POV’ Draco

–Pansy, você não precisa parar em todo espelho que vê pela frente só para olhar seu cabelo.

–Mas é que aquele vento maldito bateu no meu sedoso cabelo e levantou-o todo! Eu simplesmente não posso sair andando toda desarrumada pela escola!

–Pansy, você está aqui para estudar, e não para arrumar um namorado.

–Digo o mesmo para você Sr. Malfoy.- diz Pansy rindo da minha cara.

–Hey, eu estou aqui para estudar, não é a toa que sou um dos melhores do nosso ano. As garotas são somente... Um passatempo.

–Claro, claro. E eu sou uma Corvina. Mas, já que você não tem o menor interesse em tudo isso , preciso encontrar alguém que queira.- terminou com uma piscadela, tirando sarro de mim.

Apenas consegui ficara parado no meio do corredor sem entender absolutamente nada. Afinal, ela não me queria semana passada? Isso foi uma tentativa de ciúmes? Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?

Percebi que havia tempo demais que estava fazendo cosplay de estátua no momento em que escutei um miado próximo de mim. Madme Nor-r-ra iria denunciar-me para Filch, significando que provavelmente eu estava atrasado para aula.

O que fiz? Ora, o que qualquer pessoa normal faria se soubesse a capacidade do Filch em te dar detenções . além do mais, um Monitor tem de dar o exemplo, e não limpar Troféus.

–SAI DA FRENTE QUE EU TO PASSANDO!

Sim, esse era eu correndo feito um louco, desesperado para a sala de poções. Mesmo eu sendo o Príncipe da Sonserina, apanhador dos verdões, afilhado do professor, e o cara mais gato de Hogwarts, era mais do que óbvio que Severo Snape não ia deixar barato se eu chegasse atrasado em sua aula.

Às vezes penso que seu lema é:

“Você até pode ser um Comensal da Morte, mas nunca, nunca, em hipótese ALGUMA, chegue atrasado na aula de Poções.”

E do jeito que ele anda nervoso nos últimos dias, provavelmente seria a primeira vez que ele descontaria pontos de outra Casa que não fosse a Grifinória. Será que o shampoo dele acabou?

Quando finalmente consegui chegar às masmorras, totalmente esbaforido, porém ainda charmoso, já estavam quase todos em seus lugares.

Menos Lilá Brown, que aparentemente havia deixado alguma coisa cair perto do Weasley, já que não saia de lá por nada nesse mundo.

–Sentem-se todos em seus lugares e abram seus livros na página 384.- Snape não havia melhorado seu bom humor, aparentemente.

–Harry, me empresta seu tinteiro?- perguntou o Finnigam.

–EU DISSE ABRAM SEUS LIVROS NA PÁGINA 384!- Berrou o morcegão.- agora, já estão com as duplas formadas, quero que um de vocês vá até o armário e pegue os ingredientes para a poção, enquanto o outro, leia cuidadosamente a receita.

–Professor, mas a Poção Simples é uma poção de Primeiro Ano.- disse Parvarti.

–Sinto muito lhe decepcionar, mas é o que temos para hoje. Agora, comecem a misturar.

E acabou que eu tive de buscar os ingredientes, enquanto Zabini ficava folgado ca cadeira, folheando meu livro.

–Zabini, acho que você já pode para de folhear e começar a ajudar aqui.- disse lhe entregando uma faca e urtigas secas.

–Pra que tanta pressa Draco? Isso é fácil de fazer.

–Por favor, apenas não faça nenhuma...

“Buuuum!”

–...Besteira.

E quando olhamos para o lado, Simas Finnigam já havia explodido, mais uma vez, seu caldeirão.

–Ahn... Draco? Você se importaria de ir buscar mais lesmas? Acho que elas não eram para ser cortadas...- pediu-me Zabini, com uma cara de cachorro abandonado.

–E você dizendo que era fácil...

Ele não tinha o que responder, já que ele mesmo havia dito que era extremamente fácil e que não havia como errar.

Ao chegar ao armário, e procurar por todos os cantos pelas lemas, comecei a ficar um tanto quanto irritado.

Elas haviam desaparecido como um passe de Mágica!

(BA DUM TSS)

Apesar de continuar minha busca, já tinha perdido minhas esperanças, quando sinto uma pequena mão encostar em meu ombro, ao me virar para verificar quem vinha me importunar enquanto eu estava irritado, me deparo com um par de olhos avelãs me encarando.

–Granger.- acenei com a cabeça para ela, já que todos que estavam presentes na sala pensavam que éramos inimigos.

–Não querendo me intrometer, mas já me intrometendo, as lesmas estão no outro armário.

–Como você sabia que eu estava procurando por elas?

–Eu vi o estado que elas ficaram. Sério, nunca mais deixe elas na mão de Zabini. A propósito, você poderia pegar para mim aquela cerda de porco-espinho? A explosão dissolveu as minhas.

–Hã, claro.

No momento em que eu entrego as malditas cerdas para ela, uma sombra cai sobre nós, dizendo:

–Creio que os senhores saibam que o namoro é pertinentemente proibido nas salas de aula.

Apenas tivemos tempo de olharmos um para a cara do outro antes que a turma inteira nos encarasse.

Hermione Granger havia ficado mais pálida que um fantasma.

Eu que teria que manter as aparências, então, apenas amarrei a cara e disse:

–Não estamos namorando, apenas vim buscar mais lesmas, que com a explosão foram danificadas.

–Se já as obteve, creio que deve voltar ao seu lugar.

Ao voltarmos correndo para nossas duplas, apenas escutamos:

–E antes que eu me esqueça, menos 10 pontos para a Grifinória.

***

Mais tarde, naquela noite, mais precisamente após o jantar, tínhamos de fazer a nossa ronda. Pansy e eu havíamos combinado de nos separarmos para agilizar, já que o inverno havia começado a chegar, e logo seria Dezembro.

O que significava MUITO frio.

Enquanto ela vasculhava o Primeiro Andar, eu olhava o Terceiro, e digamos que eu tenha tido um certo trabalho com os casais que misteriosamente saiam da Sala Precisa ( se é que vocês me entendem). Provavelmente nas próximas noites a sala de Troféus ira brilhar.

Cerca de quarenta minutos mais tarde havíamos acabado tudo e íamos em direção às masmorras.

E, Céus, como aquele Salão Comunal estava frio. Por ficar tecnicamente embaixo do Lago Negro, é um dos locais mais frios de toda Hogwarts.

Acreditam que vimos um Sereiano nadando de luvas e cachecol?

Só lhes resta contar que não me lembro de mais nada depois disso. Só de tomar um belo de um banho quente e me esconder embaixo dos cobertores verdes. Apenas tiver forças para recostar minha cabeça no travesseiro de penas e adormecer.

Na verdade eu desabei na cama mesmo.

E por incrível que pareça, aquele labirinto obscuro se iluminava cada vez mais. Minha visão poderia até ter começado a clarear mais, porém, a voz diminuíra o tom. Agora não passava de um sussurro distante, que, quanto mais corria em direção a ela, mais ela se afastava.

No meio do meu total desespero, cai de joelhos no chão e fechei os olhos. Não sabia mais o que fazer. Ao abri-los novamente, apenas senti a morna brisa suave que batia em meu rosto, aquecendo-me por completo. Ela era o primeiro sinal de calor que sentia no frio e gélido pesadelo em meses. E com ela, bateu-me em meu rosto o doce aroma de morangos, embriagando-me de coragem, para continuar minha busca pela dona dos gritos.