–E Marcus Flint faz mais um gol.

A animação era óbvia na voz de Lino Jordan.

Havia tempos que um jogo clássico de Quadribol não dava uma virada como essa; em apenas quinze minutos de jogo, a Sonserina brilhava como nunca antes, deixando o experiente time Grifinório no chinelo.

–E Zabini sobrevoa Fred Weasley com a goles e ANGELINA JHONSOM CONSEGUE A POSSE DA GOOLES, EMPURRANDO BLÁSIO ZABINI PARA BAIXO!

“Mesmo um pouco atrasada, nossa querida Angie FAZ UM GOL! Seu atraso é perdoado por todos, Angelina, afinal não é todo dia que se faz um esforço tremendo como o que a senhorita fez ontem e...”

–JORDAN!- Berrava Minerva Mcgonagall nada satisfeita com os comentários indecentes de Lino.

Embora Mcgonagall aparentasse estar irritada com o garoto, no fundo, ela se divertia com tudo aquilo, afinal, não é todo dia que uma partida de Quadribol consegue ser tão animadora para todas.

E além do mais, quem iria querer narrar os jogos?

“George Weasley defende Jhonson de mais um balaço, que bate de frente com Malfoy, que vamos comentar, está muito exibido hoje!”

–Jordan eu juro que mais um comentário seu, você será expulso deste campo!

–Professora, se eu não comentar, quem irá narrar o jogo?

–Mais uma palavra e ficará de detenção, Lino Jordan!- Minerva tinha um sorriso travesso nos lábios, que nunca passava despercebido pelo garoto. Ele sabia, que sempre seria o melhor narrador de todos, e a vice-diretora o amava por isso. Afinal, quem não o amava?

Porém, algo que nosso belíssimo narrador comentou, havia passado despercebido por todos naquele dia fatídico.

Draco Black Malfoy realmente estava se exibindo. Ao entrar em campo, voou o mais alto que pode, sempre dando cortadas em todos em alta velocidade. Ele precisava mostrar, de certa maneira, que era forte, e servia para o sexo oposto. Nada mais do que uma pura questão de sobrevivência, que até então é utilizada.

As garotas suspiravam cada vez mais por ele.

A castanha também, embora estivesse mais preocupada com o que faria caso ele ganhasse, o Harry pegasse o pomo.

“E Montagne defende maravilhosamente a goles, Marcus joga para Zabini, que vai em direção ao Gol e MORGANA E MERLIN, HARRY POTTER ACABA DE CAPTURAR O... certo, isto nunca aconteceu antes. Ao que parece era só um canário perdido.”

Só que não era apenas isso. Aquele pássaro não apareceu ali por coincidência. Um simples feitiço fora lançado. Agora, por quem? Nunca saberemos, pois no minuto seguinte, Ronald Weasley defendeu magicamente o gol, atraindo todo o foco para ele.

–Certo, estamos em um momento crítico aqui. Grifinória 50 X 90 Sonserina. Quem será que irá ganhar? Aposto três galeões que os Grifos irão conseguir se reerguer e...

O tempo parou. Um pequeno brilho dourado passou bem à sua frente. Malfoy sabia que se fosse direto atrás dele, Harry viria atrás. Ele precisava de uma tática rápido. Ao ir em alta velocidade para o lado contrário, todos pensavam que Harry Potter iria conseguir capturar o Pomo. Só que no segundo que ele ia alcançar o pomo imaginário, Draco Malfoy faz a curva e voa na direção contrária, capturando a bolinha.

–A Grifinória nunca foi tão humilhada assim na história de Hogwarts. Sonserina, vocês merecem os parabéns. Marcus Flint, estou impressionado como você conseguiu treinar seu time.

***

–Cara, to com tanta fome, mas tanta fome, que é praticamente a fome de três mendigos.

–GINA! Como você tem coragem de dizer isso?

–Relaxa Hermione, é só uma maneira de falar.

–Muito desrespeitosa por sinal.

–Foi apenas uma representação do tamanho da minha fome.

–E por que você não vai à cozinha pegar alguma coisa, Ginn’s?

–A indireta era para você ir comigo. Preciso falar uma coisa com você.

–Se vocês foram, podem trazer um bolo de caldeirão para mm?- Perguntou Neville

–Não precisa, gracinha. Eu tenho um bem aqui.

Amanda Abbot ofereceu um bolo bem suspeito para o galã. O que foi óbvio que o garoto não aceitou, afinal, poderia estar cheio de falsa Amortentia, e ele definitivamente não queria ter a sensação de estar apaixonado por ela por algumas horas.

Ele apenas conseguiu murmurar um “Socorro” para as garotas que saíam pelo quadro da Mulher Gorda rindo de sua cara.

***

–Hermione, acho que não estou me sentindo muito bem.

–Ginny...

–Sério, você pode ir a cozinha sem mim?

–Certo, mas só se você me prometer maneirar é...

Se ela teve tempo de terminar a frase? Não. Gina Weasley saíra correndo em direção ao dormitório, em fuça de uma forte dor abdominal, mais conhecida como cólica.

Mesmo contra sua vontade, Hermione foi buscar o lanchinho da noite sozinha, mesmo sabendo do perigo de ser pega, embora ainda não tivesse dado o toque de recolher.

Ao voltar com os braços repletos de comida, a garota leva um susto ao ouvir uma voz falando com ela.

–Acho que, afinal de contas, seu desejo de boa sorte serviu.

–MALFOY! Precisa me assustar desse jeito?

–Claro, gata; a graça é essa!

–Você me chamou do exatamente O QUÊ?

–Um apelido, oras. Potter te chama de Mione, Longbottom, de Herm’s. por que eu não posso te chamar de gata?

–Simplesmente porque esse não é um apelido adequado, Draquinho.

–Por favor, não me chama assim, gata.

–O mesmo vale para você, Malfoy.

–Qual o seu problema? É um elogio te chamar de gata, Granger!

–Apenas digamos que eu não tenha boas lembranças com gatos.

–Hermione, você TEM um gato.

–Boas lembranças comigo sendo uma gata.

–Hã?

–Você não entenderia. Agora, se me der licença, tenho que levar isto para o Salão Comunal. Boa noite, Malfoy.

E antes que ela pudesse sair andando, ele a puxa pelo braço, fazendo-a ficar cara a cara com ele.

–O que você pensa que está fazendo exatamente, Draco?

–Apenas agradecendo você pelo impulso de hoje.

–O que...?

A garota nunca conseguiu terminar aquela frase. Quando ela mens esperava, o jovem tomou-lhe seus lábios, num singelo beijo. Ele tinha plena consciência de que a garota poderia derrubar tudo a qualquer momento, então, não prolongou muito.

No final das contas, fora apenas um... selinho.

Ao afastar-se, percebeu que Hermione ainda mantinha seus olhos fechados, e as bochechas levemente rosadas, o que o encantou.

–Obrigado, Hermione. Por sua causa, nunca joguei tão bem na minha vida.

–Parabéns, Draco.

Não ouve tempo para silencio constrangedor. Ao olhar para cima, e seus olhos se encontrarem, toda a fofura do momento foi embora, dando espaço a um desesperador desejo.

Ele apenas conseguiram grudar seus lábios o mais rápido possível, num beijo desesperado, que apenas acabou com o ronco da barriga da castanha, que a lembrou dos bolos de caldeirão, que a levaram para Neville esfomeado, e sua amiga com dores.

–Draco, eu preciso ir. Gina não está se sentindo muito bem, e Neville pode ser enfeitiçado a a qualquer momento.

–Eu também tenho que ir. Tem uma festa na Sonserina.

–Legal

–É.

–Boa noite, Hermione.

–Boa noite, Draco.