TUTS TUTS TUTS

De fora do Salão Comunal dava para ouvir o estardalhaço feito pela Sonserina.

–Mas O QUÊ está acontecendo aqui?!

Ao entrar pela passagem, Draco percebeu que o termo festa seria simples para a comemoração.

Do quarto ano para cima, todos participavam. Música alta, comes e bebes variados furtados da cozinha, balões e serpentinas, casais se pegando pelos cantos, bolhas de sabão, sereianos e peixinhos fazendo a festa e bebida liberada. Alguém tinha furtado cerveja amanteigada para os ‘menores’ e uísque de fogo para o time.

Algo muito louco estava acontecendo.

Ao verem que a nova estrela do time tinha chegado, todos pararam o que estavam fazendo para aplaudi-lo.

***

–Ginny , tem certeza de que você está bem?

Hermione já havia chegado à meia hora no quarto, e desde então, vira sua amiga se contorcendo de dor no chão de seu dormitório. Ela quase fazia um break dance.

–Ahhhnnnn...- ela apenas conseguia gemer.

–Ginevra Weasley, assim não tem condições! Vou te levar para a enfermaria agora e...

–BUUUURP! Desculpe.

Após o momento constrangedor, ambas caíram na gargalhada ao perceberem que eram apenas gases.

–Santa Mãe de Deus, Ginny. Que nojo.

–A culpa não é minha se os gêmeos me enganaram com aquela bala.

Decidida a ter uma conversa séria com as cópias, Hermione desceu para o Salão, encontrando uma algazarra em torno de Suzana Bonnes. Antes que pudesse descobrir o que estava acontecendo, resolver esclarecer a situação logo para os garotos.

–Muito bonito o que os senhores fizeram ,não?

–Depende do que for.- George respondeu.

–Deixar sua irmã morrendo de dores lá encima. Qual é o problema de vocês?

–Apenas precisávamos de cobaias, Hermione.- foi a vez de Fred responder. -Mas não se preocupe, arranjamos um novo trouxa.

–E dessa vez temos certeza de que você não terá nada contra.- completou George.

–Por quê?

Eles nem precisaram explicar. Ronald passou correndo por eles co a mão na barriga, correndo para seu dormitório, xingando seus irmãos.

–Dor de barriga?

–Apenas para fins medicinais.

–Certo, não vou perturbar mais vocês. Tem minha autorização para continuar os testes.

–OBRIGADO CHEFE!- responderam os gêmeos ao mesmo tempo, correndo para dar um antidoto para o irmão.

Com um item de sua lista riscado, a garota se dirigiu para a fofoca da noite.

–O que está acontecendo aqui, meninas?

–Suzana está contando como Neville a beijou.

–QUANDO FOI ISSO?!

–Deve ter uns quinze minutos.

–Silêncio, garotas. Onde eu estava mesmo?

–Ele colou a mão na sua bunda, Suzana.

–Oh, é. Obrigada. Como eu dizia, eu estava saindo do banheiro quando ele me chamou, e disse que não aguentava mais me ver sem ter sua boca calada na minha. Aí ele me prensou na parede e me beijou. Quando eu vi, ele estava desabotoando minha blusa e passando sua mão por certos lugares.

–Argh... Sinto-me dentro de um pornô. - Hermione fazia uma careta de nojo, jurando matar Longbottom. E você sabe onde ele está, Suzana?

–Dentro de seu dormitório.

Hermione nem conseguiu responde a garota. Saiu em disparada do dormitório masculino, nem se importando com os colegas de quarto do garoto.

Ela apenas conseguiu ouvir mais uma coisa antes de invadir o quarto.

–Sabiam que ele trocou ela por mim?

–Eu soube que eles estavam namorando escondido.

–Ao que parece, ele pulou a cerca, não?

Hermione apenas conseguia pensar que, se ao menos elas soubessem com quem ela estava ficando escondido... Mas isso seria uma reflexão para mais tarde. Então, apenas inquietou a sua parte histérica por ele e se concentrou na bronca.

–NEVILLE LONGBOTTOM, PODE ME EXPLICAR QUE PALHAÇADA FOI AQUELA?!

–Hã?

–Que história foi essa que o senhor pegou Suzana Boones?

–Hermione...

–Não me venha com desculpinhas!

–Quando que foi isso, Neville? –Simas perguntou, desconfiado.

–Segundo ela mesma, tem uns quinze minutos.

–Hermione, isso é tecnicamente impossível. Faz quase uma hora que Neville está aqui conosco jogando xadrez de bruxo.- Harry disse

–Então ela está ficando paranoica, porque ela está agora mesmo no meio do Salão descrevendo os mais desnecessários detalhes. Anão ser que... Dino, você está mais claro hoje, andou tomando banho de lua?

–Eu?

–É. E seu nariz está muito parecido com o de uma certa pessoa.

–Quem?- era óbvia a tensão em seu rosto.

–Poção Polissuco! Por que raios vocês fizeram isso?

–Pelos mesmos motivos que fizemos no segundo ano, Mione.

–Harry, ele por acaso queria descobrir alguma coisa da Boones?

–Não, eu queria só pegar ela. E como ela estava maluca por Neville...

–E eu apenas queria ver até que ponto minha fama chega, Herm’s.

–E você realmente fez tudo aquilo que ela disse?

–Não, eu apenas a beijei. Eu não iria manchar a imagem de Neville.

–Então você realmente não quase fez sexo com ela no meio do corredor?

–Não.

–Mas bem que ele gostaria.

–Garotos...-bufando, a garota saiu do quarto, se dirigindo ao seu, em busca de um banho e descanso.

***

–UHUUUL!

A bebida já havia acabado, e metade da festa estava bêbada. Embora um pouco alto, Draco era o mais sóbrio de seu ano. Quando ele percebeu que as coisas estavam fugindo do controle, vulgo virando um baile funk, com as pessoas quase se comendo, ele imediatamente foi se deitar.

Ainda tonto, no momento em que recostou sua cabeça no travesseiro, ele desmaiou de cansaço, se exibir encima da vassoura não tinha sido uma tarefa fácil, e beijá-la o acalmou de certa forma que ele poderia muito bem dormir fazendo aquilo. Ele ainda não havia parado para refletir sobre o que eles eram ou o que ele havia feito, mas, definitivamente, aquela não era a hora.

Após algumas horas de sono, o seu costumeiro sonho recomeçou.

Mas algo estava errado. Corredor estava mais claro, com uma brisa suave de verão, embora estivesse em pleno inverno. Ele praticamente fora empurrado pelo vento, até parar perto da cabana de Hagrid, o que ele achou estranho, já que ele nunca saía do castelo.

E então, ele foi despertado de seu sono por todos os seus colegas de quarto berrando:

“DIA DE NEVE!”

***

–Pensei que vocês não viessem.

–Mas é claro que viríamos, Srta. Granger.

–Zabini, eu já disse que você pode me chamar de Hermione.

–E eu também já disse que pode me chamar de Blásio, ou Blás.

Os garotos haviam recebido um pergaminho pela manhã dos dois Grifinórios, os convidando para passar uma manhã agradável juntos. O pretexto dessa carta era que Hermione e Draco conversassem.

Pobres Neville e Zabini. Mal sabem da verdade. Enquanto eles pensam que ambos nem se falam direito, eles na verdade se agarram pelos cantos, quase se comendo.

Se houve certo momento constrangedor entre ambos, durou muito pouco, pois por um lado Malfoy estava meio que acostumado a esses tipos de situações com suas ex ficantes, e por outro, Hermione chegara a conclusão de que só estavam de fato ‘ficando’ à dois dias. Não seria nada legal chegar agarrando ele. Nem ficar com melosidades.

E também havia o fator de que ninguém sabia. Nem seus melhores amigos.

–Bom dia, Malfoy.- cumprimentou a garota.

–Bom dia, Granger.- respondeu o loiro.

–Parabéns pelo jogo de ontem, rapazes.

–Não tem de que, Milady. Se não fosse por Draco, não teríamos vencido o jogo.

–Blás, por favor...

–Não é só por que você acordou com o pé esquerdo hoje que vai ficar de mau humor pra cima de mim, loira.

–Não precisa ficar fazendo campanha disso, por favor.- Hermione já aparentava ficar irritada, quando recebeu uma bola de neve nas costas.

–Mas o que...?

–Foi mal.

Neville implicava com ela.

E assim se passou o resto da manhã. Os quatro conversando e fazendo guerras de bolas de neve. Óbvio que tudo na clandestinidade, sem ninguém saber. De vez em quando Draco acabava encostando nela, que se arrepiava, mas nada que ninguém percebesse.

Na hora do almoço, todos foram para o Salão Principal discretamente, onde depois, foram fazer sabe-se lá o que.