POV’ Draco

Não consegui esconder de Blás que teria um encontro.

Um encontro que não era bem um encontro. Vai entender.

O simples fato dela ter aceitado meu convite já havia me deixado aliviado e nervoso.

Aliviado por descobrir como ela me enganara e nervoso por ter um “encontro” com Hermione Granger. Não tem motivos para isso, mas meu coração acelera toda vez que escuta ou pensa nesse nome.

Eu hein.

E justamente no momento em que eu refletia sobre isso, eis que ela me chega de surpresa, me pegando desprevenido, com um sorriso bobo no rosto. Se ela me assustou? Claro. Mas não podia gritar desesperadamente de susto. Ia pegar mal.

A única coisa que pude fazer quando me virei foi tentar manter minha postura.

O que acho que não consegui muito bem, já que a mesma logo me perguntou:

–O que aconteceu para o Senhor ficar esse sorriso no rosto?

–Hã... O simples fato de você ter aceitado meu convite. – fui sincero.

–Por quê?- perguntou-me surpresa.

–Porque a Senhorita irá me explicar como conseguiu realizar aquele feitiço, sem que eu percebesse.

–Mas acho que você sabe muito como eu fiz, já que na mesma hora o realizou também, ou o Senhor não se lembra?- disse Granger, chegando mais perto de mim, ainda de braços cruzados.

–Não tente mudar de assunto.

–Mas eu não tentei mudar!

–Tentou.

–Não tentei.

–Tentou.

–Não tentei.

–Tentou.

–Não tentei.

–Olha, um pato rosa! – digo, tentado tirar sua atenção....

–Onde?!- ...e conseguindo.

E com essa distração, aproveito o momento que a inocente Granger olha para trás, para me aproximar dela.

Muito, porém não muito.

Confuso, eu sei.

Eu não queria assustá-la, então, cheguei perto o suficiente apenas para um abraço considerável. Eu sou carente. UM MALFOY NÃO PODE SER/ESTAR CARENTE NÃO É?

Voltando ao assunto, assim que estava onde eu queria, digo:

–Bem aqui.

O que a fez olhar para a frente sem entender nada, levando um susto com a nossa proximidade. Oque, obviamente, me fez rir.

–Você não é um pato rosa, Malfoy.- diz ela, vermelha.

–Mas você acreditou.

–Mas... Mas... Ah, que se dane. Acreditei mesmo, e daí?- diz ela ficando meio brava. – a propósito, você ainda não me respondeu o porquê de ter me ajudado na aula.

–Claro, você ainda não tinha me perguntado. Se eu te joguei longe, tinha de te ajudar a levantar, não? Afinal, como eu iria falar minha frase de efeito se eu não fizesse isso?

–Você o quê?

–O quê?

–O quê?

–MEOW.

E após isso, um silêncio constrangedor se instalou entre nós dois, criando um clima bem... estranho.

Algo realmente estranho aconteceu nesse meio tempo. Por meio de trasmimento de pensação, no exato momento em que eu me sentei no chão, Hermione Granger se senta ao meu lado, tirando risos de minha boca, ocasionalmente, de sua face, também.

–Então... Você já pensou sobre meu pedido de desculpas?- perguntei nervoso, novamente, após um curto período em silêncio, apenas um olhando para o outro.

–Sim, e eu queria saber uma coisa... – pergunta ele tímida, olhando para o chão.

–Então pergunte. – não me contive e levantei delicadamente seu queixo, para que olhasse para mim, enquanto fazia a pergunta.

–É sério mesmo isso? As desculpas, são verdadeiras?

–Mas é claro Hermione. De todo o meu coração. – respondo com sinceridade e torcendo para não estar corando.

–Já é a segunda vez que você me chama pelo primeiro nome.

–Que nem você mesma disse, o momento pede isso. E então, o que me diz? Me perdoa?

–Você tem o meu perdão, Draco Malfoy. – dito isso, ela me deu um grande sorriso, que me aqueceu por completo.

–Amigos?-perguntei

–Amigos.- respondeu-me apertando minha mão.

Porém, como estava bom demais para ser verde, logo que ela apertou minha mão, um Patrono surge em nossa frente berrando?

“HERMIONE JEAN GRANGER, ONDE A SENHORITA SE METEU? POR ACASO SE ESQUECEU QUE HOJE É A NOSSA RONDA? TRATE DE ESTAR NO SALÃO COMUNAL EM 5 MINUTOS, OU ENTÃO IREI AJUDAR A GINA A ESCREVER AQUELAS MALDITAS PLACAS! Com amor, Nev’s”

Ela ficou tão afobada que levantou-se rapidamente, me puxando junto, e me abraçou novamente.

Sem nenhum motivo aparente. Apenas dizendo:

–Te vejo por aí, amigo. – saindo correndo logo depois, deixando-me sozinho na Torre de Astronoma.

“Também te vejo por aí,amiga”