélidas entrarem por debaixo de sua blusa, permanecendo em sua cintura, onde Malfoy fazia movimentos circulares com os dedos. Querendo retribuir o carinho, arranhou a nuca do garoto, ato que acendeu o desejo em ambos, e quando menos perceberam, já estavam num beijo completamente desesperado, com Hermione sentada em uma mesa, Draco entre suas pernas. Ofegantes, uma trilha de leves beijos que mais se assemelhavam a sussurros em sua pele era traçada no pescoço alvo da castanha.
–Oh, isso faz cócegas.
–Ah é? E isso?- prontamente dava leves mordidas e chupões, fazendo-a se encolher.
–Draco...- suspirou seu nome, acariciando sua barriga levemente fortalecida.
–Hermione, preciso que você faça uma coisa.
–O que?
–Precisa marcar meu pescoço Blás pode me seguir a qualquer momento.
–Tem certeza que quer levar isso adiante?
–Quer desistir agora que ficou divertido?
Ela não respondeu, apenas se direcionou ao pescoço alvo do quase albino, depositando um beijo casto antes de começar a sucção. Viu que estava fazendo certo quando o mesmo a apertou fortemente nas coxas, onde estava apoiado. Ao se afastar contemplou seu trabalho, vendo que mesmo inconscientemente, mostraria a todas as vadia que ele tinha dona.
–O jantar já vai ser servido, como vamos fazer?
–Vai você primeiro, eu já vou.
Ela reparou que Draco começou a se esconder com sua capa, a fechá-la em torno de si.
–O que aconteceu?
–Não é nada, eu já vou.
–Se você diz assim...
Saiu logo após um beijo em sua bochecha, rindo ao se tocar do que acontecera.
***
Durante todo o jantar eles se fuzilaram com os olhos, tudo interpretação, claro. Ao notar o chupão em seu pescoço, Blás quase teve um ataque.
–O que é isso vermelho aí?
–Só segui seu conselho, amigo. Nada como uma distração.
–Você não pode, Draco.
–O que te interessa tanto na minha vida para me dizer o que devo ou não fazer?
–Está se desperdiçando cara!
–Você por acaso está armando alguma para cima de mim?
–Porque pensa isso?
–Pelo seu súbito interesse em mim e naquela Grifinória.
–Imagina cara. Mas e aí, que foi que te domou com essa marca?
–Meu caro, pensei que já soubesse que sou indomável, mas a felizarda da vez foi uma corvina.